Estreia de "O Auto da Compadecida 2" nos cinemas é o grande programa do último fim de semana do ano; Karla Coronel, Nini Dy Castro, Gabriel Chiad, Samba do Caramelo e Dumattu estão entre os destaques dos shows musicais
“Não sei, só sei que foi assim!”. A frase de Chicó (Selton Mello), parceiro de João Grilo (Matheus Nachtergaele) nas andanças tresloucadas da dupla pelo sertão do Nordeste, volta a tomar conta do Brasil neste fim de semana com a estreia de “O Auto da Compadecida 2”. O bordão do personagem criado por Ariano Suassuna (1927-2014), autor da peça teatral dos anos 1950 que virou sucesso nas telas de cinema, arremata os causos sem pé nem cabeça narrados por Chicó.
E as histórias cabeludas que ele conta são apenas uma parte da graça dos filmes, assim como do texto original. Antes da primeira versão do diretor Guel Arraes ir para as telas, em 2000, “O Auto da Compadecida” já tinha virado filme duas vezes. “A Compadecida”, de George Jonas, é de 1969.
“Os Trapalhões no Auto da Compadecida”, dirigido por Roberto Farias, foi lançado em 1987. O primeiro filme de Arraes, na verdade, é a versão condensada da minissérie em quatro capítulos que a Globo exibiu em 1999.
Elementos de outras peças de Suassuna – “O Santo e a Porca”, “Torturas de um Coração”, “A Pena e a Lei” – entraram na adaptação. E dessa vez, em “O Auto da Compadecida 2”, o diretor, que agora divide a função com Flávia Lacerda, voltou a recorrer a outras obras do autor, como “A Farsa da Boa Preguiça”, para calibrar o universo “suassuniano”, garantindo, assim, a robustez do novo roteiro, assinado por Jorge Furtado, João Falcão, Adriana Falcão e Arraes.
“O Auto da Compadecida 2” se passa 20 anos depois da primeira história e mostra a pacata rotina de Chicó na mítica cidade de Taperoá. Agora, ele vive da venda de santinhos esculpidos em madeira e conta a história da ressurreição de João Grilo. Seu grande amigo não dá notícias há duas décadas, e Chicó acha que ele morreu novamente. Mas eis que João Grilo reaparece vivinho da silva e cheio de planos mirabolantes, que vão virar a cidade de cabeça para baixo.
Tratado como uma celebridade, João Grilo é disputado como cabo eleitoral por dois políticos e tenta se valer do cacife para se dar bem. Só que nada sai como planejado, e ele terá que recorrer novamente à Compadecida, vivida por Taís Araújo.
“O Auto 2” é um filme essencialmente brasileiro e pop ao mesmo tempo, que rompe com os paradigmas do naturalismo sertanejo. É divertido, romântico e mantém uma dimensão espiritual acalentadora”, define a diretora Flávia.
Também no elenco, entre outros nomes: Humberto Martins (Coronel Ernani), Luis Miranda (Antônio do Amor), Eduardo Sterblitch (Arlindo), Fabiula Nascimento (Clarabela), Virginia Cavendish (Rosinha) e Enrique Diaz (Joaquim Brejeiro).
Vale dizer que Selton Mello também é um dos protagonistas do longa-metragem “Ainda Estou Aqui”, baseado na obra de Marcelo Rubens Paiva e com direção de Walter Salles, que segue em cartaz em Campo Grande e vem figurando como uma das grandes apostas do Oscar 2025.
CHIAD E CARAMELO
No Quiçá Gastrobar, quem animará a noite de hoje é o sanfoneiro Gabriel Chiad, com o show “Forrózinho do Chiad”, que tem entrada franca, a partir das 19h. Amanhã, quem vai tocar por lá é o DJ TGB. No domingo, a casa receberá o Samba do Caramelo, que sempre lota o Quiçá. As duas atrações também são gratuitas e o bar oferece ainda promoções variadas a cada dia no seu cardápio de bebidas. Rua Euclides da Cunha, nº 488, Jardim dos Estados.
DUMATTU
Hoje, a Cervejaria Canalhas (Rua Oceano Atlântico, nº 99, Chácara Cachoeira) será o palco do show “Dumattu de Virada”, com a banda Dumattu, última apresentação musical deste ano da casa de cervejas artesanais. “A noite vai ter uma mistura explosiva de pop, rock e energia contagiante”, convida a guitarrista e vocalista Leca Harper. Ingressos pelo Sympla a R$ 30 (+ R$ 3 de taxa). Funcionamento a partir das 19h.
KARLA CORONEL
Karla Coronel voltará a ocupar o Ponto Bar hoje, dessa vez com a participação de Gio Resquin, Dovalle e Ruschel, com quem a cantora vai apresentar o show “Made In Brazil”. No repertório, canções de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Seu Jorge, Marina Sena, Duda Beat e Liniker. Aliás, o álbum “Caju”, de Liniker, serviu de combustível para a mais recente – e concorrida –apresentação de Karla no Ponto, em 14/11. Rua Dr. Temistocles, nº 103, Centro. Ingressos via Sympla a R$ 15 (+ R$ 2,50 de taxa). A partir das 19h.
COVER NO GROWLER
Amanhã, a partir das 18h, o Sunset Growler Station (Av. Afonso Pena, nº 5.668, Chácara Cachoeira) encerra a sua agenda de shows com três bandas locais fazendo o repertório de três nomes do rock nacional: Kefla (Charlie Brown Jr.), Redenção (NxZero) e CPM Cover MS (CPM 22). Ingressos a R$ 35 (+ R$ 3,50 de taxa) via Sympla.
14 DE JULHO
No circuito da Rua 14 de Julho, tem discotecagem com Pizza Noise, hoje, e DJ Daileon, amanhã, sempre às 20h, no Copo Bar, que fica no nº 2.530 da via pública. Grátis. Uma quadra antes, no nº 2.459, o Má.Donna Bar receberá o baterista e cantor Nini Dy Castro, hoje, e o grupo Sampri, neste domingo. A partir das 18h, grátis.
MANOEL DE BARROS
A Casa-Quintal Manoel de Barros, no Jardim dos Estados, receberá o público hoje para uma visita guiada em dois horários – às 10h e às 11h. Trata-se da residência onde o poeta viveu ao lado da esposa, Stella, e escreveu seus livros durante três décadas. Todo o mobiliário permanece no local e a biblioteca do escritor, falecido há 10 anos, é um dos pontos altos do passeio. Rua Piratininga, nº 363. Entrada a R$ 35 (+ R$ 3,50) via Sympla.
Assine o Correio do Estado