O ródio, entre duas a 17 vezes mais valioso que o ouro (US$7.150/onça versus US$3.550), enfrenta escassez crítica devido à complexidade de sua produção. É extraído como subproduto em apenas dois países: 80% da África do Sul (platina) e 15% da Rússia (níquel).
Sua disponibilidade anual não ultrapassa 30 toneladas. A demanda cresce 8% ao ano, impulsionada por regulamentações ambientais que exigem catalisadores automotivos mais eficientes, setor responsável por 85% do consumo global.
A indústria de veículos elétricos, paradoxalmente, intensifica a pressão. Embora reduzam emissões, esses modelos ainda utilizam ródio em sistemas de controle de poluentes para geradores auxiliares e processos industriais. A reciclagem recupera apenas 12% do metal usado, com perdas técnicas irreversíveis durante a refinação, segundo a Johnson Matthey, líder em tecnologias catalíticas.

Dinâmica de mercado e perspectivas
A volatilidade histórica do preço ilustra riscos sistêmicos. Entre 2016 e 2022, o valor oscilou de US$639 para US$29.800 por onça, refletindo gargalos na cadeia produtiva. Minas sul-africanas, como a Rustenburg Platinum, operam em profundidades superiores a 2km, com custos que consomem 40% da receita. Greves frequentes e instabilidade energética no país reduziram a produção em 22% desde 2020.
Alternativas em pesquisa incluem catalisadores à base de paládio e ligas metálicas nanotecnológicas, mas nenhuma oferece a mesma eficiência termoquímica do ródio. Projetos de mineração em estágio exploratório no Canadá e Zimbábue poderiam ampliar a oferta a partir de 2030, dependendo de investimentos superiores a US$1,5 bilhão.
Enquanto isso, fabricantes de semicondutores e equipamentos médicos (10% do consumo) acumulam estoques estratégicos, elevando a pressão sobre o mercado spot. Especialistas do CRU Group estimam que, sem avanços tecnológicos disruptivos, o déficit anual poderá chegar a 5 toneladas até 2027.





