Política

SABATINA

Collor diz que Janot é 'catedrático em vazar informações'

Senador chegou a bater boca com procurador-geral

FOLHAPRESS

26/08/2015 - 14h20
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Mais aguardado para falar durante a sabatina do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o senador Fernando Collor (PTB-AL) acusou o procurador de ser um "catedrático em vazar informações", fez acusações e chegou a bater boca com ele, no momento mais tenso da sessão até o momento.

"Estamos aqui diante de um catedrático em vazar informações. Vazar informações que correm sob segredo de Justiça e violar segredo de Justiça é crime previsto no código penal", disse Collor. Enquanto respondia, Janot foi interrompido por Collor e chegou a afirmar para ele: "Vossa excelência não me interrompa".

Primeiro senador a se sentar na sala da CCJ, na primeira fila, em frente a Janot, Collor começou seus questionamentos por volta das 13h. Desafeto declarado do procurador-geral, Collor foi denunciado pela PGR na semana passada, sob suspeita de se beneficiar do esquema de corrupção na Petrobras.

Acusou Janot de, mesmo sendo procurador, ter advogado para a empresa Orteng em um processo contra empresa com capital estatal. Questionou a contratação pela PGR, sem licitação, de uma empresa de comunicação por cerca de R$ 940 mil em três contratos. Acusou-o de nomear para secretário de comunicação da PGR um ex-diretor dessa empresa e de nomear uma chefe de cerimonial sem ensino superior.

Citou ainda o aluguel de um imóvel no Lago Sul, bairro nobre de Brasília, para servir à PGR e a descoberta de que o imóvel não tinha alvará de Habite-se.

Depois da sua fala, pediu a reinscrição para fazer novas perguntas ao fim da lista dos senadores inscritos, mas o pedido foi negado.
 

Janot rebateu as acusações, dizendo ser "discreto" e negando ser um "vazador contumaz", e chegou a repetir em resposta a Collor frase que havia dito no início da sua explanação. "Todos são iguais perante a lei. (...) Pau que dá em Chico, dá em Francisco".

Também comentou sobre o combate à corrupção no fim de sua resposta a Collor. "O que tem sido chamado de espetaculização da Lava Jato nada mais é que aplicação da lei", disse Janot.

O procurador-geral admitiu ter advogado para a empresa Orteng, mas disse que não houve relação com empresa de capital ligado à Petrobras e afirmou que a Constituição de 1988 permite a membros do Ministério Público exercerem a advocacia.

Reiterou que os contratos com a empresa de comunicação foram regulares e que o próprio TCU (Tribunal de Contas da União) escreveu não houve problema na nomeação do secretário de comunicação da PGR, ressaltando que ele era apenas funcionário da empresa.

Em relação à nomeação de uma chefe do cerimonial sem ensino superior, Janot ressaltou que ela tinha experiência na função, já tendo-a exercido no Planalto e no Itamaraty, e que não havia necessidade de ensino superior.

Janot afirmou que o aluguel do imóvel foi rescindido depois que a PGR descobriu que foi fornecido um Habite-se falso, determinando a abertura de investigação. O procurador-geral admitiu que foram pagos dois aluguéis, mas disse que pediram o ressarcimento.

A sabatina ocorre para a recondução do procurador-geral a um segundo mandato no cargo. Ele foi o mais votado em lista tríplice de procuradores.

Mudanças

Fim da reeleição: entenda o que pode mudar em 4 pontos

A proposta mantém a possibilidade de recondução para cargos do Legislativo, estabelece mandatos de cinco anos e determina uma eleição única.

22/05/2025 21h00

Fim da reeleição: entenda o que pode mudar em 4 pontos

Fim da reeleição: entenda o que pode mudar em 4 pontos Divulgação

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A proposta de emenda à Constituição (PEC) aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado acaba com a reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos, mantém a possibilidade de recondução para cargos do Legislativo, estabelece mandatos de cinco anos e determina uma eleição única.

Com a aprovação na CCJ, a proposta segue para uma comissão especial antes de seguir para votação em plenário. Depois, ainda precisa passar pela Câmara, já que a PEC teve início no Senado.

Para ser aprovada, uma PEC precisa de apoio de três quintos dos parlamentares nas duas Casas. Dessa forma, a proposta precisa do apoio de pelo menos 54 senadores, do total de 81, e de no mínimo 308 deputados entre os 513.

Fim da reeleição para o Executivo

Se a PEC for aprovada no Congresso, fica proibida a reeleição imediata, inclusive para quem tiver sucedido ou substituído o titular nos seis meses anteriores à eleição, para os cargos de prefeito, governador e presidente da República. A regra passa a valer a partir de 2028 para prefeitos e de 2030 para governadores e presidente.

Mandatos de 5 anos

O texto prevê que o novo período de mandato será de cinco anos e valerá para presidente da República, governadores, prefeitos, senadores, deputados federais, estaduais e distritais e vereadores.

Os mandatos do presidente da República, governadores, deputados federais, estaduais e distritais, eleitos em 2026 e 2030 terão duração de quatro anos. A partir das eleições de 2034, esses mandatos passam a ter cinco anos.

Os prefeitos e vereadores eleitos em 2028 terão mandatos de seis anos, com o objetivo de ajustar o calendário eleitoral para unificação dos pleitos. A partir das eleições de 2034, os mandatos passam a ter cinco anos.

O mandato dos senadores passará a ser de cinco anos. Haverá um período de transição até 2034. Os eleitos em 2026 seguirão com o mandato de oito anos, enquanto os eleitos em 2030 terão nove anos de mandato. A partir da eleição de 2034, o mandato será de cinco anos.

Eleições unificadas a partir de 2034

O texto, aprovado de forma simbólica, propõe que, a partir de 2034, as eleições gerais e municipais passem a ser realizadas de forma concomitante. Hoje, os pleitos são intercalados entre si.

Mandatos para Mesas da Câmara e do Senado

A duração dos mandatos das Mesas será de três anos na primeira parte da legislatura e de dois anos na segunda parte, totalizando cinco anos. Será proibida a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente. Essa regra, no entanto, só se aplicará às legislaturas seguintes às eleições de 2034.
 

Política

Bope evacua Ministério por ameaça de bomba em Brasília

O suspeito está com um objeto, faz ameaças de explodi-lo e se recusa a deixar o local

22/05/2025 17h06

Valter Campanato / Agência Brasil

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O prédio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) teve que ser evacuado na tarde desta quinta-feira (22), após um suspeito ameaçar explodir uma bomba em frente ao edifício, que fica localizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Informações preliminares indicam que o homem está carregando um pacote suspeito e, apesar da intervenção do Batalhão de Operações Especiais (Bope), recusa-se a deixar o local. Ele está acompanhado da mulher e de duas crianças.

A polícia tenta negociar, enquanto o suspeito ameaça acionar a bomba. Além do Bope, o esquadrão antibombas foi acionado.

O ministério fica próximo à Catedral ao lado do bloco A da Esplanada, onde estão outros ministério como dos Esportes e do Direitos Humanos e Cidadania.

O que se sabe até o momento

  • Informações iniciais apontam que o homem explodiu um artefato na frente do ministério;
  • a motivação pode ter sido um processo negado (ele chegou a tentar invadir o Ministério);
  • A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) iniciou tratativas com o suspeito.

Alvo de atentados

No dia 13 de novembro de 2024, o homem identificado como Wanderley Luiz, detonou dois explosivos, um no estacionamento da Câmara dos Deputados que forçou os parlamentares a ficarem em seus gabinetes.

Outro artefato explodiu em frente à esculturas "A Justiça", na Praça dos Três Poderes. 

Ele morreu ao acionar explosivos artesanais contra si mesmo.

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