Cidades

MATO GROSSO DO SUL

Com 39ª na noite de ontem, mortes por intervenção policial caem 36%

Se comparado com o mesmo período de 2024, ano passado Mato Grosso do Sul somava 22 vítimas a mais, apontam dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública

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Lucas Manaca, de 19 anos, é a 39ª vítima morta por intervenção de agente do Estado neste 2024, após confronto com equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, na noite de segunda-feira (03), no Jardim Itamaracá, em Campo Grande. 

Antes da morte de Lucas, Mato Grosso do Sul contabilizava, até junho deste ano, 38 vítimas mortas por intervenção de agentes de Estado, sendo esse número, 36% menor que o registrado durante mesmo período de 2023. 

Dados estatísticos da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) mostram que, entre janeiro e junho do ano passado, 61 pessoas tinham sido mortas por forças policiais em MS. 

Conforme boletim de ocorrência, a equipe do Batalhão se deslocou até a rua Hene Faed no Itamaracá, após ser informada que Lucas usava da residência para prática de delitos, como o tráfico de drogas, além de supostamente estar fornecendo armas para organizações criminosas. 

No início da noite, segundo relatos policiais, Lucas foi avistado próximo ao portão e correu para dentro de casa ao ver a viatura, com os policiais recebidos por sua esposa ao chegarem na residência. 

O boletim descreve que, pelo portão, os policiais visualizaram Lucas carregando duas mochilas e uma arma na mão, momento em que foi para os fundos da casa e o texto descreve que o alarme do vizinho foi disparado pelo rompimento da cerca elétrica, com os agentes descrevendo que Lucas tentou se desfazer de objetos em um terreno baldio vizinho ao imóvel. 

Com isso começou o cerco policial, com o texto descrevendo que os agentes pularam uma janela para surpreender Lucas, momento em que esse teria atirado contra os policiais, como descreve o b.o “não restando alternativa senão o revide da injusta agressão”.

“Diante da complexidade da ocorrência, após o agressor atingido, foi feito o desarme, notando visível seus sinais vitais, o mesmo foi socorrido até a UPA Universitário, chegando ainda com vida, confirmado o óbito minutos depois pelo médico de plantão”, expõe o boletim. 

Ação policial

Durante as buscas policiais, os agentes relatam a apreensão de substâncias ilícitas, que estavam condicionadas em duas mochilas, totalizando:

  • 51 porções de Maconha (1370 gramas);
  • 19 porções de Cocaína (3440 gramas);

Ainda, os policiais descrevem que foi localizado um revólver calibre 38 e espingarda adaptada.22, além de diversas munições distintas. 

Letalidade oscilante

Para além da queda anual do período, análise da última década mostra que os números da letalidade policial em Mato Grosso do Sul enfrenta altos e baixos desde 2014, porém, ano passado segue sendo o maior índice desde 2014, como apontou o Correio do Estado ainda em maio

letalidade policial dos últimos 10 anosLetalidade policial dos últimos 10 anos. Reprodução/Sejusp

Há 10 anos o Estado encerrava 2014 com apenas três mortes, número que aumentou anualmente até o primeiro pico em 2019, quando 70 vítimas foram contabilizadas no período de 12 meses, um crescimento de 2233% em cinco anos. 

No ano seguinte (2020), as mortes caíram para 30 ao ano, mesmo patamar observado em 2016, quando 33 pessoas morreram por intervenção policial em Mato Grosso do Sul. 

Ainda que 2021 e 2022 tenham registrado 49 e 51 vítimas, respectivamente, mortas por agente do Estado em MS, o aumento anual observado no ano recorde de 2023 - quando 131 vítimas foram contadas - é de 156% em doze meses.
**(Colaborou Evelyn Thamaris) 

 

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Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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