Política

sob nova direção

Antes de se filiar ao PL, Azambuja já dá as cartas no partido em Mato Grosso do Sul

O ex-governador estaria realizando reuniões com os filiados à legenda que estariam descontentes com a chegada dele à sigla

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Mesmo ainda não tendo se filiado ao PL, o ex-governador Reinaldo Azambuja já está dando as cartas no partido em Mato Grosso do Sul, reunindo-se com os integrantes da legenda que estão descontentes com a chegada dele à sigla.

O Correio do Estado apurou que Azambuja realizou a primeira reunião nesse sentido na segunda-feira, com o deputado estadual João Henrique Catan, e a próxima deve ser com o deputado federal Marcos Pollon.

Esses dois parlamentares são os maiores críticos da chegada do ex-governador ao PL, sendo que, em 2019, o deputado João Henrique Catan foi o principal parlamentar da Assembleia Legislativa a contestar as medidas fiscais tomadas por Azambuja à época. “Foi péssimo, um péssimo presente de Natal. Remédio amargo do governo para o cidadão”, declarou.

Já o deputado Pollon ficou, em 2024, enfurecido com a direção nacional do PL por indicar apoio à candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) a prefeito de Campo Grande, após encontro de Azambuja com o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, em Brasília (DF). 

Em vídeo publicado em suas redes sociais, Pollon disse que mantinha a palavra de nunca apoiaria um tucano, referindo-se ao colega de Câmara dos Deputados. “Recebi a notícia de que houve uma reunião da alta cúpula [do PL] em Brasília para se alinhar ao PSDB. Minha mãe não pariu um homem saco de bosta. Vocês queriam um candidato viável do PL? Então agora vocês têm. Sou pré-candidato a prefeito e na última eleição fiz quase 40 mil votos. Agora a decisão é da executiva nacional”, declarou à época.

Agora, cabe a Azambuja apaziguar os ânimos desses dois deputados bolsonaristas, bem como das outras dezenas de filiados ao partido que não queriam, em hipótese alguma, o ex-governador no partido de Bolsonaro e ainda menos no comando estadual da sigla.

Aparentemente, de acordo com apuração do Correio do Estado, a reunião do ex-governador com João Henrique Catan foi em tom conciliador e o deputado estadual teria ficado de pensar na possibilidade de não deixar a legenda com a chegada de Azambuja.

 AGREGADOR

Na semana passada, após encontro com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e com o secretário-geral da legenda, senador Rogério Marinho, o ex-governador encaminhou o ingresso no partido e revelou que deveria assinar, em até 15 dias, a ficha de filiação para tentar se eleger para uma das duas vagas ao Senado nas eleições gerais de 2026.

 Em conversa com o Correio do Estado depois do encontro que teve em Brasília (DF), ele já falava como mais um integrante dos quadros do partido ao qual comandará em Mato Grosso do Sul, com a missão de fortalecer a sigla regionalmente.

 “Nossas tratativas avançaram bastante porque o Valdemar e o Rogério entendem que a minha ida para o PL também levará para a legenda outras lideranças políticas do Estado, como deputados, prefeitos e vereadores”, declarou, reforçando que vai para a sigla “para somar e multiplicar, não para dividir”.

Azambuja completou que a conversa foi muito positiva e alinhou com as duas lideranças nacionais do PL que pretende construir um partido mais forte no Estado. 

 “Queremos dar mais musculatura política, respeitando também as lideranças que já estão no partido. Por isso, vou conversar com quem ainda não falei, pois não quero excluir ninguém”, avisou, mandando um recado para os descontentes com a sua chegada.

Para finalizar, o ex-governador revelou que já marcou um novo encontro com os caciques do PL em Brasília para daqui duas semanas, quando deve aparar as últimas arestas e, provavelmente, assinar a ficha de filiação ao partido, pondo fim a uma novela que se arrasta desde o ano passado.

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Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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Política

PT oficializa pré-candidatura de Fábio Trad ao governo do Estado

Nome de ex-deputado foi oficializado em encontro realizado neste sábado (13)

13/12/2025 18h00

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Foto: Pedro Roque / Reprodução

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Ex-deputado federal, Fábio Trad foi oficializado como o postulante à governadoria estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A indicação ocorreu na tarde deste sábado (13), em reunião da cúpula petista na Capital, que contou com a presença do presidente nacional da sigla Edinho Silva e diversas lideranças do partido. 

Filiado ao partido desde agosto último, Fábio Trad migrou para o campo mais à esquerda após deixar o Partido Social Democrático (PSD), sigla a qual pertencia há 10 anos.

Fábio Trad, ressaltou o simbolismo político da visita do líder da sigla à Capital e afirmou que a presença da direção nacional recoloca o campo progressista sul-mato-grossense no centro do debate nacional.

“A vinda do presidente nacional do PT significa que a esquerda de Mato Grosso do Sul está, sim, no radar político nacional. Não é possível que um Estado da importância geopolítica de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque competitivo, ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente Lula”, afirmou.

Ao Correio do Estado, o ex-deputado destacou que os partidos que compõem a frente progressista construirão um grande palanque para o Lula em Mato Grosso do Sul, voltado "às conquistas sociais e econômicas para o nosso povo", disse.

À reportagem, destacou que, a disputa pelo executivo estadual partiu de uma decição do presidente nacional do partido, decisão que viu com bons olhos.

"Sobre a construção em torno da minha participação na campanha, o presidente Edinho destacou a preferência do PT de MS para que a jornada seja encabeçada por mim. As definições estão se concretizando e eu espero contribuir com o presidente Lula para fazer em MS o papel que ele me incumbiu de exercer", declarou. 

Além de mirar o posto mais alto do executivo estadual, o partido deve priorizar a corrida pelo Senado, já que Soraya Thronicke (Podemos) e Nelsinho Trad (PSD), irmão de Fábio, não possuem vaga garantida para o próximo ano. 

"O presidente Lula está muito atento ao cenário aqui do estado e fará todo o esforço para que o campo progressista tenha êxito em todas as instâncias de disputa, inclusive o Senado com o companheiro Vander", disse. 

À direita da imagem, Fábio Trad acompanha fala de Edinho Silva Ex-deputado Fábio Trad / Foto: Marcelo Victor / CE

À época de sua filiação, Trad já era cotado para disputar as eleições para governador no pleito geral de 2026, contudo, havia rechaçado o embate contra o atual governador Eduardo Riedel (PP) nas urnas.

Diferente dos irmãos, ele vem de uma formação mais à esquerda. Advogado formado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), conheceu o movimento brizolista (ligado à Leonel Brizola).

Em Mato Grosso do Sul, já teve dois mandatos de deputado federal pelo PSD, onde sua família esteve abrigada durante quase toda década passada.

Após a pandemia de Covid-19, voltou-se mais à esquerda quando se colocou como um dos oposicionistas do então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, não conseguiu se reeleger. Disputou a eleição pelo antigo partido e também foi derrotado na disputa pelo governo do Estado.

Em 2023, recebeu um cargo na Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), no governo Lula.

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