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Somente como estado o Pantanal será preservado

Por Benedito Rodrigues da Costa, economista

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O nosso Pantanal, a maior área alagada do planeta, corre o risco de desaparecer dentro de poucos anos. As garras da ganância de lucros, se utilizando de braços políticos no Congresso Nacional, com toda a certeza, criarão mecanismos que venham permitir a exploração desse bioma para expansão de plantio de soja e outras culturas, sem nenhum cuidado com o ecossistema único, invadindo os domínios ainda preservados e podendo sofrer terríveis danos ao meio ambiente, tal como a conhecida tragédia da região do Taquari, praticamente irrecuperável.

Recentemente, a mídia tem dado uma atenção maior às questões que envolvem o bioma pantaneiro como um todo, e não apenas a mídia regional, mas também a nacional e até mesmo a mídia internacional. O gigantesco incêndio que colocou em risco de extinção a fauna e a flora de todo esse maravilhoso ecossistema teve a imagem divulgada a todos os países da Terra, causando uma enorme preocupação. Proteger o Pantanal é dever de todos nós, cidadãos e cidadãs brasileiros, mas principalmente das nossas autoridades constituídas, que devem ter a consciência e a responsabilidade quanto à segurança e ao futuro do Brasil e das próximas gerações.

Criar o Estado do Pantanal não seria apenas um ato político, mas uma forma de fazer com que esse bioma seja preservado com toda a segurança, por meio de uma constituinte composta de parlamentares genuinamente pantaneira e com conhecimentos técnicos, científicos e jurídicos que possam assegurar a vida animal, vegetal e ictiológica no novo estado, de maneira transparente e com uma vigorosa legislação capaz de punir severamente a todo e qualquer transgressor. Seria um estado criado dentro da Federação, porém, com característica iminentemente única, voltada para a sua administração, iniciando pela

Educação Infantil com os currículos voltados ao meio ambiente e terminando nas universidades.

É claro que haveria resistência para apoiar a iniciativa de um movimento capaz de encampar a ideia da criação do Estado do Pantanal, porém, as lideranças políticas dos municípios que compõem o ecossistema devem começar as conversações com prefeitos e vereadores, utilizando a mídia e incentivando a população a se manifestar, chamando atenção dos senhores deputados estaduais/federais e dos senadores para o engajamento do movimento em prol da criação do Estado do Pantanal.

Lembrando sempre que é no município que reside o cidadão e que é da vontade popular que surge a força capaz de fazer ouvir os seus clamores. 

O silêncio nunca é a melhor arma.

O povo pantaneiro deve estar atento para que medidas reptícias possam nos pegar de surpresa e que os interesses econômicos escusos possam colocar em risco esse verdadeiro santuário ecológico, verdadeiro presente da mãe natureza. 

Até porque, quando se trata de algo que possam vislumbrar lucros, o que menos importa é o interesse do povo – mas eis que, para esses casos, tais projetos são geralmente apreciados e aprovados na calada da noite. Os senhores congressistas, 
conhecedores da Constituição em vigor, devem ficar atentos no preceito que diz que todo poder emana do povo e que em nome desse deve ser exercido.

A luta para criar o estado de Mato Grosso do Sul foi longa e dura, portanto, os pantaneiros devem ser aguerridos e responsáveis. Contudo, antevejo um tema que encontrará de imediato muitas adesões, pela simpatia que representará por parte de toda a sociedade organizada: o levantamento dos recursos necessários para levar em frente essa justa reivindicação de um povo que merece ser feliz. Corumbá, o município mais importante e que compõe o Pantanal Sul-Mato-Grossense, deve liderar um movimento de tamanha envergadura. Fé, trabalho e esperança.

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Justiça abre um novo paradigma no tratamento off-label dos pacientes com câncer

Natália Soriani, especialista em Direito da Saúde

12/10/2024 07h45

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Em uma decisão marcante para o direito à saúde dos pacientes com câncer, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou a Sul América Companhia de Seguro Saúde S.A. a fornecer o medicamento oncológico pembrolizumabe (keytruda) a uma beneficiária de plano de saúde, mesmo em caráter off-label.

Essa determinação da Justiça estabeleceu um importante precedente para pacientes que necessitam de tratamentos não previstos na bula do medicamento.

O pembrolizumabe é um imunoterápico utilizado no tratamento de diversos tipos de câncer, como melanoma, câncer de pulmão e linfoma de Hodgkin. 

Contudo, no caso em questão, a paciente foi diagnosticada com um sarcoma pleomórfico de alto grau, uma forma rara 
e agressiva de câncer, para a qual o uso do pembrolizumabe não tem aprovação específica.

A decisão foi embasada em laudo médico que indicou o medicamento como a melhor alternativa terapêutica, dada a gravidade e a urgência do caso. O TJSP também frisou o respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana e ao direito à saúde, garantidos pela Constituição Federal de 1988.

Apesar de o uso off-label não estar regulamentado para certas condições, ele pode ser essencial para a sobrevivência e a qualidade de vida de pacientes com doenças graves e sem outras opções terapêuticas disponíveis.

A decisão também reafirmou a responsabilidade dos planos de saúde em garantir acesso a tratamentos prescritos por médicos, ainda que não constem especificamente em suas diretrizes, desde que amparados por evidências científicas e pela singularidade do quadro clínico.

Para os profissionais do Direito, esse caso sublinha a importância de uma defesa bem fundamentada em favor dos pacientes, unindo conhecimento técnico e sensibilidade. O sucesso da beneficiária reforça a necessidade de uma abordagem jurídica que considere as peculiaridades de cada caso clínico.

Em tempos de Outubro Rosa, esse precedente pode influenciar futuras ações judiciais, promovendo uma interpretação mais ampla e humanizada das coberturas de planos de saúde, especialmente em tratamentos oncológicos e em outras áreas de alta complexidade médica.

Dessa forma, a decisão do Tribunal paulista trouxe à tona a constituição de um marco na luta pelo direito à saúde e à vida digna, reafirmando a necessidade da Justiça para que se adapte às demandas reais dos cidadãos brasileiros.

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Caminhos da vida

Por Venildo Trevizan, Frei

12/10/2024 07h30

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A vida é um contínuo ir e vir. É um andar entre dúvidas e muitas inseguranças. Terá que ser alguém em permanente decisão. Terá que renunciar a tudo quanto queira dificultar ou impedir de progredir pelo caminho a escolher ou até mesmo já escolhido.

Triste será a situação de quem se encontre na insegurança de suas decisões. E são muitas essas pessoas, muitas as que encontramos sentadas à beira do caminho esmolando informações, querendo definir direções, buscando alguma luz em suas dúvidas ou demonstrando arrependimento da escolha realizada.

O cansaço poderá ferir a esperança. 

O desânimo poderá ameaçar a sua fé. E o arrependimento poderá sepultar o seu amor. Algo terá que ser feito para não acontecer que, os que se encontram a caminho, olhem e digam a si mesmos: 

“Eis alguém que iniciou um caminho na esperança e interrompeu em um fracasso”.

E o mundo continua. A história continua. Pessoas com esperança continuam. Pessoas decepcionadas continuam. Pessoas derrotadas continuam. Pessoas com enorme esperança continuam. Pessoas com amor amadurecido continuam.

Mas nesse caminho, sempre haverá alguém desafiando o mundo dos incrédulos e apostando tudo em suas esperanças. Um exemplo vivo. E encontramos esse alguém na pessoa do Mestre dos mestres.

Eis que ele estava ensinando a seus seguidores lições de fé e coragem nessa sua caminhada rumo a Jerusalém. E o caminhar não estava fácil. Muitas falsas doutrinas. Muitos falsos profetas. E o Mestre estava querendo que todos se unissem 
e organizassem um novo Reino.

Diante disso, surge alguém com uma enorme dúvida – como pertencer a esse novo Reino? E esse alguém usa um termo muito meigo ao se dirigir ao Senhor como Bom Mestre. Ao que ele respondeu: “Bom é um só: Deus”. E continuou: “A pertença nesse Reino dependerá da observância dos mandamentos”.

O jovem era muito religioso. Desde a infância, fazia isso e cumpria todos os mandamentos. Ele era muito generoso, mas queria algo a mais. Então, o Mestre dos mestres o convidou a se desfazer de seus bens materiais em favor dos empobrecidos e segui-lo. E isso lhe garantiria o Reino do céu.

Porém, mais um que parou pelo caminho. As riquezas do mundo eram mais chamativas que as riquezas de Deus. 
Os bens do prazer sufocaram o ser humilde, o ser generoso.

Nossa juventude está envelhecendo muito surpreendente. Muito prisioneira da informática e das redes sociais, ela está se desgastando por não conseguir acompanhar a corrida da informação e também a captação de tantas imagens e mensagens.

Isso não poderá continuar assim. 

Deus precisa ocupar um espaço maior. Não poderá surgir apenas nas horas amargas, nas horas de dor, nos dias de sufoco. Ele precisa se sentir companheiro de caminhada, irmão, tanto nas horas boas quanto nas de pôr a mão no ombro e dizer “coragem”, assim como nas horas amargas dizer “paciência”. Pois ele precisa participar também dos sonhos e das conquistas do amor e da solidariedade.

Não importa a sua linha de pensar nem a sua filosofia de vida. O importante aqui e agora é abrir alguma janela e buscar alguma luz para iluminar a esperança de dias melhores.

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