Política

Leucoplasia

Cirurgia de Lula teve biópsia 'em tempo real' e durou 40 minutos

O procedimento foi feito sob anestesia geral e teve biópsia para analisar se havia indícios de malignidade no pedaço extraído

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A cirurgia à qual o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva submeteu-se para a retirada de uma lesão nas cordas vocais durou 40 minutos, foi feita sob anestesia geral e teve biópsia “em tempo real” para analisar se havia indícios de malignidade no pedaço extraído, contou o médico Luiz Paulo Kowalski, cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Sírio-Libanês que fez parte da equipe que realizou o procedimento.

De acordo com o especialista, que também é professor titular de cirurgia de cabeça e pescoço da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a cirurgia teve início por volta das 20 horas de domingo, 20, e ocorreu sem complicações. 

O presidente eleito teve alta na manhã desta segunda, 21, cerca de 12 horas após a conclusão da operação. A lesão, chamada de leucoplasia, foi descoberta no dia 12 de novembro durante avaliação de rotina.

Kowalski explica que a lesão foi retirada por completo e enviada para análise imediata, ainda quando paciente e equipe estavam no centro cirúrgico.

 “Um médico patologista muito experiente fez o que chamamos de exame por congelação e verificou que se tratava de uma displasia leve, de baixo risco”, disse ele, referindo-se às características de uma provável lesão benigna. 

No boletim médico divulgada pelo hospital, a equipe já apontava “ausência de neoplasia”, parecer oriundo da biópsia de congelação e que será confirmado por um exame definitivo.

Em exames de congelação, a amostra removida é congelada e passa por análise do patologista durante a cirurgia, com resultado dado em poucos minutos. Esse tipo de exame é utilizado quando o parecer imediato do patologista é importante para determinar a conduta do cirurgião - por exemplo para que ele saiba se é preciso remover um pedaço maior do tecido caso haja indícios de malignidade.

O resultado do exame definitivo deverá sair entre 24 e 48 horas. “É muito raro o exame definitivo mostrar algo diferente em um caso como esse.

O patologista que fez a análise no momento da cirurgia é muito experiente e não ficou com dúvidas (sobre a presença de células cancerígenas). Eu diria que a chance de malignidade é quase zero”, explicou o médico.

Lesão media 5 milímetros e foi retirada com a ajuda de laser

A cirurgia de Lula foi feita sem a necessidade de cortes externos e contou com o auxílio de um aparelho que usa laser para fazer a remoção da leucoplasia de forma mais precisa.

A parte removida tinha cerca de 5 milímetros, de acordo com o Kowalski. Para efeito de comparação, uma corda vocal tem cerca de 2,5 centímetros.

Segundo o cirurgião, nesse tipo de procedimento, os instrumentos cirúrgicos são inseridos pela cavidade oral. “A gente insere um laringoscópio e um microscópio cirúrgico pelo qual podemos ter uma visualização muito clara do aspecto e dos limites da lesão. Não é feita nenhuma incisão”, explica o médico. “São instrumentos muito delicados. Por isso que, algumas horas depois, o paciente já pode se alimentar e falar, desde que sem exageros.”

O especialista explica que foi usado ainda um aparelho que utilizar laser para fazer o corte da lesão. “É algo que facilita o procedimento por ter um corte muito preciso e cauterizar pequenos vasinhos, o que ajuda na cicatrização”, diz o médico.

O cirurgião contou ainda que foi necessário retirar “um pedacinho” de uma estrutura da região conhecida como falsa corda vocal.

“Ela estava um pouco inchada pelo fato de o paciente já ter passado por radioterapia no passado e pelo uso frequente da voz nas últimas semanas, então tivemos que remover um pedacinho para facilitar a visualização e o acesso à área que seria operada.”

Lula passou por radioterapia em 2011, quando foi diagnosticado com câncer na laringe. Os exames de rotina feitos neste mês mostraram completa remissão do tumor.

Sete profissionais participaram da cirurgia, além da equipe clínica de apoio que ficou de sobreaviso em caso de qualquer intercorrência.

“Pela idade do presidente, temos uma equipe de suporte clínico, liderada pelo dr. Roberto Kalil, mas o procedimento foi muito tranquilo. Ele é um paciente idoso, mas muito saudável”, disse o médico. Lula tem 77 anos.

Leucoplasia tem 10% de chance de tornar-se câncer

A equipe médica do Hospital Sírio-Libanês que acompanha Lula optou por remover a leucoplasia para análise e por prevenção, já que esse tipo de lesão tem 10% de chance de tornar-se câncer. 

De acordo com Kowalski, o fato de o presidente já ter tido tumor na laringe em 2011 e ser maior de 65 anos aumentam o risco, por isso a decisão pela remoção.

De acordo com o cirurgião, o presidente não deverá abusar do uso da voz na primeira semana de recuperação e terá que passar por sessões de fonoaudiologia por pelo menos duas semanas. 

“Ele deverá fazer repouso vocal, mas pode conversar normalmente, participar de reuniões e falar ao telefone. O que ele não pode é exagerar, fazer esforço, gritar em discursos, falar por muito tempo, porque isso pode atrapalhar a cicatrização”, explica o especialista. “Mas ele pode continuar participando das atividades de transição, isso não vai atrapalhar em nada, poderá opinar nas decisões. Mas terá que ser mais ouvinte para não forçar tanto a voz”, disse o médico.

A fonoterapia, explica Kowalski, auxiliará o presidente a usar as cordas vocais “com tranquilidade e sem grande esforço”, em especial nesse período de recuperação. Ele deverá começar as sessões nesta terça, 22.

Além dos cuidados pós-operatórios, Lula terá de submeter-se a exames por cinco anos para monitorar o eventual aparecimento de novas lesões. “Ele deverá passar por laringoscopia periódica. No início, será com intervalo de três a quatro meses. Depois de um ano, o período entre um exame e outro poderá ser maior”, comenta o médico.

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MANDATO 2025-2028

Câmara Municipal retornará aos trabalhos com 14 'caras novas' e votação de 6 projetos

Abertura da 1ª Sessão Legislativa da 12ª Legislatura ocorrerá na segunda-feira (17)

14/02/2025 12h15

Câmara Municipal de Campo Grande, localizada na avenida Ricardo Brandão, número 1600, bairro Cachoeirinha, na Capital

Câmara Municipal de Campo Grande, localizada na avenida Ricardo Brandão, número 1600, bairro Cachoeirinha, na Capital DIVULGAÇÃO/CMCG

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Câmara Municipal de Campo Grande começará o ano legislativo na próxima segunda-feira (17) e retornará aos trabalhos na terça-feira (18).

Sessão Solene Inaugural da 12ª Legislatura ocorrerá na manhã da próxima segunda-feira (17) com 29 vereadores eleitos, sendo 15 reeleitos e 14 novos. Conheça quais são os vereadores eleitos e reeleitos no fim da reportagem.

O evento será conduzido pelo presidente da Casa de Leis, Epaminondas Neto (PSDB), mais conhecido como Papy. A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), estará presente na sessão de inauguração, que acontece na Casa de Leis, localizada na avenida Ricardo Brandão, número 1600, bairro Cachoeirinha.

A primeira sessão ordinária do ano acontece na terça-feira (18), com votação de seis projetos, que atendem demandas das áreas da saúde, empreendedorismo e capacitação dos servidores públicos. Confira:

  • Projeto de Resolução nº 547/24 que visa alterar dispositivos da Resolução nº 682, de 1977, e criar novas diretrizes para a Medalha Dr. Arlindo de Andrade Gomes, uma honraria destinada a reconhecer a contribuição de cidadãos de destaque para a cidade. O projeto é de autoria do vereador Papy.
  • Projeto de Resolução nº 548/24 que propõe mudanças na Resolução nº 1.146, de 2012, com o objetivo de regulamentar a concessão de títulos e medalhas de mérito legislativo no município. O projeto é de autoria do vereador Papy.
  • Projeto de Lei nº 11.384/24 que busca garantir a oferta de leitos separados para mães de natimorto e mães com óbito fetal nas unidades de saúde, tanto da rede pública quanto da privada, em Campo Grande. O projeto visa proporcionar maior dignidade e apoio psicológico às mulheres que enfrentam a dor da perda gestacional. É de autoria do vereador Dr. Victor Rocha.
  • Projeto de Lei nº 11.395/24 que visa criar o Banco de Negócios, uma plataforma online para promover o desenvolvimento do empreendedorismo no município, integrando ainda mais as instituições educacionais com o setor produtivo. A proposta tem como objetivo fomentar a inovação e o apoio a novos negócios, estimulando a economia local. É de autoria do vereador Carlão.
  • Projeto de Lei nº 11.370/24 que visa criar o Programa de Capacitação dos Servidores da Saúde para o atendimento de pessoas com deficiência (PCD). A medida visa melhorar a qualidade do atendimento nas unidades de saúde pública, com foco na inclusão e no respeito às pessoas com necessidades especiais. É de autoria do vereador Papy.
  • Projeto de Lei nº 11.023/23 que propõe alterações na Lei nº 6.035, de 2018. É de autoria do vereador Professor Juari.

VEREADORES

Ao todo, 29 vereadores vão comandar o legislativo municipal, no mandato 2025-2028, na Câmara Municipal de Campo Grande.

Dos 29 vereadores, 15 foram reeleitos e 14 vão ocupar o cargo pela primeira vez. Confira:

  • Marquinhos Trad (PDT)
  • Rafael Tavares (PL)
  • Carlão (PSB) - reeleição
  • Silvio Pitu (PSDB) - reeleição
  • Veterinário Francisco (União Brasil) - reeleição
  • Fábio Rocha (União Brasil)
  • Professor Riverton (PP) - reeleição
  • Junior Coringa (MDB) - reeleição
  • Dr. Victor Rocha (PSDB) - reeleição
  • Professor Juari (PSDB) - reeleição
  • Flávio Cabo Almi (PSDB)
  • Luiza Ribeiro (PT) - reeleição
  • André Salineiro (PL)
  • Papy (PSDB) - reeleição
  • Ana Portela (PL)
  • Neto Santos (Republicanos)
  • Maicon Nogueira (PP)
  • Delei Pinheiro (PP) - reeleição
  • Wilson Lands (Avante)
  • Herculano Borges (Republicanos) 
  • Beto Avelar (PP) - reeleição
  • Dr. Jamal (MDB) - reeleição
  • Landmark (PT)
  • Clodoilson Pires (Podemos) - reeleição
  • Jean Ferreira (PT)
  • Dr. Lívio (União Brasil)
  • Ronilço Guerreiro (Pode) - reeleição
  • Leinha (Avante)
  • Otávio Trad (PSD) - reeleição

Alguns vereadores de mandatos anteriores também retornaram à Câmara Municipal. É o caso de:

  • Veterinário Francisco (União)
  • Herculano Borges (Republicanos)
  •  André Salineiro (PL)
  • Doutor Lívio (União)

A posse ocorreu em 1º de janeiro de 2025.

Algumas figuras famosas e antigas, que estavam no legislativo municipal há quatro mandatos consecutivos, não conseguiram se reeleger e tiveram que dar “adeus” à cadeira de vereador.

É o caso de Dr. Loester (MDB), Valdir Gomes (PP) e João Rocha (PP), os antigões da política campo-grandense.

Veja outros vereadores que não conseguiram a reeleição:

  • Ayrton Araújo (PT)
  • Betinho (Republicanos)
  • Coronel Vilassanti (União Brasil)
  • Dr. Loester (MDB)
  • Dr. Sandro Benites (PP)
  • Edu Miranda (Avante)
  • Gian Sandim (PSDB)
  • Gilmar da Cruz (PSD)
  • Prof. João Rocha (PP)
  • Marcos Tabosa (PP)
  • Valdir Gomes (PP)
  • William Maksoud (PSDB)
  • Zé da Farmácia (PSDB)
  • Tiago Vargas (PP)

ARTICULAÇÕES

Perillo terá reunião com governadores em Brasília para selar destino do PSDB

O presidente nacional da legenda participou de encontro na Capital com Riedel, Azambuja e deputados federais e estaduais

14/02/2025 08h00

O governador Eduardo Riedel, o presidente Marconi Perillo e o ex-governador Reinaldo Azambuja

O governador Eduardo Riedel, o presidente Marconi Perillo e o ex-governador Reinaldo Azambuja Foto: Divulgação

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Durante encontro realizado ontem, em Campo Grande, com as lideranças do PSDB em Mato Grosso do Sul, o presidente nacional do partido, Marconi Perillo, comunicou a realização, nos próximos dias, de uma reunião em Brasília (DF) com os governadores Eduardo Riedel, Eduardo Leite (RS) e Raquel Lira (PE) para selar o destino da legenda.

A informação foi repassada ao Correio do Estado pelo ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB e tesoureiro nacional do partido, explicando que os planos de Marconi Perillo é definir até o fim de abril qual será o caminho que a legenda tomará de olho em 2026.

“Foi uma reunião tranquila, e ele veio conversar com a gente sobre o futuro da sigla”, afirmou.

Na reunião, que também teve as participações dos deputados federais Beto Pereira e Dagoberto Nogueira e dos deputados estaduais Pedro Caravina, Paulo Corrêa, Jamilson Name, Zé Teixeira e Mara Caseiro, o presidente nacional do PSDB reforçou que a legenda pretende fazer uma fusão com um partido que tenha o objetivo de lançar um candidato a presidente da República no ano que vem.

“Ele deixou bem claro que o legado do PSDB não pode desaparecer, o que aconteceria em uma incorporação, e que as legendas com quem está negociando tenham, além do objetivo de disputar a presidência do Brasil, projetos para o desenvolvimento do País e abrace as bandeiras consideradas caras pelos tucanos”, declarou Azambuja.

Ainda no encontro, conforme informou o ex-governador, Perillo revelou que, nesse momento, o PSDB negocia com apenas duas legendas: o PSD, de Gilberto Kassab, e o Republicanos, do deputado federal Marcos Pereira (SP).

“O MDB estava nessa lista, mas não faz mais parte das negociações”, revelou.

Azambuja contou também que os deputados falaram para o presidente nacional do PSDB que, caso seja concretizada a fusão ou uma federação com uma dessas duas legendas – PSD ou Republicanos –, fique claro a construção conjunta de um projeto político de crescimento, mantendo as ideologias e o legado tucano.

“No fim do encontro, Marconi Perillo falou sobre a reunião com os três governadores do PSDB em Brasília para tratar dessa questão e que, até o fim de abril, o martelo será batido. Nós não precisamos fazer uma fusão, pois conseguiríamos cumprir as cláusulas de desempenho, porém, sem ela, ficaríamos muito fracos nacionalmente e sem poder de negociações políticas”, alertou o presidente estadual sobre a importância de o partido voltar a ter sua importância nas decisões nacionais.

PODER DE NEGOCIAÇÃO

O certo é que o PSDB não pode demorar muito para tomar uma decisão sobre seu futuro político, pois, por enquanto, ainda tem poder de negociação, em virtude dos governadores de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

Porém, caso espere muito, pode ficar sem a governadora Raquel Lira, de Pernambuco, que já estaria de malas prontas para migrar para o PSD e tem adiado a saída para aguardar o acerto das duas legendas.

Além disso, caso escolha não fazer uma fusão ou federação com nenhuma outra legenda, ficará enfraquecido, obrigando os demais governadores – Riedel e Leite – a também abandonarem o ninho tucano por uma questão de sobrevivência política.

Afinal, partido sem deputados federais fica sem Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, o Fundo Partidário, e também sem Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Fundo Eleitoral.

No caso do governador de Mato Grosso do Sul, que pretende buscar a reeleição no ano que vem, ficaria muito difícil fazer a campanha eleitoral sem Fundo Eleitoral, algo que o PSDB já sentiu na pele nas eleições municipais do ano passado, quando a aliança com o PL garantiu os recursos necessários para a campanha do então candidato a prefeito de Campo Grande Beto Pereira.

O mesmo acontece com o ex-governador Azambuja, que vai tentar uma das duas cadeiras ao Senado e também necessita de um partido forte para ter uma campanha eleitoral tranquila.

Diante desse quadro e com as eleições gerais se aproximando, a definição do futuro político do PSDB é primordial para que, tanto Riedel quanto Azambuja também possam definir quais caminhos trilhar.

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