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Instituto irá resgatar peixes "ilhados" em poças no Rio da Prata

Após 14 dias monitorando o trecho do rio Prata que secou no município de Jardim, o Instituto Guarda Mirim Ambiental resgata, nesta sexta-feira (19), os primeiros peixes

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O Instituto Guarda Mirim Ambiental, que está acompanhando a situação dramática de peixes que ficaram ilhados em poças, prepara a primeira remoção dos animais devido ao Rio da Prata ter secado em uma extensão estimada de 6 km, acima da ponte do Curê, em Jardim.

Pelo segundo ano, os peixes estão sobrevivendo em diversos pontos onde poças de água se formaram e estão diminuindo a cada dia. Conforme explicou o presidente do instituto, Nisroque da Silva Soares, são vários fatores que contribuem para a criticidade da situação.

“É o Rio da Prata importante para toda a região, é um rio cênico, por isso a nossa preocupação. Não é um riozinho qualquer, não é um córrego, ele é fundamental. Se a gente não se preocupar com esse local que está acima dos pontos turísticos, embora nesses locais ele continue fluindo bem por ter três nascentes abaixo desse ponto que o estão alimentando, ele tá mantendo. Precisamos levantar essa problemática e ver o que pode ser feito para minimizar”, explicou Nisroque.

Ação em 2025 / Crédito: Instituto Homem Pantaneiro

Como apontou ao Correio do Estado, a situação está se repetindo mais uma vez, e é preciso chamar a atenção das autoridades para um planejamento alinhado que tente reduzir os danos na região.

“Acredito que, para minimizar a situação, é preciso ser feito um reflorestamento, a conservação da mata ciliar, das pequenas nascentes que alimentam esse rio, o banhado que alimenta o Rio da Prata e que foi muito atacado, durante algum período, com drenos e outras intervenções. Ou se criar um parque, ou aumentar o Parque da Serra da Bodoquena, onde nasce o rio que está na margem da Serra da Bodoquena, e criar uma unidade de conservação”, pontuou.

Crédito: Instituto Guarda Mirim Ambiental

Realocamento dos peixes

O grupo do Instituto, formado por oito pessoas, está realizando o monitoramento desde o dia 6 de setembro e inicia a remoção dos peixes nesta sexta-feira (19), de poças que estão quase secas.

“Nesse primeiro momento, a ação não vai ser grande porque são cardumes pequenos, numa parte em que o rio está secando muito rápido. Deve dar uma viagem apenas.”

No ano anterior, o Instituto realizou duas intervenções para a retirada dos peixes, e a estimativa foi a remoção de mais de 600 animais, que posteriormente foram devolvidos em outro ponto do rio.

Já nessa primeira intervenção, Nisroque explicou que o grupo vai atuar nas poças menores, em que os animais precisam ser retirados imediatamente devido à velocidade com que a água está evaporando.

A expectativa, para a próxima semana, caso não caia a chuva tão esperada, é de um trabalho maior em outra poça, que está conseguindo se manter por ter um pouco mais de água.

“Vamos utilizar, para o resgate dos peixes, a nossa caminhonete, oxigênio, duas caixas d’água, a equipe de busca e a de transporte.”

Além dos voluntários do Instituto, outras pessoas irão participar. Neste ano, o Atrativo Recanto Ecológico Rio da Prata e o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) não irão auxiliar com efetivo, mas enviaram recursos. Também auxiliam a Polícia Militar Ambiental (PMA) e proprietários rurais.

A ação ocorre com aval do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que autorizou a retirada dos animais.

“A situação é desesperadora. Temos imagens na sequência, e a água seca muito rápido, parece que é um sumidouro, ela some de repente. É assustador. Essa intervenção de amanhã tem que ser rápida porque as duas poças estão esvaindo gradualmente.”

A estimativa, segundo o presidente, é que uma das poças, onde os peixes estão lutando pela sobrevivência, tenha seis metros por dois, enquanto a outra possua dez metros por quatro.

Entre as espécies observadas, os peixes ilhados incluem:

  • piraputanga;
  • curimba;
  • lambari;
  • pequenos peixes.

“Dourados não vimos. Geralmente ele se esconde um pouco. Amanhã vamos confirmar se há essa espécie. Mas, na poça grande onde iremos fazer a próxima ação, avistamos a presença do peixe-dourado.”

 

Secas em principais rios de MS

Em 2024, como acompanhou o Correio do Estado, os principais rios que alimentam o Ecoturismo e o Pantanal secaram

Os rios da Prata e Miranda, os quais têm não só importância econômica – abastecendo água direta e exclusivamente ao menos três cidades de MS ou pouco mais da metade (51%) da população sul-mato-grossense –, mas também para a manutenção de um sistema complexo de biodiversidade, têm apresentado uma série de sinais de degradação, com trechos que chegaram a secar integralmente ao longo de 11 km de percurso.

Naquele período, tanto o Rio da Prata quanto o Rio Miranda sofreram pressão diante da estiagem severa e da constatação de passivos ambientais em áreas de Cerrado. Por isso, suas respectivas sobrevidas entraram na pauta de inquéritos do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS).

Espetáculo da natureza sul-mato-grossense

 

 

 

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Greve

Sem ônibus, idosos enfrentam dificuldade com carros de aplicativo

Ao procurar atendimento médico no Centro Especializado Municipal, em Campo Grande, idosos enfrentam alto custo e confusão na hora de solicitar o serviço por aplicativo

16/12/2025 17h15

Crédito: Pagu / Correio do Estado

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Com a greve dos motoristas de ônibus, idosos que tinham consultas marcadas enfrentaram dificuldades para chamar veículos por aplicativo na tarde desta terça-feira (16), na saída do Centro Especializado Municipal, em Campo Grande.

Na ausência de pessoas para ajudar, a reportagem foi abordada pelo auxiliar de pedreiro Davi Soares, de 60 anos, que tentava voltar para casa, mas não conseguia auxílio.

O idoso relatou que iria de ônibus, mas, devido à greve do transporte público, teve de recorrer ao serviço por aplicativo. Ele compareceu ao Cem para uma consulta com o dentista, pois está em processo de confecção de uma prótese dentária.

Morador do Jardim Noroeste, Davi passou pela consulta, e o retorno está previsto para fevereiro de 2026. No entanto, ele enfrentava dificuldades para entender o funcionamento do aplicativo.

“Eu tô com dificuldade para chamar um carro e voltar para casa, né?”, disse.

Davi Soares, tentando entender o aplicativo / Crédito: Pagu / Correio do Estado

Além da mudança na forma de transporte, como noticiou o Correio do Estado, a greve dos ônibus aumentou em 140% as viagens por veículos de aplicativo.

Com isso, idosos que não podem perder consultas estão desembolsando valores mais altos. É o caso da artesã Shirley Aparecida Dias, de 64 anos, que levou a mãe para uma consulta.

“A corrida [quando o ônibus não está em greve] fica, em média, uns R$ 17 ou R$ 18, e hoje deu R$ 24”, informou Shirley, em uma situação em que a mãe dela aguardou um ano e meio para passar pela consulta com um médico entomologista.

Greve

Com o transporte parado pelo segundo dia consecutivo e a paralisação sem previsão de término, esta é a maior greve que a Capital enfrenta nos últimos 31 anos.

Hoje, mais uma vez, os terminais Morenão, Julio de Castilho, Bandeirantes, Nova Bahia, Moreninhas, Aero Rancho, Guaicurus, General Osório e Hércules Maymone amanheceram fechados sem nenhuma "alma viva".

Em contrapartida, as garagens amanheceram lotadas de ônibus estacionados. A greve foi alertada antecipadamente, estava prevista e não pegou passageiros de surpresa.

Por conta da chuva, ficou mais difícil recorrer a alternativas nesta terça-feira (16), sendo impossível chegar de bicicleta ao trabalho e complicado pagar o preço sugerido pelos transportes por aplicativo.

A greve ocorre por falta de pagamento. Com isso, os motoristas reivindicam por:

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

** Colaborou: Naiara Camargo

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Cidades

Em meio à crise do transporte, comércio antecipa folga de funcionários

Na falta de clientes nas lojas da região central, empresas liberam colaboradores enquanto aguardam a resolução da greve de ônibus

16/12/2025 16h45

Crédito: Pagu / Correio do Estado

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O comércio da região central, que esperava aumentar o volume de vendas a oito dias do Natal, está tendo de antecipar a folga dos funcionários devido ao esvaziamento da região em decorrência da greve dos motoristas de ônibus em Campo Grande.

A reportagem percorreu o entorno da Praça Ary Coelho, onde os pontos de ônibus estão servindo de local de espera para trabalhadores ou consumidores que se aventuraram e aguardavam um veículo por aplicativo.

Na Rua 14 de Julho, vendedores de lojas se ocupam organizando o estoque, formando filas à espera de um ou outro cliente, mas o cenário de incerteza marca a época do ano em que os lojistas esperam faturar mais.

Alguns estabelecimentos estão optando por antecipar a folga dos funcionários, já que, com a ausência da população que acessa o centro por meio do transporte coletivo, o movimento praticamente desapareceu.

É o caso de uma loja de calçados Anita, cuja gerente da unidade, Rayssa Dias dos Santos, relatou à reportagem que, na segunda-feira (15), quando a greve teve início, a loja ainda manteve um movimento tímido.

“Hoje a gente antecipou algumas folgas, primeiro porque o movimento fica mais calmo e, segundo, por ser menos um gasto para ter que trazer o funcionário de Uber.”

Nem a caravana de Natal da Coca-Cola deixa o setor confiante, uma vez que grande parte da população que costuma ir ao local, inclusive para aproveitar as atrações da Praça Ary Coelho, depende do transporte coletivo.

“Hoje vai ter a passeata da Coca-Cola, e eu acredito que muita gente precisa do ônibus para vir até o centro. Então, acredito que a paralisação do transporte público dá uma desequilibrada”, explicou Rayssa, e completou:

“A gente fica preocupada porque, querendo ou não, muita gente depende desse meio de transporte.”

Do outro lado da rua, na loja do Boticário, a gerente Suelen Benites Vieira, de 31 anos, explicou que a alternativa para enfrentar a falta de clientes tem sido a entrega em domicílio, serviço oferecido pela rede.

Entretanto, a greve dos motoristas de ônibus diminuiu de forma significativa o número de clientes no estabelecimento.

14 de Julho vazia, em horário que costuma ter fluxo de pessoas / Crédito: Pagu / Correio do Estado

“Realmente, seria o dobro, porque esta semana e a próxima são decisivas. Estamos vendendo muito para quem possui veículo, porque os que dependem de ônibus não estão vindo”, disse Suelen.

Na loja de vestuário, o gerente da Damyller, Cesar de Araújo, de 23 anos, recebeu a reportagem em um espaço que normalmente teria fluxo intenso de clientes, mas que, devido à chuva e ao custo do transporte por aplicativo, acabou tendo o cenário alterado.

“A greve de ônibus está impactando bastante não só a gente, mas também os outros comerciantes. Por exemplo, fui pegar uma marmita e ouvi reclamações. Isso está afetando tanto a rotina dos funcionários quanto o movimento do centro, e a gente percebe claramente essa diferença no fluxo”, pontuou Cesar.

Além disso, os funcionários só não estão sendo mais afetados e conseguem ir trabalhar porque as empresas se comprometeram a custear o transporte por aplicativo.

“A empresa está dando todo o suporte. Os funcionários pedem Uber e a gente ressarce o valor”, explicou Cleber, iniciativa que outros estabelecimentos também tiveram de adotar para não perder o efetivo.

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