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Caminhos da vida

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Tudo o que se projeta na vida abrange um início e um fim. Acabar, findar e encerrar supõem passar para um novo estágio, ou nova maneira de encarar a vida. Ela jamais terminará. Sempre abrirá novas possibilidades, novos afazeres e novas iniciativas.

Estamos encerrando mais um período na vida, mais um ano passa para os arquivos da história de cada ser vivente. Isso acontece acompanhando uma evolução cuja força se encontra nas profundezas da alma e do coração. Tudo se encaminhando para o eterno. E não terá fim. 

E para que aconteça algo agradável e produtivo, cada qual terá sua maneira e seus segredos a cultivar e a conquistar os merecidos espaços, não apenas para sobreviver, como também contribuir pelo bem da humanidade como um todo.

Um pensamento deverá ser comum em todos os pensantes. Um pensamento que permita diferenciar a maneira de ser e de produzir na maneira própria no planejar e no realizar – e na maneira de sonhar e de conquistar um espaço que seja simplesmente seu e de seus anseios de viver feliz. Ser feliz, eis o desejo mais profundo.

E essa felicidade será conquistada por todos aqueles e aquelas que souberem discernir entre o grandioso e o efêmero, entre a riqueza e a vulgaridade, entre o sagrado e o profano. Realidades essas que aparecerão na sua beleza e grandeza a partir da mensagem que conseguiremos abraçar mediante os exemplos e os testemunhos colhidos no livro sagrado da palavra de Deus. 

Essa palavra, muitas vezes manipulada por interesses políticos ou de projeção pessoal, sempre esteve e continuará estando como a iluminar os caminhos de quantos se encontrarem caminhantes na esperança de alcançar a plenitude do ser.

Em uma das cartas escritas pelo Apóstolo Paulo aos cristãos colossenses, (1 Col 23ss) apresenta a família como modelo de convivência e de realização cristã. Diz o Apóstolo que, para pertencer a Deus, é preciso “cultivar o amor e o respeito, o perdão e a misericórdia, ser solidário com os mais fracos”.

Convocando a humanidade para a solidariedade no bem, mostra com segurança a necessidade em suportar uns aos outros, sendo solidários com os mais fracos, compreensivos com os que erram e bondosos com os que se perderam pelos caminhos do erro e do pecado.

Não guardar mágoa dos que nos fizeram algum mal. Perdoar, pois o Senhor nos perdoou e nos perdoa sempre. Não condenar, pois o Senhor veio entre nós para salvar e revestir a todos com sua graça.
Vamos celebrar alegres essa passagem de ano. Vamos fechar com chave de ouro essa passagem. Não fiquemos devendo nada a ninguém. Nem dívida monetária e nem dívida moral. Não guardar nada de pecaminoso no coração. Nem ódio e nem rancor, nem ódio e nem indiferença. Nem inimizade e nenhuma outra maldade.

Entremos para o novo com um coração purificado. Nada de maldade. Nada de inveja. Solene amor, misericórdia e perdão. Que Deus acolha cada um e cada uma com o carinho que é só dele.

ARTIGOS

A vida como ela é

27/12/2024 07h45

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Todos se queixam de que a vida está acelerada. Todo santo dia é a mesma coisa, aquela correria que invade a olhar sem pedir licença, acomodando-se em nossa alma sem a menor cerimônia.

Os dias voam, mesmo não tendo asas. As horas se dissipam feito fumaça de cigarro, levando os momentos que dão forma, cor e sentido à nossa jornada por esse vale de lágrimas.

E o trem descamba de vez quando nos aproximamos dos dias em que as cortinas de mais um ano que se despede se fecham, sem deixar ao menos um bilhetinho de despedida sobre a mesa.

Nesses dias, o coração bate mais forte, o suor corre em um passo frio pelos sulcos rasos do nosso rosto, desejoso de se tornar um caudaloso rio.

E nesse açodamento de querer fazer um não-sei-o-quê que toma conta do nosso ser, acabamos ficando indiferentes ao amor, insensíveis à dor dos nossos semelhantes, apáticos diante da realidade que invade a nossa vista, impassíveis perante a nossa própria humanidade, indolentes diante da majestade de Deus e, sem nos darmos conta, terminamos por nos alienar de nós mesmos.

Para que não nos precipitemos no abismo de uma vida esvaziada de propósito pela voracidade da hiperconectividade, para que os frutos pútridos desses tempos turbulentos que testemunhamos não venham se aninhar em nossa alma, urge que tenhamos paciência. Sim, paciência não é tudo, mas é imprescindível.

Aliás, a Sagrada Família de Nazaré nos ensina a sermos pacientes. Se meditássemos sobre isso com a devida atenção e com a indispensável devoção, compreenderíamos com clareza que grande parte das aflições que nos apoquentam não são dignas de tamanha preocupação. 

Muitas das nossas inquietações não têm a urgência que atribuímos a elas. Da mesma forma, inúmeras outras coisas que deveriam estar no centro da nossa atenção não estão.

Queixamo-nos, frequentemente, de tudo e todos, mas poucas vezes dizemos um “eu te amo” para quem precisa ouvir essas palavras. E raras vezes paramos para ouvir, atentamente, o que os outros têm a nos dizer, mas queremos porque queremos ser ouvidos por Deus e por todos, como se fôssemos o centro de toda a criação.

Enfim, a vida é simples, tão simples quanto a manjedoura que recebeu Deus, o Deus que se fez pequenino para nos mostrar o caminho, a verdade e a vida, para nos resgatar do abismo de nós mesmos.

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Às portas do Judiciário o domínio das inovações tecnológicas

27/12/2024 07h30

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Se, por um lado, os avanços tecnológicos trouxeram uma indiscutível contribuição para o mundo jurídico, por outro, também aumentaram consideravelmente o número de processos judiciais, o que agora exige contemporização com os referidos avanços, principalmente com o inevitável (e quem sabe incontrolável) mundo da inteligência artificial (IA).

Enquanto se ganhou, por exemplo, em termos de otimização de tempo, com a migração dos processos físicos para os virtuais, evitando-se a cansável espera que se empreendia para localização, consulta e movimentação processual, não se dimensionou a possível perda, em relação à segurança necessária que se deve ter, para evitar tal prejuízo.

A veloz incorporação dos recursos tecnológicos da IA ao já avançado procedimento virtual adotado no processo eletrônico, ao mesmo tempo em que pode contribuir para o andamento dos processos, reclama o emprego de ferramentas (ainda não humanamente domináveis), as quais poderão fugir dos mecanismos de controle de segurança jurídica, material e intelectualmente se falando.

Um dos entraves que mais compromete uma convivência mais equânime entre o sistema humano nato com o novel aparato da IA se atrela ao descompasso visível entre o avanço desse instrumento e o incerto domínio da humanidade sobre ele, tanto que ainda não se sabe até onde tudo pode nos levar, restringindo-se o que poderia ser feito a impressões que não dimensionam o porvir.

No campo jurídico, já é possível, por exemplo, o emprego da IA aos processos de pesquisa e elaboração de textos jurídicos, cuja velocidade de produção nossa vã (e já ultrapassada filosofia) nem supusera.

Até as decisões judiciais, incluindo as sentenças finais dadas em processo, já são produzidas à custa dos mecanismos dessa inovação, o que há alguns anos era questionável, sob o ponto de vista da automação empreendida na confecção de documento jurídico que requer, antes do uso da razão, o emprego do olhar humano.

Essa utilização desmedida levou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), enquanto órgão com incumbência fiscalizadora do Judiciário, a investigar um caso de sentença judicial da 2ª Vara Cível e Criminal de Montes Claros (MG) redigida com o uso de IA, em que foram citadas jurisprudências inexistentes.

Isso revelou a falibilidade de que esse “avanço” tecnológico também é revestido, o que provoca uma reflexão sobre a veracidade e a utilização irresponsável do conteúdo produzido, em matéria jurídica.

A preocupação, portanto, não se restringe, hodiernamente, àquela de alguns anos atrás, que consistia no risco de substituição de juízes, uma vez que nessa situação foi constatada “falha não nossa”, mas da máquina. Errar, portanto, não é somente humano, como sempre ouvimos na conhecida assertiva popular.

Se o erro sempre foi um indesejável vilão que compromete a segurança das decisões judiciais, agora, com a utilização de IA, ele passou ao plano das preocupações mais imediatas, uma vez que o Direito lida com a liberdade e, consequentemente, com os valores e os atributos da própria existência humana.

Imaginemos que não se refreie a utilização sem o devido conhecimento e domínio da IA ao mundo jurídico, e os conflitos humanos que são solucionados com a decisão judicial serão duramente atingidos – quem sabe até de forma irreversível.

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