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GIBA UM

"Vinte e cinco milhões. Era minha parte no loteamento. Eu fiquei cego mesmo, fiquei louco"

de Ronnie Lessa, ex-PM, que tem lanchas, casa na Barra da Tijuca, academia e quiosques, confessando como matou Marielle Franco

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Dona Déa Lúcia participou do Lady Night e fez Tatá Werneck chorar. Ela foi a convidada da atração e no fim do programa, surpreendeu a apresentação com uma performance delicada de Fascinação, imortalizada por Elis Regina. Depois, agradeceu a mãe de Paulo Gustavo. 

Mais: e antes, de se despedir, abraçou  forte Dona Déa e falou: “Você me emociona muito”. então , a convidada que inspirou Dona Hermínia, criação de Paulo Gustavo disse: “Não sou eu, é um clã: começa com minha avó, minha mãe e eu”. 

 

 30 anos de história e saudades

Na quarta-feira (30)  no Clube Monte Líbano, agência VOE, do Grupo 4ZERO4, promoveu um Gala Dinner em homenagem ao legado de Ayrton Senna, e os 30 anos do Instituto  Ayrton Senna. Conduzido por Viviane Senna, irmã de Ayrton e presidente do Instituto Ayrton Senna, e Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1.

O evento contou com Ana Paula Padrão como mestre de cerimônia e a participação especial de Galvão Bueno. No super jantar com menu feito por Edu Guedes e Marcelo Magaldi, foi possível provar uma das iguarias  que Senna apreciava, um risoto alla parmegiana com medalhão de filé mignon, contando também com shows  de Ivete Sangalo e  DJ Alok (que participa de outro projeto com outros 32 artistas batizado de “Senna Driven”). O jantar também teve um leilão no qual a renda foi totalmente revertida para o Instituto.

Entre os itens estavam um quadro exclusivo de Senna pintado por Kobra; ingressos para o GP de São Paulo de F1; uma experiência com Bruno Senna, com a McLaren Senna em Mônaco. “Ficamos felizes de dividir este momento com tantos amigos e personalidades relevantes do nosso país. Ayrton deixou um legado: a certeza de que todos podemos ser vencedores.

Nesta noite, celebramos como Ayrton de fato fez do Brasil, um país campeão em Fórmula 1. Hoje, ele continua perpetuando seu legado por meio do trabalho do Instituto Ayrton Senna, que tem a missão de vencer uma nova pista: a da educação”, afirmou Viviane Senna. Entre tantos convidados, amigos, artistas e empresários, todos unidos pela missão de perpetuar o sonho de Senna estavam Xuxa e Sasha Meneghel,  Ivete Sangalo, Edu Guedes e Ana Hickmann, Galvão Bueno e Desirée Soares, Felipe e Rafaella Massa, Emerson Fittipaldi, Sebastian Vettel, Rafa Kalimann, Alice Wegmann, Carla Salle e Gabriel Leone.

Chineses caçam insetos no país

Como se não bastasse a posição de maior exportador global de carne e soja para a China, o papel do Brasil como supridor de proteínas do país asiático começa a se estender a cardápios menos convencionais.

Investidores chineses estão buscando negócios no Brasil relacionados à produção e à exportação de insetos para alimentação. O player mais ativo é a Yihua Capital. O fundo está abordando potenciais parceiros no 
país, de gestoras de venture capital a startups do setor. Tem, inclusive, se aproveitado de encontros bilaterais na área empresarial para estreitar contatos e firmar acordos.

A Yihua Capital coloca sobre a mesa não apenas a perspectiva de aporte de capital, mas também a garantia de contratos de longo prazo para exportação de insetos e consequentemente mercado ativo da China, o maior consumidor mundial de nutrientes, seja de que origem for.

Engatinhando

Ainda insetos nutrientes: o que está em jogo é a segurança alimentar de 1,4 bilhões de habitantes. O Brasil ainda engatinha no segmento – sequer há uma legislação para a criação e uso de insetos na alimentação humana. No entanto, reúne condições favoráveis à produção desses comestíveis em larga escala.

Tem área de sobra para criações em cativeiro na Embrapa. E estão surgindo cada vez mais startups no setor. É o caso da Cyns, de Piracicaba (SP), pioneira na produção de farinha de insetos. Já tem como meta atingir mil toneladas de farináceo à base de moscas negras. 

Cada vez melhor

A super modelo e apresentadora Heidi Klum promove há 24 anos sua tradicional festa do Halloween. E seu evento é um dos mais esperados, principalmente nos últimos anos. Não só pela evento em si, super produzido, mas também para saber qual fantasia a anfitriã usará.

Logo que começou a produzir essas festas ela se mostrava com looks mais sensuais, como uma dominatrix, em 2000, e Lady Godiva, em 2001 só que nos últimos tem caprichado mais, mostrando fantasias mais produzidas, que levam horas para ficar pronta, contando com a maquiagem, como Michael Jackson como lobisomem em Thriller (2017), Jessica Rabbit (2015) ou minhoca para o Halloween de 2022.

Neste ano ela se superou. Juntamente com seu marido Tom Kaulitz se fantasiaram de ET, o extraterrestre do filme homônimo de 1982. Entre muitos convidados estavam sua filha Leni Klum, fantasiada de mosca branca,  a cantora Nicole Scherzinger, o estilista Marc Jacobs, e a modelo brasileira Valentina Sampaio. 

Divergência 

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto não divergem apenas na aproximação do PL do centro e centro-direita: agora, surgiu novo ponto de divergência entre eles. No que depender de Valdemar, que sempre joga o jogo olhando até as bordas do tabuleiro, o PL vai apoiar a candidatura de Davi Alcolumbre à presidência do Senado.

Bolsonaro, contudo, que faz política pensando, antes de mais nada, na própria pele e na da sua prole, condiciona a declaração de apoio à promessa de Alcolumbre de que defenderá a anistia de presos de 8 de janeiro. 

Mais que apito

Há uma pressão de entidades da área indígena para que o governo solte as rédeas do Fundo Amazônia e libere um volume maior de recurso para as etnias da região. O assunto está em discussão no BDNES, responsável pela gestão do fundo. Há quem diga que os aportes podem chegar a R$ 250 milhões em 2025.

Neste ano, os repasses deverão somar R$ 180 milhões. No BNDES, quem cuida da interlocução com os indígenas é Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e atualmente diretora socioambiental do banco de fomento. 

“Vinte e cinco milhões. Era minha parte no loteamento. Eu fiquei cego mesmo, fiquei louco. Foquei no alvo”,  de Ronnie Lessa, ex-PM, que tem lanchas, casa na Barra da Tijuca, academia e quiosques, confessando como matou Marielle Franco. 

Delírio 1

Nos últimos dias, ainda furioso por ter sido barrado – e por Lula – no Brics, o ditador venezuelano Nicolás Maduro vem destilando seu ódio em ataques ao chefe do Governo brasileiro, ao ex-chanceler Celso Amorim e até mesmo ao Brasil, ameaçando nas entrelinhas que “ninguém pode ameaçar a Venezuela impunemente”.

A mídia mundial, hoje, trata Maduro como uma pessoa desequilibrada, que está destruindo a Venezuela, corrompendo instituições e lotando suas prisões de quem não gosta dele. Agora, Maduro pergunta: “se Lula virou agente da CIA” e Amorim “mensageiro do imperialismo norte-americano”? 

Delírio 2

Chamando seu embaixador no Brasil para “consultas”, Nicolás Maduro sinalizou que pode levar sua fúria ao extremo de romper relações diplomáticas. Ela mandou também seu chanceler e o procurador-geral chamar Lula de “mentiroso e farsante” por “encerrar” um acidente para não ir a Kazan.

E o Itamaraty está mais preocupado: acha que Maduro até retire a embaixada da Argentina em Caracas da tutela brasileira, abrindo caminho para prender asilados.

Único

Com fissuras depois do fracasso na eleição municipal, o PT – com suas cabeças mais lúcidas e fiéis – está chegando à conclusão de que a única opção do partido na tentativa de ser eleito em 2026, é mesmo o atual chefe do Governo, Lula, que poderia enfrentar uma chapa de centro ou bolsonarista.

O presidente que acaba de completar 79 anos e teria 81 no caso de ser reempossado. O processo de renovação do partido, que começará no primeiro semestre de 2025, não inclui nenhum outro nome que poderia ser outra alternativa – só Lula. 

“Fiesp paralela”

Ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf, depois de algumas tentativas políticas sem êxito, vai se candidatar à sucessão de Josué Gomes no ano que vem na presidência da instituição (que comandou por 17 anos).

E vem preparando um super Fiesp, recheada de respeitados nomes, dos mais jovens aos mais veteranos. Quer recuperar o prestígio da Fiesp e voltar a comandar uma entidade poderosa. Cada área vem merecendo nomes fortes. A eleição é no ano que vem e a posse em 2026. Pelo andar da carruagem, Skaf está eleito. 

ABTG vira casaca

As tratativas entre o BTG e o Fluminense em torno da criação da SAF deram uma esfriada. O motivo é a aproximação do banco com o Vasco. As conversas passam por muitas possibilidades: empréstimo, preparação do Vasco para a entrada em recuperação judicial e até mesmo compra de parte das ações da empresa que pertenciam ao fundo norte-americano 777 Partners.

A fatia, equivalente a 31% do capital da SAF do Vasco, está nas mãos da seguradora norte-americana A-CAP, que herdou a participação ao executar dívidas contra o 777. Curioso é que BTG e Fluminense caminham juntos há mais de dois anos.

Terapia com IA

Analistas estão discutindo o avanço da Inteligência Artificial no trabalho. Alguns apostam de que 85% das profissões que dominarão o mundo ainda não foram criadas. Agora, estão assustados com um post aterrador sobre pessoas – a maioria jovens – que estão recorrendo ao ChatGPT para fazer terapia.  Acham que a hipótese de psicoterapia por algoritmos é um verdadeiro delírio.

Prescinde-se de muita coisa: o contato humano, capacidade de elaborar um raciocínio crítico, aceitação do contraditório. Mas, perde-se isso tudo para atender a urgência de respostas e perguntas que não podem ser respondidas. Ou seja: beira um fiasco. 

MISTURA FINA

O governador Ronaldo Caiado andou se estranhando, na reunião com Lula, sobre a PEC da Segurança, mas não desistiu de liderar a direita radical em 2026, quando quer disputar o Planalto. Na reunião, levantou a voz contra uma medida apoiada por muitos e com bons resultados: a adoção de câmeras nas fardas da PM. “Eu fui eleito. Não vou botar câmera em policial meu de maneira alguma”, bradou o governador de Goiás. Detalhe: as primeiras pesquisas, ainda rudimentares, dão pouca chance à candidatura de Caiado.

O Exército concluiu um inquérito policial militar (IPM) e indiciou três dos quatro coronéis apontados como autores de uma carta de 2022 que pressionava o comando da instituição a dar um golpe e impedir a posse de Lula. Entre eles, está o coronel da ativa, Anderson Lima de Moura e dois da reserva, Carlos Giovani Delevati, e José Otávio Machado Rezo Cardoso.

A HIG Capital está analisando dois cenários possíveis para a Kora Saúde. Um deles é a venda do controle da empresa; outro, a negociação dos hospitais separadamente. A questão é o timing. A venda do pacote completo, com 17 hospitais, tem tudo para ser uma negociação mais arrastada, até em função das diferenças entre os ativos. Ao mesmo tempo, há blocos mais cobiçados no mercado, caso dos sete hospitais do Espírito Santo. A HIG ganhou mais tempo para se definir depois que a Kora Saúde conseguiu renegociar com os debenturistas uma dívida da ordem de R$ 1,5 bilhão.

Pablo Marçal (PRTB) quase alcança o segundo turno e agora vai devolver a “medalha dos 3 ‘is’” – “incomível, imbrochavel e imorrível” – que ganhou de Jair Bolsonaro. E avisa que a devolução será no “debate para presidente da República em 2026”. Marçal resolveu devolver porque o próprio ex-presidente afirmou incluí-lo no “time dos 3 ‘is’”. 

 

Cláudio Humberto

"Ora, se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros"

Ministro Carlos Fávaro (Agricultura) sugere que o Carrefour não venda carnes no Brasil

24/11/2024 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Oposição não vê chance de arquivamento da anistia

Tirando alguns gatos pingados do PT, poucos na Câmara acreditam que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), dê ouvidos aos apelos de Gleisi Hoffmann (PT-PR) para arquivar o projeto anistia os presos pelo 8 de janeiro de 2023. O pedido é visto como oportunista e sem chance real de prosperar. “A base do governo Lula quer fazer terrorismo porque sabe que o projeto tem voto pela aprovação”, declarou à coluna Evair de Melo (PP-ES). “Na hora que entrar na casa, com certeza terá aprovação”. 

Sem credibilidade

Evair garante que o indiciamento de Jair Bolsonaro não muda o humor na Casa. Vê o processo “cheio de vícios constitucionais e de origem”.

Homem de palavra

Lira é conhecido como “cumpridor de acordos” e o projeto da anistia está na mesa de apoio a Hugo Motta (Rep-PB) como sucessor do alagoano.

É prioridade

Deputados alinhados a Bolsonaro têm o projeto da anistia no topo das prioridades e deixaram isso bem claro a Lira ao fechar com Hugo Motta.

Chance nula

A oposição duvida que Lira vá se indispor com a base bolsonarista e abrir mão da vitória por W.O apenas para atender ao pedido do PT.

Proibição de bets e não de loterias ainda intriga

Nem mesmo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), das “empresas operadoras de jogos e loterias legais”, comenta a proibição da turma do Bolsa Família apostar nas “bets” e não nas loterias da Caixa, que passou o rodo em R$23,4 bilhões em 2023 e sequer sabe quanto disso vem dos bolsos dos beneficiários do programa. Procurada, a ANJL não respondeu a questionamentos. Caso da Caixa, que nem possui estudo dando números aos bilhões do Bolsa Família em suas loterias.

Ninguém fala

O governo Lula também não explica se tem planos para proibir que beneficiários do programa federal apostem nas loterias da Caixa.

Caixa preta

Nem o Banco Central, autor do estudo que apontou bilhões dos bolsistas apostados num mês nas bets, tem estudo semelhante sobre loterias.

Mínimo incongruente

Especialistas na regulamentação de jogos apontam incongruências na decisão do STF e do governo Lula de proibir beneficiários de apostarem.

Malddad e o Fundeb

Findada mais uma semana, nada de Fernando Haddad (Fazenda) aparecer com o corte de gastos. A coluna soube que o ministro “Malddad” ainda não fechou a tesourada que vai dar no Fundeb.

Me engana que eu gosto

Entre os tais “37 acordos fechados pelo governo Lula” com a enorme comitiva chinesa que viajou a Brasília, 24 são “memorandos de entendimento”, sem detalhes, nem valores, meras cartas de intenção.

Número atualizado

O pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acumulou 1,56 milhão de assinaturas na plataforma Change.org até a última sexta-feira (22).

Manobra

Ministério de Minas e Energia deve ajudar o governo Lula a fechar 2024 sem estourar a meta da inflação. O MME pediu distribuição do bônus de R$1,3 bilhão da Itaipu, isso deve reduzir o preço da tarifa em dezembro.

Ignorante irresponsável

Para Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é irresponsável, coisa de quem ignora o mercado, o boicote do Carrefour da França à carne produzida no Mercosul.

Corte só teórico

O plano corte de gastos públicos prometido pelo governo Lula foi adiado novamente pelo ministro Fernando “Malddad”. Ficou para a próxima terça-feira (26), mas ninguém acredita. Nem no Ministério da Fazenda.

Internet devagar

Assinado o “memorando de entendimento” (que não é contrato) entre os governos da China e do Brasil, esta semana, a suposta rival de Elon Musk talvez ofereça acesso à internet daqui a dois anos em diante.

História muito recente

Há nove anos, o então PMDB (atual MDB) desembarcava em massa do governo Dilma, após o pedido de impeachment contra a presidente petista ser aceito pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Pergunta no precedente

Se decretarem a prisão do ex-presidente, ele pode antes se esconder no sindicato do ABC?

PODER SEM PUDOR

Cláudio Humberto

Pistolão no PT

O então ministro do Planejamento, Guilherme Dias, surpreendia assessores pela paciência e simplicidade no relacionamento com o cidadão comum. Certa vez recebeu carta desaforada de um servidor, simpatizante do PT, e não só a respondeu, surpreendendo o missivista, como resolveu o problema relatado. Em outra carta, dessa vez amável, o servidor federal agradeceu as providências e avisou: “Vou pedir ao Lula para manter o senhor no ministério.” Assim o ministro ganhou o seu primeiro “pistolão” no PT. 
 

ARTIGOS

Valorizar o agro é valorizar o Brasil

23/11/2024 07h45

Arquivo

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Não é de hoje que venho criticando a falta de reconhecimento do agro do Brasil como protagonista na mitigação de desafios globais, como a mudança climática, a transição energética e a segurança alimentar.

O recente imbróglio envolvendo a Danone e os produtores de soja brasileiros nos alerta sobre quão frágil 
e equivocada está a imagem do agronegócio brasileiro fora da sua bolha. E motivos para esse protagonismo não faltam.

Recentemente, li uma entrevista do ex-ministro Roberto Rodrigues, a quem tenho uma admiração imensa, que exprime exatamente o que penso. Nele me inspirei e selecionei alguns dados para analisar neste texto.

Não é uma questão de narrativa, é fato. Desde os anos 1990 até hoje, a área cultivada com grãos no Brasil aumentou 111%, enquanto a produção cresceu expressivamente (445%).

Nesse processo, poupamos cerca de 115 milhões de hectares e conseguimos produzir duas safras por ano – em algumas regiões até três. Cultivamos em uma área de 62 milhões de hectares que, considerando as duas safras, equivale a aproximadamente 80 milhões de hectares.

Na área florestal, preservamos 6,5 milhões de hectares de mata nativa, fora outros 10 milhões 
de hectares de florestas plantadas, em grande parte destinadas a atividades como produção de lenha, papel e celulose.

Na contabilidade para o ranking de descarbonização, não leva-se em conta as nossas captações de CO2, só contabilizam as nossas emissões. Não somos vilões, somos um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental para o mundo. Sei que temos ainda como melhorar, pois o aquecimento global e as mudanças climáticas são uma realidade, e estamos trabalhando para isso.

Outro aspecto relevante e que comprova o que estou argumentando é a matriz energética brasileira, que é 48% renovável, em comparação aos 15% do mundo. Isso significa que a nossa participação de energia renovável é três vezes maior que a média global.

Embora essa informação seja amplamente conhecida, poucos sabem que aproximadamente 25% da matriz energética brasileira vem diretamente da agricultura. Ou seja, a contribuição da agricultura para a matriz energética do País é porcentualmente maior do que toda a participação das fontes renováveis no mundo.

O combustível fóssil, principalmente diesel e gasolina, são os grandes vilões nessa busca por descarbonização, porém, mesmo assim, a produção de petróleo continua aumentando no mundo. 

E quem acha que os carros elétricos são a solução para esse problema está engando, pois temos que levar em consideração qual energia está sendo utilizada para recarregar as baterias. São de fontes renováveis ou não? Se a resposta for não, o problema não foi resolvido. Sem contar os problemas que evolvem o descarte dessas baterias, que é motivo para outro artigo.

Outro mito que tem que ser derrubado é a confusão em relação ao desmatamento. O desmatamento ilegal deve ser combatido urgentemente. Ele só atrapalha e é crime. Embora seja difícil ter dimensão exata desse problema, é evidente que práticas como desmatamento ilegal, incêndios criminosos, invasão de terras e mineração irregular precisam ser interrompidas imediatamente.

Mas o que não dá para aceitar é que, principalmente no âmbito internacional, essas práticas são associadas ao produtor rural. É um equívoco, uma distorção da realidade, mas de tanto falar acaba se tornando verdade dentro de alguns nichos que não conhecem de fato o trabalho do agro brasileiro. Muitos consumidores globais têm dificuldade até em localizar o País ou entender a complexidade da Amazônia.

Não dá para misturar o desmatamento ilegal com o legal. Vamos ser honestos, não existe nada no Brasil que não foi feito em terra desmatada. 

Se fôssemos punir o desmatamento legal também, todas as cidades brasileiras teriam que ser erradicadas, as terras produtivas com diversas culturas também. Por esse motivo, a implementação do Código Florestal, a mais rigorosa legislação ambiental existente no mundo, foi essencial para combater o desmatamento ilegal e fortalecer a imagem sustentável do agro brasileiro no mercado externo, mas ainda está em passos lentos.

Um esforço conjunto dos governos federal e estadual é necessário para validar o Cadastro Ambiental Rural e coibir práticas ilegais, enfatizando que os estados de SP e MT estão mais avançados nesse quesito. Cabe ao governo federal intensificar a fiscalização, fazer valer de vez o Código Florestal em todas as regiões e promover a regularização fundiária em vários assentamentos de famílias que continuam sobrevivendo de forma irregular, abrindo espaço para oportunistas agirem.

Em 2000, o agro brasileiro exportou US$ 20 bilhões. Em 2023, esse valor saltou para US$ 166 bilhões. Já neste ano devemos superar essa marca. Ao fazer isso, naturalmente ocupamos espaços que antes pertenciam a outros mercados, o que desagrada concorrentes que ficaram de fora.

Eles, por sua vez, tentam barrar nosso avanço com desinformação e diversas ações, como legislações contra o desmatamento aprovadas na Europa – uma clara medida defensiva. Portanto, precisamos intensificar nossos esforços para eliminar qualquer obstáculo que possa gerar desconfiança sobre a nossa agricultura e afetar a confiança dos compradores.

O Brasil está bem-posicionado com tecnologia e terra disponíveis para aumentar a produção de alimentos em 30% nos próximos 10 anos. A lição de casa da porteira para dentro estamos fazendo muito bem.

Dela para fora, vejo muita gente empenhada, mas falta um pouco de visão estratégica, principalmente na parte de comunicação e diplomacia. Os acordos comerciais com grandes consumidores precisam ser melhor amarrados.

O governo federal tem que se mostrar de fato parceiro do agro, que é fundamental para o País, se aproximar dos agricultores e investir em uma campanha de comunicação estratégica para valorizar o setor.

Passou da hora de descermos do palanque, esquecermos a politização partidária e acabarmos de vez com essa polarização que só vem fazendo estragos no agro e nos mais diversos setores da economia e da vida.

Isso não constrói. E pelo bem da soberania nacional, quem tem que ceder é o mais forte – e o mais forte é o governo. Afinal, valorizar o agro, em sua essência, é valorizar o Brasil.

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