Cidades

tragédia em MS

Homem matou família incendiada por causa de ciúmes

Homem matou família incendiada por causa de ciúmes

GABRIEL MAYMONE

18/06/2014 - 22h30
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Edson da Silva, de 30 anos, matou a mulher, o cunhado, a sogra, a filha – de 10 meses - e os dois enteados por causa de ciúmes. É o que apontam as investigações sobre o incêndio ocorrido no dia 2 de maio, em Coronel Sapucaia (MS), que resultou na morte dessas seis pessoas. As vítimas são: Rosângela dos Santos, 53 anos, sua filha Vanusa dos Santos, 27 anos, o filho Alessandro dos Santos, de 18 anos, e os netos Tiago dos Santos, de 10 anos, Sabrina, 5 anos, e Estefani dos Santos, de 10 meses (todos filhos de Vanusa). O pai do bebê era Edson.

Conforme o delegado responsável pelo caso, Leandro Azevedo, o acusado mantinha um relacionamento conturbado e violento com Vanusa, sendo que chegou a ficar preso por três meses por causa de violência doméstica. Ao sair da prisão, Edson descobriu que a esposa teve um relacionamento neste período. Este suposto amante de Vanusa foi ameaçado por Edson logo após ele ter saído da cadeia, e o mesmo registrou ocorrência na Delegacia de Ponta Porã (MS) contra o acusado.

No dia 02 de maio de 2014, ocorreu um incêndio em uma distribuidora de bebidas. Neste local também havia uma residência aos fundos do imóvel em que moravam sete pessoas. O incêndio começou por volta das 8h, sendo que depois de meia hora o imóvel já estava todo envolvido em chamas. Populares que chegaram ao início do incêndio relataram que não houve nenhum pedido de socorro de dentro do imóvel, nem mesmo gritos foram escutados.

Em razão disto, acreditaram que não havia ninguém dentro da casa. Depois de algum tempo visualizaram quatro corpos carbonizados no banheiro do imóvel, sendo três crianças e um adulto. Já quando a residência havia sido consumida pelas chamas encontraram mais dois corpos em um dos cômodos.

O único sobrevivente Edson da Silva, de 30 anos, o ultimo a sair do imóvel, logo antes de o incêndio começar a ser percebido por populares. Em entrevista informal Edson não apresentava características emocionais compatível com quem havia perdido grande parte de sua família, parecendo frio e sem emoção.

Demais investigações foram feitas, e mais indícios apontavam para Edson, como depoimentos de pessoas que viram o suspeito não se manifestar dizendo que havia gente dentro do imóvel no momento em que ele chegou ao local do incêndio.

Foi revelado pela perícia que o incêndio foi provocado por alguém. Ao constatar que o incêndio era criminoso, além de depoimentos que contrariam a versão apresentada por Edson, sua prisão temporária foi representada e deferida pelo juiz local. Durante o depoimento do investigado, a princípio ele alegava ser inocente, no entanto, ao ser apresentada imagens fotográficas de sua família viva e posteriormente morta, acabou confessando que havia ateado fogo no imóvel.

O homem foi interrogado e revelou os detalhes de como matou as seis pessoas que ali viviam, sendo que uma delas era sua própria filha, de 10 meses. Ele teria pegado a companheira conversando com alguém, que o acusado acreditava ser o amante de sua esposa.

Em razão disso tiveram uma discussão, por volta de 01h do dia 02 de maio. Logo em seguida todos foram dormir. Edson teria esperado todos dormir e por volta das 02h, levantou-se e pegou um pedaço de viga de madeira, de aproximadamente um metro e foi até a cama a onde estava a esposa e a golpeou na região da cabeça.

Rosângela acordou com o barulho e foi até a cozinha perguntando o que estava acontecendo momento em que Edson golpeou a sogra na região da testa, vindo ela a cair inconsciente. Nesse instante, o seu cunhado Alessandro despertou e veio até a direção do suspeito sendo atingido por duas pauladas, uma no braço e outra na região lateral do pescoço, vindo a cair também, inconsciente.

Edson relatou que depois disso se dirigiu em direção as crianças, dando um golpe com o pedaço de viga de madeira na cabeça de Tiago e em sequência a de Sabrina, ficando ambos inconscientes. Ele também golpeou o bebê.

Segundo o indiciado, o qual relatou que esses golpes foram fracos, não matando as vítimas. Após o ato arrastou a mulher e as crianças para o banheiro, encostando a porta e arrastou Alessandro e Rosângela para um dos quartos da residência.

Feito isso, disse que ficou andando pela casa sem saber o que fazer e quase 03h da manhã, percebeu que Tiago e Sabrina haviam acordado, e se dirigiu ao banheiro, vindo golpear novamente, na região da cabeça. As crianças pediram para o suspeito não matar, mesmo assim, os dois menores foram novamente atingidos, e ficaram inconscientes.

Até amanhecer o dia, o acusado ficou acordado, momento em que pegou pedaço de mangueira de água e a utilizou para retirar gasolina da motocicleta da sogra, onde depositou em um recipiente plástico, cerca de 500 ml do líquido. Foi até a porta da frente do quarto de Alessandro e derramou um pouco de gasolina, espalhando até a cozinha.

Em seguida, saiu da residência e pediu para uma mulher fingir ser a esposa e ligar para uma padaria encomendando pães, a fim de indicar que a vítima estaria acordada, momentos antes do incêndio. Depois disso, Edson retornou a residência e ateou fogo no imóvel, utilizando um isqueiro e pegou a motocicleta para ir até a oficina em que trabalhava. Durante o trabalho, o indiciado foi avisado pela sua irmã que estava pegando fogo no depósito de bebidas.

Propositadamente, o companheiro demorou a chegar ao local do incêndio e quando chegou ao local, demorou a avisar os populares que havia pessoas lá dentro. Edson foi indiciado, vai responder por incêndio, homicídio qualificado e está preso provisoriamente.

MEIO AMBIENTE

Pesquisadores investigam 'sumiço' dos tatuís na costa brasileira

Animais podem ser considerados bioindicadores de qualidade das praias

30/03/2025 23h00

Foto: MARIANA TEROSSI/UFRGS

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A ciência está em busca da resposta para o que muitas pessoas que frequentam as praias brasileiras estão perguntando: "cadê os tatuís?" A população dos simpáticos crustáceos está diminuindo, e, em alguns locais, já nem é possível encontrar os bichinhos.

Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) estão investigando as razões para esse desaparecimento, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). 

"A gente entende que está havendo um problema global sobre as espécies emeritas, que estão sendo severamente impactadas pelas transformações do Antropoceno [período da história atual, em que o ser humano produz modificações no planeta], explica a pesquisadora Rayane Abude, do Laboratório de Ecologia Marinha da Unirio. 

"O que acontece? O tatuí não chega na praia? O tatuí chega mas não sobrevive? São os pormenores que a gente precisa olhar, para cada uma das espécies ou para cada uma das localidades, para tentar destrinchar melhor", acrescenta.

O trabalho se debruça sobre o Emerita brasiliensis, espécie mais frequente do litoral brasileiro, e estuda a presença e o ciclo de vida desses pequenos crustáceos em algumas praias do Rio de Janeiro. Historicamente, o local mais estudado é a Praia de Fora, na Zona Sul da capital, onde a presença de tatuís é observada desde a década de 90, e vem diminuindo de lá para cá. Rayane também fez uma grande revisão bibliográfica e encontrou relatos científicos sobre a redução de outras espécies de tatuí em países como Estados Unidos, México, Irã, Uruguai e Peru. 

Ciclo de vida

A pesquisa parte da hipótese de que algumas praias são "fontes", onde novos indivíduos são gerados e depositados no mar, e algumas praias são "sumidouros": recebem os tatuís, mas não fornecem as condições adequadas para o seu crescimento e reprodução.

"As fêmeas colocam ovos, esses ovos levam entre 10 e 19 dias em desenvolvimento. Depois, eles eclodem na água e liberam larvas. Essas larvas vão para o ambiente marinho, passam entre 2 e 4 meses se desenvolvendo, em diversos estágios larvais, até que eles retornam para a praia. Um ponto que ainda está em aberto na minha pesquisa é se elas chegam na mesma praia de origem ou em praias diferentes. Eu estou tentando encontrar essa resposta a partir de marcadores genéticos", complementa a pesquisadora. 

Uma amostragem sistematizada de 189 fêmeas ovígeras, coletadas ao longo de um ano na Praia de Fora, verificou que a fecundidade média foi de 5.300 ovos por fêmea. No entanto, há uma perda significativa de ovos viáveis durante o desenvolvimento embrionário na areia e de larvas dispersadas no oceano. No final, menos de 1% dos ovos resultaram em novos indivíduos. 

Os tatuís que conseguem perseverar nessa primeira batalha retornam às praias como "recrutas", como são chamados os animais jovens. Eles ainda têm uma carapuça frágil e passam a viver enterrados na areia, principalmente na região de espraiamento, a parte que é constantemente molhada pelas ondas. Por isso, os recrutas estão constantemente vulneráveis ao pisoteamento ou esmagamento, em praias frequentadas por humanos, e as praias menos acessadas registram maior densidade de animais. 

Qualidade das praias

Os tatuís também são muito afetados pela qualidade do mar, porque se alimentam com a ajuda de antenas, que retém micropartículas orgânicas dispersadas na água, e levam esses nutrientes até o aparelho bucal.

"Os canais de drenagem ou os rios que desembocam nas praias, que podem trazer uma série de contaminantes e poluentes, podem estar afetando diretamente esses organismos. A toxicidade foi bastante experimentada e testada para espécies de tatuí, não só brasileiros, e é um fator que provoca altos níveis de mortalidade nessas populações", alerta Rayane Abude. 

Além de desequilibrar o ecossistema das praias e desfalcar a cadeira alimentar, o desaparecimento desses animais representa um péssimo sinal:

"Eles podem ser considerados bioindicadores de qualidade porque são muito sensíveis a contaminantes. A sua presença é um sinal de boa qualidade do ambiente, mas quando o nível de poluentes é alto, eles estão ausentes".

TECNOLOGIA

Brasil ocupa 15º lugar em ranking de publicações acadêmicas sobre IA

No país, há 144 unidades de pesquisa sobre inteligência artificial

30/03/2025 22h00

Foto: RAWPICK/FREEPICK

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O Brasil conta com 144 unidades de pesquisa relacionadas à inteligência artificial (IA), o que coloca o país como um dos principais polos de IA na América Latina.

O levantamento consta em documento divulgado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), lançado na quinta-feira (27).

Segundo o estudo, a produção científica brasileira sobre IA coloca o Brasil na 15ª posição no ranking mundial de publicações acadêmicas na área, conforme dados de 2000 a 2022. A pandemia fez o país despencar no ranking, caindo para 20º lugar.

Chamado O Panorama Brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação em Inteligência Artificial, o estudo tem como objetivo mostrar o avanço brasileiro no campo da IA, abordando temas como políticas e regulação, estimativas de investimentos públicos e privados, mapa dos centros de pesquisa, além de dados sobre o conhecimento científico e tecnológico desenvolvido no país.

O estudo aponta que a maior parte das unidades de pesquisa de inteligência artificial do Brasil se encontra nas regiões Sudeste e Nordeste. São Paulo lidera com 41 unidades. O estado do Amazonas, na Região Norte, vem na sequência, com 22 unidades. Os estados do Rio de Janeiro, com 14 unidades; Minas Gerais, com 13, e Pernambuco, com dez, também têm um papel substancial nas pesquisas.

“Esse padrão reflete não apenas as tendências históricas de investimento, mas também os esforços recentes de políticas voltadas ao fortalecimento das capacidades regionais”, apontou o CGEE, organização não governamental (ONG) que desenvolve estudos e projetos com foco em temas relacionados à ciência, tecnologia e inovação.

Entre outros dados, o documento aponta ainda que os investimentos públicos em pesquisas e ações relacionadas a IA no Brasil devem alcançar R$ 22 bilhões até 2028. Segundo o levantamento, para cada real investido pelo setor público em IA, o setor privado contribui com R$ 3,34.

Segundo CGEE, isso evidencia o potencial da IA como multiplicadora e catalisadora de desenvolvimento tecnológico e econômico no país. Em especial, o documento mostra que existem iniciativas em IA com atuação relevante em setores como ciências da vida, energia e agricultura.

“A indústria e a manufatura lideram com 30 unidades, seguidas de perto pelo setor de saúde, com 25. Os aplicativos corporativos e de gerenciamento respondem por 20 unidades, enquanto a mobilidade e a logística são o foco de 15 unidades”, contabiliza o CGEE.

Na avaliação do centro, a liderança dos setores de indústria e manufatura; e de saúde demonstra tanto a centralização geográfica quanto a priorização do domínio estratégico. Além disso, esse padrão “sugere o desenvolvimento de ecossistemas regionais de inovação em que a proximidade geográfica facilita a troca de conhecimento e a colaboração entre instituições acadêmicas, indústria e governo.”

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