Há décadas, a comunidade científica alerta sobre os efeitos das emissões crescentes e os recordes de concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Em 2024, vivemos eventos extremos, como as chuvas no Rio Grande do Sul e a seca histórica na Região Norte do País. Na Espanha, chuvas torrenciais afetaram a região de Valência e, nos Estados Unidos, os furacões Helene e Milton atingiram intensidades nunca vistas anteriormente.
Em termos geopolíticos e econômicos, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2024 (COP-29), realizada no Azerbaijão, sofreu muitas críticas, com poucos avanços nas negociações e um resultado tímido na agenda de financiamento climático. Por fim, um passo importante foi dado pelo Brasil com a sanção da Lei Federal nº 15.042, em 12 de dezembro de 2024.
De forma prática, as indústrias devem começar a sentir o efeito da regulação do carbono a partir de 2029/2030. A sanção da nova legislação é a oportunidade de demonstrar o compromisso do Brasil com a agenda global de descarbonização, especialmente com a COP-30 às portas do evento que ocorrerá em novembro, em Belém (PA).
Com todos esses desafios, na Votorantim Cimentos seguimos com uma agenda de investimentos em transição energética e na economia de baixo carbono, entendendo que somos parte da solução para a descarbonização do planeta. Nossa estratégia de descarbonização está pautada em quatro grandes pilares: o coprocessamento (que é a utilização de materiais alternativos ao combustível fóssil), o uso de cimentícios (a substituição do clínquer – o principal responsável pela emissão de CO2 no processo produtivo de cimento – por subprodutos vindos de outras indústrias), a eficiência energética e o uso de fontes renováveis de energia, com hidrelétricas próprias e investimentos em energia solar e eólica.
Ainda, o desenvolvimento de tecnologias, com uso de processos inovadores, novos materiais e captura de carbono. Também olhamos para o potencial de ganho de eficiência em toda a cadeia de valor da construção, otimizando o uso de cimento e concreto, oferecendo produtos de alto desempenho e reduzindo desperdícios nas obras.
Entre 1990 (o ponto de partida utilizado na indústria de cimento) e 2023, a Votorantim Cimentos reduziu as emissões de CO2 por tonelada de cimento produzido em 27%. Encerramos 2023 com resultado global de missões de 556 kg de CO2 por tonelada de cimento produzido, uma redução de 4% na comparação com 2022 (579 kg de CO2/tonelada de cimentícios). O nosso compromisso público é de chegar a 475 kg CO2/tonelada de cimentícios até 2030.
Também teremos um esforço relevante em transparência e governança para atender às diretrizes de sustentabilidade do International Financial Reporting Standards (IFRS) e ainda do Corporate Sustainability
Reporting Directive (CSRD). Diante da emergência climática, a mudança necessária exige um esforço conjunto para transformar a realidade e promover a descarbonização do nosso planeta.