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Giba Um

"Rússia, China, Irã e Coreia do Norte.

O que um país democrático e livre está fazendo junto a esses países? O Brasil vai engolir esses quatro aliados ou quatro aliados vão engolir o Brasil?", de Volodymyr Zelensky em entrevista a Luciano Huck

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Nada se cria, tudo se copia – já dizia Abelardo Barbosa, o popular Chacrinha. Agora, está aí até o polêmico candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, que teria uma gorda folha corrida, divulga versões publicadas – e adaptadas – de outros candidatos em eleições anteriores. 

Mais: Na última campanha, Lula esticou com o “Faz o L”, referência a uma forma dos dedos desenharem a letra inicial de seu apelido. Agora, Pablo Marçal, espalha “Faz o M”, usando dedos da mão virados para baixo. Detalhe: não pegou.

Provando o talento

São 23 anos de Big Brother Brasil e 24 edições (duas no primeiro ano), 322 participantes e foram poucos os participantes (não famosos) que conseguiram conquistar o público e ganhar um espaço na mídia ou na televisão, alguns tentaram, mas a “fama” não durou muito tempo. Mas ao que parece a última edição agradou a direção da Globo, quatro ex-participantes conseguiram o tão sonhado contrato com a emissora carioca. Fernanda Bande e Giovanna Pitel comandaram o programa Na Cama - Com Pitel & Nanda, pela Multishow. Fernanda irá ganhar um programa só seu, voltado para confeitaria (sua profissão antes de entrar na casa). Alane Dias em breve deverá estar nas novelas, assim como sua “amiga” Beatriz Reis, com um diferença Beatriz vai estrear em breve, ela acaba de ganhar um papel na novela  Família é tudo. Ela irá interpretar Selminha Veneno, como o nome diz será um apresentadora que irá falar das celebridades. “O coração tá a mil e acho que ainda não caiu a ficha. O público pode esperar uma Selminha ardilosa, o oposto da Bia do Brasil. Todo mundo que tá acostumado com a Bia falante, e quem fala alto e gesticulando. Ela é o avesso. Agora de fato é um personagem, vocês vão conhecer um outro lado. Agora me cabe ser um personagem, existe uma dramaturgia e tem um sentido e um porquê. A Bia atriz vai entrar em ação”.

Bolsonaro vai virar vendedor  de Guedes

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido seduzido  pelo ministro Paulo Guedes para se juntar a ele e ao influenciador Thiago Nigro, mais conhecido como Primo Rico, fundador do Grupo Primo. Ele seria uma espécie de garoto-propaganda da plataforma de investimentos e cursos, que faturou mais de R$ 200 milhões em 2023. O projeto é para depois de 2026. Nos próximos dois anos, a missão é trabalhar pela candidatura de um de seus à sucessão de Lula (Bolsonaro está inelegível até 2030; Lula também já esteve inelegível). Depois das eleições, o ex-presidente teria o caminho livre para se unir ao “Posto Ipiranga”, emprestando sua popularidade e seu maior ativo, o próprio rosto, para propagandear  diversos produtos financeiros. Bolsonaro. É vendedor que carrega por onde vai um mercado cativo de 30%. E tem notório acesso aos evangélicos. Vende camisas, pôsteres e calendários, migrar para o mercado financeiro seria um upgrade.

Capitalização

Paulo Guedes também quer vender títulos de capitalização. Em 2018, já pensou nisso, como alternativa ao modelo de Previdência Social. Em 2021, à frente do Ministério da Economia voltou à ideia e avisou que tentaria fazer a “capitalização da Previdência” até o fim de sua gestão. Não deu em nada e Guedes partiu para outra, uma espécie de “papa-evangélico”, alusão ao “Papa-Tudo” do século passado. Guedes está conversando com o Primo Rico, influenciador da área financeira, que tem quase sete milhões de seguidores.

Perfume só seu

Dizem que carreira de modelo dura pouco. Mas hoje veteranas modelos estão aí para provar ao contrário, continuam trabalhando, recebendo aplausos e sendo muito requisitadas com seus mais de 50 anos. Mas modelo Bella Hadid, não quer correr o risco de quando chegar nesta idade o cenário tenha mudado.  Neste ano, aos 27 anos acaba de fundar um empresa de produtos de beleza, batizada de Orebella. De largada está lançando somente perfumes. Já são quatro fragrância: Blooming fire, Salet Muse; Window2soul e  a mais recente Nigthcap com toques de  baunilha, gengibre e sândalo os preços variam de US$ 35 a US$ 100 em frasco de  10 ml, 50 ml e 100 ml.

Memória

O Papa-Tudo do século passado era de uma figura discutível Arthur Falk, que tinha uma sociedade com Roberto Marinho. Sua garota-propaganda associada era Xuxa Meneghel, mas outros artistas faziam comerciais. Entre eles, César Filho, Fausto Silva, Chico Anysio e outros. Enquanto trabalha na nova “capitalização”, Paulo Guedes vai a São Paulo uma vez por semana, grava sua aula e recebe R$ 20 mil por mês (terá participação no negócio lá na frente). Na área de cursos, dão aulas Gustavo Montezano, Adolfo Sachsida e Marcos Troyjo. Mais: o Papa-Tudo do século passado quebrou, deixando R$ 218 milhões de dívidas. Era uma pirâmide.

Longe da nacionalização

Uma das estratégias da campanha de reeleição de Eduardo Paes (PSD) é de fugir da nacionalização do debate em torno da disputa pela prefeitura do Rio. Ele busca limitar a pauta das eleições aos problemas da cidade e suas entregas no mandato.  No entanto, dois de seus adversários são bolsonaristas e tentam exatamente ao contrário: associar a imagem de Paes ao presidente Lula e apresentá-lo como contrário a Jair Bolsonaro, levando temas nacionais à campanha. Detalhe: nada afeta as intenções de votos de Paes, que deverá vencer em primeiro turno tamanha a diferença do segundo colocado nas pesquisas, Alexandre Ramagem, candidato do ex-presidente.

Pérola

“Rússia, China, Irã e Coreia do Norte. O que um país democrático e livre está fazendo junto a esses países? O Brasil vai engolir esses quatro aliados ou quatro aliados vão engolir o Brasil?” , 

de Volodymyr Zelensky em entrevista a Luciano Huck.

NADA DE ATAS

Os analistas de plantão acham que Lula cometeu um erro primário em política externa ao exigir as atas eleitorais para reconhecer a eleição na Venezuela. Errou ao impor uma condição que não controlava, avaliam os diplomatas brasileiros. Agora, a ditadura de Nicolás Maduro decidiu que não divulgará atas eleitorais e deixou Lula preso a uma armadilha que ele mesmo criou – e com cara de tacho. Deveria denunciar a fraude, mas no Itamaraty, a aposta é que Lula irá roer à corda porque adora ditadores de esquerda.

Quem socorre

Mesmo com distanciamento político de Tarcísio de Freitas, o socorro ao Estado ocorre em parceria com o governo de Lula, por meio das Forças Armadas. Para combater os incêndios, há três helicópteros da Polícia Militar na operação, uma aeronave KC-390 e dois helicópteros da FAB, além de 28 veículos pesados e caminhos do Corpo de Bombeiros, destinados a Ribeirão Preto. São 67 cidades ameaçadas por colossais incêndios e divididas em cidades com focos ativos de incêndio (21) e cidades em alerta máximo para incêndio (46).

ENTRADA DO MPOX

O Ministério da Saúde tem aumentado o número de agentes da fiscalização nos maiores portos e aeroportos do Brasil, especialmente nos portos do Santos e Rio e nos terminais de Guarulhos e Galeão. Ao mesmo tempo, companhias aéreas e operadoras de cruzeiros marítimos estão sendo orientados a intensificar as mensagens para que passageiros informem qualquer sintoma atípico. O objetivo da força-tarefa é mitigar o risco da entrada de passageiros infectados pelo vírus Monkeypox, causados da mpox. Na semana passada, um tripulante que saiu de Santos rumo à Argentina ficou em quarentena por apresentar sintomas da doença.

Último em abril

O presidente Lula reclama de não ter maiores relações com parlamentares aliados. A culpa é dele próprio: o último deputado que recebeu no Palácio foi em abril, segundo registros da Presidência. O relacionamento com parlamentares foi o forte de seus dois primeiros mandatos. Os aliados acham que ele não tem mais a mesma disposição; outros atribuem à agenda mínima de audiências, montada por Janja da Silva, que as restringe.

SEM PACIÊNCIA

Ainda o isolamento de Lula: de abril para cá, o presidente só recebeu Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT e mais três deputados federais, todos petistas. Foram encontros rápidos, sem “conversa no ouvido”, que era sua especialidade. A primeira-dama Janja, também controla o encontro de deputados federais e outros aliados com Lula no relógio: o tempo da conversa chega no máximo a 15 minutos (e alguns encontros ela participa).

Mistura Fina

Somente em viagens internacionais, o presidente Lula já percorreu a distância equivalente a mais de uma volta e meia ao mundo apenas este ano: 65,6 mil km. Após a viagem a Santiago (Chile), onde ele e sua equipe foram submetidos a sonoras vaias dos manifestantes, o petista adicionou outros 5, 2 mil à sua milhagem. O Guinness World Record considera uma volta e meia ao mundo um mínimo de 40.075 km.

A primeira-dama Janja da Silva se ocupa da área de comunicação da Presidência. Tem sido alvo de críticas das mais variadas. A revista Oeste, do jornalista J.R. Guzzo é uma publicação que já a chamou de “uma deslumbrada, medíocre e brega” e que “não tem classe e muito menos elegância”. Nos últimos dias, a mesma Oeste fez considerações especiais sobre o comportamento e o passado de Janja (sem citar seu nome), que quase tirou a primeira-dama do sério. O governo Lula não tem propagandas na revista Oeste.

A fortuna dos dez brasileiros mais ricos soma hoje R$ 638,94 bilhões. Boa parte desse montante está na primeira colocação, com Eduardo Saverin. O cofundador do Facebook chegou ao topo da lista no Brasil e também o mais rico da história, ao superar os R$ 150 bilhões, segundo a revista Forbes. A valorização de seu patrimônio ocorreu por meio de um salto de 75,6 % nas ações da Meta empresa que controla, além do Facebook, Instagram e WhatsApp. A segunda mais rica é Vick Safra, viúva de Joseph Safra.

Na área de logística para e-commerce, a informação do momento é que a Shopee planeja a instalação de mais cinco centros de distribuição no Brasil até o primeiro trimestre do ano que vem. Ao menos uma das estruturas de armazenagem deverá ficar no Nordeste, onde os chineses já contam com dois complexos logísticos, no Recife e em Salvador. Em menos de dois anos, a Shopee já chegou à marca de 13 centros de distribuição no país.

In - Cinema: Deus Ainda é Brasileiro

Out - Cinema: Chapeuzinho Vermelho - Herança de Família

*Colaborou Paula Rodrigues

 

Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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