Colunistas

GIBA UM

"A gente pensava que pegava fogo só no Pantanal, na Amazônia. Não. Pegou fogo em 45 cidades..."

"... No mesmo dia em São Paulo. Precisamos punir quem faz queimada", de Lula, anunciando a criação da Autoridade Climática.

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O apresentador Fausto Silva é dono de uma das maiores coleções de relógios do mundo e não gosta de permitir reportagens para os modelos comprados pelo mundo, especialmente os mais caros, que ele usa de vez em quando. Um Rolex usado por Faustão custa R$ 3,6 milhões.

Mais: um Hublot MP-O5 LaFerrari King custa US$ 414 mil (perto de R$ 2 milhões) e foi usado por Faustão em seu programa na Globo em 2020. A peça foi feita em ouro e é uma parceria da Hublot com a Ferrari. Já o Roger Dubuis Excalibur Automatic Flying Tourbillion em ouro custa US$ 149 mil (R$ 750 mil).

Olho no futuro

O impeachment de Alexandre de Moraes, que já foi protocolada, foi definido como “robusto” e mobiliza a oposição. Só que os senadores admitem que a missão é quase impossível de fazer o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, abrir o processo.

Ele logo sairá da política, voltará a advogar em tribunais superiores e até cuidará um pouco dos negócios da família. Com o revezamento previsto, Moraes será vice-presidente de Edson Fachin a partir de 2025 e assumirá a presidência do STF em 2027.

Um dos ministros que não gosta dele diz: “se ele faz o que faz agora, imagina na presidência do tribunal”. Se Pacheco e nem Davi Alcolumbre autorizarem o processo, resta eleger uma maioria de conservadores em 2026.

Em inglês

Na manifestação na Avenida Paulista no sábado (7), o foco era o impeachment do ministro Alexandre de Moraes (STF) e apoio a Elon Musk pela defesa de “liberdade de expressão”.

Foi uma das menores aglutinações organizadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que discursou para repetir que é um “perseguido”. Outros oradores e mesmo montados no trio não foram convidados a falar.

E uma novidade: só de camisa verde-amarela viviam os seguidores. Muitos receberam cartazes e camisetas (provavelmente distribuídas por contratados de Musk) com escritos em inglês.

Avalanche 1

Na semana passada, surgiu um novo problema para atrapalhar a venda da Braskem. A 2ª Turma do TST firmou entendimento de que a Braskem pode ser responsabilizada pelas obrigações trabalhistas de empresas que tiveram de interromper suas atividades ou mesmo faliram em decorrência do desastre socioambiental em sua mina de sal-gema em Maceió.

A decisão abre caminho para que os trabalhadores que perderam seus empregos e não receberam suas verbas indenizatórias acionem a empresa na Justiça. O tamanho dessa bola de neve ainda é desconhecido, mas o risco de uma avalanche sobre a Braskem é alto.

Avalanche 2

Ainda a Braskem: estima-se que mais de seis mil empresa, a maior parte de lojas comerciais, tiveram que dispensar funcionários como consequência do afundamento a mina da companhia, notadamente nos bairros de Pinheiro, Mutange, Bebedouro de Bom Parto.

A decisão do TST chegou quando os acionistas da Braskem – Novonor (antiga Odebrecht) e Petrobras – ainda tentavam assimilar outra derrota judicial relacionada à tragédia de Maceió.

Em julho, o Tribunal de primeira Instância de Roterdã, na Holanda, decidiu que a companhia, cuja operação está naquela cidade, é responsável pelos danos do afundamento, entre os quais rachaduras nas ruas, casas e prédios residenciais e comerciais e abertura das crateras.

Conhecida do público desde os 10 anos quando estreou na sua carreira de atriz na série infantil Barney e seus Amigos, em 1999, Selena Gomez, conta que há tempos desistiu de se disfarçar para ir aos locais públicos, porque sempre é descoberta e que se sente “tão boba quando é pega.”

Selena faz parte da série de sucesso Only Murders in the Building ao lado de Steve Martin e Martin Short, que já tem quatro temporadas e terá mais. Também pode ser vista no filme musical Emilia Pérez .

Em recente entrevista a revista Vanity Fair, onde é capa e recheio abre seu coração para falar de maternidade: “Nunca falei sobre isso antes, mas infelizmente não posso gerar meus próprios filhos.

Tenho muitos problemas de saúde que colocariam a minha vida e a do bebê em risco. Isso é algo que me deixou de luto por um tempo. Eu pensei que aconteceria do jeito que acontece para todos.

Acho uma bênção que existam pessoas maravilhosas dispostas a fazer barriga de aluguel ou adoção, que são duas possibilidades enormes para mim. Isso me deixou muito grata pelas outras saídas para pessoas que estão morrendo de vontade de ser mães.

Eu sou uma dessas pessoas. Estou animada para ver como será essa jornada, mas será um pouco diferente. No final do dia, não me importo. Será meu. Será meu bebê”.

E no final fala sobre o feminismo: “O feminismo está em constante evolução. Os tempos estão mudando e, mesmo que ainda haja muitas batalhas a serem travadas, hoje os homens que têm mais capacidade de ouvir... Quanto mais gente nos apoiar, melhor sociedade surgirá”.

PEC da segurança ficará na gaveta

O presidente Lula sabe o que 28 governadores acham da PEC da Segurança Pública, elaborada pelo Ministério da Justiça. Com a PEC, o governo vai interferir em uma jurisdição que historicamente pertence aos estados.

E os governadores não estão dispostos a ceder nem um milímetro da autonomia no comando da segurança pública local e das próprias Polícias Militar e Civil.

Quando Ministério da Justiça, de Ricardo Lewandowski, queria levar o primeiro esboço da PEC a Lula, o presidente ordenou que entregasse a papelada a Rui Costa (Casa Civil) que, de cara, avisou que era radicalmente contra.

A proposta, contudo, pode ser votada pelo Congresso este ano. Só que antes de passar pelo Senado e por Arthur Lira e seus fiéis, terá de obter o aval dos chefes Executivos estadual – e as resistências são muitas.

Nas nuvens peruanas

A Embraer está quase acertando a venda de jatos A-29 Super Tucanos para o governo do Peru. O negócio teria uma razoável importância geoeconômica para a fabricante brasileira.

Representaria seu avanço sobe mais um mercado sul-americano na área da Defesa. A Força Aérea do Peru já tentou comprar, por duas vezes, 12 aeronaves do mesmo modelo, mas acabou recuando.

A-29 Super Tucano é um relativo de vendas na América do Sul. Há dias, a Embraer anunciou um contrato com Uruguai para a entrega de até seis aviões.

O modelo também é usado pela Força Aérea do Chile, Colômbia, Equador, Paraguai e, claro, Brasil.

Surpresa no capítulo final 

Na reta final da novela Família é tudo, grandes surpresas acontecerão. Só que a grande emoção só acontecerá no último capítulo dia 27 de setembro e de um jeito que lembra outra produção Betty, a feia ou o quadro Transformação do antigo TV Xuxa.

A personagem Lupita, vivida por Daphe Bozaski irá passar por um banho de loja e mudança de visual. Lupita será convidada – e topará, e claro – para um projeto fotográfico que se chamará ‘Banho de Beleza’, que tem intuito de revelar a verdadeira beleza feminina além de elevar a auto estima das mulheres.

Num spoiler Daniel Ortiz, autor da trama revela: “Acho que grande parte do público espera uma transformação radical como todo conto de fadas. E a gente vai entregar isso. Só que ela não vai se sentir bem, vai achar que perdeu a identidade”.

Guerra interna 1

A produção do programa Altas Horas, comandado por Serginho Groisman, formalizou queixa à direção da TV Globo contra a produção do Caldeirão com Mion, por causa de uma briga que já dura meses.

Produtores do Altas Horas acusam a produção do programa do Mion de querer engajamento copiando pautas da atração.. A cereja do bolo foram os programas em tributo à Xuxa. Há anos o Altas Horas apresenta tributos a nomes da história do país (Rita Lee, Milton Nascimento e muitos mais) e Mion começou a fazer a mesma coisa.

Groisman estava planejando tributos em homenagem a Caetano Veloso e Maria Bethânia e produtores do Caldeirão também foram atrás. A direção precisou intervir. Nesses dias, o Altas Horas estava com um programa gravado com as paquitas (e Xuxa) e Mion furou a fila e apresentou antes. Aí a diretoria interveio de novo.

Guerra interna 2

Serginho Groisman, que começou sua carreira de programas para os mais jovens em outra emissora, está há 24 anos com o Altas horas na Globo. é um programa consagrado na emissora e só saiu uma vez de lá para gravar no Bar do Zeca Pagodinho, dentro do Neo Química Arena em São Paulo, um programa em homenagem a seus 74 anos.

Ganha perto de R$ 1 milhão mensais. Marcos Mion, 45 anos, já atuou em outras emissoras, herdou o Caldeirão de Luciano Huck há três anos e seu salário é de R$ 400 mil mensais, mais participação em comerciais. Seu salário permite que ele faça comerciais fora do circuito da Globo.

MISTURA FINA

Analistas políticos estão examinando as contradições entre economia e política e não conseguem chegar a um consenso que beneficie o presidente Lula, que não consegue engolir esse resultado.

E vão somando: a renda do trabalhador sobe; a renda para o consumo das famílias cresce; o nível de emprego acelera; os gastos públicos com políticas assistencialistas também sobem.

E aí, a esquizofrenia: a popularidade do presidente continua lá embaixo. Lula tem crise: acha até que é “perseguição”, como Bolsonaro.

Aliados de Elmar Nascimento (União-BA) e os caciques do União veem o DNA de Lula nos movimentos de Marcos Pereira (Republicanos-SP), ao lançar Hugo Motta à presidência da Câmara. Manda-Chuva do União, ACM entrou em campo para barrar a migração de apoio ao paraibano.

A conclusão é de que Lula quer rachar o centro oposição para, com minguados votos, ser fiel da balança. Agora Lula vai conversar com Elmar.

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) manteve a candidatura de Pablo Marçal à prefeitura de São Paulo, o juiz eleitoral Antônio Maria Patiño Zorz rejeitou dois pedidos de impugnação feitos por Marcos André de Andrade e Lilian Costa Farias, membros do PTRB.

Argumentavam que Marçal descumpriu prazos previstos no estatuto do partido. Para Patiño não houve qualquer irregularidade e no mesmo despacho registrou a candidatura de Marçal.

Brasil e Japão estão costurando um acordo de “céus abertos”. A iniciativa passa pela derrubada reciproca dos limites de voos entre os dois países.

A medida valeria para o transporte tanto de passageiros como de cargas. Nesse ano, o Brasil firmou acordos similares com a Argentina e El Salvador. Há tratativas com o Uruguai. Fora parcerias de maior peso fechadas há tempos, como no caso dos Estados Unidos e União Europeia.

Alvo de fake news

Advogados de Luciano Hang identificaram uma onda de anúncios falsos contra a Havan nas redes sociais. A partir de uma primeira varredura, solicitaram à Justiça a derrubada dos perfis responsáveis pelas postagens.

O Tribunal de Santa Catarina já proferiu decisão favorável à empresa. Quase todas as peças são golpes usando o nome da Havan. No passado, Hang era investigado por supostamente ter financiado a propagação de fake news nas redes sociais.

À proposito: na semana passada, Moraes autorizou o desbloqueio dos perfis do empresário nas mídias sociais, que ficaram suspensos por dois anos.

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Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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