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LAVOURAS Plantio da soja avança em outubro e chega a quase 50% de área semeada Mais da metade da safra 2020/2021 já foi comercializada em Mato Grosso do Sul 6 NOV 2020 • POR Súzan Benites • 08h00

Após estiagem registrada em setembro e chuvas intensas no início de outubro, produtores rurais de Mato Grosso do Sul avançaram com o plantio da soja. 

Conforme o boletim técnico publicado pela Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), 47,6% da área foi semeada até o fim do mês passado.  

A área plantada de soja está estimada em 3,645 milhões de hectares, aumento de 7,55% na comparação com a safra 2019/2020, que foi de 3,389 milhões de hectares. 

A produtividade é estimada em 53 sacas por hectare, gerando a projeção de produção recorde com 11,591 milhões de toneladas – aumento de 2,35% ante os 11,325 milhões de toneladas na safra 2019/2020.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja-MS), André Dobashi, o objetivo é avançar ainda mais a semeadura nesta primeira semana de novembro.  

“O plantio no momento está acelerado, a expectativa é de que essa semana se encerre com 20% a mais plantado, assim, superando a porcentagem semeada no mesmo período da safra passada. O fator que contribuiu para o plantio evoluir essa semana foi a chuva da semana passada, com umidade no solo os produtores aproveitam para plantar, há casos de produtores plantando 24 horas para poderem pegar a melhor janela para o desenvolvimento da cultura”, explica Dobashi.

Segundo o boletim técnico, a semana passada foi marcada por interrupções no plantio, causadas pela chuva forte, fazendo com que o solo ficasse encharcado e impossibilitando o plantio em alguns dias da semana.

A porcentagem de área semeada na safra 2020/2021 encontra-se inferior em 1,90%, em relação à safra 2019/2020, para a data de 30 de outubro.

Regiões  

Entre as localidades, a região sul está com o plantio mais avançado, com média de 50,9%, enquanto a região norte está com 47,3% e a região centro com 37,8%, em média. 

A área plantada até o momento, conforme estimativa do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga-MS), é de aproximadamente 1,735 milhão de hectares até o dia 30 de outubro.

O agrônomo Ricardo Rigon presta consultoria para produtores na região sul do Estado. Segundo ele, muitas lavouras serão concluídas já neste fim de semana. 

“Praticamente, a maioria das fazendas está concluindo o plantio nesta semana. Teremos poucas áreas de replantio, por causa da chuva pesada que caiu em cima das lavouras já plantadas, e quando isso acontece lacra o solo e a planta não consegue sair, mas são poucas áreas. Acredito que até o fim de semana a gente chega a 95% de área semeada aqui em Dourados”, relata.  

O titular da Aprosoja acredita que até o fim do mês todo o Estado conclua a semeadura.

 “O plantio deve ser concluído no fim do mês de novembro, por causa do atraso causado pela falta de chuva no mês de setembro até meados do mês de outubro”, diz Dobashi.

Previsão do tempo

Segundo o Sistema de Monitoramento Agrometeorológico, a previsão indica que até o dia 7 de novembro há possibilidade de chuva no Estado de no máximo 3,5 mm.

 Para os próximos 15 dias, a previsão é de chuva para todo MS.

“O prognóstico de precipitação total demonstra ainda uma certa irregularidade nas chuvas em novembro, com maior intensidade nas regiões oeste, norte e nordeste. Com possibilidade de até 400 mm acumulado para essas regiões do Estado”, informou a Aprosoja.

Comercialização

Segundo o levantamento realizado pela Granos Corretora, MS comercializou 52,88% da safra atual, avanço de 16 pontos porcentuais, quando comparado ao mesmo período de 2019.

O preço médio da saca de 60 kg atingiu o maior valor nominal chegando a R$ 171 na praça de Dourados.

O preço médio do mês de outubro ficou em R$ 160,81, valorização de 103,40%, no comparativo com outubro do ano passado, quando a oleaginosa havia sido cotada a R$ 79,06 por saca.

A valorização é positiva para quem está negociando. 

“Quando vou vender as sacas de soja, eu negocio com o preço de hoje e quando for entregar o produto eu recebo pelo preço que vendi”, explica a economista Adriana Mascarenhas.  

O especialista em mercado exterior Aldo Barrigosse ressalta que existe um mecanismo chamado “hedge”, em que há um bloqueio do valor cambial.

 “É feito um acordo entre comprador e vendedor, hoje o câmbio é esse valor e o contrato é em cima desse valor. Geralmente é feito um travamento, até para que se tenha menos oscilações em relação ao produto, porque a soja é uma commodity e tem o seu preço regulado pelo mercado internacional e hora está em alta e hora está em baixa”, considerou.