“Vamos abrir a caixa preta da prefeitura, doe quem doer, quero saber para onde foi o dinheiro do povo enquanto a cidade está um caos, abandonada”, anunciou o prefeito eleito de Ladário, Munir Sadeq Ramunieh (PSDB). “Não é perseguição, é transparência, a população saberá quem são os verdadeiros bandidos”.
Depois de uma campanha dura, onde foi acusado de compra de votos não comprovada, Munir quer dar uma resposta às perseguições políticas com uma gestão diferente na pequena cidade de 23 mil habitantes, situada dentro do munícipio de Corumbá, de qual foi um bairro até a década de 1950. “Vamos trabalhar, sem roubar”, prometeu o empresário de 50 anos.
O novo prefeito está focado em limpar a sujeira da cidade, tomada pelo lixo e matagal, lançando após a posse um mutirão em todos os bairros. Mas, seu objetivo é o atual gestor, Iranil Soares, que, entre outros atos suspeitos, pagou R$ 500 mil na semana passada pela desapropriação de um imóvel avaliado em R$ 150 mil.
“Vou decretar uma auditoria na prefeitura, não confio nos documentos que nos entregaram durante o processo de transição. Quero um levantamento real da situação financeira e administrativa, que reputo como preocupante e alarmante”, comentou.
Pacote de obras
Munir acusa o atual prefeito de mau gestor, sem controle sobre os gastos, de favorecimentos e perseguição aos servidores. “A prefeitura não paga a luz do seu prédio, das secretarias e outros órgãos, que está sendo cortada”, aponta.
Em entrevista na última sexta-feira, para anunciar seu secretariado, o prefeito tucano informou que já dispõe de pelo menos R$ 25 milhões para lançar um pacote de obras de infraestrutura urbana, dinheiro este prometido pelo governador Eduardo Riedel e oriundo de emendas parlamentares.
Ele ajuizou uma ação para barrar a compra do imóvel de R$ 500 mil pelo prefeito Eranil Soares e está preocupado com as dívidas emergenciais que herdará, de R$ 9 milhões, enquanto somente de impostos das mineradoras o município recebeu R$ 45 milhões.
“O município perdeu mais de R$ 50 milhões da União, que retornaram à origem por falta de projetos ou erros administrativos, e ainda teve que pagar R$ 3,5 milhões de ações judiciais que não foram contestadas. Vamos recuperar os investimentos com trabalho”, disse.
Ao apresentar o secretariado, Munir se comprometeu com a população em melhorar de imediato a assistência social e a saúde, que estão em condições precárias, e avisou: “não quero meus secretários no ar condicionado dos gabinete, quero vê-los trabalhando nas ruas”.