Política

MATO GROSSO DO SUL

Alianças do segundo turno devem definir futuro governador do Estado

Articulações das alianças, pelo menos por enquanto, favorecem candidatura do tucano; Contar tem dificuldade de ampliar leque

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As alianças devem ser determinantes para definir quem será o próximo governador de Mato Grosso do Sul. 

Neste sentido, o candidato do PSDB, Eduardo Riedel, caminha para ampliar o arco de apoiadores e já iniciou articulações para ter ao seu lado candidatos que disputaram o primeiro turno contra ele, como André Puccinelli (MDB) e Rose Modesto (União Brasil).  

Já Capitão Contar (PRTB) conta com a ampliação da onda bolsonarista, que ganhou força depois que o presidente da República declarou apoio a ele em debate da Rede Globo, na quinta-feira (29).  

Veladamente, há a expectativa de que Marquinhos Trad (PSD) apoie Contar, porém, tal manifestação não seria formalizada.  

Já o PT, de Giselle Marques, que conquistou votação bem acima do que foi apontado pelas pesquisas, tendo conquistado o terceiro lugar em grandes centros, como Dourados e Três Lagoas, e ficado à frente de nomes como Puccinelli, Rose e Marquinhos, ainda não definiu se formalizará apoio a Riedel.  

No entanto, os tucanos esperam receber os votos dos petistas, que votariam no PSDB movidos pelo antibolsonarismo. Em Mato Grosso do Sul, Lula teve mais de 580 mil votos na disputa presidencial.  

Negociações  

Até a tarde de ontem, contudo, candidatos de nenhuma legenda que ficou fora da briga, como MDB, PSD, PT e União Brasil, haviam se manifestado quanto às alianças projetadas.  

O MDB, do candidato derrotado André Puccinelli, sempre manteve conexões políticas com o PSDB. Já desde 2015, início do primeiro mandato do governador Reinaldo Azambuja, emedebistas participavam do governo do tucano.  

No fim do ano passado, por exemplo, Eduardo Rocha, marido da senadora Simone Tebet, também do MDB, licenciou-se do mandato de deputado estadual para assumir a Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica. Pela missão, Rocha nem sequer disputou a reeleição.

Veja o que disse, na época, o deputado licenciado: “A gente [MDB] já vem apoiando o governo [de Azambuja] nestes sete anos [2015 até 2021]. Desde o primeiro ano do governo do Reinaldo, a gente tem ajudado, colaborado com o governo. Eu acredito que o governador me fez o convite para ajudar o Estado nas políticas públicas e na política institucional, com a minha experiência lá do parlamento para poder colaborar e ajudar a entregar mais ainda”.

Na metade deste ano, o PSDB aproximou-se de Puccinelli e tentou combinar uma aliança já ali, e só não foi acertada a parceria porque o ex-governador foi intimado por colegas a concorrer neste pleito.

Sempre apontado em sondagens eleitorais como o favorito nesta eleição, Puccinelli ficou fora do segundo turno, mas obteve uma boa votação: 247.093 votos, ou 17,18% dos votos válidos.

Até a tarde de ontem, reinava o silêncio entre os emedebistas acerca de possíveis alianças. Um integrante da legenda afirmou ao Correio do Estado que o partido negociaria apoios, mas que isso poderia demorar ainda uma semana.

Puccinelli, em manifesto sucinto, ontem, afirmou: “Só tenho a agradecer pela confiança dos que acreditam no meu trabalho e me deram o seu voto. Infelizmente, não seguimos para o segundo turno, e isso é a democracia. Parabéns aos candidatos que seguem para a próxima etapa, torço para que o vencedor dê o seu melhor para Mato Grosso do Sul”.

“Voto útil” de Zeca

Já o PT, da candidata Gisele Marques, que no primeiro turno obteve 9,42% dos votos válidos (135.556), vive um dilema para firmar alianças com os concorrentes do segundo turno, em MS. É que Capitão Contar e Eduardo Riedel apoiam Bolsonaro, rival de Lula.

No sábado, no entanto, em vídeo que circulou nas redes sociais, mesmo com a candidata Giselle na briga, o eleito deputado estadual e ex-governador Zeca do PT aparece dizendo que apoiaria Eduardo Riedel.  

Zeca justifica no vídeo que sua decisão obedeceria ao chamado “voto útil”, meio de apoiar o candidato do PSDB, ainda que optando por isso, fracassaria a candidata de seu partido. Nas pesquisas, Riedel aparecia à frente de Giselle.

Ontem, a reportagem tentou conversar com Zeca para comentar o caso e ver se ele manteria o apoio a Riedel, mas o parlamentar não foi localizado.

Também cobiçado por Riedel e Contar, o ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad (PSD), cujas pesquisas regionais de intenção de votos também o apontavam como um dos favoritos, ficou com 8,68% das intenções de voto (124.795).

Marquinhos

Depois do anúncio do resultado do primeiro turno, Marquinhos sumiu sem dar declarações. Desde a reeleição do governador Azambuja, em 2018, PSDB e PSD mantiveram aliança. 

A parceria foi rompida neste ano, assim que Marquinhos decidiu renunciar ao cargo para candidatar-se ao governo. Daí, o ex-prefeito passou a atacar a gestão tucana.

A reportagem tentou conversar com ele ontem pela manhã e à tarde, mas não conseguiu. Pessoas próximas a ele, que preferiram não terem seus nomes divulgados, disseram ao Correio do Estado que há a possibilidade de o PSD decidir pela aliança com o PSDB no segundo turno.  

Marquinhos, porém, abalado com o resultado das eleições – o ex-prefeito desconhecia o dissabor da derrota – já havia dado a entender que “não aparecia mais na campanha eleitoral deste ano”.

CONTAR

Já o candidato Capitão Contar, que tem como aliado o partido Avante, informou, logo que soube que havia conquistado o primeiro lugar no primeiro turno, que concordaria com alianças desde que os partidos concordassem com o seu plano de governo.

No fim da tarde de ontem, o capitão postou em perfil em rede social esta mensagem: “Mato Grosso do Sul deu o recado nas urnas e mostrou que está fechado com o presidente Bolsonaro e quer levar o Capitão Contar para o governo do Estado. Agora, começa uma nova missão e vamos seguir juntos, trabalhando com a verdade, com projetos e sempre ao lado das pessoas”.

Conforme a mensagem, pelo menos por enquanto, ele conta com o apoio de Bolsonaro, que enfrentará o ex-presidente Lula no segundo turno.

30 DE OUTUBRO

O segundo turno das eleições está marcado para o dia 30 de outubro. Na ocasião, 1,9 milhão de eleitores de Mato Grosso do Sul vão às urnas para escolher o próximo presidente da República e o próximo governador do Estado para o quadriênio 2023-2026. 

Pesquisa

Lula lidera cenários para 2026; Flávio é o mais bem posicionado na direita

Filho de Jair Bolsonaro apresenta intenção de votos maior que Tarcísio e Ratinho Jr. em um cenário de primeiro turno

16/12/2025 15h24

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026 Fotomontagem/Agência Brasil e Agência Senado

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de primeiro turno e venceria todos os adversários no segundo turno se as eleições fossem hoje, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira, 16.

Este é o primeiro levantamento do instituto após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se lançar como pré-candidato à Presidência.

O filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi testado em todos os cenários de primeiro turno, já que vem dizendo que a única possibilidade de retirar sua candidatura é se seu pai for candidato. Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília após ter sido condenado por tentativa de golpe de Estado.

Nos cenários espontâneos, Lula tem 20% das intenções de voto. Jair Bolsonaro tem 5% das intenções de voto. Flávio tem os mesmos 5%. Outros 65% se dizem indecisos.

A Quaest fez diferentes cenários eleitorais estimulados, dependendo de governadores de direita que podem se lançar candidatos à Presidência, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR). Em todos eles, Flávio fica em segundo lugar, atrás apenas de Lula.

No cenário com Ratinho Jr., Lula tem 39% das intenções de voto; Flávio tem 23%; Ratinho, 13%; Renan Santos (Missão), 2%; Aldo Rebelo (Democracia Cristã), 2%. Indecisos somam 5% e 16% dizem que votarão em branco, nulo ou não votarão.

No cenário com Tarcísio, o atual presidente tem 41%; Flávio mantém 23%; Tarcísio tem 10%. No cenário com Zema, o petista tem 39%; Flávio, 26%; o governador mineiro, 6%. No cenário com Caiado, Lula tem 39%; o senador, 27%; o governador goiano, 4%.

A Quaest também testou um cenário em que três dos governadores - Ratinho, Caiado e Zema - saiam candidatos. Apenas Tarcísio ficou de fora nessa projeção. A mesma divisão se mantém: Lula tem 37%; Flávio, 23%; Ratinho, 11%; Zema, 4%; Caiado, 3%.

Um último cenário inclui o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB). Neste caso, Lula teria 34% (o cenário com maior redução do seu porcentual); Flávio teria 21%; Ratinho, 12%; Ciro, 8%; Zema, 4%; Caiado, 2%; Santos, 1%; Rebelo, 1%.

Nas simulações de segundo turno, Lula tem de 10 a 12 pontos porcentuais de vantagem em relação aos adversários. A seguir, os cinco cenários:

  • - Lula 46% x 36% Flávio;
  • - Lula 45% x 35% Tarcísio;
  • - Lula 45% x 35% Ratinho;
  • - Lula 44% x 33% Caiado;
  • - Lula 45% x 33% Zema.


No caso de Flávio Bolsonaro, o instituto registrou um crescimento no porcentual do senador em relação a agosto, quando seu nome foi testado pela primeira vez. Naquela época, Flávio ainda não havia anunciado sua intenção de se candidatar como representante de seu pai. Em agosto, o filho mais velho do ex-presidente tinha 32% contra 48% do petista.

Ao mesmo tempo, Flávio aumentou sua rejeição nos últimos meses. Segundo a pesquisa de dezembro, 60% o conhecem e não votariam nele, enquanto 28% dizem que conhecem e votariam. Em agosto, 22% diziam que conheciam e votariam nele, enquanto 55% o conheciam e não votariam nele.

A escolha de Jair Bolsonaro pelo seu primogênito foi apontada por 54% dos entrevistados pela Quaest como um erro. Para 36%, foi um acerto. A maior parte dos entrevistados (61%) disse ter ficado sabendo do anúncio de Flávio Bolsonaro, enquanto 39% disseram não ter ouvido falar sobre o assunto.

Os pesquisadores perguntaram, então, quem deveria ser o escolhido de Bolsonaro para disputar a Presidência da República. A ex-primeira-dama Michelle foi a primeira colocada, com 19%. Tarcísio, o segundo, com 16%. Ratinho Jr. foi o terceiro, com 11%. Pablo Marçal, Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro, Ronaldo Caiado e Eduardo Leite ainda foram citados. Para 21%, no entanto, nenhum desses deveria ser o representante de Bolsonaro no pleito

Diante desse cenário, 61% disseram à Quaest que não votariam em Flávio de jeito nenhum. Apenas 13% disseram que votarão no senador, enquanto 23% afirmaram que podem votar no filho mais velho do ex-presidente.

O instituto Genial/Quaest ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.

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Política

Lula diz ser amigo de Motta e Alcolumbre e ter confiança de que Messias será aprovado no Senado

Para garantir as aprovações de projetos do governo pelo Congresso, ele afirmou que houve "o milagre da democracia

16/12/2025 13h45

Foto: Divulgação

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ser "amigo" dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Em entrevista ao SBT News, Lula foi indagado sobre o que aconteceu na relação com os dois presidentes. "Não aconteceu nada. Nada. Eu sou amigo do Davi, eu sou amigo do Hugo Motta", respondeu. Na sequência, ele destacou que o governo aprovou "99% de tudo que nós mandamos para o Congresso Nacional".

"Nunca, nos meus dois primeiros mandatos, eu aprovei a quantidade de coisas que eu aprovei agora num Congresso totalmente adverso", afirmou, adicionando que tem minoria tanto na Câmara quanto no Senado.

Para garantir as aprovações de projetos do governo pelo Congresso, ele afirmou que houve "o milagre da democracia, o milagre da conversa, o milagre de esgotar os argumentos até o final para a gente poder convencer as coisas". E disse não ter mandado nenhum projeto de interesse pessoal ou de interesse de um grupo.

"Todos os projetos que nós mandamos foram projetos de interesse da sociedade brasileira e de interesse do Brasil", sustentou. Ele exemplificou que o País esperava há 40 anos uma reforma tributária, "e nós fizemos a reforma tributária com esse Congresso adverso".

"Nem sempre você consegue 100% de tudo que você quer, mas nem tudo você perde. Ou seja, você ganha aquilo que é essencial para melhorar a vida do povo brasileiro", completou.

Operação na Câmara dos Deputados

Lula também foi perguntado sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino que determinou uma operação dentro da Câmara dos Deputados contra a responsável pela distribuição das emendas parlamentares, Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL). O petista lembrou que "quase todos" os ministros do STF foram indicados por ele.

"Se eu tivesse interferência na Suprema Corte, eu teria ficado preso 580 dias? A verdade é que a Suprema Corte é totalmente independente e autônoma e é bom que seja assim. O Presidente da República não tem e não quer ter interferência sobre os votos dos ministros da Suprema Corte, como eu não quero que eles tenham interferência nas coisas que eu faço", prosseguiu.

Ele disse que as decisões dos ministros em investigações do Supremo "é um problema que só cabe ao ministro. O presidente da República não tem nem como dar opinião sobre isso". Lula ainda pontuou que "as pessoas se esquecem que foram fazer busca e apreensão" na casa dele.

Por fim, ele disse respeitar as decisões da Câmara, do Senado e da Suprema Corte, "e eu quero que eles façam comigo o mesmo que eu faço com eles". "Respeito a autonomia de cada ente federado, de cada instituição brasileira", emendou.

Confiança na aprovação de Jorge Messias

O presidente respondeu afirmativamente à pergunta sobre se ainda acredita que o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, será ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Messias foi indicado ao cargo em 20 de novembro, na vaga deixada pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso. No entanto, a sabatina e votação do nome de Messias pelo Senado foram postergados para 2026, ante a resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que defendia a indicação do também senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Eu acredito, estou trabalhando para isso, o Messias está trabalhando para isso. E eu não indiquei uma pessoa qualquer, eu indiquei um advogado muito competente, um advogado-geral da União extraordinário, que demonstrou ao longo do tempo seriedade e serenidade no jeito de advogar e defendeu o Estado brasileiro como poucos defenderam", afirmou.

"Ele (Messias) merece estar lá, como o Fernando Henrique Cardoso indicou o Gilmar Mendes, como eu indiquei o Toffoli. E eu acho que ele vai ser um bom ministro da Suprema Corte", completou.

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