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Nada substitui o livro de papel

Explico este fenômeno: é que o livro tem presença perene e senso de pertencimento em duas vias, do leitor para o livro e do livro para o leitor

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Quando foi a última vez que você comprou um CD, DVD ou Blu-ray? Eu mesmo não lembro, mas tenho a impressão de que não faz tanto tempo assim.

Com a chegada do streaming, que passou feito um furacão nesse mercado, nossos hábitos e, infelizmente, nossas escolhas mudaram. Muitos filmes fantásticos não constam nas Netflix e nos Primes da vida, e nosso catálogo de opções ficou mais limitado.

Agora, veja que interessante, há exatos 30 anos surgia o primeiro livro digital. Ao contrário do streaming, essa mídia empacou, atingindo apenas 20% de público nos Estados Unidos, 15% na Europa e meros 4% no Brasil. Essa foi uma das pouquíssimas inovações para a qual as pessoas deram uma “banana”.

Explico este fenômeno: é que o livro tem presença perene e senso de pertencimento em duas vias, do leitor para o livro e do livro para o leitor.

Um caso de paixão e transformação. Livros são formadores de cidadania e a melhor defesa intelectual. As pessoas não são bobas quando preferem o livro de papel, que não está em um espaço virtual, e sim em um lugar físico, na cabeceira da cama, talvez nosso cantinho mais íntimo.

Infelizmente, o hábito de leitura é uma realidade para apenas 52% da população brasileira. Tem cabeceiras demais que estão vazias. Se quisermos avançar no desenvolvimento humano, temos de pensar muito nisso. A começar pela Educação Básica e o hábito de levar nossas crianças até a biblioteca do bairro ou a livrarias.

Essa série de pequenas reflexões talvez nos ajude a entender a falência de grandes livrarias, seus motivos e desdobramentos. Embora seja ruim o fechamento de qualquer livraria, no caso das gigantes, isso não representa o fim do mundo, mas o surgimento de algo novo.

Talvez o que esteja acabando seja o modelo de megaloja. Durante anos, o setor foi muito concentrado, e isso é ruim. Quando o mercado está na mão de poucas livrarias, a oferta de títulos tende para o produto mais comercial possível. Temos a ilusão de escolha, mas, na verdade, o que chega nas prateleiras já é limitado.

Quer agora uma notícia boa? A chegada de novas livrarias, pequenas e pulverizadas, favorece a diversidade na oferta, fortalece editoras menores, possibilita que editoras independentes tragam coisas inovadoras e, principalmente, abre espaço para escritores estreantes, que foram tradicionalmente ignorados pelos megagrupos.

No caso das livrarias, o grande rei parece estar morto. Vivam os novos reis: pequenas livrarias, cheias de gente apaixonada pelos livros, físicos de preferência.

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Cláudio Humberto

"Chamam de sorte, mas a gente sabe que é pura incompetência"

Evair de Mello (PP-ES) lista dólar e juros altos, rombo nas estatais, dívida alta etc. sob Lula

29/12/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Congresso faz a festa com ‘ressarcimento’ bilionário

Desde 2020, senadores e deputados federais conseguiram torrar mais de R$1,11 bilhão apenas com “ressarcimento de despesas”, que batizaram de “cota para exercício da atividade parlamentar”, o popular “cotão”. Essa criação malandra, na prática, multiplica os ganhos dos parlamentares, que podem ressarcir quaisquer despesas, do pãozinho de queijo aos aluguéis, propaganda, almoços e jantares, aluguel de jatinhos etc. Em cinco anos, o gasto cresceu mais de 42%, na Câmara e no Senado. 

Estrutura caríssima

Os salários dos (muitos) assessores parlamentares, que não se queixam dos salários, estão de fora do “cotão”.

Ele contrata, você paga

Cada deputado ou senador pode gastar um total de R$125 mil por mês para contratar assessores de livre escolha, sem concurso.

Conta milionária

No Senado, o cotão já consumiu R$18 milhões em ressarcimentos para suas excelências, mas, calma, o ano ainda não acabou.

Pisando na jaca sem dó

Os deputados federais não se importam em pisou na jaca sem piedade: em 2024, eles já tiveram R$209 milhões em despesas “ressarcidas”.

Governo Lula é ouro e prata em gasto com viagens

Dois anos após a posse em seu terceiro governo, o presidente Lula (PT) voltou a fazer História no quesito gastança, sem qualquer compromisso com economia: o ano de 2024 nem acabou, mas o governo petista já torrou em viagens R$1,78 bilhão do suado dinheiro dos impostos. Mas o recorde foi registrado em 2023, primeiro ano do atual governo, quando os gastos siderais com passagens e diárias atingiram R$2,3 bilhões. Isso não inclui a farra principal das viagens e passeios de Lula e Janja e seus 40 ministros e de outras autoridades que só viajam em jatinhos da FAB.

‘Business trips’

Desse total bilionário, cerca de R$263 milhões foram destinados a bancar viagens internacionais dos funcionários do governo Lula.

Recorde absoluto

No ano de 2023, o primeiro do atual governo, os petistas embolsaram R$1,44 bilhão só em diárias, maior valor de todos os tempos.

Funcionário recebe

Em 2024, enquanto Deus e o mundo clamavam por corte de gastos, a turma do governo Lula embolsava R$1,12 bilhão somente em diárias.

Momento decisivo

Os futuros presidentes da Câmara e Senado têm a difícil missão de negociar auto-contenção ao STF. Após anular prerrogativas e de legislar, só falta declarar o Congresso “inconstitucional”, passível de extinção.

Dívida só aumenta

O governo está tão quebrado que já vende títulos que prometem mais de 15% de retorno já em 2025. Cada mil reais rendem R$153 em um ano, aponta o simulador do Tesouro Direto. Imaginem bilhões.

Efeito dominó

Praticamente todas as ferramentas de conversão de moedas online apresentaram erros, após o Google virar alvo da Polícia Federal, na caçada a responsáveis imaginários pelos erros do governo.

Adeus, reservas

O Banco Central torrou mais de US$30 bilhões (R$190 bilhões), desde o dia 19, para tentar conter a alta do dólar, após o fracasso do pacote fiscal e da verborragia do presidente e do ministro da Fazenda.

Dólar na cabeça

O governo Lula (PT) e o Banco Central se esforçaram para conter o dólar (e o noticiário), mas, segundo o Google Trends, a moeda americana está entre os assuntos mais buscados da internet no Brasil (número 8).

Cuidado aí

Lula (PT) recebeu o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito na sucessão de Arthur Lira (PP-AL), somente depois da reunião com o atual presidente, o maior eleitor da Câmara dos Deputados.

Tempus fugit

Tramitam no Congresso 26 medida provisórias assinadas por Lula. Duas delas estão na agenda inicial de problemas dos futuros presidentes da Casa: irão trancar a pauta antes do fim de fevereiro.

Muda nada

Sem Lei Orçamentária sancionada pelo presidente Lula ainda em 2024, o Poder Executivo só está autorizado a realizar despesas consideradas essenciais ou obrigatórias. Até o Congresso discutir e aprovar a lei.

Pensando bem...

...após se espantar com as leis de mercado, só falta a AGU acionar a Polícia Federal para apurar quem está por trás da lei da gravidade.

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

A dona da voz

Interventor em Minas, Benedito Valadares era apaixonado pela voz melodiosa de uma locutora de Belo Horizonte, como lembra o escritor Petrônio Souza. Mas se a voz era bonita, a moça era feia de dar dó. Como a paixão é cega, os assessores de Valadares resolveram promover um encontro da locutora com o fã ilustre. Foi um desastre: ao ser apresentado à moça, no Lacmè, antigo point político e cultural da cidade, a paixão de Valadares parece ter entrado em estado de choque. Tosco, ele apenas balbuciou: “É este fantasma que tem aquela voz maravilhosa?” A pobre locutora morreu com raiva do fã que preferia não ter conhecido.
 

ARTIGOS

Expectativas da energia solar para 2025

28/12/2024 07h45

Arquivo

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Desde 2012, a energia solar gerou investimentos de R$ 229,7 bilhões no Brasil e resultou na arrecadação de R$ 71 bilhões aos cofres públicos. Essa fonte de energia evitou a emissão de 60,6 milhões de toneladas de gás carbônico no País, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Agora, o Brasil acaba de superar a marca de 50 gigawatts (GW) de potência instalada operacional de energia solar, tornando-se o sexto país a alcançar esse nível, junto aos Estados Unidos, China, Alemanha, Índia e Japão. A fonte solar representa hoje 20,7% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira, estando em segundo lugar entre os sistemas disponíveis, só perdendo para a energia hidrelétrica, ainda de acordo com a Absolar.

No entanto, recentemente, o mercado de energia solar no Brasil enfrentou mudanças significativas após a publicação da Resolução Gecex nº 666, que alterou as regras do Imposto de Importação para módulos fotovoltaicos. A alíquota, que antes era de 9,6%, subiu para 25%, aumentando os custos de equipamentos importados e impactando diretamente a viabilidade econômica de projetos solares, contribuindo para que o setor enfrente um dos maiores desafios de sua história. 

A taxação desestimula os investimentos e compromete o ritmo de crescimento da fonte limpa de energia em um momento de transição energética, uma vez que aumenta os custos dos projetos de energia solar e dificulta o acesso a equipamentos essenciais para a geração distribuída e centralizada. Com isso, muitos integradores enfrentam desafios financeiros, enquanto clientes finais podem sofrer com preços mais elevados e prazos ampliados.

O governo federal justificou o aumento por acreditar que a mudança poderá estimular o crescimento econômico, gerar empregos e reduzir a dependência de produtos importados. Mas o setor solar brasileiro ainda sofre com questões estruturais, já que a produção local não consegue atender à alta demanda. 

Sem dúvida alguma, a energia solar no Brasil não é apenas uma tendência, mas uma necessidade emergente. Graças à vasta extensão territorial e às condições climáticas favoráveis, o País oferece um potencial imenso, que vem se consolidando como uma das alternativas mais viáveis para atender à crescente demanda energética.

Por isso, o aumento do Imposto de Importação pode gerar um efeito contrário no curto prazo, limitando o avanço de novos projetos e a expansão do setor, que vinha crescendo com rapidez, por conta do aumento de investimentos em geração distribuída e centralizada.

Para evitar esse cenário, é essencial que governo e empresas trabalhem juntos para criar políticas que incentivem a produção nacional dos insumos necessários para gerar energia solar, garantindo um futuro mais sustentável e inclusivo para todos.

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