Política

PRÉ-CAMPANHA

Ações de Azambuja no STF distanciam Bolsonaro de Riedel

Presidente, que fechou apoio a Riedel, não teria gostado das ações ajuizadas por Reinaldo Azambuja no STF que questionam leis federais que reduzem o ICMS

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A negociação que garantiria a presença de Jair Bolsonaro (PL) no palanque do pré-candidato Eduardo Riedel (PSDB) ficou abalada nas vésperas da visita do presidente da República a Mato Grosso do Sul.  

Duas ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) ajuizadas pelo governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), com pedido de liminar contra leis federais que têm o objetivo de reduzir a carga tributária dos estados sobre os combustíveis, são o motivo da pausa do presidente na formalização de seu apoio a Eduardo Riedel.  

Nesta quinta-feira (30), quando Bolsonaro estiver em Campo Grande para entregar 300 apartamentos destinados a famílias de baixa renda no Jardim Canguru, construídos com recursos da Caixa Econômica Federal, pelo menos dois pré-candidatos ficarão em evidência ao lado dele.  

Riedel deverá se encontrar com Bolsonaro assim que ele desembarcar na Base Aérea, caso não haja mudanças na programação, e o deputado estadual Capitão Contar (PRTB) participará junto do presidente de uma motociata, que tem tudo para ocorrer logo depois da inauguração dos imóveis, mas que ainda não tem trajeto definido e depende de confirmação de sua viabilidade pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI).  

Politicamente, até a semana passada, o propósito da viagem de Bolsonaro para Mato Grosso do Sul era formalizar o apoio a Eduardo Riedel (PSDB), uma vez que a pré-candidatura de Contar já passava a gerar divisão nas bases bolsonaristas e a incomodar apoiadores da pré-candidatura da ex-ministra Tereza Cristina (PP) ao Senado.

Tereza Cristina é fiadora do apoio de Bolsonaro a Eduardo Riedel. Ela participou de pelo menos três encontros com os dois neste ano para selar uma aliança entre PP, PL e PSDB em Mato Grosso do Sul.  

No início deste mês, em evento promovido pelo deputado federal Loester Trutis (PL) em Campo Grande, que contou com a presença da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das principais líderes da base do presidente no País, apoiadores da pré-candidatura de Capitão Contar foram hostis a Zambelli quando ela defendeu Tereza Cristina. Na ocasião, parte deles chegou a usar palavrões contra a ex-ministra por ela estar com Riedel.  

As ações

Nesta terça-feira (28), Azambuja e mais 11 governadores ajuizaram ação direta de inconstitucionalidade (ADI) com pedido de liminar contra a Lei Complementar nº 194, aprovada recentemente pelo Congresso e sancionada por Bolsonaro, que considera  combustíveis, telecomunicações, energia elétrica e transporte coletivo bens essenciais.  

A lei limita a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) a um teto máximo de 17% a 18%.

Na semana passada, Azambuja e os outros 11 governadores já haviam ajuizado ADIs semelhantes no Supremo Tribunal Federal.  

As peças questionam outra lei complementar: a 192, aprovada em março e que estabeleceu uma alíquota uniforme do ICMS para os combustíveis derivados de petróleo e lubrificantes com a cobrança monofásica (concentrada em um segmento da cadeia).

Ontem, foi realizada uma rodada de negociação envolvendo governo federal e os estados, intermediada pelo STF, mas não houve acordo.

Presidente deve participar de motociata na Capital

O deputado estadual e  pré-candidato a governador Capitão Contar disse ontem que Jair Bolsonaro deve participar de motociata nesta quinta-feira (30), em Campo Grande. Outros políticos também devem participar. 

Política

Governo começa a alinhar prioridades para 2025

Eduardo Riedel se reuniu com secretários para avaliar projetos e elaborar estratégias para o ano que vem

21/11/2024 12h52

Álvaro Rezende/Governo do Estado

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O governador do Estado, Eduardo Riedel, já começou a se reunir com secretários estaduais para avaliar projetos em andamento e alinhar as prioridades de cada pasta para 2025.

Um dos temas tratados na última quarta-feira (20) foram as emendas parlamentares federais, que vão contribuir para os investimentos em diferentes setores do Estado.

"Tivemos um dia de reuniões produtivas em grandes áreas do Governo do Estado. São projetos transversais, que complementam o outro em diferentes áreas e políticas públicas. Podemos definir os grandes projetos para 2025", afirmou o governador, ao final das reuniões que ocorreram na quarta-feira (20), no Gabinete do Receptivo.

Mato Grosso do Sul é um dos estados que mais conseguiu aplicar recursos de emendas de bancada federal em projetos estruturantes e investimentos essenciais, fato ressaltado pelo governador.

"Quando há esta convergência entre Poder Executivo e Legislativo, temos condições de aplicar nos municípios, que é onde as pessoas moram, atendemos melhor o sul-mato-grossense".

O secretário de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, participou de todas as reuniões com os demais gestores. Na sua avaliação o Governo do Estado tem uma linha de trabalho voltada para os resultados.

"Importante medirmos e avaliarmos nosso trabalho para garantir que nosso plano de governo esteja sendo cumprido e a população recebendo melhorias em todas as áreas".

Para alinhar os trabalhos e promover um planejamento eficiente, o Governo do Estado também promove os "contratos de gestão" com todas as secretárias, fundações e autarquias, definindo os projetos que serão prioridades de cada pasta ao longo do ano. Durante este processo são avaliadas que ações estão tendo resultados e rota precisa ser corrigida.

"Com foco no plano de governo, a gestão estadual tem como eixos estratégicos a busca por um Estado verde, digital, próspero e inclusivo, que tenha como objetivo não deixar ninguém para trás. Os bons índices de investimentos permitem ainda que o Estado possa atender as demandas dos 79 municípios".

Possível mudança

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, fontes ligadas à reportagem revelaram que, nas próximas semanas, Riedel pode trazer Pedro Caravina (PSDB) para o lugar de Eduardo Rocha, secretário da Casa Civil, que estaria "de malas prontas" para trocar Campo Grande por Brasília (DF), onde assumiria o Escritório de Relações Institucionais e Políticas, cargo que está vago desde a exoneração a pedido do titular Sérgio de Paula.

Caravina que retornaria à administração estadual depois de ter saído a pedido para ajudar na campanha eleitoral vitoriosa de sua esposa, Wanderleia Caravina (PSDB), para a prefeitura de Bataguassu, e de outros candidatos a prefeito, que também tiveram êxito.

Além disso, Riedel ainda acomodaria o suplente de deputado estadual João César Mattogrosso (PSDB) novamente na Assembleia Legislativa, na vaga de Pedro Caravina, pois atualmente ele é diretor-geral adjunto do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS).

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INTERIOR

Mulheres fracassam nas urnas e põem em risco vereadores vitoriosos do PP

Com dois parlamentares eleitos em Rio Negro, três candidatas do Partido Progressista somadas tiveram apenas 42 votos e sigla entra na mira do Ministério Público

21/11/2024 12h21

Declaradas pardas e donas de casa, Evaleria, Val e Marcela tiveram, respectivamente: 6, 11 e 25 votos.

Declaradas pardas e donas de casa, Evaleria, Val e Marcela tiveram, respectivamente: 6, 11 e 25 votos. Reprodução

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Através de Diário Oficial, o Ministério Público instaurou o chamado procedimento preparatório para apurar possível fraude na cota de gênero para candidaturas femininas, já que distante cerca de 152 km de Campo Grande as candidatas mulheres do Partido Progressista (PP) fracassaram nas urnas e põe em risco, agora, os vereadores eleitos. 

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, em Rio Negro, a eleição municipal ordinária deste ano levou 3.433 eleitores às urnas, sendo 3.353 votos válidos, dos quais 3.265 foram nominais e 88 para legenda. 

Vale lembrar que, os seguintes vereadores foram eleitos no município este ano: 

  • (PSD) Neuza Santos 
  • (PSDB) Betinho Barros 
  • (PSDB) Evaldo Paes 
  • (PSD) Pião
  • (PSD) Valdir Fischer
  • (PSDB) Nair Oliveira 
  • (PSDB) Anderson 
  • (PP) Helio Rezende 
  • (PP) Ticão 

Justamente esses dois últimos citados, Helio Rezende e Tição, que receberam 208 e 84 votos respectivamente, estão com seus cargos no legislativo de Rio Negro a partir de 2025 ameaçados.

Entenda

Como bem aponta em procedimento preparatório eleitoral (PPE) a Promotora de Justiça Eleitoral, Isabelle Albuquerque dos Santos Rizzo, os partidos precisam obedecer ao percentual mínimo de 30% (trinta por cento) de candidaturas femininas, nos termos do art.
10, § 3º, da lei n. 9.504/97. 

Sendo que, para que seja identificada a dita fraude à cota de gênero, é necessária a presença de um alguns elementos não cumulativos "quando os fatos e as circunstâncias do caso concreto assim permitirem concluir": 

  1. Votação zerada ou inexpressiva; 
  2. Prestação de contas zerada, padronizada ou ausência de movimentação financeira relevante; e 
  3. Ausência de atos efetivos de campanhas, divulgação ou promoção da candidatura de terceiros.

Levando isso em conta, é apontada em seguida a dita "quantidade inexpressiva de votos" que as candidatas do Partido Progressista em Rio Negro Alcançaram, que somam a intenção de apenas 42 eleitores totais. 

As candidatas citadas seriam: Marcela Souza, Val do São Francisco e Evaleria, que nas eleições ordinárias desse ano registraram 25; 11 e seis votos, respectivamente, todas as três candidatas declaradas pardas e donas de casa. 

Consequências

Foi solicitado, em PPE, a juntada de cópias do processo demonstrativo de regularidade de atos partidários; Registro de Candidatura individual e prestação de contas de cada uma das candidatas, para apurar melhor a situação. 

Isso porque, caso seja reconhecido o ilícito há três consequências principais que podem se estender à todo o partido e alterar o corpo de vereadores de Rio Negro para 2025. 

Dos três pontos, a primeira consequência é a cassação do Drap da legenda e dos diplomas dos candidatos a ele vinculados, independentemente de prova de participação, ciência ou anuência de cada um. 

Além disso, se constatado ilícito, acarretará na inelegibilidade daqueles que praticaram ou anuíram com a conduta, nas hipóteses de ação de investigação judicial eleitoral (AIJE); bem como anulação dos votos conquistados pelo partido, com recontagem dos quocientes eleitoral e partidário.

Cabe apontar que o Partido Progressista foi procurado para se manifestar a respeito, sendo que esse espaço segue aberto para posicionamento. 

 

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