Um exemplar de Lampropeltis californiae nascido no East Bay Vivarium surpreendeu especialistas por apresentar duas cabeças funcionais. O caso, registrado em setembro de 2024, ocorre uma vez a cada 100 mil nascimentos segundo estudos herpetológicos. A dupla, batizada de Angel e Zeke, compartilha um corpo único com coluna vertebral fusionada, desafio fisiológico que reduz drasticamente as chances de sobrevivência.
Sobrevivência além das expectativas
Contra todas as probabilidades, o réptil completou sete meses de vida em maio de 2025, período crítico onde 92% dos casos similares não resistem. Alex Blancherd, proprietário do estabelecimento, explica que o cuidado especializado permitiu superar desafios alimentares e de locomoção. O protocolo inclui monitoramento térmico rigoroso e suplementação vitamínica personalizada.

Dinâmica comportamental singular
Observações diárias revelam conflitos de interesse entre as cabeças: enquanto Angel demonstra dominância nas decisões de movimento, Zeke apresenta reações autônomas a estímulos ambientais. Funcionários relatam episódios onde as cabeças tentam seguir direções opostas, exigindo intervenção para evitar lesões. A dupla compartilha o sistema digestivo, mas possui cérebros independentes.
Implicações científicas e educacionais
A serpente permanecerá no viveiro como ferramenta educativa, alcançando até 1,2 metros na fase adulta. Pesquisadores da UC Berkeley monitoram seu desenvolvimento para entender a neurofisiologia de organismos dicéfalos. Dados coletados incluem padrões de caça simulada e resposta a feromônios, informações valiosas para estudos sobre duplicação embrionária em répteis.
Desafios de manejo contínuo
A equipe adaptou o terrário com superfícies antiderrapantes e pontos de apoio estratégicos. A alimentação é assistida para garantir nutrição equitativa, técnica que demanda 40% mais tempo que o cuidado com serpentes convencionais. O caso reacende debates éticos sobre a manutenção de animais com anomalias congênitas em cativeiro.





