Política

CAMPO GRANDE

Comissão de ética só vai afastar vereador réu por corrupção "se for provocada", diz presidente

Vereador Claudinho Serra (PSDB), que responde por corrupção e usa tornozeleira eletrônica, é vice-presidente do Conselho de Ética da casa

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Membro da Comissão Permanente de Ética e Decoro Parlamentar, o vereador Claudinho Serra (PSDB), réu por corrupção, organização criminosa, só deixará a cadeira da vice-presidência do Conselho caso este "seja provocado". O parlamentar que estava preso foi liberado na última sexta-feira (26) com uso de tornozeleira eletrônica. 

O presidente da comissão, vereador Papy (PSDB), explicou ao Correio do Estado que embora o vereador Claudinho, tenha sido denunciado pelo MPE, a Comissão de Ética, não "trabalha de ofício" de modo que o parlamentar ficará como membro titular até que uma pessoa da sociedade civil ou outro vereador peça seu afastamento. 

"A gente precisa que algum parlamentar [para protocolar o afastamento] ou alguém, inclusive, a sociedade civil pode se organizar e fazer protocolar na Câmara, o pedido de afastamento ou alguma manifestação da comissão de Ética, destacou Papy. 

"A comissão de ética trabalha ao ser provocada. Mas a presidência da Câmara e a mesa diretora têm tomado conta dessa situação. Eu acredito que ainda a comissão de ética, ela é inferior às decisões da mesa diretora e da presidência da Câmara. Então, também tem essa hierarquia, para as tomadas de decisão individualizadas das comissões permanentes da casa, mas evidentemente, que chegando qualquer tipo de pedido contra qualquer vereador na comissão de ética, eu, como presidente, vou deliberar". 

Ainda, dentro do âmbito da manifestação da sociedade civil, nesta segunda-feira (29) foi protocolado um pedido de cassação do vereador Claudinho Serra (PSDB) endereçado ao presidente da Casa, vereador Carlão (PSB), feito pelo empresário Elenilton Dutra de Andrade

Com relação ao pedido de cassação, Papy frisou que está "nas mãos da mesa diretora" seguindo os trâmites  em que serão estudados os princípios de admissibilidade, para, posteriormente, o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande decidir se será proposto a Casa de Leis. 

"Agora, a questão do afastamento [da Comissão de Ética] é uma decisão exclusiva da presidência [da Câmara Municipal]. Eu confio muito na decisão da Mesa Diretora e do presidente Carlão, que é um político experiente, que tem discernimento. Provavelmente deve estar conversando com outras lideranças, deve estar por dentro do processo", pontuou Papy.

"Eu, para ser sincero, não tive acesso ao processo, também não busquei saber mais a respeito, mas eu vi que o Carlão tava cuidando disso pessoalmente para proteger a Câmara, de modo geral, e também não expor o colega. Porque também nesse momento às vezes existe um julgamento para encerrar a carreira política da pessoa. A pessoa tem que ter o direito dela de se defender". 

Andamento

O vereador professor André Luiz (PRD) explicou que neste momento, em que o pedido de cassação foi feito, a Mesa Diretora irá avaliar os critérios para posteriormente dar andamento ou não com o processo.

"Então, estamos falando tudo em hipóteses, a primeira coisa é ver se os elementos pressupostos desse pedido eles estão contemplados, quem vai fazer isso é a presidência. Ele [Carlão] observando esses pressupostos vai apresentar para a casa. Como o vereador faz parte da comissão [de ética] ele é suspeito e não vai participar. Provavelmente vai indicar outra pessoa para poder participar dessa comissão", pontuou o professor André. 

Na hipótese do pedido de cassação ser acatado, o segundo passo seria seguir para a Comissão Permanente de Ética e Decoro Parlamentar. Como o vereador Claudinho Serra, é parte, não poderia participar e outro nome seria indicado conforme a proporcionalidade por partido. 

A indicação caberia ao presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Carlão. Acerca disso, o professor André Luiz, apontou que a maior bancada da casa é tucana e do Partido Progressista.

"O vereador Claudinho é do PSDB que junto com o PT são os dois maiores partidos com representatividade. Provavelmente, falando em hipótese, o vereador será substituído por outro par do próprio partido. Isso em caso de procedimento da ação", disse professor André. 

Entenda


Claudinho Serra foi preso no dia 3 de abril, durante a Operação Tromper, do Gaeco. Após 23 dias preso, ele teve a liberdade provisória, com uso de tornozeleira e cumprimento de outrascondições estabelecidas pelo desembargador José Ale Ahmad Neto.

Segundo o Ministério Público, ele é apontado como chefe de um esquema criminoso destinado a fraudar licitações para desviar dinheiro públicos em Sidrolândia, em esquema que funcionava desde 2017.

A organização era formada por agentes públicos e privados, destinada à obtenção de vantagens ilícitas decorrentes, principalmente, dos crimes de fraude ao caráter competitivo de inúmeros processos licitatórios e desvio de dinheiro público diante da não prestação ou não entrega do produto contratado.

O MPMS aponta que, na condição de ex-secretário municipal de Fazenda de Sidrolândia e atual vereador em Campo Grande, ele desempenharia o papel de mentor e de gestor da provável organização criminosa, perante a Prefeitura de Sidrolândia, que, mesmo não ocupando cargo atualmente dentro da Administração, continuaria a comandar a organização e a obter vantagens ilícitas perante a municipalidade.

Desta forma, o vereador e mais 21 pessoas foram denunciadas pelos crimes de peculato, corrupção passiva, organização criminosa, fraude em licitações e concurso material de crimes. 

 

** Colaborou Glaucea Vaccari

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SAÚDE E EDUCAÇÃO

Projeto de lei pretende promover cuidados com a saúde nas escolas

Autora da proposta, deputada Mara Caseiro, afirmou que o Estado precisa adotar medidas que integrem a educação com a saúde

15/04/2025 17h00

Deputados estaduais em sessão ordinária

Deputados estaduais em sessão ordinária FOTO: Divulgação ALEMS

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Nesta terça-feira (15), o plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, recebeu o projeto de lei Nº 93/2025 da deputada Mara Caseiro (PSDB), que pretende promover ações nas escolas públicas, que estimulem a saúde física, mental e emocional dos estudantes.

A partir de agora, o texto seguirá para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), e caso receba parecer favorável, seguirá para as votações das comissões de mérito e em sessões plenárias.

Conforme o texto, a promoção a saúde nas instituições de ensino acontecerá através de ações e programas que envolvem a educação para a saúde, a prevenção de doenças, a promoção de hábitos saudáveis e a atenção à saúde integral dos estudantes.

Além disso, a proposta estabelece as seguintes diretrizes:

  • Promoção de um ambiente escolar saudável e inclusivo;
  • Integração de ações de saúde com as atividades educacionais;
  • Valorização da saúde mental e emocional dos estudantes;
  • Capacitação contínua de profissionais da educação e saúde;
  • Conscientização sobre a importância da alimentação saudável, da atividade física e da prevenção a doenças.

Na justificativa do projeto, a deputada Mara Caseiro afirmou que a escola, é um espaço que vai além da construção de conhecimento. Na opinião dela, é o ambiente adequado para difundir ações voltadas à promoção da saúde física, mental e emocional dos estudantes.

“É de extrema importância que Mato Grosso do Sul adote medidas que integrem a educação com a saúde, com vistas a criar condições para que os estudantes possam receber as devidas orientações para a promoção da saúde e prevenção de doenças”, acrescentou a parlamentar.

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INTEGRAÇÃO

Após reuniões com Tebet, Chile quer Corredor Bioceânico com Brasil, Argentina e Paraguai

Governo chileno tem projeto para criar uma nova rota comercial, com extensão de 2,4 mil km, unindo o norte do país aos três vizinhos sul-americanos

15/04/2025 15h42

Reunião da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, com os ministros chilenos Nicólas Grau (Economia) e Jessica López (Obras Públicas)

Reunião da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, com os ministros chilenos Nicólas Grau (Economia) e Jessica López (Obras Públicas) Divulgação

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As articulações da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante passagem pelo Chile no fim do mês passado para tratar do projeto de rotas de integração sul-americana com autoridades do governo chileno deram os primeiros resultados.
 
Conforme ela, o Chile apresentou, ontem (14), o plano de obras do chamado Corredor Bioceânico, uma estrada de 2,4 mil quilômetros para unir o norte do país com o Brasil, a Argentina e o Paraguai.
 
O projeto que busca configurar uma nova rota comercial entre o Atlântico e a região Ásia-Pacífico está em pauta há uma década e é considerado uma das obras de infraestrutura mais importantes da América Latina.
 
A via conectará os portos do sul do Brasil com os do norte do Chile, atravessando Mato Grosso do Sul, a região do Chaco paraguaio e as províncias argentinas de Salta e Jujuy.
 
"É uma boa notícia, porque se trata de uma integração real e concreta", disse o presidente chileno Gabriel Boric, ao apresentar o "Plano de Ação do Corredor Bioceânico" no palácio presidencial de La Moneda, em Santiago, capital do Chile.
 
O plano considera o desenvolvimento de 22 projetos de infraestrutura no Chile para melhorar estradas, estabelecer novos pontos de controle da alfândega e da polícia, além da atualização dos portos de Iquique, Mejillones e Antofagasta.
 
No Brasil, a futura rota percorrerá rodovias de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. De acordo com o governo chileno, esse corredor representa uma melhoria significativa em relação a outras rotas.
 
Espera-se que possa reduzir em até 10 dias o transporte entre regiões do interior do Brasil e Paraguai e países da Ásia-Pacífico, como China, Coreia do Sul e Japão. O programa será um dos principais pontos de discussão da visita oficial ao Brasil que o presidente Gabriel Boric realizará na próxima semana.

Agenda chilena

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a ministra Simone Tebet explicou que recebeu, na embaixada brasileira em Santiago, os ministros chilenos Nicolás Grau (Economia) e Jessica López (Obras Públicas) para tratar especificamente do chamado Corredor Bioceânico.
 
"Na reunião, eu percebi que os ministros precisavam de uma garantia do envolvimento do governo brasileiro na Rota Bioceânica para que o governo chileno incorporasse essa questão no projeto deles do Corredor Bioceânico. Eles sentiram firmeza na nossa participação", argumentou.
 
Simone informou aos ministros Nicolás Grau e Jessica López que o Brasil já está negociando as questões alfandegárias com Paraguai porque a ponte que liga Carmelo Peralta (PY) a Porto Murtinho (M) fica pronta no próximo ano. "De posse dessas informações, eles resolveram incorporar o Corredor Bioceânico no programa estatal chileno", explicou.
 
Na próxima semana, a ministra confirmou a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente Gabriel Boric. "Já está confirmada ainda a vinda de vários ministros chilenos para que atos governamentais dos dois países sejam assinados. Também participarão alguns empresários estratégicos do Chile para verificar o interesse do governo federal brasileiro em relação a essa rota", adiantou.
 
Ela detalhou que o principal interesse do Chile no Brasil é avançar com o Corredor Bioceânico, pois os chilenos perceberam que essa questão passou a ser uma política do governo brasileiro. "Isso faz com que os países possam investir o próprio orçamento e estimular a iniciativa privada dos seus países a investirem também", assegurou.
 
Para Simone Tebet, faltava segurança e previsibilidade para que essa rota fosse a entrada decisiva do governo do Chile no processo. "Já que os empresários dos portos de Antofagasta, Iquique e Mejillones já estavam envolvidos, assim como o governo do Paraguai, que está investindo a pleno vapor, pois para eles é estratégica essa rota", lembrou.
 
A ministra ainda acrescentou que o governo brasileiro também está se movimentando porque ela não deixa de fora da pauta do presidente Lula a questão das rotas de integração sul-americana.

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