Brasília (DF) e o arquipélago de Fernando de Noronha (PE) têm algo em comum. Ao contrário do restante do país, não tiveram eleições em 2024. O fato ocorre porque nem a capital do Brasil, nem o conjunto de ilhas, são considerados municípios. Logo, não elegem prefeitos nem vereadores.
Mais: brasilienses e noronhenses só participam das eleições de quatro em quatro anos. Brasília foi construída exclusivamente para ser a capital e nasceu como unidade federativa autônoma. Já em Fernando de Noronha, a ausência das eleições municipais é justificada pela sua condição de distrito estadual
Cerveja de mandioca
O STF deverá julgar ainda este mês uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que interessa especialmente à AmBev.
A ADI questiona uma lei estadual sancionada pelo governador Ronaldo Caiado, de Goiás, em 2020, que reduziu, de 27% para 12%, a base de cálculo de ICMS para cervejas produzidas com fécula de mandioca em sua composição.
O objetivo era incentivar a compra do insumo dos pequenos agricultores do estado. A Ambev até lançou correndo a Essmera de Goiás, fabricada a partir da fécula de mandioca e há outro produtor no estado, a Cerveja Colombiana, dona da marca Rensga.
A ADI foi movida pelo Abrabe – Associação Brasileira de Bebidas, da qual Ambev e Colombiana não são associadas.
Ministro, de novo
Marcos Pereira, presidente dos Republicanos, desconversa, mas o Congresso que ele será ministro de Lula no ano que vem.
Essa seria a moeda de troca acertada com o governo para retirar sua candidatura à presidência da Câmara. O Republicanos já tem um representante na Esplanada dos ministérios, Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos.
A presença de dois ministros da sigla no governo seria questionada por outras legendas da base aliada, mas isso é um problema do Planalto. Pereira já foi ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços no governo de Michel Temer.
R$ 250 milhões torrados
Dos 73 deputados federais que resolveram testar as urnas e disputar uma prefeitura nas eleições municipais deste ano, apenas sete conseguiram se eleger como prefeito já no primeiro turno.
Atrás do pífio desempenho deles, há uma fatura de R$ 256 milhões torrados no pleito, usando dinheiro público do Fundo Eleitoral, este ano fixado em R$ 5 bilhões.
A conta deve subir no segundo turno. Os deputados que vão trocar a Câmara por uma prefeitura gastaram R$ 6,3 milhões.
Mais dinheiro
Ainda a superfatura: parte da turma ainda pode virar prefeito. São 15 deputados no segundo turno e essas campanhas têm custo milionário: R$ 110,6 milhões.
As campanhas dos 49 que foram logo rejeitados pelo eleitor, sem direito a segundo turno, deixaram para trás a gastança de R$ 138,4 milhões.
Por outro lado, a campanha mais “em conta” é de Gerlen Diniz (PP), sem gasto registrado no TSE. Foi eleito prefeito de Sena Madureira (AC).
Ganhando novas peças
A modelo, design e empresária Sasha Meneghel, quer ganhar mais espaço no mundo da moda e deixar de ser só conhecida como filha de Xuxa. Para isso está ‘usando e abusando’ (no sentido figurado) de pessoas conhecidas para divulgar as criações de sua grife Mondepars (lançada há quatro meses).
A primeira ação foi pedir para sua grande amiga Bruna Marquezine usar o vestido Bruna (feito para ela mesmo).
Agora, colocou mais uma vez um modelo, desta vez masculino, na vitrine, ao criar um modelo para o cantor Jão se apresentar no Rock in Rio: um conjunto de jaqueta country com brilhos e ombreiras, camisa sem mangas e calça de alfaiataria, todos com debruns brancos com referências de artistas pop das décadas passadas, como Prince, Michael Jackson, Elvis Presley. Capa da Harper’s Bazaar deste mês ela amplia sua marca lançando a primeira bolsa da grife, batizada de Arraia feita de couro vegetal do cacto petus.
A empresária sonha em ter sua loja física, por enquanto foi criada uma pop-up store (loja temporária) no 2º Piso do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo.
“A loja, hoje, é importante para solidificar nome e identidade, criar uma comunidade com os clientes e a experiência de provar, tocar as peças e ver o acabamento. Nós avaliamos a possibilidade de uma loja de rua e entendemos que seria mais interessante abrir essa loja em um shopping, que já tem um público orgânico.
A pop-up, além de um momento para os clientes conhecerem mais de perto, é entender nossos próximos passos. O plano é depois lançar a coleção de inverno de 2025 e em seguida inaugurar um endereço permanente”.
Rombo do Postalis vira arma política
Quase dez anos depois da Lava Jato e a CPI dos Fundos de Pensão, a grave crise do Postalis, na esteira de um rombo de R$ 15 bilhões, vem à tona num momento delicado para o governo.
Assessores próximos de Lula e especialmente Rui Costa, da Casa Civil, têm alertado para o risco do caso ser instrumentalizado politicamente, jogar foco sobre os fundos de pensão e criar ambiência desfavorável à retomada dos investimentos dessas entidades de infraestrutura.
Parlamentares da oposição estão se mobilizando para acionar o TCU, questionando o plano de equacionamento aprovado pelos Correios.
A estatal, de um lado, e seus trabalhadores e aposentados; de outro, terão de desembolsar R$ 7,5 bilhões cada um para cobrir o rombo atual do Postalis.
E no momento em que os Correios acumulam um prejuízo de quase R$ 2 bilhões apenas nos últimos 18 meses, sendo 1,3 bilhão no primeiro semestre deste ano.
Nova CPI
Alguns congressistas já começam a se mexer para a instauração de uma nova CPI. Um dos arquitetos da ideia é o senador Ciro Nogueira (PL), ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro. Em seus cálculos, Nogueira já contabiliza o apoio total do PL, com seus 92 deputados e seus 14 senadores – ao requerimento de abertura da Comissão Parlamentar.
É aquela velha história das CPIs – sabe-se como começa, mas nunca como termina – e o governo não quer pagar para ver. Mais: o déficit do Postalis se deve, em grande parte a investimentos heterodoxos feitos pela entidade entre 2011 e 2016.
Medo de envelhecer
A atriz Claudia Ohana, 61 anos, compartilhou foto para parabenizar a filha Dandara Guerra que completou 41 anos, e muitos elogiaram a beleza das duas. Em alguns comentários chegaram a dizer que as duas pareciam irmãs, devido a plena forma de Claudia.
Dias desses a atriz revelou seu medo de envelhecer: “Acho que todo mundo tem medo. Eu trabalho o meu medo de envelhecer, e trabalho muito bem, porque você vai envelhecer. Não tem outra coisa, não tem outra escolha”. Só que completou:
“Temos que gritar que estamos felizes aos 61 anos, que temos libido, temos vontade de fazer coisas e que temos sonhos e desejos. O que não envelhece são os sonhos e desejos.
Tenho libido? Sim! Tenho vontade de fazer sexo? Sim! Pode ser que seja a melhor fase da sua vida. Não sei, a gente nunca sabe, mas vamos tentar fazer com que seja, vamos aproveitar essa fase, porque daqui a 10 anos, você estará mais velha”.
Prioridade do Capitão
Jair Bolsonaro já começou a definir suas prioridades para o segundo turno das eleições municipais.
O ex-presidente quer mergulhar de cabeça nas campanhas de Bruno Engler, em Belo Horizonte, e Cristina Graemi, em Curitiba.
Os dois são vistos como bolsonaristas puro-sangue, com baixo risco de oscilação ideológica a depender das circunstâncias.
Para Bolsonaro nenhum dos dois é Ricardo Nunes (ele não deverá aparecer no segundo turno do prefeito paulistano).
Depois das eleições, Cristina Graemi, hoje no MDB, independente do resultado, deverá migrar para o PL. Engler já é de casa.
SAF ou não SAF
É a discussão que vem esquentando os bastidores da eleição no Flamengo, em 9 de dezembro. O candidato da situação, Rodrigo Dubshee de Abranches, é favorável à implantação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Seu concorrente e favorito nas pesquisas Luiz Eduardo Baptista, ex-presidente da Sky é contra. E mais: aponta que Dubshee quer instituir a SAF não para buscar investidores, mas para criar uma instância de poder sob medida para Rodolfo Landim, atual presidente do Flamengo.
No estilo
Ainda o Flamengo: na prática Rodolfo Landim continuaria comandando o negócio que realmente interessa, o futebol.
Alguns rubro-negros fazem um paralelo entre Landim e Vladimir Putin que, durante certo tempo se alterou entre a Presidência e o cargo de primeiro-ministro da Rússia, para driblar as amarras constitucionais que impunham limites à reeleição.
Até que Putin perdeu os pruídos e não precisou mais de “uma SAF”: alterou a Constituição e permanecerá na Presidência até 2036.
Mistura fina
Na década passada, o Brasil registrou redução de 44,1% nas viagens de ônibus urbanos, segundo pesquisa da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, o que significa que, em 2002, foram 19,1 milhões de passageiros pagantes a menos em relação há dez anos.
Para especialistas, sobretudo depois da pandemia, o aumento da oferta de carros e motos financiados e a expansão do transporte por aplicativo fizeram grande parte da população trocar o transporte coletivo pelo individual.
Ainda transporte: a população da periferia, no entanto, continua a depender dos coletivos e tem de ficar dentro deles duas, três ou mais horas para chegar ao trabalho todos os dias.
Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, mostra que a lentidão no deslocamento tem impacto na produtividade no trabalho para 51% dos entrevistados de municípios de mais de 250 mil habitantes. Numa escala de 1 a 10, os usuários de ônibus deram nota 3,6 para o tempo de espera e 4,7 para o tempo de viagem.
Exatos 152 candidatos com patentes militares foram eleitos no primeiro turno quando a direita brasileira aplicou uma sova de votos na esquerda, de acordo com levantamento da Nexus, empresa do grupo FSB.
É um recorde nos 24 anos, com aumento de 13% em relação a 2020. Pelo PL, foram eleitos 52 militares, 18 pelo Republicanos e 16 pelo MDB. O recorde anterior, nas eleições de 2020, registrou vitória de 134 militares, segundo o TSE.
O PT de Lula liderou o vexame nas urnas, apesar da estrutura do governo a seu serviço, elegendo apenas 248 (ou 4,5%) dos 5.471 candidatos a prefeitos.
Uma das maiores humilhações do PT foi a derrota do ex-ministro Edinho Silva, prefeito de Araraquara e cotado para ser o futuro presidente do partido. O chamado “garoto do presidente” não conseguiu eleger Eliana Honain como sua sucessora. Pior: a petelhada perdeu para Dr. Lapena, do PL de Jair Bolsonaro.
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