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Giba Um

"Seria um desastre ter em São Paulo um prefeito ligado ao crime organizado",

de Tarcísio de Freitas, governador paulista, aliado de Ricardo Nunes (MDB), não citando o nome de Pablo Marçal (PRTB) em meio a acusações contra o correligionário do ex-coach.

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Assessores do ministro Alexandre Silveira e a área técnica da Aneel cogitam a aplicação da bandeira amarela nas contas de luz em setembro (em agosto, está em vigor a bandeira verde). A mudança implicaria num acréscimo na tarifa de R$ 1,88 a cada 100 KWH consumidos. 

Mais: o motivo do iminente da downgrade é um índice das chuvas abaixo da média em várias regiões no país. Ainda há uma possibilidade de manter a bandeira verde. Dependerá do ministério de Minas e Energia viabilizar o acionamento de térmicas com obras prontas, mas ainda sem contatos formais com o governo federal.

Brasil na disputa

Começou ontem a 81ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza com um total de 21 longas concorrendo ao prêmio de filme; 23 ao prêmio Orizzonti é uma seleção paralela da competição principal do Leão de Ouro (e mais 21 filmes Orizzonti extra) e mais 41 filmes que foram selecionados para serem exibidos fora da competição. O Brasil tem um dos 21 filmes na competição pelo grande prêmio é Eu ainda estou aqui, de Valter Salles, adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva (2015) que conta a história de Eunice Paiva, uma ativista que vai em busca de seu marido desaparecido Rubens Paiva (o pai do autor do livro), durante a Ditadura Militar (1971) estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Que ainda exibirá o documentário Apocalipse nos Trópicos, de Petra Costa, que fala da influência do cristianismo evangélico na política de extrema direita no Brasil. Mais: o festival ainda conta com Kleber Mendonça Filho , cineasta, produtor e crítico de cinema, que integra o júri para escolha do melhor filme e Barbara Paz , atriz, cineasta, artista visual e produtora, que faz parte do júri do Prêmio Luigi de Laurentis de filme de estreia, que este ano tem como presidente do júri a atriz francesa Isabelle Huppert. Entre tantas que passaram pelo tapete do primeiro dia estavam, a modelo brasileira Izabel Goulart, Barbara Paz, Isabelle Hupert, Winona Ryder e Cate Blanchett.

Herdeiras vs. Cimed

A negociação com a Cimed, de João Adibe Marques, já é passado. Os advisers do Grupo Silvio Santos saíram em busca de um novo comprador para a fabricante de cosméticos Jequiti. A francesa Coty já foi procurada e o ativo também teria sido oferecido à Boticário. A venda para a Cimed já era dada como favas contadas. Só que, aos 44 minutos do segundo tempo, João Adibe resolveu regatear o valor que estava praticamente acertado. As herdeiras de Silvio Santos não gostaram da atitude, subiram nas tamancas e encerraram as negociações. Adibe achava que dobraria as filhas do famoso apresentador facilmente. Não dobrou. O próprio Silvio Santos tratou de confirmar o fim das tratativas com a Cimed. O grupo também afirmou que “a Jequiti continuará no seu projeto de transformação por uma estratégia voltada ao crescimento sustentável”.

Olho no varejo

Hoje, são 206 mil consultoras (é como são chamadas) da Jequiti espalhadas pelo Brasil (já foram 250 mil). Os produtos batizados com nomes de artistas foram reduzidos e atualmente, tem melhores vendas perfumes com os nomes de Celso Portiolli, Larissa Manoela e Carlinhos Maia. O projeto que vem sendo montado há dois anos e no qual a Jequiti aposta suas fichas é o desembarque dos produtos no varejo, ou seja, irão para as vitrines das farmácias e drogarias, para iniciar a ofensiva num novo território.

De volta a telinha

A atriz Alanis Guillen depois de quase dois anos fora da TV para descansar sua imagem em breve estará de volta as novelas. Ela irá dar vida a Michele, na próxima novela das 21h Mania de você, de João Emanuel Carneiro. A personagem é uma jovem íntegra e batalhadora, moradora de uma comunidade caiçara, se vira como pode para segurar a barra em casa e sonha em mudar de vida com o namorado, mas que terá sua vida destruída após cair em uma cilada. Durante este intervalo Alanis, não parou, mergulhou na publicidade, foi narradora do documentário Diário de Uma Onça e gravou a série Espécie Invasora produzida pelo Globoplay (que ainda não tem data de estreia). “Agora o foco volta para a TV. Novela é uma maratona que exige do artista estar bem fisicamente e, sobretudo, mentalmente”.

Teleféricos

Quem diria: esta semana, quando o candidato à prefeito de São Paulo Pablo Marçal era entrevistado na GloboNews, a resposta dada à primeira pergunta foi mais do que uma surpresa: queriam saber qual sua proposta para o sistema de transportes da cidade, onde ônibus trafegam a 16 quilômetros por hora. Aí, Marçal não deixou por menos: respondeu que instalaria teleféricos que transportariam passageiros a 22 quilômetros por hora. Lembrou Levy Fidelix, que presidiu o PRTB e sonhava com o “trem aéreo” em São Paulo.

Leais e traidores

O governo está colocando na mesa toda suas armas eleitorais. Por exemplo mais de 1.400 cargos vagos na administração Federal. O recado do Planalto para os aliados é curto e grosso. O governo só vai preencher essas cadeiras após o pleito de outubro, quando terá o mapa dos Leais e dos traidores. Nesse pacotão, estão diretorias de estatais e de agências reguladoras, Poços e Ministérios e autarquias, vagas no segundo Escalão de bancos públicos e superintendências de agências de desenvolvimento regional. Tem cargos para todos os gostos. Basta dançar conforme a música em outubro. Depois, é só tratar com o ministro Rui Costa (Casa Civil).

Pérola

“Seria um desastre ter em São Paulo um prefeito ligado ao crime organizado”,

de Tarcísio de Freitas, governador paulista, aliado de Ricardo Nunes (MDB), não citando o nome de Pablo Marçal (PRTB) em meio a acusações contra o correligionário do ex-coach.

RETIRADOS DO CARGO

Levantamento feito à base de dados do Tribunal Superior Eleitoral está mostrando que, em média, um prefeito perdeu o mandato a cada 12 dias desde 2007. Nesse período, foram realizadas 540 eleições suplementares por causa da cassação do eleito ou indeferimento de sua candidatura e do vice depois da votação. A convocação extraordinária dos eleitores se deu em situações em que a Justiça Eleitoral identificou irregularidades nas campanhas como caso de compra de votos ou abuso do poder político ou econômico. Resumo da ópera: 570 cidades tiveram novas disputas em todo o Brasil desde 2007.

Foro privilegiado 1

Sobrando denúncias de abuso de poder, faz falta PEC que extingue foro privilegiado para os ministros do STF, parlamentares e mais de 40 mil autoridades de todo o país, mas continua estacionada na Câmara desde 2018, após ter sido aprovada no Senado. A oposição priorizou a PEC como forma de combater excessos do supremo, mas a proposta não se move a mais de dois mil Dias. Além de Deputados do PL e Novo, União, PSB, Podemos insistem em sua inclusão na pauta e nada feito.

Foro privilegiado 2

Com o fim do privilégio de função, crimes comuns de autoridades seriam julgados na justiça de primeira instância E é isso que a Câmara quer evitar. A cúpula da casa teme que os deputados fiquem sujeitos a uma enxurrada de ações de 1ª instância motivadas pela busca de holofotes. Caberia ao STF julgar as ações apenas contra o Presidente da República ou vice e presidentes da Câmara e Senado e do próprio Supremo.

Reação à ameaça 1

O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acusou a Aneel de “inércia" e até ameaçou "intervenção", sem que isso esteja previsto na lei das Agências Reguladoras. Com texto de 41 itens e 11 páginas, o diretor-geral Sandoval Feitosa lembra que Aneel se submete a controle externo apenas do Congresso, com o auxílio do TCU, acusação de Silveira sobre o falso "quadro massivo de atrasos" e “funcionamento deficiente" não vale.

Reação à ameaça 2

Ainda a batalha entre o ministro de Minas e Energia e a Aneel: além de demonstrar com certa elegância que o ministro está mal-informado, a agência aproveitou para fazer detalhada prestação de contas. Aproveitou para lembrar seu esvaziamento com a retirada de 35 servidores, 11 levados para o ministério de Silveira e cinco para o planalto. E lembrou também cortes e contingenciamentos comprometendo fiscalizações e consultas públicas.

Mistura Fina

A Justiça Eleitoral do Paraná rejeitou uma ação do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pretendia barrar a candidatura da deputada Rosângela Moro (União-SP) como vice-prefeita à prefeitura de Curitiba. Rosângela foi eleita deputada federal por São Paulo e agora voltou a ser elegível, segundo a promotoria eleitoral em “seu Estado de origem”. A parlamentar segue com legitimidade para concorrer na chapa de Ney Leprevost, também do União Brasil.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard deverá ir à China assinar acordos de empréstimo com bancos chineses, no valor superior a US$ 1 bilhão. Os chineses se tornarão credores da Petrobras e nem é necessário dizer quem pagará essa conta. A " nova política de preços" da Petrobras criou uma defasagem de preços que chegou a 30% e teve desabastecimento de diesel em vários lugares do país. A defasagem diminuiu o lucro. No segundo trimestre deste ano foi de 47% menor do que no ano passado. A capacidade de buscar investimentos foi prejudicada. Investidores foram hostilizados e sumiram.

O Grupo Ultra se movimenta para comprar as ações da Hidrovias do Brasil ainda em poder da Pátria Investimentos. A fatia corresponde a 10% do capital. Tomando-se como base apenas o valor de mercado da empresa, algo equivalente a R$ 280 milhões. A aquisição permitiria ao Ultra saltar para uma participação de 45%, um degrau a mais em sua frenética escalada. Em março, o grupo tinha menos de 5% da Hidrovias Brasil. Desde então, comprou seguidamente ações em poder do próprio Pátria e do Temasek, fundo soberano de Cingapura.

O Ministério Público da Venezuela voltou a intimar o candidato da oposição Edmundo González a depor sobre os crimes na divulgação das atas que provam a fraude eleitoral do ditador Nicolás Maduro. González já não apareceu na primeira intimação e há quem aposte que ele também não dará as caras nessa segunda. Ele tem medo de ser preso, no que muitos de seus companheiros apostam que aconteceria.

In - Whisky Hot Chocolate

Out - Whisky Iced Latte

*Colaborou Paula Rodrigues

 

Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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