Economia

FÁBRICA DE CELULOSE

Arauco antecipa investimento de R$ 25 bilhões em Inocência

Início das obras da 1ª planta produtora de celulose da multinacional chilena do Brasil, em Mato Grosso do Sul, estava prevista para o ano que vem, mas foi antecipada para o 2º semestre

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A atencipação do início das construção da planta processadora de celulose da Arauco, no município de Inocência - distante 333 km de Campo Grande - também antecipará os investimentos de R$ 25 bilhões que a multinacional chilena prevê para a construção da linha 1 da planta.

A notícia, revelada ontem pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, anima economistas e quem pode se beneficiar dos empregos que serão gerados no município. 

A expectativa dos analistas é que a geração de emprego, com a mobilização antecipada do canteiro de obras, é que o setor imobiliário da cidade e o setor de serviços sejam ainda mais impactados. 

A previsão inicial era de que as obras na Arauco começassem apenas em 2025, mas antecipação dos trabalhos deve-se, conforme apurou o Correio do Estado, a uma conjuntura que envolve pelo menos dois fatores: o aquecimento do mercado de celulose e a conclusão do Projeto Cerrado, a fábrica que a Suzano acabou de concluir em Ribas do Rio Pardo e que é a maior planta processadora de celulose do mundo e será inaugurada ainda neste semestre. 

“Na próxima segunda-feira deve ser entregue a Licença de Instalação para os investidores chilenos e já em agosto ou setembro serão iniciados os trabalhos de terraplanagem”, disse o secretário Jaime Verruck durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (6) durante lançamento do MS Day, evento que a Federação das Indústrias e o governo do Estado promoverá em Nova York (EUA).

A planta da Arauco, a quarta do setor de celulose em Mato Grosso do Sul, será instalada a cerca de 50 quilômetros da cidade de Inocência, às margens da MS-377 e do Rio Sucuriú, nome dado ao projeto no Estado.

Conforme o cronograma oficial, a indústria deve iniciar sua operação no primeiro trimestre de 2028. Forte no segmento, a gigante chilena possui em Mato Grosso do Sul, a Mahal, empresa florestal que conta com mais de 60 mil hectares de florestas cultivadas em seis municípios da região: Inocência, Água Clara, Três Lagoas, Aparecida do Taboado, Selvíria e Chapadão do Sul.

Diante da novidade, economistas consultados pelo Correio do Estado projetam uma movimentação imediata entre os setores econômicos do Estado que já devem começar a se preparar para atender as grandes demandas do empreendimento.

“Em termos econômicos, a construção e operação da planta representam um influxo de investimento no estado. Isso não apenas impulsionará a economia local através da geração de empregos e aumento da atividade econômica, mas também pode atrair outros investimentos e empresas relacionadas à indústria de celulose, criando uma cadeia de valor mais robusta e diversificada”, analisa o mestre em economia Lucas Mikael.

O doutor em administração Leandro Tortosa, destaca que apesar de se tratar de uma possibilidade, é possível analisar o contexto levando em consideração os movimentos ocorridos em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, locais que já receberam ou estão em fase de implementação de megaempreendimentos semelhantes ao de Inocência.

“O Boom imobiliário, caracterizado pelo aumento da procura por imóveis para aluguel e compra, pode ser um dos primeiros. O que impulsionará o mercado imobiliário local, seguido pelo aquecimento do comércio, com crescimento da movimentação em lojas, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais e ainda expansão do setor de serviço, aumentando a demanda por serviços como transporte, alimentação e turismo”, lista Tortosa.

O economista Eduardo Matos acrescenta que a partir de um grande investimento, outros muitos devem ser atraídos, provocando o que é chamado de efeito multiplicador.

“Essa aplicação não traz frutos somente quando a fábrica passa a funcionar, sabemos que no momento de sua construção, deve atrair trabalhadores responsáveis por levantar a estrutura e também trabalhadores da própria empresa, responsáveis pelo acompanhamento da implantação”, explica.

Dessa forma, Matos, pontua que o simples anúncio do início das obras deve atrair empreendedores para o município de Inocência e região, provocando um impacto positivo mesmo antes da efetiva construção da planta industrial.

CONSTRUÇÃO CIVIL

Um dos segmentos mais impactados com a primeira fase é o setor da construção civil, que conforme a previsão, no auge das obras deve gerar uma média de 12 mil empregos. Segundo o último dado do IBGE, Inocência tem 8,4 mil habitantes. Sendo assim, durante o período de obras, a quantidade de moradores vai aumentar em 150%.

Nesse sentido o presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva afirma que o maior efeito será sobre a demanda para a necessidade de mão de obra para a construção.

Mesmo com gargalos a serem enfrentados como é a escassez de mão de obra para o segmento no Estado o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Campo Grande (Sintracom), José Abelha Neto ressalta que os efeitos serão positivos.

“Realmente a construção no Mato Grosso do Sul está a todo vapor e sabemos que vamos ter desafios com mão de obra, mas o que posso dizer é que devemos investir em aperfeiçoamento, treinamento e assim possamos ter mão de obra suficiente no Estado”, conclui Abelha.

O presidente do Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul (Sinduscon-MS), Kleber Luiz Recalde, exalta a importância da obra em inocência e destaca que o setor já vem trabalhando para mudar o cenário e garantir mão obra qualificada.

“Vamos mobilizar o setor e a cadeia produtiva, os órgãos públicos pra iniciar um programa continuo de capacitações, com a visão das necessidades do mercado”, conclui.

SEGUNDA PLANTA

Segundo o projeto original, a indústria da Arauco tem previsão de produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose, 1,5 milhão de toneladas a mais do que é produzido no Chile.

Isso faria da Arauco a segunda maior planta de Mato Grosso do Sul (e do Brasil), ficando atrás somente da unidade da Suzano de Ribas do Rio Pardo (2,9 milhões de toneladas/ano).

Após a conclusão da primeira parte (edificação) serão cerca de 2 mil postos de trabalho para as operações industrial e florestal.

Para ativar a fábrica, Arauco deve buscar áreas alugadas ou mediante usufruto para cultivar em torno de 400 mil hectares de florestas de eucalipto.

Até o fim de 2023 já estavam assegurados 280 mil hectares e a previsão era chegar a 320 mil durante este ano.

Antes mesmo de iniciar as obras da primeira etapa a direção da Arauco já fala em dobrar a capacidade de produção em uma segunda fase. 

Caso opte pela construção de uma segunda planta, a Arauco seguirá caminho semelhante ao das outras unidades processadoras de celulose do Estado

VALE DA CELULOSE

Atualmente, o Estado conta com uma capacidade instalada de produção de 4,9 milhões de toneladas anuais de celulose nas três linhas que operam no município de Três Lagoas, duas da Suzano e uma da Eldorado.

Entretanto, é esperada uma ampliação desse total para mais de 7,8 milhões de toneladas com a entrada em operação do Projeto Cerrado, da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, cuja inauguração está prevista ainda para este ano.

Ainda no mês passado a Eldorado Brasil Celulose anunciou que deve investir R$ 25 bilhões para erguer a fábrica no município de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, sendo a segunda linha de produção. A expectativa é iniciar “em breve” o projeto.

A construção da segunda fábrica em Três Lagoas era um antigo projeto voltado para fortalecer a produção de celulose de fibra curta da Eldorado e chega para aumentar o potencial produtivo da atividade no Estado.

2,5 MILHÕES DE TONELADAS

A 1ª planta da Arauco deve ter a capacidade de produção de 2,5 milhões de toneladas de celulose. A partir de 2030, ela poderá dobrar de tamanho. 

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LOTERIA

Resultado da Timemania de ontem, concurso 2231, terça-feira (15/04): veja o rateio

A Timemania realiza três sorteios semanais, às terças, quintas e sábados, sempre às 19h; veja quais os números sorteados no último concurso

16/04/2025 08h35

Confira o resultado  da Timemania

Confira o resultado da Timemania Foto: Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 2231 da Timemania na noite desta terça-feira, 15 de abril de 2025. A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 11 milhões. Nenhuma aposta saiu vencedora e o prêmio acumulou para R$ 11,2 milhões.

  • 7 acertos - Não houve ganhadores;
  • 6 acertos - 3 apostas ganhadoras (R$ 44.158,51 cada);
  • 5 acertos - 92 apostas ganhadoras (R$ 2.057,07 cada);
  • 4 acertos - 2.258 apostas ganhadoras (R$ 10,50 cada);
  • 3 acertos - 22.838 apostas ganhadoras (R$ 3,50 cada);
  • Time do Coração: Botafogo /RJ - 16.957 apostas ganhadoras (R$ 8,50 cada);

Confira o resultado da Timemania de ontem!

Os números da Timemania 2231 são:

  • 37 - 20 - 29 - 38 - 55 - 49 - 14
  • Time do coração: Botafogo / RJ

O sorteio da Timemania é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Timemania 2232

Como a Timemania tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na quinta-feira, 17 de abril, a partir das 20 horas, pelo concurso 2232. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Timemania é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 3,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 10 dente as 80 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar de três a sete números, ou o time do coração;

Como jogar a Timemania

A Timemania é a loteria para os apaixonados por futebol. Além de o seu palpite valer uma bolada, você ainda ajuda o seu time do coração.

Você escolhe dez números entre os oitenta disponíveis e um Time do Coração. São sorteados sete números e um Time do Coração por concurso. Se você tiver de três a sete acertos, ou acertar o time do coração, ganha.

Você pode deixar, ainda, que o sistema escolha os números para você (Surpresinha) ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 9, ou 12 concursos consecutivos através da Teimosinha.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com 10 dezenas, a probabilidade de acertar sete números ganhar o prêmio milionário é de 1 em 26.472.637, segundo a Caixa.

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MATO GROSSO DO SUL

"Drible" em dívida de R$ 220 milhões pode inviabilizar a recuperação da Boibras

O MPMS e a Fazenda Nacional apontam manobra no plano judicial que exclui a União como credora de frigorífico à beira da falência

16/04/2025 08h30

O frigorífico Boibras funciona em São Gabriel do Oeste, em endereço que hoje também é usado pelo frigorífico BMG Foods

O frigorífico Boibras funciona em São Gabriel do Oeste, em endereço que hoje também é usado pelo frigorífico BMG Foods Foto: Reprodução

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deu parecer favorável ao pleito da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) que poderá inviabilizar o plano de recuperação judicial da Boibras, empresa localizada em São Gabriel do Oeste que deve mais de R$ 50 milhões a credores particulares e R$ 220 milhões à União.

A PGFN enxergou uma manobra do frigorífico Boibras no processo de recuperação judicial, ao propor um plano de recuperação para todos os outros credores, exceto à União, o maior deles.

Antes de aprovar um plano de recuperação, o juiz da Vara de Falência deve verificar e exigir todas as certidões negativas de débito com o Fisco. Neste caso específico, mesmo a PGFN tendo se manifestado no processo, o entendimento que prevaleceu em primeira instância foi o de que houve inércia ou morosidade por parte da União em renegociar os débitos fiscais com a Boibras.

Desta forma, o plano de recuperação passou a ser executado sem nenhuma renegociação dos R$ 220 milhões em débitos federais.

Tanto a PGFN quanto o MPMS, em parecer assinado pelo procurador de Justiça Belmires Soles Ribeiro, adotam o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e também de lei de 2005, que afirmam que a apresentação de certidões negativas é essencial para a homologação do plano.

É contra essa homologação que a PGFN está se voltando, com um parecer favorável do MPMS.

“Assim sendo, à luz dessas considerações, em conformidade com a jurisprudência atual do Superior Tribunal de Justiça, entendemos que a apresentação das certidões de regularidade fiscal se mostra, de fato, imprescindível para a homologação do plano e a concessão da recuperação judicial”, argumenta o procurador de Justiça.

Ambos expõem a manobra da defesa da Boibras, feita pelos advogados Lucas Mochi e Rodrigo Pimentel, acatada pelo juiz da Vara Regional de Falências, José Henrique Neiva de Carvalho e Silva. Quando a empresa em recuperação suscitou uma suposta omissão da Fazenda Nacional em negociar os débitos, o procedimento aguardava providências a serem tomadas justamente pelos devedores.

A PGFN ainda sustenta que um simples protocolo de pedido de renegociação não afasta a exigência legal de apresentar a comprovação da regularidade fiscal para ter o plano de recuperação judicial aprovado.

A dívida da Boibras com a União é de R$ 220 milhões – está entre as maiores, quando se trata de empresas ativas, com o Fisco federal. A maior parte desses débitos é de contribuições previdenciárias, uma negociação mais complexa e não imediata.

No plano de recuperação judicial da Boibras, aprovado neste ano na Vara de Falências, está previsto que a empresa vai honrar seus débitos até, pelo menos, a próxima década. O plano não inclui nenhuma negociação com a União.

Na Justiça Federal, a União tenta cobrar a dívida, mas tem sido barrada na Vara de Falências. No mês passado, conseguiu bloquear R$ 151 mil encontrados na conta do frigorífico, em uma das ações que cobram débitos da Boibras. O bloqueio, porém, foi sustado na Justiça estadual.

OPERAÇÃO SAUDÁVEL?

Enquanto a Boibras deve mais de R$ 50 milhões a pecuaristas, bancos e funcionários, outro frigorífico que opera no mesmo endereço tem operação saudável. Trata-se da BMG Foods, empresa que se gaba em sua página na internet de ser o terceiro maior grupo frigorífico do Brasil, atrás apenas da JBS e da Minerva Foods.

O endereço de ambos é praticamente o mesmo. O número deles no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), porém, é diferente. Os abates de ambos os frigoríficos ocorrem na mesma estrutura e, formalmente, o endereço só não é idêntico porque o frigorífico Boibras está localizado no km 606 da BR-163, enquanto a BMG Foods está no km 606 da BR-163, nas salas 1, 2 e 3.

A BMG Foods é herdeira no Brasil do grupo Torlim, rede de frigoríficos que deixou um rastro de dívidas com o Fisco federal antes de sair de cena no País. No Paraguai, alguns dos proprietários do Torlim continuaram operando, por meio do Frigorífico Concepción. Em 2021, voltaram ao Brasil como BMG Foods.

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