Lideranças da direita sul-mato-grossense articulam um buzinaço no próximo dia 3 de agosto, protesto contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, além do pedido de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A manifestação também pede perdão jurídico aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Encabeçada por políticos do Partido Liberal (PL), a manifestação marcada para às 10h na Praça do Rádio, tem o vereador Rafael Tavares e Ana Portela entre os entusiastas. Em suas redes sociais, o vereador convocou apoiadores. "Reaja, Brasil. Chegou a hora de ir para rua. Dia 3 de agosto, a partir das 10 horas, buzinaço em Campo Grande. Quem vem comigo?", publicou nas redes sociais.
Ao Correio do Estado, Tavares destacou que as manifestações crescem de forma organiza em todo o país, e que Campo Grande não poderia ficar de fora.
A vereadora Ana Portela reforçou a convocação aos protestos. "Tentaram calar o Brasil, mas esqueceram de avisar o povo! Ainda somos milhões. Ainda temos voz. No dia 3 de agosto vamos lembrar ao Brasil inteiro de uma verdade incômoda: o povo não se cala, não se curva, e não esquece quem tentou acabar com sua liberdade", afirmou.
A mobilização ocorre em meio à repercussão de medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro por determinação de Moraes, como o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher noturno, proibição de uso de redes sociais, e restrição de contato com embaixadores, os próprios filhos e outros investigados no inquérito da trama golpista.
O ministro do STF advertiu o ex-presidente nesta segunda-feira (21), em Brasília, quanto ao cumprimento das medidas, que fazem parte do inquérito no qual o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é investigado por articular, com aliados nos Estados Unidos, retaliações contra ministros do STF e tentativas de interferência em processos judiciais.
Na capital, uma reunião com lideranças religiosas, políticas e representantes da sociedade civil está marcada para terça-feira (22), com o objetivo de definir os detalhes finais da manifestação.
Além de Campo Grande, atos semelhantes estão sendo articulados em outras cidades do país. O pastor Silas Malafaia, por exemplo, convocou um grande ato na Avenida Paulista, alegando que a mobilização ocorre por pressão popular, em resposta às ações da Polícia Federal e às decisões do Supremo.
Confira as medidas determinadas contra Bolsonaro
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 6h, de segunda a sexta-feira, e integral nos fins de semana e feriados;
- Proibição de aproximação e de acesso a embaixadas e consulados de países estrangeiros;
- Proibição de manter contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras;
- Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
- Proibição de manter contato com Eduardo Bolsonaro e investigados dos quatro núcleos da trama golpista.
As pautas principais das manifestações incluem críticas ao STF, defesa da liberdade de expressão, pedidos de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro.


