Política

"É MELHOR PARAR"

Câmara de Terenos quer cancelar contratos de escândalo de corrupção

Arlindo Landolfi Filho (Republicanos), que era vice-prefeito de Henrique Budke, preso na última terça-feira (9), assumiu o cargo de prefeito interino nesta sexta-feira (12)

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Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (12), pouco antes da cerimônia de posse do prefeito interino de Terenos, o presidente da Câmara Municipal, Leandro Camaralac, afirmou que a prioridade imediata do legislativo é recomendar que o novo gestor, o até então vice-prefeito Arlindo Landolfi Filho (Republicanos), cancele todos os contratos existentes com as empresas envolvidas na investigação.

Os contratos a serem cancelados incluem serviços essenciais como internet para assistência médica e manutenção da cidade, bem como projetos de construção em andamento e concluídos.

Embora o presidente tenha reconhecido que o cancelamento de contratos poderia interromper temporariamente alguns serviços, ele enfatizou que continuar a trabalhar com as empresas envolvidas seria ainda mais prejudicial para a cidade.

"Melhor parar do que a gente continuar com com o que está acontecendo. E para isso a lei vai nos vai amparar, para o prefeito fazer contratos emergenciais, fazer novas licitações, para que siga o ritmo normal", argumentou o presidente da Câmara Municipal.

Leandro Camaralac também afirmou que a Câmara Municipal apoiará a nova administração e buscará recursos parlamentares para auxiliar a governança da cidade. No entanto, não houve conversa prévia com o novo gestor sobre os rumos que o município deve tomar. Assim sendo, a recomendação de cancelamento de contratos pode ser rejeitada por Arlindo Landolfi.

"Recomendar nós vamos. Cabe a ele aceitar. Se não aceitar, aí cabe a nós como legisladores o processo de investigação interna dentro desses contratos para ver se tem vício realmente e aí a gente vai fazer a parte da da Câmara que é tocar para frente junto ao novo prefeito".

NOVO PREFEITO

Em cerimônia rápida, Arlindo Landolfi Filho (Republicanos) foi empossado na manhã desta sexta-feira (12) como prefeito interino de Terenos.

Novo prefeito de Terenos Arlindo Landolfi FilhoNovo prefeito de Terenos, Arlindo Landolfi Filho

Durante o discurso de posse, Arlindo pediu empenho aos servidores públicos, para que forneçam um serviço humanizado à população.

"Hoje mais que nunca vou precisar da ajuda de cada um de vocês. Façam o seu melhor. Eu quero fazer essa prefeitura uma prefeitura humanizada, então deem o seu melhor. Eu já sei que vocês trabalham muito bem, mas hoje estou pedindo ajuda de cada um de vocês, pessoal das nossas escolas, infraestrutura, façam o melhor de vocês. As professoras, eu sei do excelente trabalho que vocês já tem feito, mas eu quero que vocês deem aula como se estivessem dando aula para seus próprios filhos. Meus amigos da saúde, cuidem dos nossos pacientes como se estivessem cuidando de um familiar seu", solicitou o novo prefeito.

PREFEITO AFASTADO

Ontem (11), cerca de 48 horas após a prisão do chefe do Executivo do município de Terenos, distante pouco mais de 30 quilômetros da Capital, o até então prefeito,  Henrique Budke (PSDB), pediu afastamento do cargo de principal cadeira da cidade

Conforme repassado pelo defensor de Henrique, o agora ex-chefe do Executivo de Terenos disse que "foi surpreendido com a operação". 

Vale lembrar que Henrique Wancura Budke foi preso ainda na segunda-feira (9), durante operação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) batizada de "Spotless". Com 37 anos, ele foi reeleito no ano passado com 53,69% dos votos válidos, ou seja, 5.885 votos.

Agora, ele solicitou o afastamento da sua cadeira como chefe do Executivo, "para poder se concentrar em sua defesa". 

Questionado sobre um possível pedido de cassação do prefeito Henrique Budke, o presidente da Câmara Municipal afirmou que "não cabe mais a nós agora nada com relação ao prefeito Henrique. Ele está afastado do cargo e não está atrapalhando em nada na administração pública. Então, daqui para frente a Câmara vai cuidar de legislar e cuidar de ajudar a administração com o novo prefeito interino", pontuou.

ENTENDA O CASO

Segundo informações do Correio do Estado, Budke é investigado por corrupção ativa, fraude em licitação e liderança de organização criminosa.

Além do prefeito de Terenos, outras 15 pessoas também foram alvos de mandados de prisão na ação do Gaeco e Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), braços do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). Ao todo, foram cumpridos mais 59 mandados de busca e apreensão.

De acordo com o Ministério Público, a Operação Spotless é uma continuação da operação Velatus, deflagrada em 2024, também em Terenos, e que investigou esquema de fraudes em licitações de obras.

“A investigação constatou a existência de organização criminosa voltada à prática de crimes contra a Administração Pública instalada no município de Terenos/MS, com núcleos de atuação bem definidos, liderada por um agente político, que atuava como principal articulador do esquema criminoso”, diz nota do Gaeco.

O líder desse grupo, conforme apuração do Correio do Estado, seria justamente Budke.

Conforme apurado pelo Ministério Público, o grupo usava servidores públicos para fraudar licitações no município de Terenos e direcionar esses certames para que determinadas empresas fossem as vencedoras.

Dessa forma, o grupo teria firmado contraTos que, somente em 2024, ultrapassaram a casa dos R$ 15 milhões.

“O esquema envolvia também o pagamento de propina aos agentes públicos que, em típico ato de ofício, atestavam falsamente o recebimento de produtos e de serviços, como ainda aceleravam os trâmites administrativos necessários aos pagamentos de notas fiscais decorrentes de contratos firmados entre os empresários e o poder público”, completou o MiniStério Público.

Essas informações, ainda de acordo com o MPMS, foram estabelecidas depois da Operação Velatus, deflagrada em agosto do ano passado, a qual cumpriu nove mandados em Terenos, cinco (de busca e apreensão) em Campo Grande e um em Santa Fé do Sul (SP), além de um mandado de prisão na Capital. 

Conforme a investigação, a partir de provas extraídas de alguns telefones celulares apreendidos, foi possível identificar “o modus operandi da organização criminosa e possibilitaram que se chegasse até o líder do esquema”.

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DOSIMETRIA

Tereza e Nelsinho votam a favor da redução da pena de Bolsonaro

A senadora Soraya Thronicke votou contra o projeto que reduz as punições aos envolvidos nos atos do 8 de jeneiro. Medida foi aprovada com 48 votos contra 25

18/12/2025 07h36

Soraya foi voto vencido, mas Nelsinho e Tereza ajudaram a aprovar o chamado projeto da dosimetria no Senado nesta quarta-feira (17)

Soraya foi voto vencido, mas Nelsinho e Tereza ajudaram a aprovar o chamado projeto da dosimetria no Senado nesta quarta-feira (17)

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Os senadores sul-mato-grossenses Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP) votaram a favor e a senadora Soraya Thronicke (Podemos) contra o projeto de lei que reduz as penas dos condenados por envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023 e do ex-presidente Jair Bolsonaro.  

O PL 2.162/23 acabou aprovado por 48 votos a favor e 25 contrários na noite desta quarta-feira (17), além de uma abstenção, sendo que agora a matéria segue agora para a sanção da Presidência da República.

O texto foi aprovado pelo plenário ser aprovado hoje mesmo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), após muita discussão e seis horas de reunião. Na Comissão foram feitas alterações com a inclusão de uma emenda do senador Sérgio Moro (União-PR) para limitar a redução de penas somente aos envolvidos nos atos golpistas. 

Este ponto era polêmico porque o projeto aprovado pela Câmara dos deputados poderia criar a possibilidade de a redução de penas beneficiar condenados por outros crimes violentos, como os envolvidos em organizações criminosas e delitos contra a administração pública.

O relator do PL, o senador Esperidião Amin (PP-SC), afirmou que o projeto busca “corrigir distorções” com foco nas condenações dos atos antidemocráticos do 8 de janeiro. Amin afirmou que o texto é o primeiro passo para uma futura anistia, e que “traz um alento, sem acirrar os ânimos”. Ele destacou que “há um consenso de que a mão [nos julgamentos] foi muito pesada. A narrativa de se tratar de “blindagem ampla” ou qualquer outra expressão que o valha não é verdadeira”.

Na prática, o projeto reduz a pena final de condenados por diversos enquadramentos dentro do mesmo ato golpista, inclusive nos processos já julgados ou pendentes sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 e 2023. É o caso do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a uma pena de mais de 27 anos.

O texto também cria uma regra de redução de pena para situações em que o crime for cometido em contexto de multidão. Nesse caso, quem não tiver financiado ou liderado as ações poderá receber um redutor de um terço a dois terços. A medida distingue quem atuou sem protagonismo de figuras organizadoras ou financiadoras dos atos antidemocráticos.

O projeto promove uma alteração na Lei de Execução Penal, para prever quando o condenado poderá passar para um regime mais brando. Com a mudança, os 16% (ou 1/6) da pena em regime fechado valerão para crimes com ou sem os critérios de violência ou grave ameaça. Além disso, os reincidentes — aqueles que já cometeram crimes — terão que cumprir 20% da pena. Com a legislação atual, os réus primários têm que cumprir 25% da pena em regime fechado, e os reincidentes, 30%.

Remição

Ainda pelo projeto, pessoas em prisão domiciliar poderão considerar o trabalho como forma de reduzir a pena a ser cumprida — a chamada remição. Atualmente, apenas o estudo pode remir a pena na modalidade domiciliar.

(Com informações da Agência Senado)

Política

Depois que aprovar a PEC da Segurança Pública, vamos recriar o ministério, diz Lula

Lula ainda reclamou da dificuldade de ministros em discutir a violência contra a mulher

17/12/2025 21h00

Presidente da República, Lula

Presidente da República, Lula Divulgação/Ricardo Stuckert

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira, 17, que não discute segurança pública por falta de competências previstas ao governo federal. Segundo Lula, é necessária a aprovação da PEC da Segurança Pública para definir as atribuições do Planalto sobre o tema. Ele voltou a prometer a criação do Ministério da Segurança Pública caso a emenda constitucional passe pelo Congresso.

"Eu nunca quis discutir segurança pública porque não era papel do governo federal porque a Constituição não dá ao governo federal o direito de se interferir na segurança pública. (...) Por isso que eu quero aprovar a PEC, porque depois que aprovar a PEC, que definir o papel da União na questão da segurança pública, nós vamos criar o Ministério da Segurança Pública", afirmou o presidente.

Lula ainda reclamou da dificuldade de ministros em discutir a violência contra a mulher. Segundo o petista, os ministros homens não conseguem discutir o tema com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.

O presidente também declarou que os possíveis adversários dele em 2026 não possuem novidades para oferecer aos eleitores. "Quero saber quais as novidades que eles vão propor", declarou Lula.

 

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