O Governo Federal lançará em outubro programa de empréstimos para reformas residenciais com teto de R$ 100 mil e prazo máximo de 96 meses. Operado pela Caixa Econômica Federal, o financiamento divide beneficiários em três faixas: até R$ 3.200 mensais (1,17% a.m.), R$ 3.200,01 a R$ 9.600 (1,95% a.m.), e acima de R$ 9.600. O valor médio projetado é R$ 15 mil, potencialmente atingindo dois milhões de famílias.
Serão utilizados R$ 30 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal, valor dez vezes maior que a proposta inicial. Paralelamente, o plano prevê liberação de R$ 35 bilhões em compulsórios bancários para crédito imobiliário, estratégia que amplia a liquidez do setor sem onerar o Orçamento. As parcelas começam imediatamente, sem carência.

Objetivos políticos e econômicos
A medida integra a preparação para as eleições de 2026, buscando conquistar eleitorado da classe média. Dados do IBGE indicam que 68% das moradias brasileiras necessitam de reparos, com déficit qualitativo estimado em 5,8 milhões de unidades. O governo projeta geração de 480 mil empregos diretos na construção civil, setor responsável por 6,3% do PIB nacional.
Experiências similares como o Cartão Reforma (2019) tiveram adesão de apenas 23% da meta. Críticos apontam riscos de inadimplência, considerando que 41% das famílias brasileiras possuem dívidas acima de 30% da renda. Especialistas sugerem que a ausência de parcerias com redes de materiais de construção pode limitar o impacto econômico imediato.
Perspectivas de implementação
A execução via portaria ministerial agiliza o lançamento, porém levanta questões sobre sustentabilidade. Estudos do IPEA alertam que cada R$ 1 bilhão investido em reformas gera R$ 2,3 bilhões em atividade econômica, mas exigem mecanismos de controle para evitar superfaturamento. A medida será testada inicialmente em capitais antes da expansão nacional.





