De acordo com informações assinadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), a estimativa de vida no Peru é de 77,7 anos. No entanto, o município de La Rinconada, localizado a 5.100 metros de altitude nos Andes, não apresenta as mesmas expectativas. Devido ao status de “cidade mais alta do planeta”, a média dos moradores cai pela metade quando comparada ao aspecto nacional.
Com população estimada entre 30 mil e 50 mil pessoas, a comunidade foi moldada por meio das minerações de ouro. Porém, a precariedade local, devastação ambiental e condições inóspitas por meio da elevação natural da cidade, levaram os moradores a terem expectativa de vida entre 30 e 35 anos.

Por estarem a mais de cinco mil metros acima do nível do mar, as pessoas de La Rinconada respiram ar com cerca de 50% menos oxigênio. Embora estejam acostumados com as condições climáticas, a alta temperatura provoca o chamado “mal de montanha crônico”. A doença apresenta fadiga, falta de ar, perda de apetite, dores de cabeça, insônia, desconfortos e lábios extremamente arroxeados.
Na tentativa de compensar a falta de oxigênio, o corpo realiza uma superprodução de hemácias, que acabam engrossando o sangue de tal forma que pode dificultar o bombeamento para o coração. Como resultado do problema adquirido em 20% dos habitantes da cidade peruana, a adaptação impõe desgaste a outros órgãos, como pulmões, elevando o risco de doenças graves.
Precariedades da cidade sul-americana
Embora a exploração do ouro seja uma das formas de movimentar a economia local, o sistema chamado “cachorreo” liga o sinal de alerta dos estudiosos. O método em questão consiste em não pagar salário aos trabalhadores, mas garante a retenção de parte do material extraído. No entanto, a prática não disponibiliza matérias necessários para garantir a segurança dos funcionários, contribuindo para a contaminação do mercúrio no solo, ar e água.
Além dos fatores listados, as expectativas de vida são reduzidas drasticamente devido ao alto índice de violência na cidade. Em resumo, facções disputam territórios em meio à população que luta por sobrevivência às margens vulnerabilidade social e descaso de políticos.





