Após a posse, o prefeito interino de Terenos, Arlindo Landolfi (Republicanos), afirmou que irá suspender os contratos e os pagamentos de empresas envolvidas no escândalo de corrupção, entre eles o contrato com a empresa de limpeza que presta serviço ao município.
Durante entrevista coletiva, no final da manhã desta sexta-feira (12), Arlindo informou que irá se reunir com o setor jurídico da prefeitura para analisar a situação de cada contrato.
“A parte de limpeza da cidade, inclusive agora, vai ficar a cargo da prefeitura até que a gente resolva. Eu já conversei com o pessoal das obras e vamos assumir a limpeza das ruas, a roçada e a sinalização, até resolver essa situação e garantir a continuidade do trabalho”, explicou o prefeito interino.
Em conversa com o Correio do Estado, o prefeito informou que acredita tratar-se da RS Construções & Serviços LTDA, a responsável pelo serviço de limpeza.
Em consulta ao portal da transparência do município, no entanto, o contrato consta como sendo de uma empresa especializada em serviços de instalação e ampliação de iluminação pública.
Sobre isso, Arlindo informou que, provavelmente, trata-se de uma empresa que cria vários CNPJs.
Posse
Após a prisão do chefe do Executivo do município de Terenos, Henrique Budke (PSDB), durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o vice Arlindo Landolfi (Republicanos) assumiu, nesta sexta-feira (12) em uma cerimônia rápida na Câmara Municipal.
"Hoje mais que nunca vou precisar da ajuda de cada um de vocês. Façam o seu melhor. Eu quero fazer essa prefeitura uma prefeitura humanizada, então deem o seu melhor. Eu já sei que vocês trabalham muito bem, mas hoje estou pedindo ajuda de cada um de vocês, pessoal das nossas escolas, infraestrutura, façam o melhor de vocês. As professoras, eu sei do excelente trabalho que vocês já tem feito, mas eu quero que vocês deem aula como se estivessem dando aula para seus próprios filhos. Meus amigos da saúde, cuidem dos nossos pacientes como se estivessem cuidando de um familiar seu", solicitou o novo prefeito.
Operação
A ordem judicial, expedida em 29 de agosto deste ano, foi assinada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) Jairo Roberto de Quadros. Entre os 59 alvos estão a sede da Prefeitura Municipal de Terenos, secretarias, residências e empresas de servidores e empresários em Terenos e Campo Grande.
Até o fim da tarde de ontem, dois mandados de prisão dos 16 totais ainda não haviam sido cumpridos.
Dos mandados de prisão, nove eram em Terenos, contra: o prefeito Eduardo Henrique Wancura Budke (PSDB); o dono da Construtora e Empreiteira Real, Sansão Inácio Rezende; o servidor Valdecir Alves Batista; o proprietário da Base Construtora e Logística Genilton da Silveira Moreira; a dona da Lopes Construtora e Empreiteira Ltda, Nádia Mendonça Lopes; o dono da HG Empreiteira & Negócios Ltda Hander Luiz Correa Grote Chaves; o sócio da Construtora Kurose Fernando Seiji Alves Kurose; o empresário da Conect Construções; e Orlei Figueiredo Lopes, ex-proprietário da Cerealista Terenos Eduardo Schoier.
Esquema
A estrutura do grupo criminoso indicava ser dividida em dois núcleos principais, um político e outro empresarial.
O primeiro é o núcleo político-administrativo, representado pelo ex-secretário de obras Isaac Cardoso Bisneto e pelo servidor Valdecir Batista Alves, que possuíam a capacidade de direcionar editais e simular a concorrência em processos licitatórios.
O segundo é o núcleo empresarial, composto por empreiteiros como Genilton da Silva Moreira, Arnaldo Santiago, Hander Luiz Correa Grote Chaves e Sandro José Bortoloto, que se beneficiavam dos contratos fraudados.
A Operação Velatus também apontou para a criação de empresas sem estrutura ou experiência, demonstrando um esforço deliberado para criar fachadas para as atividades ilícitas.
Conversas obtidas pela investigação de 2024 mostram o ex-secretário de Obras de Terenos, Isaac Cardoso Bisneto, questionando Genilton da Silva Moreira, que foi preso preventivamente em março deste ano, sobre quais empreiteiros participariam do certame.
Segundo o MPMS, as mensagens sugerem um acerto prévio entre os concorrentes. Em outro diálogo, um dos envolvidos menciona que uma nova licitação seria publicada e indica que o resultado já estaria definido.
*Saiba: Budke é investigado por corrupção ativa, fraude em licitação e liderar organização criminosa, segundo informações do Correio do Estado.


O voto do deputado apareceu durante as deliberações das propostas na última sessão plenária da ALEMS de 2025 nesta quarta-feira (17) / Fonte: Reprodução


