Cidades

OPERAÇÃO TIRADENTES

STJ afasta desembargador de MS que soltou mega-traficante

Dinvoncir Maran e familiares foram alvos de busca e apreensão nesta quinta-feira por causa de suspeita de corrupção na soltura de traficante condenado a 126 anos

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Menos de 24 horas após o Correio do Estado publicar reportagem informando que em exatos dois meses o desembargador Divoncir Schreiner Maran vai se aposentar e assim escapar ileso da investigação aberta pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por soltar um traficante de drogas condenado a 126 anos de prisão, agentes da Polícia Federal amanheceram na manhã desta quinta-feira (8) em seu gabinete no Tribunal de Justiça e ele foi afastado de suas funções por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

A assessoria do Tribunal de Justiça se limitou a informar que o “Tribunal de Justiça não irá se manifestar” sobre o assunto. O CNJ decidiu em 5 de setembro do ano passado instaurar Processo Administrativo Disciplinar para apurar a denúncia de um juiz de que a soltura do traficante Gerson Palermo havia sido irregular. 

Depois daquela decisão, porém, a investigação ficou engavetada e somente agora teve seus primeiros desdobramentos. Porém, segundo um jurista que acompanha o caso e que pediu anonimato, no dia 6 de abril o desembargador completa 75 anos e no dia seguinte vai se aposentar, fazendo com que o caso seja arquivado, segundo entendimento dele. 

Mas, a operação desta quinta-feira mostrou que o CNJ finalmente deu sequência à investigação e por isso do desembargador foi afastado de suas atividades.

A ação desta quinta-feira foi batizada de “Operação Tiradentes”, pois foi no meio do feriadão de 21 de abril de 2020 que o desembargador concedeu prisão domiciliar a Gerson Palermo, com uso de tornozeleira, mas que depois disso fugiu e nunca mais foi encontrado. 

Nota da Polícia Federal emitida nesta quinta-feira informa que está sendo investigada a “prática de corrupção passiva e lavagem de capitais por membro do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul”, dando a intender que o desembargador teria recebido propina para tirar Gerson Palermo da prisão. 

Os policiais cumprem nove mandados de busca e apreensão, autorizados pelo Superior Tribunal de Justiça, em Campo Grande e em Bonito.  O STJ ainda determinou “a proibição de acesso do investigado às dependências do Tribunal de Justiça, em quaisquer de suas sedes, além da comunicação com funcionários e utilização de seus serviços, seja diretamente ou por interposta pessoa, sob pena de decretação da prisão preventiva”.

A investigação teve participação da Receita Federal, deixando claro que o sigilo bancário do desembargador e familiares foi quebrado. Parte dos mandados de busca e apreensão tiveram como alvo filhos do magistrado. 

A soltura do mega-traficante foi revogada no dia seguinte por outro desembargador, Jonas Hass Silva Júnior, mas ele já havia rompido a tornozeleira eletrônica e fugido. As investigações seguem em segredo de justiça no âmbito do STJ.

A decisão, por 11 votos a 4, do Conselho Nacional de Justiça para instaurar Processo Administrativo Disciplinar para investigar o magistrado foi tomada mais de três anos depois de ele ter sido denunciado por um juiz que estranhou a soltura de um dos mais conhecidos traficantes de Mato Grosso do Sul e que tinha condenação superior a um século.

Entre os principais argumentos acatados pelos conselheiros que votaram contra o desembargador estão o fato de ele não ter ouvido o Ministério Público, ter tomado a decisão em um plantão, o fato de o réu ter condenação de 126 anos e ter menosprezado a informação de que ele é piloto aéreo e teria facilidade para fugir do país.

Os quatro que votaram a favor de Divoncir consideraram principalmente o fato de a soltura ter ocorrido por conta da pandemia, em um período em que havia muitas dúvidas a respeito das consequências do COVID.

Mas, o corregedor do CNJ, Luis Felipe Salomão, lembrou que a defesa não apresentou nenhum atestado médico para justificar a sua soltura e que naquela época a pandemia ainda estava bem no começo e ninguém tinha noção de sua gravidade.

A investigação do CNJ poderá resultar em absolvição total, em uma simples advertência e até aposentadoria compulsória, equivalendo à demissão. O caso somente chegou ao CNJ porque o juiz Rodrigo Pedrini Marcos, da 1ª Vara Criminal de Três Lagoas, insistiu em apontar supostas irregularidades da soltura do traficante. 

Na denúncia que o juiz de Três Lagoas levou ao CNJ, ele insinua que o pedido de liminar foi feito exatamente naquele dia porque os advogados de Palermo sabiam que Divoncir Maran estava de plantão. 

Prova disso, segundo ele, é que outros três plantonistas já haviam trabalhado depois que o juiz de primeira instância negou o pedido de relaxamento da prisão e mesmo assim o recurso não fora impetrado. 

Preso pela última vez em 2017 pela Polícia Federal, Palermo tem uma série de passagens pela polícia por envolvimento com o tráfico de cocaína desde 1991. Ele participou, também, do sequestrou de um avião que levava malotes com R$ 5,5 milhões do Banco do Brasil no ano de 2000. 

O desembargador Divoncir Maran já presidiu o Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele está na magistratura desde 1981. Mas, mesmo que fosse demitido, teria direito ao salário de qualquer outro magistrado aposentado, da ordem de R$ 40 mil (além de alguns penduricalhos) já que juízes têm cargo vitalício no Brasil. 

 

Estragos

Ventania deixou o interior e 40 bairros sem energia na Capital; saiba o que fazer

Conforme a concessionária de energia, os bairros estão parcialmente sem luz, e várias equipes trabalham desde ontem (20) para restabelecer o serviço, tanto em Campo Grande quanto no interior do Estado

21/09/2024 14h30

Divulgação Energisa

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Com ventos que ultrapassaram 60 km/h, vários municípios de Mato Grosso do Sul registraram estragos e, consequentemente, falta de luz em decorrência da queda de árvores. Em Campo Grande, 40 bairros estão parcialmente sem energia elétrica.

A Energisa informou que, desde a sexta-feira (20), iniciou o plano de contingência para agilizar os reparos causados pela chuva que trouxe alívio, mas gerou dor de cabeça  ao consumidor. A concessionária também relatou queda de postes e até rompimento de cabos.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), houve registro de ventos de mais de 82 km/h.

No total, foram contabilizadas 655.438 descargas atmosféricas.

Municípios com maior índice de ventos:

  • Dourados: 51,1 km/h;
  • Camapuã: 51,1 km/h;
  • Nova Andradina: 58,3 km/h;
  • Três Lagoas: 62 km/h.
Crédito: Nova News

Em Nova Andradina, um galpão teve a cobertura de alumínio arrancada, e a estrutura caiu em cima de uma residência, assim como quedas de árvores na região central.

Enquanto isso, em Dourados e Anaurilândia, moradores registraram a queda de granizo. Em decorrência dos ventos fortes, vários municípios estão sofrendo com a queda de energia.

Entre os municípios que foram afetados pela queda de energia estão:

  • Campo Grande;
  • Jaraguari;
  • Bandeirantes;
  • Camapuã;
  • Sidrolândia;
  • Terenos;
  • Nova Andradina;
  • Bataguassu;
  • Ivinhema;
  • Dourados;
  • Caarapó;
  • Laguna Caarapã;
  • Jardim;
  • Bonito;
  • Nioaque;
  • Bela Vista;
  • Ponta Porã;
  • Antônio João;
  • Aquidauana;
  • Maracaju;
  • Rio Brilhante;
  • Itaquiraí;
  • Iguatemi.

Enquanto isso, em Campo Grande, os bairros parcialmente afetados são:

  • Jardim Centro Oeste;
  • Vila Nasser;
  • Parque do Lageado;
  • Santo Amaro;
  • Mata do Segredo;
  • Jardim dos Estados;
  • Moreninhas;
  • Parque dos Novos Estados;
  • Vila Popular;
  • Tiradentes;
  • Universitário;
  • Jardim Centenário;
  • Guanandi;
  • Conjunto Aero Rancho;
  • Jardim São Conrado;
  • Vila Carvalho;
  • Vila Bandeirantes;
  • Coronel Antonino;
  • Jardim Tijuca;
  • Parque Residencial Rita Vieira;
  • Pioneiros;
  • Maria Aparecida Pedrossian;
  • Carandá Bosque;
  • Jardim Tarumã;
  • Santa Fé;
  • Jardim Batistão;
  • Vila Taquarussu;
  • Jardim Seminário;
  • Parque Residencial União;
  • Vila Planalto;
  • Cabreúva;
  • Vila Sobrinho;
  • Amambai;
  • Cruzeiro;
  • Vila Taveirópolis;
  • Jardim Los Angeles;
  • Jardim São Lourenço;
  • Chácara dos Poderes;
  • São Francisco;
  • Jardim Jockey Club;
  • Vilas Boas;
  • Portal Caiobá;
  • Jardim Veraneio;
  • Chácara Cachoeira.

Saiba o que fazer

Em caso de queda de fio de energia, a orientação da concessionária é que a população mantenha distância e não mexa em poda de árvores enquanto a rede não for desligada.

Outros canais de contato foram disponibilizados para que a população busque auxílio, como o canal de WhatsApp: Gisa: (67) 99980-0698 Aplicativo Energisa On (disponível no Google Play ou App Store do celular).

“A Energisa segue atendendo como prioridade hospitais, unidades de saúde e situações que coloquem a segurança da comunidade em risco, como presídios. Além disso, é priorizado o atendimento ao cliente sobrevida, ou seja, a pessoa que necessita de algum equipamento vital para sobrevivência. Cabe destacar que todo o trabalho é realizado dentro dos protocolos de segurança.”

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Decisão

STF tem maioria para rejeitar revisão da vida toda do INSS

Decisão mantém entendimento da Corte sobre aposentadorias

21/09/2024 12h30

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF)

Fachada do Supremo Tribunal Federal (STF) Divulgação/ Agência Brasil

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A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta sexta-feira (20) dois recursos contra a decisão da própria Corte que derrubou a possibilidade de revisão da vida toda de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso é julgado pelo plenário virtual.

O placar da votação é de 7 votos a 1 pela rejeição dos recursos apresentados pelo Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM).

Além do relator, ministro Nunes Marques, os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso votaram para negar os recursos.

O único voto favorável aos aposentados foi proferido pelo ministro Alexandre de Moraes, que reconheceu que o STF já decidiu validar a revisão da vida toda. Faltam três votos. 

O julgamento virtual será finalizado na sexta-feira (27).

Entenda


Em março deste ano, o Supremo decidiu que os aposentados não têm direito de optarem pela regra mais favorável para recálculo do benefício. O placar do julgamento foi de 7 votos a 4.

A decisão anulou outra deliberação da Corte favorável à revisão da vida toda. A reviravolta ocorreu porque os ministros julgaram duas ações de inconstitucionalidade contra a Lei dos Planos de Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991), e não o recurso extraordinário no qual os aposentados ganharam o direito à revisão.

Ao julgarem constitucional as regras previdenciárias de 1999, a maioria dos ministros entendeu que a regra de transição é obrigatória e não pode ser opcional aos aposentados.

Antes da nova decisão, o beneficiário poderia optar pelo critério de cálculo que renda o maior valor mensal, cabendo ao aposentado avaliar se o cálculo de toda vida pode aumentar ou não o benefício.

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