Política

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Bolsonaristas tentarão mostrar força em Mato Grosso do Sul neste domingo

As lideranças da direita farão manifestações em Campo Grande e Dourados, com motociata, carreata e ato político

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As lideranças bolsonaristas de Mato Grosso do Sul estão se mobilizando para promover, na manhã deste domingo, uma mobilização nas cidades de Campo Grande e Dourados para demonstrar apoio a Jair Bolsonaro (PL), por causa das medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) restringindo a movimentação do ex-presidente da República.

Na prática, o ato político nas duas maiores cidades do Estado também será uma demonstração de força da direita, que ficou meio abalada, principalmente a ala ligada ao agronegócio, depois que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) assumiu ter contribuído para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciasse a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos norte-americanos.

Ao Correio do Estado, muitos representantes do agronegócio em Mato Grosso do Sul ficaram insatisfeitos com as articulações do filho de Bolsonaro nos Estados Unidos, que culminaram com o anúncio do tarifaço de Trump contra produtos brasileiros. Apesar disso, os organizadores dos atos políticos em Campo Grande e Dourados contam com a participação dos empresários rurais.

Seguindo o exemplo de outras cidades brasileiras que também farão atos em prol do ex-presidente, em Campo Grande e Dourados também adotaram a palavra de ordem “reage Brasil”, que foi escolhida como tema central, substituindo pautas anteriores que não obtiveram a aderência esperada.

Uma das motivações para a mobilização é a tentativa de ocupar as ruas antes do que grupos de movimentos da esquerda, pois há a preocupação da direita com manifestações contrárias a Bolsonaro.

CAPITAL

Em Campo Grande, uma ala da direita ligada ao deputado estadual Coronel David, que é presidente municipal do PL, pretende fazer uma carreata, onde são esperados centenas de veículos, incluindo automóveis, caminhonetes e caminhões, enquanto na ala ligada ao ex-deputado estadual Capitão Contar, presidente estadual do PRTB, convocou os bolsonaristas para uma motociata.

Os dois atos políticos devem começar às 10h deste domingo, com a concentração da motociata no Yotedy, no Parque das Nações Indígenas, e a outra nos Altos da Avenida Afonso Pena, no Parque dos Poderes, entretanto, todos vão terminar na Praça do Rádio, no centro da cidade, onde serão realizados discursos das principais lideranças da direita na cidade. 

“Estamos organizando uma grande concentração na praça com direito a buzinaço e, depois, nós temos um encontro com a verdade e com a liberdade. A manifestação reage Brasil não é apenas um ato político, é um grito de milhões que se recusam a aceitar a tirania disfarçada de justiça. Estamos vendo um verdadeiro cerco contra o presidente Bolsonaro, contra pessoas do seu em torno e contra cidadãos que hoje são tratados como presos políticos por terem se manifestado no 8 de Janeiro de 2023”, criticou o Coronel David.

Ele completou que a Constituição Federal está sendo rasgada diante dos olhos da população brasileira e o silêncio não pode ser a resposta. “É por isso que chamo cada brasileiro e brasileira da nossa Capital e do nosso Estado, que valoriza a liberdade, a democracia e o devido processo legal para ocupar as ruas de forma pacífica, mas determinada. Reaja, Brasil, porque quem cala consente e nós não vamos consentir com a perseguição”, afirmou.

MOTOCIATA

No caso da motociata, o Capitão Contar explicou que o tema será “motociata pela democracia e liberdade” e que, apesar de esperar 800 motociclistas, o número sempre surpreende positivamente. “Este não é apenas um chamado para manifestações nas ruas, é um apelo do povo brasileiro direto ao Senado Federal para que cumpra o seu papel constitucional e atue em defesa da democracia e do Brasil”, falou.

Os motociclistas vão se concentrar no Yotedy a partir das 9h30min e vai sair de lá às 10h, tendo como itinerário o Parque dos Poderes, a Avenida Afonso Pena, o Aeroporto Internacional, a Praça do Rádio, além dos atos da Avenida Afonso, onde terá dispersão. “Vamos passar pela Praça do Rádio e nos somar aos demais movimentos. Pedimos que os participantes vistam as cores verde e amarelo”, solicitou o ex-deputado.

Com a manifestação, ele espera que os 29 pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que já tramitam no Senado, não continuem engavetados. “Não podemos normalizar abusos e nem tolerar o desrespeito ao estado de direito. Passou da hora de pautar o impeachment de Moraes e dar aos senadores a oportunidade de exercerem sua responsabilidade e analisarem as condutas dele. O Brasil precisa de instituições fortes, mas também responsáveis. É sobre limites entre os Poderes e equilíbrio institucional. É sobre democracia, liberdade, respeito e garantia da Constituição”, assegurou.

SAIBA

Em Dourados, os bolsonaristas também realizarão uma carreata pela Avenida Marcelino Pires. “No dia 3 de agosto, todos nós, brasileiros de bem, vamos às ruas novamente para manifestarmos nossa indignação em relação a tudo que os brasileiros vêm sofrendo em relação à injustiça que o presidente Bolsonaro está enfrentando”, disse o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL).

Política

STF forma maioria de votos contra marco temporal de terras indígenas

Os seis votos foram dos ministros Gilmar Mendes, relator, Flavio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli

17/12/2025 18h15

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento

Indígenas bloquearam ontem parte da MS-156, em Dourados, em protesto contra o julgamento Dourados News/Clara Medeiros

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O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta quarta-feira (17) maioria de votos pela inconstitucionalidade do marco temporal para demarcação de terras indígenas. 

Até o momento, a Corte tem placar de 6 votos a favor e nenhum contra a restrição às demarcações. A maioria foi formada pelos votos dos ministros Gilmar Mendes, relator, Flavio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. Ainda faltam quatro votos.

A votação virtual começou na segunda-feira (15) e fica aberta até quinta-feira (18), às 23h59.

Luta contra o marco temporal

Em 2023, o STF considerou a tese do marco temporal inconstitucional. Além disso, o marco também foi barrado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vetou parte da Lei nº 14.701/2023, aprovada pelo Congresso Nacional. Contudo, os parlamentares derrubaram o veto presidencial e promulgaram a medida.

Dessa forma, voltou a prevalecer o entendimento de que os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.

Após a votação do veto presidencial, o PL, o PP e o Republicanos protocolaram no STF ações para manter a validade do projeto de lei que reconheceu a tese do marco temporal.

Por outro lado, entidades que representam indígenas e partidos governistas também recorreram ao Supremo para contestar novamente a constitucionalidade da tese.

É neste cenário de divergência que o Supremo voltou a analisar a matéria.

Em paralelo ao julgamento no Supremo Tribunal Federal, o Senado aprovou, na semana passada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 48/2023, que insere a tese do marco temporal na Constituição Federal, em novo capítulo da briga entre Legislativo e Judiciário.

Mato Grosso do Sul

A decisão interessa, principalmente, o Estado de Mato Grosso do Sul, que possui a terceira maior população de indígenas do país. De acordo com último Censo, divulgado pelo IBGE em 2022, Mato Grosso do Sul saiu de 77.025 originários em 2010 para 116.346 mil. A população de MS fica atrás apenas do Amazonas (490,8 mil) e da Bahia (229,1 mil).

Os cinco maiores municípios de MS em população indígena são: Campo Grande (18.439), Dourados (12.054), Amambai (9.988), Aquidauana (9.428) e Miranda (8.866).

Do total de indígenas em MS, 68.534 mil pessoas moram em terras indígenas, e outros 47.812 residem fora.

A Terra Indígena Dourados tem a 6ª maior população residente indígena do País, com um total de 13.473 mil. 

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FAMÍLIA RAZUK

Um dia após ser condenado a perda do mandato, deputado Neno vota à distância na Assembleia

Com isso, não comparecendo à assembleia, Razuk não correu o risco de ser notificado da condenação ou da perda do mandato

17/12/2025 15h00

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira Marcelo Victor/Correio do Estado

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, o Neno Razuk (PL) foi condenado ontem (16) pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande a 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, por ser indicado como chefe de uma organização criminosa voltada ao jogo do bicho. 

No entanto, a condenação não impedia o deputado de comparecer à Assembleia Legislativa nesta quarta-feira (17) para a última plenária do ano. Mesmo assim, o parlamentar não compareceu à Casa e participou da votação das cinco propostas aprovadas na ALEMS. 

Mesmo com a sentença, Razuk terá o direito de recorrer à decisão em liberdade. Ao Correio do Estado, o advogado André Borges, da defesa do parlamentar, afirmou que vai recorrer da sentença e que o "processo está longe de encerrar". 

Com o não comparecimento na Assembleia, o deputado não correu risco de ser notificado da condenação e nem prestar esclarecimentos à imprensa. 

Neno Razuk não compareceu à sessão plenária da ALEMS desta quarta-feira O voto do deputado apareceu durante as deliberações das propostas na última sessão plenária da ALEMS de 2025 nesta quarta-feira (17) / Fonte: Reprodução

Sentença

A investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) apontou que Neno Razuk seria o líder de uma organização criminosa que estaria praticando, de forma intensa, as práticas em Campo Grande após as prisões de Jamil Name e Jamil Name Filho durante a Operação Omertà, deflagradas em 2019 pelo MPMS contra as milícias armadas. 

Segundo as investigações, após as prisões, a família Name teria vendido seus pontos "na marra" e com uso de violência para um grupo de São Paulo, em uma tentativa de roubo a um malote do jogo do bicho que chamou a atenção das autoridades para investigar a situação. 

No documento que decretou 20 prisões preventivas de alvos da quarta fase da Operação Successione e 27 mandados de busca e apreensão, no mês passado, a família Razuk é "conhecida há décadas pela exploração ilegal do jogo do bicho e com expertise nas negociatas relacionadas ao ilícito". 

Além do crime da jogatina ilegal, também foram citados os de "assalto à mão armada e lavagem de dinheiro", especialmente na região de Dourados. 

Nas investigações da Gaeco, o clã da família Razuk tinha o plano de expandir a organização criminosa para o estado de Goiás. 

Segundo a averiguação dos fatos, o grupo realizava estudos com o apoio de organizações do estado goiano, como investidores e figuras influentes, para derrubar a liderança local da jogatina, que era comandado por Carlinhos Cachoeira, um bicheiro local.  

Com um financiamento de R$ 30 milhões de um investidor ainda não identificado, a missão era levar a uma "guerra pelo controle do jogo do bicho que atingiria ambos os Estados", como consta na investigação. 

As penas aplicadas pelo Judiciário somam mais de 100 anos de reclusão e multas que ultrapassam R$ 900.000,00 (novecentos mil reais), além da perda de mandato do deputado estadual Neno Razuk.

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