Bolsonarista que adulou Lula racha frente evangélica
Evangélicos “raiz” conseguiram atrasar a eleição para presidência da engajada Frente Parlamentar Evangélica e articulam o nome do deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP) para liderar o grupo. A frente estava reservada para ser presidida pelo deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), ex-vice-líder de Jair Bolsonaro na Câmara, mas ele teve que tirar a mão da taça. Essa frente, de perfil conservador, não digeriu os elogios rasgados de Otoni a Lula. Foto com o petista também pegou muito mal.
Histórico complicado
Otoni também se queimou ao negar apoio a Alexandre Ramagem (PL) para prefeito do Rio de Janeiro. Pediu votos para Eduardo Paes (PSD).
Atenção ao detalhe
Paira a desconfiança entre os evangélicos sobre o edital da eleição, com misteriosa redução no tempo na presidência da frente, de 2 para 1 ano.
Dedo do Lula
Na miúda, parlamentares confessam que suspeitam de “vacina” do Planalto caso o vencedor não seja Otoni. Gilberto é bolsonarista.
Isso são horas?
Outra manobra atribuída aos pró-Otoni é a votação. Por ora, presencial, em cédula e 8h da próxima quarta (11), madrugada no parlamento.
Carreiras de Estado: pacote tem erros de tabuada
O pacote anunciado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), além de insuficiente para reduzir o rombo nas contas públicas agravado pelos gastos do governo Lula (PT), contém erros elementares de tabuada. A PEC 45, que pretende limitar vencimentos nas carreiras de Estado, como magistratura e ministério público, custará mais caro aos cofres públicos, segundo advertiu em nota o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Fernando Antonio Torres Garcia, que, este sim, fez as contas.
Conta de diminuir
A expectativa é que, se aprovada, a medida provocará aposentadoria em massa. Só o TJSP, o maior do País, perderá 546 dos 2.647 magistrados.
Conta de multiplicar
O desembargador Fernando Antonio Torres Garcia estima que custará bem mais aos cofres públicos a reposição de magistrados, após o êxodo.
Conta de somar
O TJSP necessitará fazer concursos por uns 20 anos, ao custo anual de R$250 milhões. Sem contar salários de quem chega e aposentadorias.
Mérito em questão
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mandou o recado de que não é ele quem vai gastar sola de sapato para aprovar o pacote fiscal ainda este ano. A urgência foi aprovada, mas o mérito será outro papo.
Sabotagem judicial
Não passou batido ao senador Rogério Marinho (PL-RN) a decisão judicial que obrigou o iFood a contratar entregadores. “Setores da Justiça do Trabalho teimam em sabotar o Brasil”, criticou o senador.
Censura prévia, não
Na CCJ da Câmara, o jurista Ives Gandra Martins defendeu o direito à liberdade de expressão: “Nós não podemos dizer o que o cidadão tem que pensar antes. Ele pode ser punido por abuso depois”, resumiu.
Esquerda racha
O deputado Glauber Braga (RJ) foi às redes defender a decisão do seu partido, o Psol, de extrema-esquerda, de se se unir ao PL e votar contra a urgência do “pacote fiscal” de Fernando Haddad (Fazenda).
A conta chega
Pesquisa do Banco Central sobre estabilidade financeira destaca a principal preocupação das instituições do setor: risco fiscal. Poucos acreditam na sustentabilidade da dívida pública e no “calabouço fiscal”.
Nota protocolar
Até o PT, quem diria, se rebelou contra o corte no Fundo Constitucional do DF. A insurgência foi do diretório da capital, mas na nota, o PT, que só tem uma deputada no DF, sequer cita Fernando Haddad, o Malddad.
Mercado muito comum
O Itamaraty do ministro-decorativo Mauro Vieira celebrou a participação inédita, na reunião do Conselho do Mercado Comum do Mercosul da... Bolívia, que afanou refinaria da Petrobras no governo Lula 1.
Consciente coletivo
O Deutsche Bank concorda com a avaliação do deputado Mendonça Filho (União-PE), no podcast Diário do Poder, de que o governo “Lula 3 mais parece o Dilma 3”. Lula 3 é Dilma 2, o retorno, disse o banco.
Pergunta na Constituição
Precisa ser vacinado para ter imunidade parlamentar?
PODER SEM PUDOR
A fragilidade do poder
O país estava confuso, com as notícias desencontradas sobre o golpe militar, naquele 31 de março de 1964. Havia rumores sobre a fuga do presidente João Goulart para o Uruguai. No Palácio do Planalto, reinava o caos. Toca o telefone e o jornalista Otacílio Lopes atende.
- O presidente João Goulart está?
- Ele não trabalha mais aqui.
Assistindo à cena, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzili, finalmente se deu conta que era ele o presidente da República.