Cidades

Convocação de Emergência

Prefeitura escala mais profissionais de saúde em Upa após morte de mulher durante atendimento

Família diz que Marcelly foi submetida a longa espera; município se defendeu; coincidentemente, hoje, UPA do Coronel Antonino tem mais gente trabalhando

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Apesar da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) pontuar que a morte da assistente social Marcelly Almeida, de 33 anos, não foi uma situação de defasagem no atendimento, foram convocados 48 profissionais de saúde para reforçar o quadro das Upas da Capital.

A convocação foi publicada no Diogrande desta quarta-feira (24). A homologação sai no dia em que Marcelly Almeida será velada. 

Todos os convocados foram aprovados em Concurso Público de Provas e Títulos da Sesau. Além de estarem aptos para atender também nas mais de 70 Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF), nas sete regiões urbanas e distritos do município.

Os profissionais podem ser remanejados para unidades de Rede Especializada, Saúde Mental, Urgência e Emergência "entre outros serviços" da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

Veja a lista de especialidades 

  • 1 -  Médico Ortopedista
  • 2 - Enfermeiros
  • 7 -  Farmacêuticos
  • 6 - Técnicos em Radiologia
  • 6 - Técnicos de Enfermagem
  • 8 - Auxiliares de Saúde Bucal
  • 12 - Assistentes de Serviço de Saúde
  • 1 - Fonoaudiólogo 
  • 1 - Técnico de Laboratório
 

Upa Coronel Antonino

Ao ser questionada sobre reforço de profissionais na Upa Coronel Antonino diante das reclamações de demora no atendimento, a Sesau optou por divulgar o novo quadro de convocados. 

Ressaltando que todos os profissionais passam por "constante capacitação" e "treinamento de acolhimento, de manejo de procedimentos". A reportagem questionou quais cursos são oferecidos para a reciclagem dos profissionais, veja a resposta:
 

"Os profissionais passam por constante capacitação. Treinamentos de acolhimento, de manejo e procedimentos.  O óbito não está relacionado a uma defasagem no quadro funcional da unidade. A escala estava completa, sendo todos os pacientes sendo atendidas em tempo protocolar. Nos últimos três anos, a Sesau convocou mais de 1,4 mil profissionais aprovados em concurso, incluindo médicos e enfermeiros. Hoje, inclusive, houve a publicação da nomeação de mais 48 que serão designados às unidades".

 

A Prefeitura classificou o certame realizado em 2019 como "maior concurso da saúde pública de Campo Grande". E destacou que até o momento 1,4 mil profissionais de saúde foram convocados. 

A conselheira tutelar, que atuava no Cotolengo, deixou duas filhas de 11 e 14 anos. A mais velha comemoraria o aniversário no próximo sábado. A tia do marido dela, Marly Lima, chegou a questionar: "quantas Marcelly, quantos Beneditos terão que morrer assim por falta de socorro? Por omissão desse pessoal?".

Entenda

Marcelly Almeida, de 33 anos, morreu no final da tarde desta terça-feira (23) conforme familiares, a paciente foi "deixada" na ala amarela, da Upa Coronel Antonino, em Campo Grande. Essa teria sido a segunda vez que a mãe de duas meninas recebeu atendimento e o caso dela não foi classificado como prioritário.

O marido Thiago Lopes, 39 anos, levou Marcelly para receber atendimento e conversou com uma funcionária explicando que ela não estava bem como resposta, escutou "espera que vou ao banheiro e já atendo ela" e completou:

"Demorou um pouco [a atendente] voltou e falou: 'não a ficha dela é amarela. Ela aguenta esperar como qualquer outro'. Ela começou a passar mal, disse 'minha vista está escurecendo' eu fui lá e avisei. Depois colocaram ela deitada lá dentro e não me deixaram entrar", contou o marido.

Ainda, segundo Thiago, pediu a para um enfermeiro conhecido que olhasse por Marcelly. "Daí ele atendeu ela e começou os procedimentos e ela começou a piorar", relatou o marido.

Em dado momento, enquanto era levada para fazer o raio-x, Thiago perguntou a Marcelly o que estava acontecendo, ela apenas respondeu que não estava se sentindo bem. O marido questionou a equipe médica sobre a situação da companheira e disseram que só teria notícias a partir do horário de visita e antes disso escutou "não tem como você saber". 

"Quatro e meia voltei lá e [o profissional da saúde] disse 'estou fazendo procedimento aqui, você quer que eu te atenda ou faça o procedimento na sua mulher?'", disse.

 

"Não tem como você saber"


O marido relatou que levou a esposa na Upa em torno de 13h30, no entanto, ela só recebeu atendimento por volta das 15h. Além de ter circulado no dia anterior em três Upas da Capital. 

Após a triagem, por ser colocada na ala amarela, Marcelly ficou esperando enquanto seu estado de saúde foi piorando. "Na triagem a pressão dela 7 por 4. Já estava mal. Começou a escurecer a vista dela, foi quando pedi ajuda de novo. Foi então que eles levaram ela lá para dentro. Isso foi negligência desse posto", desabafou.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) emitiu nota dizendo que a paciente ao contrário do que relataram os familiares assim que recebeu a cor amarela seguiu diretamente para atendimento médico, tendo ficado em observação. Veja a nota na íntegra:

"A Secretaria Municipal de Saúde  (SESAU) esclarece que a paciente deu entrada na  UPA Coronel Antonino no início da tarde de hoje, passou por classificação e recebeu a cor amarela, sendo encaminhada  diretamente para atendimento médico. Ela permaneceu em observação sendo medicada e monitorado os sinais vitais no setor de estabilização da unidade, e que devido ao rápido agravamento do quadro clínico precisou ser encaminhada para a sala de emergência. Na sala de emergência,  devido a piora do estado clínico, a paciente evoluiu com uma parada cardíaca sendo intermediada pela equipe de emergência porém sem sucesso. A SESAU também informa  que todo os procedimentos aconteceram dentro do tempo protocolar conforme a classificação de risco, e que lamenta o falecimento da paciente e  aguarda o resultados de exames para a elucidação diagnostica". 

 

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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

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Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

atraso nas chuvas

Nível do Rio Paraguai começa a subir e traz alento à mineração

Nos últimos 12 dias subiu 24 centímetros na régua de Ladário, mas ainda está longe de alcançar o nível ideal para o transporte de minérios

20/12/2025 18h30

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

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Depois de chegar a 3,31 metros na régua de Ladário no dia 16 de julho, o nível do Rio Paraguai estava baixando ininterruptamente até o dia 8 de dezembro, quando atingiu a mínima de apenas 24 centímetros. Depois disso, começou a subir, mas tardiamente. No ano passado ele começou a subir quase dois meses mais cedo.

E, apesar de até agora as chuvas terem sido escassas na região norte de Mato Grosso do Sul e no sul de Mato Grosso, o nível do rio está melhorando nos últimos 12 dias e neste sábado amanheceu  em 54 centímetros. O nível ainda está longe do necessário, mas já traz alívio para o setor de transporte de minérios, que está praticamente parado faz dois meses. 

Nos dez primeiros meses do ano foram escoados, segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), 7,6 milhões de toneldas de minérios pela hidrovias, batendo todos os recordes de movimentação. Incluindo grãos e outros produtos, o volume transportado pelo Rio Paraguai chega a 8,2 milhões de toneladas em dez meses de 2025.

Em 2023, que até então era o melhor ano do setor, o volume de minérios havia chegado a 5,6 milhões de toneladas nos dez primeiros meses do ano. Naquele ano, porém, havia muito mais água no rio e o pico da cheia chegou a 4,24 metros. Depois que ultrapassa os quatro metros em Ladário o rio começa a transbordar e a alagar a planície pantaneira.

No ano passado, quando atingiu seu pior nível da história, com 69 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário, as chuvas fortes chegaram mais cedo e o Rio Paraguai começou a subir já a partir do dia 17 de outubro. 

Por conta disso, no dia 20 de dezembro já estava em 94 centímetros, o que é 40 centímetros acima do nível em que amanheceu neste sábado (20). Estas chuvas logo no início da temporada, em setembro do ano passado, foram fundamentais para que o transporte de minérios fosse retomado logo no começo de 2025.

O cenário, porém, será diferente no começo de 2026. Sem as dragagens que estão previstas no projeto de concessão da hidrovia, o nível ideal para o transporte é acima de 1,5 metro. Porém, as barcaças ainda descem pela hidrovia, com volume menor, até que o rio tenha em torno de um metro na régua de Ladário. 

E, como até agora os rios subiram pouco na região sul de Mato Grosso, a pespectiva é de que o nível em Ladário só chegue a 1,5 metro depois de janeiro, atrapalhando o transporte de minérios no primeiro mês do ano. Em janeiro de 2025, por exemplo, foram despachadas 521 mil toneladas de produtos. No final do mês o rio já estava em 1,34 metro. 

O nível se manteve acima de um metro até o dia 20 de outubro deste ano. No dia primeiro daquele mês ainda estava em 1,79 metro, mas recuou rapidamente e no final do mês estava em apenas 66 centímetros. Mesmo assim, segundo a Antaq, ainda foram despachadas 678 mil toneladas de minérios, o que equivale ao volome de cerca de 14 mil carretas bi-trem somente em outubro. 

TRIBUTÁRIOS IMPORTANTES

Embora os rios Miranda e Aquidauana desemboquem no Rio Paraguai abaixo da régua de Ladário, a água destes dois tributários é fundamental para melhorar a navegabilidade. E, esta semana foi a primeira vez que ambos superaram a marca dos quatro metros, segundo dados do Imasul. 

Na sexta-feira (19), em Aquidauana, o rio com o mesmo nome da cidade alcançou 4,56 metros, o que ainda é 1,5 metro abaixo do nível de alerta. Somente quando supera os 7,3 metros é que entre em situação de emergência. Ou seja, já se passaram quase quatro meses do período de chuvas e o Aquidauana não encheu nenhuma vez. 

Situação parecida ocorreu com o Miranda. Após as chuvas do começo da última semana, ele chegou a 4,48 metros na régua instalada próximo à cidade de Miranda. Ele também só entra em situação de emergência depois que ultrapassa os 7 metros, o que não aconteceu nenhuma vez na atual temporada de chuvas. 

O Rio Coxim, por sua vez, chegou a entrar em nível de alerta ao longo da última semana, ultrapassando os quatro metros. Mas, depois de alcançar 4,16 metros começou a baixar. Somente depois que ultrapassa os cinco metros é que se considera que ele encheu. 

O Rio Piquiri, na divisa com Mato Grosso, que entra em situação de emergência somente depois que ultrapassa os 5,8 metros, estava em apenas 2,12 metros nesta sexta-feira, apesar das chuvas que atingiram a região ao longo da semana. 


 

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