Política

EXIGÊNCIA

Aliança enfraquece e criação do partido depende de "milagre"

Caso TSE faça força-tarefa, haveria tempo hábil para participação nas eleiões municipais

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O deputado federal Luiz Ovando (PSL), um dos mais esperançosos de que o Aliança pelo Brasil (APL), partido de Jair Bolsonaro, seja criado a tempo para disputar as eleições municipais de outubro, declarou que está “à espera de um milagre”.

Isso porque falta menos de um mês para expirar o prazo para conseguir aprovação de registro oficial pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com a Justiça Eleitoral, o novo partido só pode disputar as eleições se conseguir a aprovação de seu registro oficial pelo TSE ao menos seis meses antes do pleito.

No caso do Aliança pelo Brasil, o próprio Bolsonaro, que será o presidente da nova legenda, já admitiu que pode não dar tempo de o partido participar – nas urnas – das eleições municipais de outubro de 2020.

O deputado Luiz Ovando disse que, “se o TSE fizesse uma força-tarefa, talvez desse tempo, mas eles não têm o porquê fazer isso”, lamentou.

A justificativa dos apoiadores do Aliança é de que o tribunal está tendo dificuldades técnicas para registrar as assinaturas necessárias (491.967) e que, segundo Ovando, foram recolhidas. “Aqui [em MS] fizemos o dever de casa e, com certeza, nos outros estados também, mas o TSE nunca recebeu esse volume de assinaturas e por esse motivo eles estão tendo dificuldades técnicas, nós temos de acreditar”, reforçou Ovando.  

Em Mato Grosso do Sul, o Aliança pelo Brasil atingiu o dobro da quantidade necessária de adesões, foram 3.007 fichas válidas. E, de acordo com Ovando, o índice de adesões a nível nacional também foi satisfatório.

De acordo com a Justiça Eleitoral, o número total de assinaturas deve ser equivalente a 0,5% dos votos válidos na mais recente eleição para deputado federal.

Mesmo com a possibilidade de o Aliança não se tornar partido habilitado para participar do pleito de outubro, Luiz Ovando disse que “isso não é problema” e que os apoiadores estão pensando em 2022. “A qualquer momento o Aliança pode ser criado, temos um mês ainda, muita coisa pode acontecer”, declarou.  

DEBANDADA

Com a saída de Bolsonaro do PSL, mais de 7.739 pessoas já seguiram a orientação do presidente e deixaram o partido. Em média, foram 66 desfiliações por dia, conforme dados divulgados pelo TSE.

Em Mato Grosso do Sul, além de Ovando, o deputado federal Loester Trutis, a senadora Soraya Thronicke e dois deputados estaduais também são filiados à sigla: Renan Contar e Coronel David. Porém, além de Ovando, apenas David pretende sair da agremiação. Ele está aguardando decisão judicial para poder aderir à debandada.

O deputado estadual já adiantou que poderá ir para o DEM, partido da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Já Luiz Ovando adiantou que terminará seu mandato sem partido. “Isso não interfere em nada, o Regimento Interno da Câmara te concede comissão e suplência nas comissões mesmo sem partido”, afirmou.

Ao ser indagado se tentará reeleição para o cargo de deputado federal, Luiz Ovando foi desesperançoso. “Vou pensar ainda, isso está me aborrecendo muito”, reclamou o deputado. Porém, Ovando adiantou que não deverá migrar para o DEM. “Não tenho nada contra, mas não pretendo ir”, reforçou.

Além de Ovando, outros 25 deputados federais aguardam decisão judicial para saírem do PSL. “Eles pretendem se filiar a diversos outros partidos. Há conversas adiantadas com o PSC, Patriotas, Podemos, mas para o DEM não”, adiantou Ovando.

BRASIL

De acordo com Ovando, os próprios organizadores do Aliança pelo Brasil estão desanimados pela demora do TSE. “A própria organização está desistindo [de participar da criação do partido]”, declarou. E, de acordo com ele, os presidentes provisórios (ex-ministro do TSE Admar Gonzaga e os advogados Karina Kufa e Sérgio Lima) poderão ser substituídos.  

Sobre divulgação do Estadão Conteúdo em que o TSE informou ter identificado a assinatura de sete eleitores mortos na lista de apoios apresentada pelo Aliança pelo Brasil, o deputado Luiz Ovando considerou o caso como “normal”. “Isso acontece, erro de registro e acaba dando essa dualidade”, rebateu.  

A própria tesoureira da sigla, a advogada Karina Kufa, disse que pediu uma verificação interna e que em pelo menos um desses casos foi constatado que o apoiador assinou a lista em 26 de janeiro e morreu em 22 de fevereiro.

O Aliança já apresentou mais de 80 mil fichas assinadas ao TSE, mas, segundo o balanço mais recente, apenas 6.605 foram aprovadas – menos de 2% do necessário. Outras 13,7 mil foram rejeitadas pelos técnicos da Corte, incluindo a dos sete apontados como mortos. O restante está em análise.

cnh social

Gordinho do Bolsonaro vota com Lula e petistas de MS, contra

Rodolfo Nogueira (PL) foi o único parlamentar de MS a votar pela manutenção do veto à obrigatoriedade de exame toxicológico para emissão de CNH

06/12/2025 15h00

Rodolfo Nogueira é conhecido por ser um dos parlamentares que invariavelmente vota contra tudo aquilo que é proposto pelo presidente Lula. Desta vez, foi diferente

Rodolfo Nogueira é conhecido por ser um dos parlamentares que invariavelmente vota contra tudo aquilo que é proposto pelo presidente Lula. Desta vez, foi diferente

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Da bancada federal sul-mato-grossense, apenas o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL), o Gordinho do Bolsonaro, votou na última quinta-feira (04) contra a exigência do exame toxicológico para quem for tirar a primeira habilitação de carro e de moto.

 Os demais parlamentares do estado foram a favor da derrubada do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lei 15.153/25, da CNH social. 

Quando criou o projeto da CNH social, que visava utilizar o dinheiro arrecadado pelas multas de trânsito para custear o processo de habilitação de pessoas de baixa renda, o presidente Lula vetou o exame toxicológico para as categorias de carro e moto.

Na época, o argumento era que aumentaria o preço para tirar a primeira habilitação, indo na contramão do que propunha a CNH Social.

Com a derrubada do veto, o exame toxicológico que já era obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, que dirigem veículos de carga e transporte coletivo, agora passa a ser exigido para todas as categorias. 

Votaram pela derrubada do veto ( a favor do exame) os deputados federais sul-mato-grossenses Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Dagoberto Nogueira (PSDB), Dr. Luiz Ovando (PP), Geraldo Resende (PSDB), Marcos Pollon (PL) e Vander Loubet (PT).  Entre os senadores votaram pela derrubada do veto Nelsinho Trad (PSD) e Tereza Cristina (PP).

A senadora Soraya Thronicke (Podemos) não votou. O único parlamentar federal contra a exigência do exame de toxicológico foi Nogueira.

O texto permite o uso de recursos de multas no custeio da habilitação de condutores de baixa renda, cria regras para transferência eletrônica de veículos e ajusta a exigência de exame toxicológico para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A Lei 15.153, de 2025, passa a valer na data de sua publicação. Deputados e senadores decidiram também derrubar o veto à cláusula de vigência imediata, que o Ministério dos Transportes considerou inadequado para garantir a implementação das mudanças no Código de Trânsito.

Sem o veto, a lei teria seguido o prazo padrão de 45 dias após a publicação oficial, conforme previsto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), de acordo com a Agência Senado.

ELEIÇÕES 2026

Pressionada pelo PL, União Progressista terá de lançar pré-candidato ao Senado

Com Azambuja e Contar no páreo, PP e União Brasil ficam praticamente obrigados a lançar um nome para concorrer

06/12/2025 08h20

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido

O deputado estadual Gerson Claro (PP) ou o secretário de Estado Jaime Verruck (PSD) pode ser o escolhido Montagem

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Com a provável chapa pura do PL para disputar as duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul, já que, até o momento, são pré-candidatos pelo partido o ex-governador Reinaldo Azambuja e o ex-deputado estadual Capitão Contar, a Federação União Progressista, formada pelo PP e o União Brasil, será obrigada a lançar pelo menos um pré-candidato ao cargo.

A informação foi passada ao Correio do Estado por uma fonte da própria federação, revelando ainda que o nome poderá ser o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado estadual Gerson Claro (PP), ou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck (PSD), que teria sido convidado a fazer parte dos progressistas.

A União Progressista lançará apenas um pré-candidato ao Senado porque tem o compromisso de apoiar a eleição de Azambuja, porém, como o PL caminha para ter dois pré-candidatos ao Senado, a federação terá de formar uma “aliança branca”, ou seja, fazer um acordo eleitoral informal com a legenda à qual, oficialmente, não estará coligada.

Por meio dessa informalidade, PP e União Brasil poderão pedir votos para o próprio candidato a senador e também para Azambuja e vice-versa, sem a necessidade de um documento de coligação formal registrado na Justiça Eleitoral que una os partidos em todos os níveis da disputa.

Esse tipo de aliança permite que diretórios regionais apoiem candidatos que seriam vetados pelas executivas nacionais, contornando, por vezes, regras de verticalização, que exigem alinhamento das coligações em diferentes níveis.

Na prática, o partido pode lançar um candidato próprio, mas orientar, de forma velada ou explícita, seus eleitores a votarem no candidato de outra legenda. Isto é, a Federação União Progressista pedirá para que os seus eleitores destinem o primeiro voto para Gerson Claro ou Jaime Verruck e o segundo, para Azambuja.

DISPUTA

Pacificada a questão da federação lançar um pré-candidato ao Senado nas eleições do próximo ano, o imbróglio ficará na definição do nome, pois Gerson Claro já está no PP e tem demonstrado desde o início do ano o desejo de ser o escolhido para ser o representante.

Procurado pelo Correio do Estado, o presidente da Assembleia Legislativa disse que não sabia dessa provável configuração para o pleito de 2026.

“Eu só posso afirmar que estou trabalhando para ser o candidato da federação ao Senado Federal”, afirmou.

O secretário Jaime Verruck também foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar nada, revelando apenas que tem interesse em ser pré-candidato a senador da República pelo PSD, partido em que está filiado desde março do ano passado.

Ele já teria até anunciado a data em que vai se desincompatibilizar do cargo de secretário de Estado (30 de março de 2026) para disputar uma das duas cadeiras ao Senado pelo grupo político do governador Eduardo Riedel (PP).

No entanto, se ficar no PSD, Verruck terá problemas internos para resolver, afinal, a sigla é presidida no Estado pelo senador Nelsinho Trad, que tentará a reeleição e, portanto, poderá inviabilizar a candidatura do secretário pela legenda, o que poderia obrigá-lo a trocar de partido.

Por isso, a ida de Verruck para o PP está muito próxima e, caso o escolhido para representar a Federação União Progressista seja Gerson Claro, o secretário poderá acabar disputando uma cadeira na Câmara dos Deputados.

O Correio do Estado ainda procurou a presidente estadual do PP e também da federação, senadora Tereza Cristina, porém, não houve retorno até o fechamento desta edição. Em tempo, PP e União Brasil já entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o protocolo com o requerimento de registro de federação partidária.

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