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Com Simone cotada para vice de Lula, MDB se afasta cada vez mais do PSDB

Tucanos estão mais próximos de serem incorporados pelo PSD, cujo presidente chegou a vir a MS "cortejar" Riedel e Azambuja

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A blitz que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, está fazendo para que os tucanos aceitem a incorporação, chegando a vir pessoalmente a Mato Grosso do Sul falar com as duas principais lideranças do partido, aliada às articulações da Executiva nacional do MDB para ocupar a vaga de vice na chapa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) praticamente “sepulta” a aproximação dos emedebistas com o PSDB.

Na prática, como noticiou com exclusividade o Correio do Estado, a reunião “secreta” de Kassab com o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja, no sábado passado, em Campo Grande, para convencê-los a aceitar a incorporação do PSDB pelo PSD, jogou um verdadeiro balde de água fria nas pretensões dos velhos caciques emedebistas do Estado, o ex-governador André Puccinelli e o ex-senador Waldemir Moka, que já sonhavam com a possibilidade de uma fusão entre as duas legendas.

Moka chegou a ser empossado por Riedel na sexta-feira passada como o novo secretário-executivo do Escritório de Representações do Governo de Mato Grosso do Sul no Distrito Federal. 

Porém, as últimas movimentações no tabuleiro de xadrez político, tanto por parte de Gilberto Kassab quanto por parte da Executiva nacional emedebista, colocam por terra, pelo menos em nível nacional, a aproximação da antiga dissidência do MDB – em tempo, o PSDB nasceu em 1988 a partir de uma cisão de uma ala mais progressista de emedebistas.

Entretanto, antes do assédio de Kassab ao tucanato sul-mato-grossense, a Executiva nacional do MDB saiu na frente ao articular com o PT a substituição do PSB do atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, na chapa de reeleição de Lula no ano que vem.

O Correio do Estado apurou que na “lista tríplice” apresentada pelos emedebistas ao presidente Lula consta o nome da ex-senadora de Mato Grosso do Sul e atual ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, que chegou a disputar as eleições presidenciais de 2022 pelo MDB.

Na época, o nome dela não obteve unanimidade no partido. Mesmo assim, a ex-senadora sul-mato-grossense ficou em terceiro lugar, com 4.915.423 de votos válidos – ou 4,16% do total de 118.229.719 votos válidos.

A expressiva votação no primeiro turno lhe credenciou a ter o apoio cobiçado pelo presidente Lula e até pelo ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) no segundo turno. Entretanto, ela anunciou apoio à candidatura do petista e acabou sendo um dos principais nomes do palanque, fazendo duras críticas ao bolsonarismo.

Aliados próximos à ministra do Planejamento e Orçamento afirmam que ela não se vê como favorita ao cargo, porém, disseram que uma eventual candidatura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) à presidência ou à vice-presidência poderia fortalecer o nome de Simone Tebet para uma chapa lulista.

Além da ministra de Planejamento e Orçamento, também são citados como possíveis nomes para o cargo de vice do presidente Lula em 2026 o governador do Pará, Helder Barbalho, e o atual ministro dos Transportes, Renan Filho.

APOIO À REELEIÇÃO

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado no início deste ano, Simone Tebet revelou que ainda não definiu sobre seu futuro político, ou seja, se será candidata ou não nas eleições gerais de 2026.

No entanto, ela informou que, para o pleito do ano que vem, estará nos palanques do presidente Lula e do governador Eduardo Riedel (PSDB), os quais tentarão a reeleição em seus respectivos cargos eletivos.
A ministra ressaltou que ainda tem dois anos para cumprir a sua missão em um dos cargos federais mais importantes que um sul-mato-grossense já ocupou, justamente pela abrangência da Pasta – e isso, segundo ela, lhe traz uma grande responsabilidade.

“Primeiro, quero seguir a determinação do meu partido, que é o MDB, mas já posso adiantar que vou estar com o Lula, não tem como estar de outro lado. O MDB tem três ministros fiéis ao presidente Lula, e quando ele me convidou para apoiá-lo no segundo turno das eleições de 2022, eu disse que já tinha escolhido o lado dele”, recordou.

Simone revelou que não precisava que Lula lhe prometesse nenhum ministério, pois já estava decidida em subir no palanque do petista no segundo turno.

“Mesmo assim, depois que ele foi eleito, Lula insistiu que eu fizesse parte do seu governo. Na terceira conversa que tivemos, acabei aceitando o convite para integrar um ministério. Esse reconhecimento do Lula me fez buscar ajudar projetos voltados para a justiça social, e como alguém que já foi prefeita de Três Lagoas, eu tinha consciência disso”, revelou.

A ministra do Planejamento e Orçamento reafirmou que ainda não tem “nenhuma perspectiva política para 2026”.

“Só posso dizer que vou estar no palanque do presidente Lula fazendo campanha para a reeleição dele. Mais para a frente vou definir o meu projeto político, se vou ser candidata a algum cargo majoritário ou proporcional. Por enquanto, só posso reafirmar que meus compromissos são com as reeleições do presidente Lula e do governador Eduardo Riedel”, frisou.

Agora, com a incorporação do PSDB pelo PSD praticamente sacramentada e prevista para ser oficializada já no mês que vem, caberá ao MDB de Mato Grosso do Sul manter os planos de apoiar à reeleição do governador Eduardo Riedel e torcer para que a aliança com o PT de Lula não afaste ainda os emedebistas dos tucanos no Estado.

SAIBA

Saiba mais sobre os outros dois cotados

Os outros dois nomes cotados pelo MDB para ser o vice de Lula em 2026 são o alagoano Renan Filho e o paraense Helder Barbalho.

Renan Filho é ex-governador de Alagoas e foi eleito para o Senado em 2022. Ele é filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e adversário do ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL). Chegou a ser cotado para os ministérios de Minas e Energia e do Planejamento e Orçamento, mas assumiu os Transportes.

Já Helder Barbalho é governador do Pará, filho do senador Jader Barbalho (MDB-PA) e tem forte influência nos diretórios emedebistas do Pará. Foi ministro da Integração Nacional do governo Temer e, na gestão de Dilma Rousseff, comandou a Secretaria Nacional dos Portos e a Pasta da Pesca e Aquicultura.

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POLÍTICA

Carla Zambelli renuncia ao mandato após STF determinar que suplente assumisse

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal.

14/12/2025 15h00

Deputada Federal Carla Zambelli

Deputada Federal Carla Zambelli Divulgação

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Na tarde deste domingo (14), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) renunciou ao cargo parlamentar. A decisão foi tomada após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o suplente, Adilson Barroso (PL-SP),  assumisse o cargo em até 48 horas.

Em nota, a Câmara informou que a deputada comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia. "Em decorrência disso, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse", informou a Casa em nota.

Em maio, Zambelli foi condenada pela Corte a dez anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feita pelo hacker Walter Delgatti Neto. O caso dela transitou em julgado, sem mais chances de recursos, em junho. 

A decisão foi levada para análise do plenário da Câmara. Na madrugada de quinta-feira (11), foram 227 votos a favor da cassação do mandato de Zambelli contra 170 votos pela manutenção. Eram necessários 257 para que ela perdesse o cargo.

Porém, na sexta-feira (12), o STF anulou a deliberação da Câmara e determinou a perda imediata do mandato. A Corte apontou que a votação violava a Constituição no dispositivo que impõe perda de mandato nos casos de condenação com trânsito em julgado.

Estratégia

A renúncia da deputada foi anunciada antes mesmo da Câmara cumprir a nova determinação do Supremo Tribunal Federal. Segundo aliados de Zambelli, seria uma estratégia para preservar os direitos políticos dela.

“Ao renunciar antes da conclusão da cassação, preserva direitos políticos, amplia possibilidades de defesa e evita os efeitos mais graves de um julgamento claramente politizado”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara.

Carla Zambelli está presa na Itália, desde julho deste ano, depois de fugir do Brasil em decorrência do trânsito em julgado do processo no STF. O Supremo aguarda a extradição.

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ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

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