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Uma viagem a Mato Grosso

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Recentemente, tive a oportunidade de conhecer o estado de Mato Grosso, praticamente de sul a norte, por meio da BR-163, entre o distrito de Ouro Branco do Sul, divisa com Sonora (MS), e o município de Terra Nova do Norte, próximo ao estado do Pará. No percurso, a primeira parada para descanso ocorreu em Rondonópolis, município cujo nome homenageia Cândido Mariano da Silva Rondon, o marechal Rondon, importante personagem para a história de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia (considerando que até 1943 o estado de Mato Grosso abarcava esses três territórios).

Engenheiro militar do Exército, descendente de indígenas, nascido em 1865, no distrito de Mimoso, município de Santo Antônio do Leverger (MT), Rondon liderou expedições para levar as redes de telégrafo pelo interior do velho Mato Grosso. Sua fama também se deu pela defesa dos povos indígenas, já que encontrou várias tribos em suas andanças pelo interior do oeste brasileiro.

Como historiador interessado pela história de MS, uni o útil ao agradável ao visitar parentes e conhecer um pouco mais do Brasil por meio de nosso estado irmão nas cidades de Cuiabá, Sinop e Terra Nova do Norte.

Em Cuiabá, capital que visitei em 2010, ao realizar pesquisas no arquivo público, desta vez conheci a belíssima Serra de São Vicente, os palácios Alencastro (sede do governo de Mato Grosso uno entre as décadas de 1940 e 1970) e o Paiaguás (de onde o governador José Garcia Neto acompanhou contrariado a divisão do gigante estado e a criação de Mato Grosso do Sul, em 1977).

No caminho para conhecer as maravilhas do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, entrei no distrito de Coxipó do Ouro, local onde, no ano de 1718, o monçoeiro Pascoal Moreira Cabral encontrou o ouro de aluvião no Rio Coxipó, o que desencadearia anos depois a decisão do rei de Portugal de se criar a capitania de Mato Grosso, uma corrida por ouro e o início da introdução da exploração de africanos como escravizados por essas bandas da América portuguesa.

Em Sinop percebi a força do agronegócio naquela região, que teve seu povoamento iniciado no período da ditadura militar por meio de programas federais de colonização. Em conversas com parentes ouvi comentários a respeito de uma ideia que existe há alguns anos naquela região de uma nova divisão de Mato Grosso, cuja capital seria aquele município. Algo que creio ser muito difícil, pois a experiência do plebiscito para se dividir o Pará, em 2011, demonstrou que a maior parte dos cidadãos brasileiros não quer mais saber de novos cargos políticos para sustentar por meio dos tributos.

Entre Sinop e Terra Nova do Norte contemplei o que resta da Floresta Amazônica Mato-Grossense e busquei refletir, com minhas pequenas filhas, a importância de lutarmos pela preservação daquele e de todos os biomas tão castigados em nosso Brasil.

De volta a Cuiabá, com objetivo de retornar a Mato Grosso do Sul, estressei-me um pouco com o trânsito entre Várzea Grande e a capital mato-grossense. Em um semáforo, dei uma ajuda em dinheiro a uma mulher indígena que carregava sua filha ao estilo tradicional dos povos originários. Pensei em perguntar a qual grupo étnico ela pertencia, mas o sinal verde abriu e eu precisava seguir até o Bairro Pedra 90.

Só tive tempo de dar um tchau e um sorriso para a pequena indigenazinha, torcendo em pensamento para que seu futuro possa ser de garantia de seus direitos, haja vista que a história de exploração e sofrimento por que passaram os indígenas desde 1500 neste país, mesmo após várias conquistas.

Ao fim da viagem, já em Fátima do Sul, no sul de Mato Grosso do Sul, comentei com amigos que uma das coisas mais interessantes que percebi em Mato Grosso é que lá nos chamam pelo nome correto: Mato Grosso do Sul. Algo que poucas vezes acontece quando se vai a outros estados. A experiência permitiu-me conhecer um pouco mais do que era nosso antigo Mato Grosso uno, gravar alguns vídeos em locais que foram marcantes para a história de ambos os estados, com objetivo de se realizar uma série de pequenos documentários a respeito da história de MS, e me cativar cada vez mais com a diversidade que nos marca como brasileiros.

CLÁUDIO HUMBERTO

"Comprovação definitiva de que o governo está sem rumo e sem chão"

Senador Ciro Nogueira (PP-PI) sobre Guilherme Boulos, de extrema-esquerda, virar ministro

06/03/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Especialistas: liberar FGTS faz disparar inflação

A decisão de Lula (PT) de injetar R$12 bilhões na economia liberando o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), objetiva estimular o consumo, que o Banco Central luta exatamente para desestimular, e por isso deve fazer disparar a inflação, segundo os especialistas. Werton Oliveira, da Ekonomy Consultoria Econômica, confirma o risco na alta da inflação e prevê que isso pode fazer o BC alongar o ciclo de alta da taxa de juros, passando os 15%, algo que não acontece desde 2006”. 

Oferta e demanda simples

Oliveira explica que mais dinheiro circulando pode aumentar a demanda por bens e serviços, pressionando preços, caso a oferta não cresça.

Qualidade do gasto

Segundo João Fossaluzza, da EXP Empresarial, o efeito inflacionário dependerá da velocidade e destino do gasto pelos beneficiados.

Inflação de alimentos

Há risco elevado de que a liberação desses recursos pressione ainda mais a inflação, especialmente nos itens alimentícios, diz Fossaluzza.

Salários corroídos

Os especialistas concordam que o FGTS liberado pode aliviar famílias endividadas, mas a inflação corrói o poder de compra dos salários.

Ação em Londres contra Mastercard rendeu 74 reais

Decisão da Justiça de Londres, de há duas semanas, vem preocupando municípios mineiros e vítimas do desastre de Mariana. Tramitando havia 9 anos, ação de consumidores contra a Mastercard, terminou com o escritório de advocacia ganhando 18 milhões de libras (R$134 milhões), enquanto os lesados levaram só 10 libras (74 reais) cada. Os lesados sonhavam embolsar de 10 a 14 bilhões de libras, mas um acordo reduziu o sonho a 200 milhões. Temendo desfecho semelhante na ação contra a BHP em Londres, crescem as adesões ao acordo oficial no Brasil.

Municípios vazam

Até agora, já são vinte os municípios que optaram pelo acordo no Brasil, deixando escritório Pogust Goodhead (PG) falando sozinho. 

Prazo fatal próximo

Vence em duas semanas o prazo final para adesão ao acordo costurado pelo governo brasileiro com a indenização recorde de R$120 bilhões.

Contrato maroto

As cidades deixam a ação no Reino Unido após a PG tentar impor novo contrato com punição para quem receber dinheiro no acordo brasileiro.

Apenas maluquice

A plantação sobre o deputado de extrema-esquerda Guilherme Boulos na Secretaria Geral foi um “balão de ensaio”, mas a mídia ativista tenta viabilizar o que era “apenas uma maluquice”, como disse Lula a amigos.

Crime tem opinião

Juíza aposentada no Rio, que honrou a magistratura metendo poderosos bicheiros na cadeia, adora desfile na Sapucaí. E ironiza: “Não tem nada mais importante do que crítica social feita por bicheiro e traficante”.

Importância relativa

Os ministérios da Cultura e das Relações Exteriores divulgaram com quatro dias de atraso uma nota conjunta sobre o prêmio ao filme “Ainda Estou Aqui” no Oscar. A ministra da Cultura estava ocupada faturando em shows carnavalescos. E diplomacia brasileira já foi mais ágil e atenta.

Palanque particular

Para não voltar à “planície” no Senado, após uma presidência medíocre, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) assumiu o comando da CCJ (Constituição e Justiça) e uma comissão (Defesa da Democracia) que ele próprio criou.

R$50 bi compartilhados

Cláudio Cajado (PP-BA), da Comissão Mista de Orçamento, defendeu os R$50 bilhões em emendas parlamentares para 2025 e compartilhar a execução orçamentária entre parlamentares e membros do Executivo.

Governo adora feriado

O assunto quente da semana do Carnaval na internet foi o futebol, aponta o Google Trends. Nada de política. Corinthians e Real Madrid dominaram as buscas, além do filme “Anora”, grande vencedor do Oscar.

Conta não fecha

Segundo as contas do próprio governo Lula, 13,6% da população (25,9 milhões) recebe algum benefício social em 2025. Após a isenção até R$5 mil, pagadores de impostos serão 10 milhões, diz estimativa da Unafisco.

Censores se animaram

O governo petista adorou previsão de projeto da senadora Damares Alves (Rep-DF) e ex-ministra de Bolsonaro punindo “estelionatário digital” que “prejudicar a honra e a imagem” de vítimas na internet. Já se discute usar o projeto – da oposição – na tentativa de censurar as redes sociais.

Pensando bem...

...tem balão de ensaio que sai furado de fábrica.

PODER SEM PUDOR

O salário do governador

José Aparecido de Oliveira governava o Distrito Federal, em 1985, e não conseguia trabalhar com o barulho de grevistas, diante do Palácio do Buriti. “Vou lá!”, decidiu, irritado. Atravessou a pista sozinho e encarou os manifestantes. “Quanto você ganha?”, provocou um deles, às suas costas. Aparecido se voltou encarando o sujeito, e disparou, dedo em riste: “O que você nunca vai ganhar, porque não gosta de trabalhar!” Os manifestantes caíram na gargalhada. Ele não sabia, mas o provocador era mais um desses grevistas profissionais. Com sua atitude, porém, Aparecido ganhou o respeito deles, obteve o fim da greve e daquele barulho infernal.

ARTIGOS

Mais uma fraude financeira que lesa milhares de brasileiros

05/03/2025 07h45

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No dia 25 de fevereiro, a Receita Federal do Brasil e a Polícia Federal (PF) realizaram uma operação especial com foco na desarticulação de uma organização criminosa que usava a empresa Alpha Energy, com escritórios em Natal (RN) e Barueri (SP), como fachada para a prática de fraudes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.

Apesar da forma de atuação dos operadores do esquema ainda não estar oficialmente relacionada a uma pirâmide financeira, considerada crime no Brasil, as investigações revelaram que o objetivo era semelhante: captar recursos de investidores com a falsa promessa de rendimentos muito além dos praticados no mercado, supostamente obtidos por meio da comercialização de créditos de energia solar.

De acordo com as investigações, os operadores do esquema conseguiram movimentar mais de R$ 150 milhões, com dinheiro investido por 6.300 pessoas de 732 cidades brasileiras. Pessoas essas que viram seus recursos serem transformados em imóveis, veículos de alto padrão e outros patrimônios para os investigados.

À frente da Alpha Energy estava Danilo Batista, já conhecido da PF por liderar a Manah Mineradora, uma suposta mineradora de ouro que agia com o mesmo modus operandi, ou seja, com a promessa de grandes retornos de investimentos para aqueles que aportavam recursos para a atividade de mineração de ouro divulgada fortemente pela empresa, inclusive com a participação de celebridades.

O que a operação da Alpha Energy e da Manah Mineradora muito tem de parecida é que, apesar de áreas diferentes – uma energia solar, a outra mineração –, ambas dependiam mais da entrada contínua de novos investidores do que suas ações verdadeiramente lucrativas, o que caracteriza um sinal claro de esquema Ponzi. 

Mais além, ambas infringiam os crimes contra o sistema financeiro, crime esses federais, como a oferta pública de investimento coletivo sem autorização de órgão regulador, bem como a oferta de rendimentos, ou seja, funcionando como uma instituição financeira sem autorização do órgão regulador.

O novo caso da Alpha Energy, por todos os números que envolve – tanto de vítimas quanto de localidades e cifras –, mostra que é mais um grave esquema de fraude financeira. As investigações avançam, 
e com elas é fundamental que se tenha um rigoroso acompanhamento das autoridades e do sistema de Justiça brasileiro.

Já há uma associação de consumidores lesados criada para o estudo de estratégia para uma ação civil pública, de modo que coletivamente se busque o ressarcimento de quem acreditou na energia solar como fator de acelerado enriquecimento, mas acabou por se tornar mais uma vítima dos cada vez mais sofisticados esquemas de fraude financeira no País.

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