Política

CNMP

Conselho começa a ouvir testemunhas em sindicância contra promotor que investiga filho de Azambuja

Comitiva com três servidores está em Campo Grande e já iniciou oitivas com integrantes do Ministério Público

Continue lendo...

Três integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) estão em Campo Grande para ouvir testemunhas da sindicância contra o promotor do Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) Marcos Alex Vera de Oliveira, por suposta infração disciplinar por incapacidade funcional. A sindicância foi instaurada após a denúncia do filho do governador Reinaldo Azambuja, Rodrigo Souza e Silva, de que o promotor seria o responsável por repassar à imprensa informações envolvendo seu nome em supostos ilícitos penais, sem que ele houvesse tido conhecimento prévio a respeito da investigação nem oportunidade de defesa. 

De acordo com a portaria do CNMP, no dia 29 de agosto, a Sindicância nº 111 foi instaurada e designou os promotores de Justiça José Augusto de Souza Peres Filho, Rafael Schwez Kurkowski e André Bandeira de Melo Queiroz, respectivamente do Ministério Público do Rio Grande do Norte, de Sergipe e da Bahia, para realizarem as diligências necessárias.

O ato foi baseado nos autos do Recurso Interno nº 01.008165/2018 e da Reclamação Disciplinar nº 1.00406/2018-29 e a portaria é assinada pelo corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira. 

Conforme apurado pelo Correio do Estado, serão ouvidos servidores do MPMS, delegados e o promotor. Cerca de 25 pessoas devem prestar depoimento e a previsão é de que os integrantes do CNMP continuem em Campo Grande até amanhã.

Ainda de acordo com o apurado pela reportagem, a informação que circulava no MPMS é de que, ontem, o promotor Marcos Alex foi ouvido pelos três integrantes da comissão sindicante. 

O Caso

Conforme noticiado pelo Correio do Estado em maio deste ano, a reclamação disciplinar de Rodrigo Souza e Silva foi feita em maio de 2018, depois de o nome dele ter sido veiculado em reportagens que o ligavam a um suposto roubo de um malote de R$ 270 mil, dinheiro que seria usado como propina paga pela administração estadual ao corretor de gado José Ricardo Guitti, conhecido como Polaco. Outro fato motivador da reclamação foram os indeferimentos ao acesso ao procedimento investigativo criminal aberto que tratou sobre o suposto roubo do malote. 

O julgamento do recurso feito pelo advogado de Rodrigo, Gustavo Passarelli, foi adiado por, pelo menos, duas vezes em abril deste ano, no dia 9 e, posteriormente, no dia 23. Passarelli recorreu em novembro do ano passado de decisão de arquivamento da representação original, feita pelo corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, que levou o caso ao plenário. 

Os adiamentos dos julgamentos em abril teriam ocorrido a pedido de representantes do Ministério Público de Mato Grosso do Sul. 

Em maio deste ano, o advogado Passarelli, adiantou que seria aberta uma sindicância, na qual as partes envolvidas produziriam provas relacionadas ao teor da representação, que ataca a conduta do promotor. “Também haverá oitiva de testemunhas e, ao fim, pode-se concluir ou não pela abertura de processo administrativo-disciplinar”, explicou o advogado.

Na época, Marcos Alex Vera também comentou sobre a possível abertura de sindicância. Afirmou que recebeu a decisão do plenário do CNMP com naturalidade. “Não é a primeira vez que isso ocorre nem será a última”.

Defesa

O Correio do Estado procurou o advogado que representa o filho de Azambuja, mas Passarelli disse que não falaria sobre o caso por estar em sigilo. “Eu não posso me manifestar sobre esse assunto”, disse. 

O advogado de Marcos Alex, Elton Luís Nasser  de Melo, e o promotor, também foram procurados pela reportagem, mas não se manifestaram sobre o assunto até o fechamento deste material. 

Denúncia 

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) aceitou, em setembro deste ano, o recurso do MPMS contra a decisão da  a juíza May Melke Amaral, da 4ª Vara Criminal, que rejeitou a denúncia contra o filho do governador, Rodrigo Souza e Silva, por roubo majorado no suposto envolvimento dele no roubo de veículo na BR-262. 

Conforme noticiado em setembro de 2018, o aposentado Luiz Carlos Vareiro, 61 anos, era quem teria sido contratado para e executar o “serviço” e denunciou ao MPMS que Rodrigo foi o mandante do crime. 

Suposto plano para matar o corretor de gado José Ricardo Gutti Gumari, apelidado de Polaco, foi um dos principais motivos para a Polícia Federal pedir a prisão de empresários, políticos e pecuaristas ligados à cúpula da administração Reinaldo Azambuja (PSDB).  A revelação consta na decisão do ministro Felix Fisher, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou a prisão temporária de 14 pessoas, durante a Operação Vostok, desencadeada no dia 12 de setembro de 2018.

Conforme o documento, Polaco estaria chantageando os envolvidos no esquema, sob ameaça de que faria uma delação premiada. Consta ainda que o aposentado Luiz Carlos Vareiro era quem teria sido contratado para e executar o “serviço”, depois  de Polaco ser citado em reportagem do programa “Fantástico”, da Rede Globo, exibida no dia 28 de maio de 2017 e que denunciava o esquema.

Política

Líder do PL diz que Ramagem pode renunciar ao mandato e espera aprovação de asilo nos EUA

Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário

15/12/2025 22h00

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ)

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ) Foto: Divulgação

Continue Lendo...

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Alexandre Ramagem (PL-RJ), parlamentar condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e foragido, admitiu que pode renunciar ao mandato em 2026. Sóstenes afirmou, no entanto, que trabalhará pela manutenção do mandato do correligionário.

Segundo Sóstenes, é importante que Ramagem mantenha o mandato neste ano para poder avançar com o processo de asilo político nos Estados Unidos.

"Vou solicitar ao Colégio de Líderes que não coloque a situação do Ramagem na pauta. Eu falei com ele há pouco, ele disse que até pode pensar numa futura renúncia no próximo ano, está tramitando pedido de asilo político nos Estados Unidos e por isso é importante para ele, a manutenção do mandato", afirmou.

Assim como aconteceu no caso da ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o PL acredita que não há votos suficientes para cassar Ramagem no plenário.

No começo de maio, a própria Câmara aprovou a sustação da ação penal contra Ramagem por 315 a favor e 143 contra.

O relator da proposta, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), alegou que a Constituição diz que pode ser trancada uma "ação penal", sem fazer restrição a outros denunciados.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), notificou na última quarta-feira, 10, Ramagem e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por meio de edital, para que se manifestem nos processos que podem levar à cassação de seus mandatos. Ambos estão nos Estados Unidos (EUA).

No caso de Ramagem, o processo de cassação decorre do fato de ele estar foragido da Justiça e sua sentença já ter transitado em julgado.

O ex-delegado da Polícia Federal foi condenado à perda do mandato e a 16 anos de prisão pelo STF por tentativa de golpe de Estado.

Assine o Correio do Estado

TROCA DE COMANDO

Secretária de Fazenda pode não voltar ao cargo após licença

O Correio do Estado apurou que o futuro da titular da Sefaz será a exoneração e o substituto deve sair da própria equipe

15/12/2025 08h00

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022

A secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, está no cargo desde abril de 2022 Marcelo Victor

Continue Lendo...

À frente das finanças da Prefeitura de Campo Grande desde abril de 2022, a secretária municipal de Fazenda, Márcia Helena Hokama, não vai mais retornar ao cargo depois da prorrogação da licença médica por estresse e ansiedade iniciada em 20 de novembro deste ano e com previsão de encerrar no dia 8 de janeiro de 2026.

O Correio do Estado obteve a informação com exclusividade por meio de fontes do alto escalão da administração municipal de Campo Grande, que ainda explicaram que a prefeita Adriane Lopes (PP) teria sido comunicada da impossibilidade de a titular da Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) reassumir as funções por conta de suas condições mentais.

Diante disso, a chefe do Executivo da Capital já teria determinado a procura por um substituto e, por enquanto, a tendência é de que o atual secretário-adjunto da Sefaz, Isaac José de Araújo, seja elevado a titular da Pasta por fazer parte da equipe técnica que foi montada por Márcia Hokama, considerada muito competente por Adriane Lopes.

A reportagem também foi informada de que a decisão da secretária de participar da corrida de rua de Bonito, realizada no dia 6, durante o afastamento por questões de saúde e o fato ter ganhado repercussão na mídia municipal teria pesado para que a continuidade dela no cargo após o fim da licença médica ficasse insustentável.

Márcia Hokama chegou a ser fotografada ao concluir um percurso de 10 km e conquistar o 23º lugar na categoria (competidores com idade entre 50 e 59 anos), e a imagem dela sendo publicada pelos principais órgãos de imprensa “pegou” muito mal até mesmo a imagem da prefeita, que é uma grande defensora do trabalho da secretária.

Porém, como a mulher de César não basta ser honesta, ela também precisa parecer honesta, a corrida foi a gota d’água para fim dos mais de três anos dela à frente das finanças municipais, período marcado por muito desgaste político e pressões decorrentes de crises no transporte coletivo urbano, na saúde e nas finanças, chegando a ser cobrança publicamente pela Câmara Municipal de Campo Grande.

O ponto alto desse desentendimento com os vereadores foi quando Márcia Hokama faltou à convocação para dar explicações sobre a crise, e, na época, ela já chegou a alegar problemas de saúde. Em novembro, a situação mental dela teria chegado no fundo do poço, obrigando o pedido de licença médica.

A partir da oficialização da concessão do afastamento, os boatos começaram dando conta de que ela não retornaria mais ao cargo, porém, a prefeita Adriane Lopes assegurava o retorno da titular da Sefaz após o fim da licença médica.

Entretanto, depois da divulgação da participação de Márcia Hokama da corrida de rua de Bonito a prorrogação da dispensa das funções foram decisivas para que a chefe do Executivo Municipal cedesse à pressão pela exoneração da secretária.

Procurada pelo Correio do Estado, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, não quis comentar até o fechamento desta edição. O espaço continuar aberto para a manifestação da chefe do Executivo Municipal.

*SAIBA

A trajetória de Márcia Hokama começou em abril de 2022, quando foi nomeada pela prefeita Adriane Lopes como titular da Secretária Municipal de Finanças (Sefin), ficando responsável pelas finanças do município de Campo Grande e deixando o cargo de secretária-adjunta, o qual ocupava desde 2021.

Em janeiro deste ano, a prefeita reconduziu Márcia Hokama ao cargo, mas com novo nome Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz). Portanto, ela já está na função de liderança na Sefin/Sefaz desde 2022.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).