Em setembro de 2025, Santa Catarina registrou os maiores valores de dívidas em processos de recuperação extrajudicial no país. Dois casos se destacam: o Grupo Rech, de Itajaí, com débitos de R$ 526,76 milhões, e a Sotille Comércio e Artigos de Decoração, de Pomerode, com R$ 12,41 milhões. Somados ao pedido da Cativa Têxtil (R$ 40,75 milhões homologado em abril), o estado acumula R$ 579,93 milhões em dívidas negociadas neste ano.
Em 2024, apenas dois processos foram protocolados no estado, totalizando R$ 47,3 milhões. O salto para 2025 reflete não apenas a crise setorial, mas também a adesão crescente a esse mecanismo após reformas legais. O caso do Grupo Rech, maior empresa nacional no comércio de peças para máquinas pesadas, representa o maior valor da série histórica catarinense, iniciada em 2005.

Contexto nacional
No Brasil, setembro teve seis pedidos de recuperação extrajudicial, somando R$ 604 milhões. Desde janeiro, 41 processos foram homologados, com dívidas superiores a R$ 9,8 bilhões. Santa Catarina responde por 5,9% do total nacional em valores, posicionando-se como um dos estados com maior impacto financeiro nesse tipo de negociação.
A recuperação extrajudicial permite que empresas renegociem dívidas diretamente com credores, sem intervenção judicial. Desde a reforma de 2020, o modelo inclui débitos trabalhistas, tributários e com fornecedores, ampliando sua aplicabilidade.
Papel do observatório
O Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial (OBRE) monitora esses processos desde 2022, focando na homologação de planos e na transparência dos dados. Seu levantamento evidencia não apenas a escalada de valores, mas também a concentração geográfica de casos emblemáticos, como os registrados em Santa Catarina.




