Cidades

INVESTIMENTO

CCR deve receber R$ 754,7 milhões da União após fim do contrato da BR-163

Valor seria referente a mecanismo do contrato anterior que prevê indenização da concessionária em caso de relicitação

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A CCR MSVia deve receber ao menos R$ 754,7 milhões de indenização ao término do prazo da atual concessão, previsto para ocorrer em setembro deste ano, com a assinatura do novo contrato com a empresa que vai assumir a gestão da BR-163 até 2054. 

O valor está previsto no balanço de 2024 da concessionária, que explica que é um ressarcimento pela devolução antecipada da rodovia e de bens e imóveis construídos nos 10 anos de concessão.

A empresa pleiteia este valor por meio de dispositivo do contrato anterior, em que ela investiu menos do que estava previsto e também abaixo do que recebeu no período. Desde 2014, quando a rodovia foi concedida, a receita acumulada da empresa é de R$ 2,345 bilhões, enquanto os investimentos e custos totalizaram R$ 1,868 bilhão. 

No ano passado, só com pedágio foi arrecadado 27,8% a mais que em 2023 – foram R$ 229,276 milhões em 2024, contra R$ 179,4 milhões no ano anterior. A justificativa para este aumento, segundo a concessionária, foi que houve tráfego maior na via em 2024 e reajuste tarifário a partir de agosto.

Agora, com a repactuação, se a CCR MSVia sair vencedora do leilão, deverá investir R$ 17 bilhões até 2054, sendo R$ 9,9 bilhões em obras e infraestrutura e R$ 7,1 bilhões na operacionalização da rodovia, valor muito superior ao que recebeu neste período. 

Na primeira licitação, em 2014, a estimativa era de que seriam investidos cerca de R$ 5 bilhões.

Embora tenha investido menos do que cobrou em tarifa de pedágio, o valor que terá de ser ressarcido pelo governo federal só não é maior porque os usuários pagaram cerca de R$ 1 bilhão a mais na tarifa de pedágio desde 2019, quando a concessionária fez o pedido de relicitação, dois anos após ter suspendido novos investimentos previstos no contrato de concessão. 

É que a tarifa deveria ser reduzida em 53,94% em novembro de 2023, diminuição que não foi aplicada em razão de decisão judicial. 

A estimativa era de que a indenização seria de R$ 1,566 bilhão, mas o valor caiu para R$ 356,6 milhões, segundo nota informativa da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) divulgada no fim do ano passado.

A divergência dos montantes da CCR MSVia e da ANTT se deve ao uso de parâmetros distintos nos cálculos, que ainda vão ser ajustados no fim da licitação com a definição dos haveres e deveres contábeis, exigência legal para finalizar este tipo de concessão. 

Desta forma, a concessionária informou em seu balanço de 2024 (um dos parâmetros para firmar o novo contrato) que a indenização a receber do governo federal em decorrência da devolução antecipada da concessão será de R$ 754,788 milhões. 

Detalhando que R$ 71,651 milhões seriam “pela estimativa de perda segundo a Lei nº 13.448/2017, tendo sido aplicada a análise de recuperabilidade por valor justo, a qual inclui a avaliação de indenizações a serem recebidas do poder concedente”; R$ 330,075 milhões referentes ao “excedente tarifário sobre tarifas recebidas dos usuários, calculado após a assinatura do Termo Aditivo nº 1”; R$ 13,488 milhões “pela atualização do termo de ajustamento de conduta (TAC)”; e R$ 339,574 milhões pela “transferência para imobilizado e intangível (bens móveis e imóveis e direitos)”, que serão amortizados considerando o prazo repactuado pelo novo contrato de concessão, a partir da assinatura do Termo Aditivo de Modernização Definitivo, que deverá ocorrer só no dia 5 de setembro.

No balanço é explicado que estas “contas a receber do poder concedente” foram mensuradas pelo valor justo por meio do resultado, utilizando a abordagem de custo, “a qual inclui a avaliação de indenizações a serem recebidas do poder concedente em caso de relicitação do contrato de concessão”.

No fim da concessão, todos os bens reversíveis retornam ao governo federal, só que a concessionária “terá direito à indenização correspondente ao saldo não amortizado ou depreciado dos bens ou investimentos, cuja aquisição ou execução tenha sido devidamente autorizada pelo poder concedente”.

INVESTIMENTOS

Os novos investimentos na BR-163 foram paralisados em 2017, apenas três anos após a concessão, porque a CCR MSVia alegou desequilíbrio no contrato, já que o fluxo de veículos pela rodovia era menor do que nas projeções da época do leilão.

Em 2019, a empresa entregou a concessão para o governo federal, que abriu processo para uma nova licitação. Neste período, a empresa tem feito apenas serviços paliativos, como o de tapa buracos, na rodovia.

REPACTUAÇÃO

Em 18 de dezembro do ano passado, a União, com o aval do Tribunal de Contas da União (TCU) e a concordância da CCR MSVia, assinou o termo de autocomposição de solução consensual para as controvérsias relativas ao contrato de concessão da BR-163, seguindo o acórdão do plenário do TCU de nº 2.434/2024. 

No balanço contábil é detalhado que, após consulta pública, as ações da CCR MSVia serão ofertadas ao mercado, por meio de um processo competitivo na Bolsa de Valores (B3) que está em andamento, sendo permitido que a controladora da CCR MSVia participe do leilão.

“Com a conclusão do processo competitivo, será celebrado o aditivo de modernização do contrato de concessão, preservando a continuidade da prestação do serviço público, bem como o interesse e a segurança dos usuários”, conforme o documento.

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Investigação

Ex-diretores do INSS pegaram R$ 17 miilhoes de gestores das fraudes contra aposentados

As suspeitas sobre o envolvimento de dirigentes da autarquia com o esquema que teria provocado prejuízo de R$ 6,3 bilhões a aposentados levaram à queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto

29/04/2025 16h37

Agência do INSS em Campo Grande; instituto permitiu descontos ilegais em benefícios de aposentados

Agência do INSS em Campo Grande; instituto permitiu descontos ilegais em benefícios de aposentados Gerson Oliveira

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Ex-servidores do alto escalão do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) receberam mais de R$ 17 milhões de intermediários das associações suspeitas de fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas.

As suspeitas sobre o envolvimento de dirigentes da autarquia com o esquema que teria provocado prejuízo de R$ 6,3 bilhões a aposentados levaram à queda do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Ele pediu demissão após ter sido afastado do cargo por ordem judicial.

Sob pressão da oposição, o governo Lula mantém no cargo o ministro da Previdência, Carlos Lupi.

A Polícia Federal identificou repasses a três dirigentes do INSS:

  • - André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
  • - Alexandre Guimarães, ex-diretor de Governança e Gerenciamento de Riscos e de Governança, Planejamento e Inovação;
  • - Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-chefe da Procuradoria Federal Especializada do INSS.

O dinheiro teria sido repassado por meio de empresas registradas no nome de familiares dos ex-diretores “sem motivo razoável conhecido para tanto”. Eles foram alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada na semana passada.

“Observa-se a ação em conluio entre os investigados a fim de conferir aparente legalidade ao pagamento realizado pelos operadores financeiros e o recebimento de vantagens ilícitas por parte de servidores do INSS, abastecido pelo dinheiro proveniente dos descontos indevidos realizados pelas entidades associativas, em ação concertada”, afirma a Polícia Federal na representação que levou à operação.

Fluxo financeiro

Os repasses foram descobertos porque a Polícia Federal conseguiu reconstituir uma complexa rede de pessoas físicas e jurídicas que, segundo a investigação sobre as fraudes no INSS, operou a distribuição do dinheiro desviado por meio de associações.

O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, citado no inquérito como “Careca do INSS”, é apontado como o principal operador do esquema. Ele é dono de dezenas de empresas com personalidade jurídica própria, usadas para blindar os sócios controladores, e até de uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe. Defesa diz que ele vai comprovar inocência.

Segundo a PF, pessoas e empresas relacionadas ao “Careca do INSS”, receberam R$ 48,1 milhões diretamente de associações suspeitas, além de R$ 5,4 milhões de empresas ligadas a essas entidades, totalizando R$ 53,5 milhões.

Depois de identificar esses “intermediários”, a PF passou a analisar para quem eles enviaram dinheiro. Foi aí que os investigadores se depararam com empresas ligadas a familiares de chefões do INSS.

Segundo a investigação, Virgílio Antônio, que chefiou a Procuradoria Federal Especializada do INSS, recebeu R$11.997 602,70 por meio de empresas registradas no nome da mulher e da irmã.

André Paulo Félix Fidélis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão, recebeu R$ 5.186.205,0041 por meio do filho e da nora.

O ex-diretor de Governança e Gerenciamento de Riscos e de Governança, Planejamento e Inovação, Alexandre Guimarães, ficou com R$ 313.205,29, indica a Operação Sem Desconto.

Segundo a investigação da Operação Sem Desconto, servidores do INSS venderam dados de aposentados e pensionistas em troca de propinas e facilitaram os descontos indevidos direto nos contracheques dos beneficiários.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ANTÔNIO ANTUNES

Alberto Moreira e Flávio Schegerin, sócios do escritório Moreira e Schegerin Advogados, responsáveis pela defesa técnica de Antonio Antunes, esclarecem que não comentam processos em curso, principalmente os que tramitam em segredo de justiça. Reforçam, contudo, que as acusações apresentadas contra seu cliente não correspondem à realidade dos fatos.

A defesa confia plenamente que o tempo propiciará uma apuração adequada dos fatos, possibilitando uma atuação ampla e isenta por parte das instituições, em harmonia com o Estado Democrático de Direito. Estamos certos que ao longo do processo, a inocência de Antonio será devidamente comprovada.

COM A PALAVRA, OS CITADOS

A reportagem pediu manifestação de Virgílio Antônio e buscou contato com as demais defesas ate a publicação deste texto.

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ACIDENTE

Quatro vítimas do acidente de ônibus no interior do Estado estão internadas na Santa Casa

Além disso, também há vítimas internadas nas cidades de Costa Rica e Figueirão

29/04/2025 16h10

Ônibus com 40 trabalhadores cai de ponte em MS

Ônibus com 40 trabalhadores cai de ponte em MS Divulgação: BNC Notícias

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De acordo com o que foi noticiado mais cedo pelo Correio do Estado, um ônibus que transportava 40 funcionários de uma plantação de eucalipto, caiu de uma ponte na manhã desta terça-feira (29), na rodovia MS-436, entre os municípios de Camapuã e Figueirão. O acidente aconteceu na altura da ponte conhecida como Pontinha do Coxo.

Nesta tarde, a reportagem do Correio do Estado apurou que o motorista do ônibus perdeu o controle da direção ao passar por um buraco que fica na conexão entre o asfalto e a ponte, momento em que o veículo tombou sobre a barreira de proteção, que se rompeu.

Conforme o secretário de saúde de Figueirão, Pedro Ubiali, a ambulância de Figueirão foi acionada por volta das 7h20, e socorreu 21 passageiros. Desse número, cinco estão internados em Costa Rica, outros 11 estão em observação no Hospital Municipal de Figueirão, sendo que, sete estão sem ferimentos graves e quatro seguem realizando exames.

Além disso, segundo Ubialibi, quatro passageiros negaram atendimento afirmando estarem bem e um passageiro veio transferido para a Santa Casa de Campo Grande, em vaga zero, devido à gravidade dos ferimentos. O secretário negou que tenha tido óbito. “Foi divulgado mais cedo que o motorista tinha falecido, mas essa informação não procede”, afirmou.

Já o secretário de saúde de Camapuã, André Luiz Ferreira, informou que, o município recebeu 16 pacientes, sendo que, três deles vieram para a Santa Casa de Campo Grande em vaga zero, e os outros 13 já receberam alta. “Camapuã não tem mais pacientes internados, todos já foram atendidos e liberados, exceto os que foram para a Capital”, disse.

O Correio do Estado entrou em contato com a Santa Casa de Campo Grande para conseguir informações sobre o estado de saúde dos pacientes transferidos, mas até o fechamento dessa matéria, não houve retorno. Assim que houver notícias, a matéria será atualizada.

POSICIONAMENTO DO GOVERNO

Após o acidente e o socorro das vítimas, o Governo de Mato Grosso do Sul enviou uma equipe da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos – (Agesul), para vistoriar o local e reparar os buracos da MS-436, onde o ônibus tombou após cair em um buraco.

Conforme o Governo do Estado, o trecho da MS-436, entre Camapuã e Figueirão, está dentro de um contrato de obras de restauração rodoviária iniciado no fim de março.

Em nota, Governo ainda ressaltou que, antes do início das chuvas dos últimos dias, a empresa responsável pelos reparos já havia realizado operações de tapa-buracos na pista, e o serviço será retomado após o período chuvoso.

“Após o acidente, equipes técnicas da Agesul foram deslocadas para vistoriar a rodovia e promover os reparos necessários nos novos buracos encontrados na via. Novas intervenções para facilitar o escoamento e prevenir o represamento da água das chuvas nas cabeceiras da ponte serão feitas”, esclareceu o órgão.

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