Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

"Nosso abraço, irmão Lula!"

Nicolás Maduro, ditador e fraudador de eleições na Venezuela, saudando o velho amigo

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Lula e Dilma condecoraram ditadores e corruptos

A condecoração de Lula (PT) ao tirano deposto da Síria e a recepção de chefe de Estado ao ditador Nicolas Maduro durante mera visita de trabalho não foram casos isolados de bajulação a figuras abomináveis. A Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, mais alta condecoração brasileira, foi usada por Lula para homenagear também o francês Nicolás Sarkozy, que acabaria preso por corrupção, assim como Dilma Rousseff o fez em 2015 a Cristina Kirchner, argentina também sentenciada por ladroagem.

Até o ‘carniceiro’

A condecoração a Bashar Al-Assad, o “carniceiro de Damasco”, com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, cobriu a diplomacia de vergonha.

Agressor premiado

O ex-presidente argentino Alberto Fernández, indiciado por agredir a ex-mulher, suspeito de corrupção, também foi condecorado por Lula.

Honraria a Fujimori

O tucano FHC também fez a presepada de conceder a Ordem do Cruzeiro do Sul ao peruano Alberto Fujimori, que cumpriu longa pena.

Anulações difíceis

O Senado anularia em 2002 a comenda de Fujimori, mas a honraria ao “carniceiro”, proposta por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), não anda.

PT não quer nem saber de Alckmin assumir o cargo

A cirurgia de Lula no cérebro confrontou o PT com seu maior fantasma: a posse do vice Geraldo Alckmin. Já aconteceu antes em sua trajetória, quando vice de Mário Covas, falecido no cargo. Os petistas até toleram, mas não confiam em Alckmin. Ontem cedo, com aval de Janja, “ministros da casa” plantaram que Lula não se afastaria do cargo. Ele está na UTI, incapacitado de tomar decisões, mas o vice foi impedido de exercer seu papel constitucional. Alckmin não reclama. Coisa de quem sabe esperar. 

Vice de fato

Ao vice são confiados só fatos irrelevantes, como ontem, no Rio, com o premiê eslovaco. A “vice” Janja representa Lula em eventos midiáticos.

Ela se impõe

Janja se impôs para representar relutante marido na visita à tragédia gaúcha, em setembro de 2023, e na abertura das Olimpíadas de Paris.

Virou piada

A “vingança” ficou por conta dos criadores de memes, das montagens mostrando o vice “atleta” alongando ou posando com faixa presidencial.

Osmar tinha razão

Há 47 dias, ao Diário do Poder, o deputado e médico Osmar Terra (MDB-RS) alertou para risco de piora no quadro de saúde de Lula em razão da queda no banheiro. Não deu outra.

Foi chocante

Arthur Lira e Rodrigo Pacheco saíram impactados da reunião em que Lula começou a apresentar sintomas da hemorragia cerebral que o levou à cirurgia. Meio devagar, o presidente chegou a dormir durante a reunião.

Não faz tempo

A expectativa é que o Comitê de Política Monetária aumente a nova taxa Selic de 0,75% a 1 ponto percentual. A última vez que houve aumento da taxa em mais de 0,75 ponto foi em maio do ano eleitoral de 2022.

Veja bem

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, deveria começar dando o exemplo e obrigando o uso de câmeras corporais pelos policiais que fazem a segurança dos ministros do STF.

Salgou o churrasco

Coitado de quem espera pela promessa de “churrasco e cervejinha”: o preço do grupo “alimentação e bebidas” foi o que mais subiu em novembro, diz o IBGE. Só o preço das carnes subiu mais de 8%.

Malddad desagradou

O ministro Fernando Haddad (Fazenda) conseguiu o improvável com o corte de gastos fake: uniu direita e esquerda para descer a borduna na proposta. Esta semana, a turma do PSB apresenta projeto alternativo.

Empréstimo é dívida

O Senado autorizou três Estados a captarem empréstimos no exterior. Bahia, governada pelo PT, fará dois com o BID e o Fida; Ceará (PT) vai pegar dinheiro do Bird; e Paraíba, governada pelo PSB, com o Banco dos Brics. No total serão mais de US$705 milhões.

Baixa motivação

Foi cancelado debate na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara ontem (10) sobre o impacto das apostas on-line no endividamento da população e na política de juros. Não há nova data para a discussão.

Pensando bem...

...com a “tabelinha” Lula-STF, quem precisa de Congresso legislando?

PODER SEM PUDOR

Um baiano nos pampas

Reza o folclore político que o gaúcho Getúlio Vargas arrumou encrenca com o general Flores da Cunha, em 1937, ao nomear o general Daltro Filho, soteropolitano, interventor no Rio Grande do Sul. “Que fizeste, Getúlio? Tu és um renegado!” Getúlio reagiu com naturalidade: “Ora, Flores, se um gaúcho pode governar o Brasil, por que um baiano não pode governar o Rio Grande?”

ARTIGOS

O mundo caótico das narrativas

10/12/2024 07h45

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Desde quando o mundo foi o mundo das realidades e da verdade em si? Tudo que nos chegou foi pelo processo de histórias mal engendradas, mal registradas e mal contadas. Toda a história da humanidade viajou no tempo por intermédio de narrativas, por intermédio de enunciadores que não a viveram. São elas que formaram o cerne de todas as entranhas culturais existentes no mundo. Toda nossa vida foi-nos traduzida pelos que nos precederam (lembranças são memórias atualizadas, nunca fiéis aos acontecimentos). Tudo o que deles sabemos, também o foi. Tenho insistido na tese de que a verdade, enquanto categórico universal, não nos seja acessível. 

Fatos são fenômenos irrecuperáveis na linha do espaço-tempo. Mesmo com o advento das novas mídias, “vê-se” o registro, mas não se pode recuperar a “realidade”, a “verdade” tal como se deu. Isso porque nossa capacidade de percepção do mundo é ínfima, parcial, individual: o que eu percebi, o que eu vi e o que eu inferi está absolutamente lincado a minha (in)capacidade de captar, deduzir, interpretar e enunciar o fato em si. O que vejo, creio, percebo, está contido no campo de minha potencialidade de perceber, interpretar e enunciar.

Vivemos, mesmo, mergulhados em um mundo caótico de narrativas. De enunciados e de enunciadores, a respeito da “verdade dos fatos” (inapreensíveis em si) vamos construindo narrativas possíveis dentro dos parâmetros que podemos ter. Nossas enunciações deixam nossas assinaturas, marcas e rastros de opinião, reescrevendo, diuturnamente, a história contada do nosso e único jeito de compreendê-la e transmiti-la. 

Tudo se apresenta como meras traduções. Metabolizamos o que capturamos de fora, por intermédio da filtragem do que temos por dentro. E nesse processo de captação e representação da realidade, a carregamos com pinceladas de uma cosmovisão personalíssima que constitui nossa lente de olhar o mundo. Tal como o observado vê o observador, o mundo traduzido, por recorrência de quem o captou, apresenta-se particularíssimo diante de nós.

Depois de Einstein e da física quântica, legaram um antecartesiano novo paradigma do encontro, no qual ambos (observador e observado) se auto modificam, todas as narrativas a respeito de tudo são possíveis.

Com isso, somos os que observam e os observados. Influímos e somos influenciados, modificamos o que captamos como realidade e verdade em si e as enunciamos conforme a capacidade que temos de interpretá-las e passá-las adiante. 

Somando-se ao conceito anterior, com relação à captação do mundo, a Semiótica (ciência dos signos, estudo de como lidamos com as representações) determinou que a apreensão da “realidade” se dá por intermédio de traduções sígnicas. O mundo que habitamos (e tudo que há nele) é único e individual. Vivemos a realidade que, potencialmente, podemos viver – “somos quem podemos ser” – por meio das significações que somos capazes de dar, seja com relação aos acontecimentos (aos fatos), às pessoas, à realidade, à “verdade”, à vida em si. 

Enunciadores-narradores de fatos e verdades – com nossos parcos recursos de captação, interpretação e compreensão – é o que somos. Tudo arrolado em um imenso caldeirão, no qual razão e emoção nos constituem enquanto humanos pensantes e sencientes. Somos, sim, complexidades (ainda ignorantes e narcísicas), as quais atribuímos uma capacidade que não temos. Tudo é e não é; existe e não existe, dependendo do filtro que temos e usamos. É a esse mundo de “enunciações”, “paradigmas”, “concepções” e “narrativas” que estamos todos subjugados e afetados.

Dotados da arrogante prerrogativa anacrônica de que somos capazes do que não temos condição de ser, ou seja, compreender o outro e o mundo que nos asfixia por si mesmo, tal como é, tal como somos, intérpretes do que nos chega – oriundo da esfera das significações – filtrado, de antemão, por nosso próprio lastro interpretativo. Reconhecer e conseguir vivenciar esse mundo de narrativas, talvez, seja a habilidade que precisamos reconhecer como de nossa natureza, para esse momento caótico de estar no mundo, que de toda forma é só nosso, visto que o real não existe.

A concepção que temos a respeito de tudo sempre será pessoal e intransferível. Enfim, tudo o que podemos acessar se dará, unicamente, por intermédio de traduções e de narrativas nossas e dos demais. A torre de babel não seria, assim, apenas um mito, talvez seja uma explicação.

ARTIGOS

O pacote fiscal e o Proagro

10/12/2024 07h30

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Em um país em que as desigualdades econômicas já são enormes, o governo federal insiste em propor pacotes que mais prejudicam do que corrigem. O discurso de corte de gastos na última semana é apenas uma fachada: enquanto o governo mantém privilégios intocados, como quinquênios retroativos e férias de 120 dias para o alto escalão, são os mais vulneráveis que acabam pagando a conta.

Entre as medidas mais polêmicas está a tentativa de limitar as despesas do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), fundamental para o agronegócio, um dos setores mais resilientes da economia brasileira. Atualmente, as despesas do Proagro ficam na conta do Banco Central, porém, por conta dos elevados custos, o governo quer transferir essas despesas para o Orçamento, restringindo-as à previsão orçamentária. Essa mudança pode afetar diretamente a segurança e o planejamento de produtores rurais que enfrentam adversidades climáticas, colocando em risco não só a produção agrícola, mas também a segurança alimentar do País.

Ao mesmo tempo, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), essencial para famílias em situação de extrema vulnerabilidade, é alvo de medidas que dificultam o acesso. Famílias que lidam com doenças raras muitas vezes não conseguem receber os benefícios aos quais têm direito, mesmo após decisões judiciais. Enquanto isso, os gastos bilionários com privilégios no alto escalão seguem intactos.

Mas o problema não é apenas social, e sim estrutural. O governo insiste em aumentar impostos sobre aqueles que já contribuem significativamente, como empresas que pagam 34% de imposto sobre lucros, além de tentar tributar dividendos. Essa estratégia não só desestimula o investimento como também alimenta uma narrativa de divisão social, em que os “ricos” são demonizados sem que os dados sejam apresentados com clareza. Uma verdadeira demagogia!

O reflexo dessa política equivocada pode ser visto na economia. A alta do dólar, que já ultrapassou R$ 6, afeta diretamente o custo de vida dos brasileiros. Não se trata apenas de viagens internacionais ou carros importados: 85% dos insumos para fertilizantes são importados, o que impacta diretamente o preço dos alimentos. Isso sem mencionar a indústria, que depende de produtos químicos e embalagens importadas, encarecendo a produção nacional.

O pacote anunciado pelo governo, que prometia economizar R$ 327 bilhões até 2030, não passa de um amadorismo. Até mesmo analistas alinhados com o governo admitem que será difícil alcançar uma economia de R$ 40 a R$ 50 bilhões nos próximos dois anos. E o deficit fiscal, que já chegou a R$ 105 bilhões até setembro, continua crescendo, mesmo com um aumento real de 9,77% na carga tributária até outubro.

O Brasil precisa de cortes reais, não de manobras que apenas aumentam o peso sobre os cidadãos e os setores produtivos. É hora de enfrentar os privilégios do alto escalão, reduzir os gastos desnecessários e priorizar quem realmente precisa. Sem essas mudanças, continuaremos a ver pacotes que prometem muito, mas entregam pouco, enquanto o País afunda em um mar de injustiças e desconfiança.

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