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Giba Um

"Há casos em que o ônibus deixou de ser a melhor solução para o transporte público..."

... A solução seria a prefeitura pagar Uber para passageiros em alguns locais", de Maria Helena (Novo), candidata à prefeita de São Paulo, criticada por querer colocar Uber para servir no lugar do ônibus.

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Não quer acordo

Mais da metade dos acordos de não persecução penal oferecidos pela Procuradoria-Geral da República dos réus do 8 de janeiro foi ignorada. Das 1,2 mil propostas, cerca de 600 ficaram sem resposta. O acordo é um instrumento jurídico em que o réu confessa o crime e se compromete a cumprir uma série de cláusulas como pagamento de multas para encerrar o processo criminal e revogação de medidas cautelares, como tornozeleira eletrônica. Os réus preferem, para surpresa da PGR, responder aos processos criminais pelos atos golpistas. Luís Roberto Barroso, presidente do STF, diz que parece “claramente uma manifestação ideológica”.

Esquecido Gran Chaco 1

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) vai defender na Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade, que será realizada entre 21 de outubro e 1º de novembro, na Colômbia, a criação do Fundo de Conservação e Desenvolvimento do Gran Chaco Americano. O projeto está sendo discutido no Parlasul, o Parlamento de Assuntos Econômicos. Muitos acham que falta a voz de peso de Marina Silva para a proposta deslanchar. Ninguém dá bola para a região.

Esquecido Gran Chaco 2 

O Gran Chaco Americano é a segunda maior extensão florestal da América do Sul, superada apenas pela Amazônia. Com cerca de 800 mil km², abrange o Brasil (mais especificamente as encostas ocidentais do Pantanal), Argentina, Paraguai e Bolívia. Em território brasileiro, restam apenas 13% da área original da floresta. A ideia dos quatro países é criar um modelo semelhante ao Fundo Amazônia para captar doações internacionais destinadas a combater o desmatamento e queimadas. 

Recuo 

O bilionário Elon Musk começou a arrefecer o tensionamento da batalha jurídica e midiática que trava contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, a quem acusou de ser “tirano” por censurar perfil dos investigados por ilegalidade no Brasil na rede social X. Musk foi convencido por sua assessoria a cumprir decisões de Moraes, nomear representante da empresa no país e iniciar bloqueio dos perfis alvos de decisões do ministro do STF: essa seria a única forma do X voltar a atuar no Brasil. De quebra, Musk pediu desculpas públicas por “eventuais falhas técnicas da rede na América do Sul”.

Sonho de ser protagonista

Recém-saída do remake Renascer onde interpretou Sandra, Giullia Buscacio, 27 anos, sonha em ser protagonista de uma novela, em qualquer horário. Com 15 anos de carreira, sempre foi destaque em seus trabalhos. Giullia que tem origem portuguesa (nasceu em Funchal, capital da Ilhas da Madeira), conta que sua vontade em atuar surgiu ao assistir as novelas coreanas (morou quatro anos na Coreia do Sul). “Acho que isso me ajudou muito a ser a atriz que eu sou hoje, pela adaptação que eu tinha que ter em cada país diferente para ser uma pessoa mais condizente com o meio. Eu tentava muito me adaptar, aprender as gírias, as palavras. Eu sou completamente apaixonada pela cultura coreana. Assistia a muitos doramas em videocassete, numa época em que não era tão conhecido  no Brasil quanto é hoje. Tenho um sonho de voltar lá, mas não penso agora em ter uma carreira internacional”.  E conta seus planos para o futuro: “Eu pretendo continuar trabalhando, gravando bastante, mas vou precisar de pelo menos um tempinho entre um projeto e outro. Pretendo voltar para as telinhas em breve, quem sabe um dia poder ter minha primeira protagonista em uma novela”. E completa: “Acreditar é inerente ao ofício de atriz. Oro todos os dias e me conecto com coisas boas, sou uma menina de fé. Acredito na lei do retorno.”

Promovendo a prostituição

Entre a publicidade apresentada em volta dos grandes estádios de futebol das capitais e também dos pequenos espalhados pelo país, vira e mexe, aparece em letras enormes a marca do que seria uma empresa. Homens, mulheres e crianças, de imediato, consultam o Google ou outros sites de busca para saber do que se trata. A marca é “Fatal Model”, apresentada como “o maior site de acompanhantes no Brasil e o segundo do mundo”.

Mais do que divulgada nos estádios, a marca começa a patrocinar times de futebol, entre outros, Vila Nova, Brusque, Sampaio Corrêa, Vitória e Altos do Piauí. O site, resumindo a ópera é o caminho encontrado para promover prostituição – e de vários gêneros, feminino na maioria. Em suas páginas divididas, “Fatal Model” apresenta seus ‘produtos’, com muita informação.

Nas mulheres, custo de um ‘programa’, altura, ‘especialidade’ em qual residência ou motel e por aí vai, ao lado do exemplar oferecido. O site também defende “o respeito aos profissionais que participam”, supostamente mais de dois mil.

Reforço

Ultimamente, a “Fatal Model” ganhou reforço na sua divulgação: em algumas redes sociais, surge um “apresentador” ou “apresentadora” dos serviços oferecidos (incluindo mulheres nuas ou seminuas, com nome e ‘currículo’). Uns criticam, outros apenas apresentam. Muitos informam que existem 22 plataformas semelhantes em todo o Brasil, mas o “Fatal Model é o melhor”. Crianças de qualquer idade são um dos grandes públicos do site, sem restrições. Há poucas semanas, a marca “Fatal Model” apareceu num estádio onda a Globo transmitia a partida. Uma grande publicidade e de graça.

Mulher de coragem

Aos 76 anos, a cantora Alcione mostrou que é uma mulher de muita coragem ao postar em suas redes sociais uma foto de topless, onde legendou: “Nova foto do perfil! Aprovada????”. E depois comentou: “Acredito que sempre fui uma pessoa muito 'careta', sabe? Quando digo 'careta', me refiro ao fato de que não bebo, não fumo. Dou muito valor à minha saúde. Isso é algo que considero fundamental, porque sem saúde, a gente não é ninguém. Sempre tomei esses cuidados com a minha saúde e com a minha voz, e graças a Deus, está tudo certo até hoje”. Com 50 anos de carreira “a Marrom” foi homenageada por  Péricles e Diogo Nogueira no domingo (22) no Palco Sunset do Rock in Rio. “Eu tô muito feliz, porque tenho a sorte de ter essa galera me esperando e de ter nascido em um país onde se canta samba e boa música brasileira”.

Olho nas farmácias 1

Há algo estranho no reino das drogarias, que talvez só possa ser decifrado pelo Cade e pela Polícia Federal. O setor cresce como capim na serra. Segundo dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácia e Drogarias, as 29 empresas associadas à entidade deverão atingir a marca de R$ 100 bilhões em vendas neste ano. esse contingente reúne cerca de 10,3 mil das 92 mil drogarias do país, algo como 11% de todos os pontos de venda. As mesmas 29 redes respondem por mais de 45% do faturamento total do setor e suas lojas cobrem uma área de 70% da população urbana. Nas principais capitais, existem um amontoado de farmácias até mesmo num único quarteirão. 

Olho nas farmácias 2

Alguns fatores respondem pelo super crescimento: hábitos criados pela pandemia, crescimento de renda das famílias, emprego recorde, maior educação da população, exames e envelhecimento da população. Só que não há competição, nem disputa de preços e poucos derrotados como as redes Poupa Farma e Rede Santa Maria estão em recuperação judicial. A Polícia Federal diz que “há algo de miliciano no varejo farmacêutico no Brasil”, embora as grandes empresas estejam cobertas de legalidade. Segundo a PF, suas atenções estão focadas nas outras 92 mil farmácias, um terreno fértil, para a abertura de empresas de fachada e lavagem de dinheiro.

IN: Ravioli de abóbora
OUT: Sofiolli de Abóbora 

MISTURA FINA

Se a Lei Antidesmatamento entrar em vigor no final de dezembro já em 2025 o Brasil poderá perder até US$ 15 bilhões em exportações o equivalente a um terço dos produtos agropecuários embarcados para a Europa. Diante do risco, representantes do agronegócio têm mantido intensa interlocução com o ministro Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) e sua equipe. A Aprojosa e a CNA (Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária) discutem lançamento de um manifesto, que seria publicado em grandes jornais europeus. 
 

Mesmo com  alta dos preços do alumínio e o consequente aumento de receita no segundo trimestre deste ano, o Grupo Votorantim enxerga com cautela a recuperação da Companhia Brasileira de Alumínio. O grupo deverá avaliar apenas no início de 2025 a retomada de investimentos (o valor total é de R$ 2 bilhões). A receita líquida da CBA cresceu 24% entre abril e junho em comparação ao mesmo período do ano passado. Só que o câmbio tem castigado a empresa. O prejuízo subiu de R$ 50 milhões para R$ 74 milhões. 

Fabio Faria foi condenado a pagar R$ 20 mil a Luana Carvalho, filha de Beth Carvalho, por uso indevido das músicas da sambista. A Justiça do Rio de Janeiro entendeu que o ex-ministro das Comunicações do governo Bolsonaro e genro de Silvio Santos (é casado com Patrícia Abravanel) usou, sem autorização, canções da artista em campanhas da própria gestão ministerial e de apoio à reeleição de Jair Bolsonaro. Luana argumentou que as interpretações da mãe foram utilizadas em publicações que pretendiam beneficiar o ex-presidente da República “que defendia ideais que não coincidiam com os da minha mãe”.

O Paraná Pesquisas fez o primeiro levantamento sobre as eleições dos Estados Unidos. O instituto ouviu eleitores em seis estados norte-americanos considerados pêndulo: Arizona, Georgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin. O levantamento aponta que a candidata dos Democratas, Kamala Harris, venceria o candidato dos Republicanos, o ex-presidente Donald Trump. O resultado foi de 49% a 44%. Outros 7 % aparecem como indecisos

Não para a filha 

Warren Buffett é conhecido no mercado financeiro global: em 2024 sua fortuna foi estimada em US$ 146 bilhões (R$ 807 bilhões), segundo a Forbes. Mas nem mesmo o 6º lugar na lista de bilionários gasta dinheiro à toa. Agora, ele se recusou emprestar US$ 41 mil à filha: “Vá ao banco como todo mundo”. A ideia era reformar a cozinha de sua casa para abrir espaço para uma cadeira para seu bebê, que havia nascido recentemente. Com a negativa do pai, Susie devolveu: “Não estou pedindo esmola. Queria um empréstimo e ia devolvê-lo”. 

Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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