Política

Insatisfação

Congresso é reprovado por 35% e aprovado por 18%, aponta pesquisa Datafolha

A má avaliação geral não consiste novidade histórica. Desde a safra 1990 de deputados e senadores, a aprovação deles nunca esteve acima da reprovação

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A avaliação do Congresso Nacional segue estável em relação a setembro, aponta novo levantamento do Datafolha. Consideram o trabalho dos 594 parlamentares ótimo ou bom 18%, ante 43% que o veem como regular e 35% que o reprovam como ruim ou péssimo.

Os números seguem em linha com o apontado na pesquisa passada, realizada quase três meses antes. Nela, os números eram 16%, 48% e 33%, respectivamente. Em ambos os levantamentos, não souberam responder 4% dos entrevistados.

A pesquisa deste mês ouviu 2.004 eleitores em 135 cidades do Brasil na última terça-feira (5), com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Assim como ocorre na avaliação do STF (Supremo Tribunal Federal), os eleitores satisfeitos com o governo federal aprovam mais a instituição do outro lado da praça dos Três Poderes. Assim, 29% dos 38% que dão ótimo ou bom para a gestão Lula (PT) também o fazem em relação ao Congresso.

Na mesma toada, os mais instruídos rejeitam mais o trabalho do Legislativo, 41%, assim como aqueles que reprovam o governo Lula, 46%.

O resultado deste primeiro ano de trabalhos dos eleitos em 2022 é visto como melhor do que o das últimas três legislaturas, à mesma altura.

Em comparação com o mesmo momento da legislatura imediatamente anterior, eleita em 2018, a atual composição do Congresso se sai um pouco melhor. Em dezembro de 2019, 45% achavam o trabalho parlamentar ruim ou péssimo, 38%, regular e 14%, ótimo ou bom.

Aquele grupo, contudo, acabou seus quatro anos em uma posição melhor do que o atual, com 48% de regular, 26% de reprovação e 20% de aprovação.

Até aqui, o Congresso se notabilizou por avançar itens da agenda econômica do governo e entrar em confronto com decisões do Supremo que considera que deveriam ser suas, como a ampliação do direito ao aborto ou a derrubada do marco temporal para demarcação de terras indígenas.

É um conflito natural, dado o perfil majoritariamente conservador e com forte influência do agronegócio, além de grupos de pressão como os evangélicos, nas bancadas.

A má avaliação geral não consiste novidade histórica. Desde a safra 1990 de deputados e senadores, o Datafolha nunca verificou um momento em que a aprovação deles estivesse acima da reprovação e da percepção de trabalho regular pela população.

Algumas legislaturas foram menos mal avaliadas, com o regular dominando. Foi por exemplo o caso da anterior, eleita em 2018, a turma de 2010, 2006 e a atual. Os eleitos de 2014 foram particularmente mal, com o ruim/péssimo atingindo o ápice histórico em novembro de 2017, com 60%.

O momento coincidiu com o auge dos impactos da Operação Lava Jato, que, a partir da descoberta do megaesquema de corrupção envolvendo a Petrobras e partidos políticos, puxou o fio de irregularidades diversas. Lideranças, como Aécio Neves (PSDB), que quase havia ganho a eleição presidencial de 2014, foram ao ostracismo, e Lula acabou na cadeia em 2018.

Naquele ano, um político obscuro conseguiu canalizar a energia antissistema e elegeu-se de forma surpreendente: Jair Bolsonaro (PL), então no nanico PSL.

A revelação de abusos nos métodos de procuradores e juízes, aliada a uma sequência de reversões de decisões em cortes superiores, acabou por desmoralizar a Lava Jato —seu magistrado-símbolo, Sergio Moro, foi declarado parcial pelo Supremo e hoje está abrigado no Congresso, como senador pela União Brasil do Paraná, sob ameaça de cassação.

A operação já estava desarticulada com apoio do próprio Bolsonaro, e o fim do capítulo é conhecido: Lula está na Presidência; Aécio e o ex-presidente Michel Temer (MDB), que chegou a ser detido, foram reabilitados.

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Política

Cármen Lúcia vota pela confirmação da cassação de Zambelli e conclui placar da Primeira Turma

Com a manifestação da ministra, o colegiado tem quatro votos e conclui o julgamento

12/12/2025 19h00

Crédito: LULA MARQUES/ AGÊNCIA BRASIL

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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, também votou para que a Primeira Turma da Corte confirme a decisão que decretou a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) - condenada a um total de 15 anos de prisão em duas ações penais. Com a manifestação da ministra, o colegiado tem quatro votos e conclui o julgamento chancelando também a anulação da decisão da Câmara dos Deputados que tentou salvar Zambelli.

Assim como o relator, Alexandre de Moraes, e os colegas Flávio Dino e Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia apontou inconstitucionalidade na votação da Câmara que tentou poupar o mandato da bolsonarista.

A ministra destacou a impossibilidade de Zambelli exercer seu cargo como deputada vez que foi condenada a prisão em regime fechado, lembrando que, por essa razão, é estabelecida a perda automática do mandato como decorrente da sentença condenatória.

"A condenação a pena que deva ser cumprida em regime fechado, como se dá na espécie vertente, relativamente a Carla Zambelli Salgado de Oliveira, impede que ela sequer se apresente, sendo fática e juridicamente impossível ela representar quem quer que seja. A manutenção do mandato deixaria o representado - o povo que elege - sem representação, pela impossibilidade de comparecimento para o exercício do cargo pelo que tinha sido eleito", destacou a ministra.

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Política

De olho em 2026, Botelho e Tebet articulam uso de terras da União para destravar obras em MS

Encontro teve como foco destravar ativos imobiliários federais para acelerar a habitação popular e a reforma agrária no estado

12/12/2025 16h00

Divulgação

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O superintendente do Patrimônio da União em Mato Grosso do Sul (SPU/MS), Tiago Botelho (PT), reuniu-se na quarta-feira (11), em Brasília, com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB). O encontro teve como foco destravar ativos imobiliários federais para acelerar duas frentes sensíveis no estado: habitação popular e reforma agrária.

O encontro em Brasília carrega forte componente político. Segundo Botelho, a expectativa é preparar um pacote de entregas robusto para uma visita do presidente Lula a Mato Grosso do Sul, prevista para o primeiro trimestre de 2026. 

A agenda serviria como contraponto político em um estado majoritariamente ligado ao agronegócio conservador, apostando em obras estruturantes para disputar a narrativa local.

A articulação busca dar celeridade ao programa "Imóvel da Gente", transformando terrenos ociosos da União em canteiros de obras para o Minha Casa, Minha Vida. Botelho apresentou a Tebet um mapeamento de áreas em municípios estratégicos, visando ampliar o estoque de moradias antes do início das vedações eleitorais do próximo ano.

"Precisamos avançar, pois o déficit habitacional é muito grande", argumentou Botelho, citando números da gestão Lula 3. O superintendente também tocou em um ponto nevrálgico para a política do Centro-Oeste: a reforma agrária. A estratégia é utilizar áreas da União já identificadas, dependendo apenas de estudos de viabilidade do Incra, para evitar conflitos fundiários e acelerar assentamentos.

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