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Conversas de empreiteiro mostram agendamento de viagens para Lula

Conversas de empreiteiro mostram agendamento de viagens para Lula

AGÊNCIA BRASIL

07/01/2016 - 20h00
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Mencionando mais de 20 políticos, de ministros a parlamentares, as mensagens do celular do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro interceptadas pela Polícia Federal indicam o agendamento de viagens para o ex-presidente Lula, citações ao ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner (PT) e encontros com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A Polícia Federal encaminhou um relatório de cerca de 600 páginas à Procuradoria-Geral da República sobre os principais achados nas mensagens telefônicas de Léo Pinheiro, que mantinha proximidade com políticos do alto escalão da República.

Mensagens citando Wagner, o presidente da Petrobras Aldemir Bendine e o prefeito de São Paulo Fernando Haddad foram reveladas nesta quinta-feira (7) pelo jornal "O Estado de S. Paulo". A Folha de S.Paulo teve acesso a mensagens citando Lula, Wagner, Renan e o ministro Edinho Silva (Comunicação Social).

Em relação a Lula, citado nas mensagens como "Brahma" segundo a Polícia Federal, Léo Pinheiro conversa com seus funcionários para decidir viagens do ex-presidente ao exterior e cita a ajuda dele em obras.

Uma das mensagens do empreiteiro diz que "o Brahma quer fazer a palestra" entre os dias 24 e 26 de novembro de 2013 em Santiago. Já no dia 25 daquele mesmo mês, um funcionário do empreiteiro lhe envia uma mensagem indicando a disponibilização de um avião para Lula ir ao Chile.

"Leo, colocamos o avião à disposição de Lula para sair amanhã ao meio-dia. Seria bom você checar com Paulo Okamotto [presidente do Instituto Lula] se é conveniente irmos no mesmo avião", diz a mensagem, cujo remetente foi César Uzeda, segundo a PF, que foi executivo da OAS na área internacional.

Ainda sobre o Chile, Léo Pinheiro diz a um funcionário que Lula estava "procurando saber" de obras que a OAS tocava no país, sem explicar o motivo.

O ex-presidente da OAS também manda uma mensagem para Uzeda em 7 de janeiro de 2014 afirmando que Lula "poderá ir ao Uruguai agora em janeiro ou início de fevereiro. Veja com Diego quando seria melhor".

JAQUES WAGNER

Já Jaques Wagner, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", trocou mensagens com Léo Pinheiro que indicavam sua atuação a favor da empreiteira OAS. Também há suspeita de negociação de apoio financeiro ao candidato petista à Prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pellegrino.

Segundo a publicação, em 2014 Léo Pinheiro pede ajuda a Wagner para falar com o então ministro dos Transportes para "liberar o recurso no valor de R$ 41,760 milhões" referente a um convênio assinado em 2013. "Ok, vou fazê-lo abs domingo vamos ganhar com certeza", respondeu Jaques Wagner.

A Folha também teve acesso a uma mensagem de Léo Pinheiro na qual, segundo a PF, ele indica "centros de custo" relacionados a Wagner e obras na Bahia. "JW e CD. Centro de Custo. 45% Fonte Nova. 45% Bahia Norte. 10% Via Expressa", envia Léo Pinheiro a um funcionário.

RENAN CALHEIROS

As mensagens no período entre 2012 e 2014 mostram ainda ao menos seis pedidos para encontros com o presidente do Senado, Renan Calheiros, segundo a PF.

Em 13 de setembro de 2013, Léo Pinheiro recebe uma mensagem de seu funcionário dizendo: "Dr. Alexandre Grangeiro agendou uma reunião com dr. Renan na residência dele domingo às 11h".

Em um outro diálogo, o empreiteiro sugere que Renan engavetou um projeto, mas não dá mais detalhes.

Em relação a Edinho Silva, há referências a ele em conversas sobre doações.

Sobre Aldemir Bendine, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", ele negociou com a OAS, quando ainda era presidente do Banco do Brasil, a aquisição de debêntures (títulos da dívida) da empreiteira. As mensagens indicam que em outubro de 2014 Bendine esteve com Pinheiro e outro dirigente da OAS para tratar dos títulos.

"O Dida marcou às 18h30. Terei de ir com 'ACMP', pois temos a nova debênture, que é vital", afirmou Pinheiro.

OUTRO LADO

A assessoria do Instituto Lula disse que não teve acesso a esse relatório da Polícia Federal e não vai se manifestar sobre vazamento seletivo e ilegal de informações.

Em nota divulgada no início da tarde desta quinta, o ministro Jaques Wagner afirmou "estar absolutamente tranquilo quanto a minha atividade política institucional, exclusivamente baseada na defesa dos interesses do Estado da Bahia e do Brasil".

Wagner se colocou à disposição do Ministério Público e e demais órgãos competentes para quaisquer esclarecimento e criticou vazamentos. "Em tempo, manifesto meu repúdio à reiterada prática de vazamentos de informações preliminares e inconsistentes, que não contribuem para andamento das apurações e do devido processo legal."

A Folha não obteve retorno da assessoria de Renan. Bendine sustenta em nota que as propostas ao Banco do Brasil tiveram tratamento técnico.

Pesquisa

Lula lidera cenários para 2026; Flávio é o mais bem posicionado na direita

Filho de Jair Bolsonaro apresenta intenção de votos maior que Tarcísio e Ratinho Jr. em um cenário de primeiro turno

16/12/2025 15h24

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026

Lula pode enfrentar Flávio Bolsonaro em 2026 Fotomontagem/Agência Brasil e Agência Senado

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera todos os cenários de primeiro turno e venceria todos os adversários no segundo turno se as eleições fossem hoje, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta terça-feira, 16.

Este é o primeiro levantamento do instituto após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se lançar como pré-candidato à Presidência.

O filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro foi testado em todos os cenários de primeiro turno, já que vem dizendo que a única possibilidade de retirar sua candidatura é se seu pai for candidato. Bolsonaro está preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília após ter sido condenado por tentativa de golpe de Estado.

Nos cenários espontâneos, Lula tem 20% das intenções de voto. Jair Bolsonaro tem 5% das intenções de voto. Flávio tem os mesmos 5%. Outros 65% se dizem indecisos.

A Quaest fez diferentes cenários eleitorais estimulados, dependendo de governadores de direita que podem se lançar candidatos à Presidência, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Jr. (PSD-PR). Em todos eles, Flávio fica em segundo lugar, atrás apenas de Lula.

No cenário com Ratinho Jr., Lula tem 39% das intenções de voto; Flávio tem 23%; Ratinho, 13%; Renan Santos (Missão), 2%; Aldo Rebelo (Democracia Cristã), 2%. Indecisos somam 5% e 16% dizem que votarão em branco, nulo ou não votarão.

No cenário com Tarcísio, o atual presidente tem 41%; Flávio mantém 23%; Tarcísio tem 10%. No cenário com Zema, o petista tem 39%; Flávio, 26%; o governador mineiro, 6%. No cenário com Caiado, Lula tem 39%; o senador, 27%; o governador goiano, 4%.

A Quaest também testou um cenário em que três dos governadores - Ratinho, Caiado e Zema - saiam candidatos. Apenas Tarcísio ficou de fora nessa projeção. A mesma divisão se mantém: Lula tem 37%; Flávio, 23%; Ratinho, 11%; Zema, 4%; Caiado, 3%.

Um último cenário inclui o ex-ministro Ciro Gomes (PSDB). Neste caso, Lula teria 34% (o cenário com maior redução do seu porcentual); Flávio teria 21%; Ratinho, 12%; Ciro, 8%; Zema, 4%; Caiado, 2%; Santos, 1%; Rebelo, 1%.

Nas simulações de segundo turno, Lula tem de 10 a 12 pontos porcentuais de vantagem em relação aos adversários. A seguir, os cinco cenários:

  • - Lula 46% x 36% Flávio;
  • - Lula 45% x 35% Tarcísio;
  • - Lula 45% x 35% Ratinho;
  • - Lula 44% x 33% Caiado;
  • - Lula 45% x 33% Zema.


No caso de Flávio Bolsonaro, o instituto registrou um crescimento no porcentual do senador em relação a agosto, quando seu nome foi testado pela primeira vez. Naquela época, Flávio ainda não havia anunciado sua intenção de se candidatar como representante de seu pai. Em agosto, o filho mais velho do ex-presidente tinha 32% contra 48% do petista.

Ao mesmo tempo, Flávio aumentou sua rejeição nos últimos meses. Segundo a pesquisa de dezembro, 60% o conhecem e não votariam nele, enquanto 28% dizem que conhecem e votariam. Em agosto, 22% diziam que conheciam e votariam nele, enquanto 55% o conheciam e não votariam nele.

A escolha de Jair Bolsonaro pelo seu primogênito foi apontada por 54% dos entrevistados pela Quaest como um erro. Para 36%, foi um acerto. A maior parte dos entrevistados (61%) disse ter ficado sabendo do anúncio de Flávio Bolsonaro, enquanto 39% disseram não ter ouvido falar sobre o assunto.

Os pesquisadores perguntaram, então, quem deveria ser o escolhido de Bolsonaro para disputar a Presidência da República. A ex-primeira-dama Michelle foi a primeira colocada, com 19%. Tarcísio, o segundo, com 16%. Ratinho Jr. foi o terceiro, com 11%. Pablo Marçal, Romeu Zema, Eduardo Bolsonaro, Ronaldo Caiado e Eduardo Leite ainda foram citados. Para 21%, no entanto, nenhum desses deveria ser o representante de Bolsonaro no pleito

Diante desse cenário, 61% disseram à Quaest que não votariam em Flávio de jeito nenhum. Apenas 13% disseram que votarão no senador, enquanto 23% afirmaram que podem votar no filho mais velho do ex-presidente.

O instituto Genial/Quaest ouviu 2.004 brasileiros entre os dias 11 e 14 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiabilidade é de 95%.

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Política

Lula diz ser amigo de Motta e Alcolumbre e ter confiança de que Messias será aprovado no Senado

Para garantir as aprovações de projetos do governo pelo Congresso, ele afirmou que houve "o milagre da democracia

16/12/2025 13h45

Foto: Divulgação

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ser "amigo" dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Em entrevista ao SBT News, Lula foi indagado sobre o que aconteceu na relação com os dois presidentes. "Não aconteceu nada. Nada. Eu sou amigo do Davi, eu sou amigo do Hugo Motta", respondeu. Na sequência, ele destacou que o governo aprovou "99% de tudo que nós mandamos para o Congresso Nacional".

"Nunca, nos meus dois primeiros mandatos, eu aprovei a quantidade de coisas que eu aprovei agora num Congresso totalmente adverso", afirmou, adicionando que tem minoria tanto na Câmara quanto no Senado.

Para garantir as aprovações de projetos do governo pelo Congresso, ele afirmou que houve "o milagre da democracia, o milagre da conversa, o milagre de esgotar os argumentos até o final para a gente poder convencer as coisas". E disse não ter mandado nenhum projeto de interesse pessoal ou de interesse de um grupo.

"Todos os projetos que nós mandamos foram projetos de interesse da sociedade brasileira e de interesse do Brasil", sustentou. Ele exemplificou que o País esperava há 40 anos uma reforma tributária, "e nós fizemos a reforma tributária com esse Congresso adverso".

"Nem sempre você consegue 100% de tudo que você quer, mas nem tudo você perde. Ou seja, você ganha aquilo que é essencial para melhorar a vida do povo brasileiro", completou.

Operação na Câmara dos Deputados

Lula também foi perguntado sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino que determinou uma operação dentro da Câmara dos Deputados contra a responsável pela distribuição das emendas parlamentares, Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL). O petista lembrou que "quase todos" os ministros do STF foram indicados por ele.

"Se eu tivesse interferência na Suprema Corte, eu teria ficado preso 580 dias? A verdade é que a Suprema Corte é totalmente independente e autônoma e é bom que seja assim. O Presidente da República não tem e não quer ter interferência sobre os votos dos ministros da Suprema Corte, como eu não quero que eles tenham interferência nas coisas que eu faço", prosseguiu.

Ele disse que as decisões dos ministros em investigações do Supremo "é um problema que só cabe ao ministro. O presidente da República não tem nem como dar opinião sobre isso". Lula ainda pontuou que "as pessoas se esquecem que foram fazer busca e apreensão" na casa dele.

Por fim, ele disse respeitar as decisões da Câmara, do Senado e da Suprema Corte, "e eu quero que eles façam comigo o mesmo que eu faço com eles". "Respeito a autonomia de cada ente federado, de cada instituição brasileira", emendou.

Confiança na aprovação de Jorge Messias

O presidente respondeu afirmativamente à pergunta sobre se ainda acredita que o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, será ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Messias foi indicado ao cargo em 20 de novembro, na vaga deixada pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso. No entanto, a sabatina e votação do nome de Messias pelo Senado foram postergados para 2026, ante a resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que defendia a indicação do também senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Eu acredito, estou trabalhando para isso, o Messias está trabalhando para isso. E eu não indiquei uma pessoa qualquer, eu indiquei um advogado muito competente, um advogado-geral da União extraordinário, que demonstrou ao longo do tempo seriedade e serenidade no jeito de advogar e defendeu o Estado brasileiro como poucos defenderam", afirmou.

"Ele (Messias) merece estar lá, como o Fernando Henrique Cardoso indicou o Gilmar Mendes, como eu indiquei o Toffoli. E eu acho que ele vai ser um bom ministro da Suprema Corte", completou.

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