A colonização do Brasil foi o processo que marcou o desembarque dos portugueses em terras nativas, se alastrando entre os séculos XVI e XIX. Com a imposição de terem descoberto o território onde viviam os indígenas, os colonos implantaram bases consistentes para a ocupação e invasão, incluindo a exploração local do ouro.
Para que a empreitada fosse adiante, os colonos, que eram em maioria portugueses, utilizavam mão de obra escravizada. Oficialmente, a colonização foi encerrada em 1815, mas a ligação com os europeus somente foi finalizada em 1822, com a independência. Ao longo do processo, historiadores estimam que o ouro saqueado escala entre 128 toneladas e 200 toneladas.

Relatos apontam que o pico do Jaraguá, na zona oeste de São Paulo, correspondeu à primeira mina de ouro do Brasil colônia. Por sua vez, foi com a presença em Minas Gerais, no final do século XVII, que se tornou o principal produto de extração dos portugueses, substituindo a cana-de-açúcar. Os colonos usaram o metal precioso para fazer comércio no Brasil, mas grande parte era usada para trocas comerciais em Portugal.
Durante o percurso, historiadores tentaram definir uma quantia exata de ouro retirado das terras brasileiras. No entanto, grande parte dos registros foi perdida, principalmente com o incêndio na Alfândega de Lisboa, em 1764. Outro ponto que dificulta o processo é que muitos mineiros e comerciantes contrabandeavam o material para evitar a tributação do quinto, imposto real que cobrava 20% da produção.
Diante das implicações da época, é válido ressaltar que a mineração adotava técnicas rudimentares, o que justifica o motivo do prejuízo não ter sido mais significativo. Para fins de comparação, de acordo com os dados do World Gold Council e da Metals Focus, somente em 2019, o Brasil produziu cerca de 87 mil quilos, ou seja, cerca de metade do que foi retirado pelos portugueses.
Cobrança por devolução do ouro e dificuldades no processo
É comum se deparar com debates envolvendo brasileiros e portugueses nas redes sociais contestando o ouro retirado das terras nacionais. Apesar de a reinvindicação ser válida, o processo não é viável, o que fez com que o governo sequer insistisse na negociação. Isso porque, no Ciclo do Ouro, o Brasil não era uma nação unificada.
Por sua vez, o direito internacional reconhece que a passagem do tempo consolida as situações, dificultando quaisquer exigências de recuperação de bens históricos. Potencializando o problema, é impossível saber ao certo onde o metal foi depositado, tendo em vista as centenas de edificações erguidas em Portugal. No mais, o Brasil concordou em indenizar os colonos pela independência em 1822.





