Política

"mácula"

Deputado não pretende exonerar major preso em casa usada pelo jogo do bicho

Na reserva da PM, Gilberto Luiz dos Santos está lotado no gabinete de Neno Razuk, com cargo de assessor intermediário III

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Após quase 14 anos, mais uma vez, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) aparece na mídia em reportagem relacionada a jogo do bicho. A primeira vez foi em dezembro de 2009, quando a Casa de Leis ganhou até matéria no programa “Fantástico”, da Rede Globo, por permitir que um suposto funcionário fosse “apontador” – pessoa responsável por colher a aposta do jogo do bicho – dentro da sede do Legislativo.

Agora, mais precisamente na segunda-feira, um assessor lotado no gabinete do deputado estadual Neno Razuk (PL) foi preso por policiais civis da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) em um imóvel que seria usado como depósito de máquinas portáteis usadas para fazer apostas do jogo do bicho. 

Trata-se do major PM Gilberto Luiz dos Santos, mais conhecido como G Santos, que é assessor intermediário III da Assembleia Legislativa e recebe, por mês, R$ 1.334,25. 

G Santos, que também é major aposentado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e tem remuneração bruta mensal de R$ 27.105,15, foi preso em um imóvel no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande, onde foram apreendidas 700 máquinas portáteis usadas para apostas do jogo do bicho. 

Além dele, no local também foram presos o 1º sargento PM Manoel José Ribeiro, o Manelão, que também é da reserva e tem remuneração mensal bruta de R$ 8.623,61, e mais oito pessoas não identificadas.

As dez pessoas presas no imóvel foram conduzidas para a Delegacia de Polícia Civil, ouvidas e depois liberadas, e nenhuma delas foi enquadrada em qualquer infração penal, pois todas alegaram estar na residência apenas para jogar baralho e disseram que desconheciam a origem das máquinas e a quem pertencia o imóvel.

O Correio do Estado procurou o deputado estadual Neno Razuk e o questionou se pretendia exonerar o seu assessor após a prisão, porém, a informação dada por ele foi de que não.

“Não pretendo exonerar. Eu pretendo aguardar os autos para poder ver o que realmente está acontecendo. Porém, não pretendo exonerar, não”, garantiu o parlamentar.

A reportagem também procurou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gerson Claro (PP), e perguntou se a decisão de Neno Razuk de não exonerar o comissionado não mancharia a imagem da Casa de Leis perante a opinião pública.

“Essa decisão não tenho conhecimento, portanto, não há o que comentar. Qualquer manifestação desta Casa somente com dados oficiais, não trabalhamos com extraoficial”, afirmou o presidente.
 

SUSPEITA

Se em 2009 a Assembleia Legislativa informou que o “apontador” do jogo do bicho não era servidor da Casa de Leis, agora, o major PM aposentado é comissionado e lotado no gabinete do deputado estadual Neno Razuk, portanto, faz parte do quadro de servidores.

Além disso, segundo fontes da Polícia Civil, tanto G Santos quanto Manelão teriam ligação com grupo que comanda jogos de azar em Mato Grosso do Sul, mais precisamente o jogo do bicho. 

O major PM seria um dos “homens fortes” do grupo que tenta assumir o comando da atividade em Campo Grande depois que a Operação Omertà, deflagrada em 2019, desmontou o esquema montado por Jamil Name, já falecido, e Jamil Name Filho, o Jamilzinho, que está preso em Mossoró (RN).

G Santos e Manelão já foram julgados em 2009 por um crime de homicídio ocorrido em Dourados, mas foram inocentados. 

Em 1997, eles e outros dois policiais militares haviam matado um suspeito e eram apontados como integrantes de uma milícia de extermínio formada por policiais do antigo Grupo de Operação de Fronteiras (GOF), atual Departamento de Operações de Fronteira (DOF).

Para quem não sabe, o deputado estadual Neno Razuk é filho do ex-deputado estadual Roberto Razuk, que foi um dos 78 presos em 2007 durante a Operação Xeque-Mate, deflagrada pela Polícia Federal para combater o jogo do bicho e a exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Mato Grosso do Sul, com a ex-prefeita de Dourados Délia Razuk.

ELEIÇÕES 2026

Simone só definirá onde disputará uma vaga ao Senado após conversa com Lula

A ministra do Planejamento e Orçamento revelou que, se depender dela, a pré-candidatura será por Mato Grosso do Sul

17/12/2025 08h20

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, pretende tentar uma vaga ao Senado

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, pretende tentar uma vaga ao Senado Valter Campanato/Agência Brasil

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Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciar que deixará o governo até fevereiro de 2026, negando ser candidato a governador de São Paulo ou a senador para ajudar na reeleição presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seja como coordenador da campanha, seja na formulação do programa de governo, o nome da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), voltou a ganhar força para ser a aposta do governo federal ao Senado naquele estado.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, ela admitiu que neste momento não tem mais como deixar de ser candidata nas eleições de 2026, porém, não bateu o martelo se disputará uma cadeira ao Senado ou, talvez, à Vice-Presidência da República em uma chapa encabeçada pelo presidente Lula. 

“Acho difícil agora fugir da missão de ser candidata a alguma coisa no próximo ano”, declarou.

No entanto, sobre a possibilidade de ser a candidata do presidente Lula ao Senado por São Paulo, já que o ministro Fernando Haddad descartou essa probabilidade, Simone Tebet disse que, caso a escolha fosse somente sua, a preferência é por disputar a vaga de senadora da República por Mato Grosso do Sul. “Se eu puder, quero ser candidata ao senado pelo meu Mato Grosso do Sul”, assegurou.

A ministra do Planejamento e Orçamento explicou que a decisão não depende mais somente dela, pois precisa ouvir também o posicionamento do presidente Lula.

“Quero ser candidata por Mato Grosso do Sul, mas o Lula vai conversar comigo até fim de janeiro de 2026 e preciso saber qual é o projeto político do grupo”, afirmou.

Ela reconheceu que, apesar de faltar pouco tempo para o início da campanha eleitoral, o jogo político para 2026 ainda apresenta inúmeras variáveis.

“Porém, posso afirmar mais uma vez que, se eu puder escolher, já está escolhido, minha pré-candidatura ao Senado será por Mato Grosso do Sul”, argumentou.

Caso o presidente Lula decida que Simone Tebet tenha de disputar a vaga por São Paulo, afinal, ela teve no estado o maior número de votos proporcionais nas eleições presidenciais de 2022, a ministra terá até o dia 6 de maio de 2026 para fazer a mudança de domicílio eleitoral ou ficará impedida de concorrer ao cargo pelo estado vizinho.

Entretanto, pelas regras de troca de domicílio eleitoral, ela precisa residir no novo município, São Paulo (SP), há pelo menos três meses, algo que não será problema, pois Tebet também tem residência na capital paulistana.

PRERROGATIVAS

Na sexta-feira, Simone Tebet, Fernando Haddad e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), foram homenageados na festividade de fim de ano do Prerrogativas, grupo de advogados progressistas próximo ao presidente Lula, que também esteve presente no evento. 

A escolha dos três não foi à toa, pois eles representam nomes defendidos pelo grupo para as eleições de 2026 e, por isso, a cerimônia foi em clima de campanha eleitoral.

“Eu vi o projeto do presidente Lula no passado, porque eu era contra o regime fascista e o negacionismo do então presidente Bolsonaro. Hoje, estou no governo e estarei no palanque em 2026 com o presidente Lula”, afirma Tebet.

Na plateia, vários presentes entoaram gritos de “governadora” durante a fala dela, mas o plano que tem se costurado nos bastidores é de que ela saia candidata ao Senado por São Paulo.

Em setembro, ela esteve em um jantar, também com membros do Prerrogativas, com vários empresários paulistanos.

O bom diálogo da ministra do Planejamento e Orçamento com setores do mercado financeiro e do agronegócio conta pontos a seu favor em uma eventual candidatura. 

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Câmara dos Deputados

Camila Jara pode perder mandato por confusão em plenário

O episódio aconteceu na última quarta-feira (9) e a representação foi feita à Câmara pelo Partido Novo por suposta violação ao decoro parlamentar

16/12/2025 18h15

Camila protagonizou confusão com o secretário-geral Lucas Ribeiro

Camila protagonizou confusão com o secretário-geral Lucas Ribeiro Reprodução

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A deputada federal sul-mato-grossense Camila Jara (PT) pode perder o mandato por causa de uma confusão no plenário da Câmara dos Deputados durante sessão realizada na última quarta-feira (9).

O Partido Novo apresentou uma representação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra a deputada por suposta violação ao decoro parlamentar. 

Segundo o documento, Jara teria agredido fisicamente o secretário-geral da Mesa da Câmara, Lucas Ribeiro Almeida Júnior, quando ela teria, supostamente, o empurrado e apontado o dedo em seu rosto, além de proferir ofensas verbais. 

O episódio aconteceu durante uma confusão no plenário quando o deputado Glauber Braga (PSOL) teria se recusado a deixar a cadeira destinada ao presidente da Câmara, Hugo Motta, assumindo de forma irregular a presidência dos trabalhos e se recusar a repassá-la ao deputado Carlos Veras (PT), precisando ser retirado à força. 

Enquanto isso, Camila foi vista discutindo de forma acalorada com o Lucas Ribeiro de forma acalorada, apontando o dedo para o rosto do parlamentar e o empurrando. 

O vídeo foi gravado pelo deputado Nikolas Ferreira, que chamou a parlamentar de “descontrolada”.

Em sua representação, o partido Novo sustenta que a conduta da petista viola deveres previstos no Código de Ética, como o exercício de mandato com dignidade e o tratamento respeitoso a servidores da Casa. 

Além disso, o partido também mostrou outros comportamentos que enquadram ofensas físicas ou morais nas dependências da Câmara como atentado ao decoro parlamentar. 

O documento ainda menciona um episódio anterior, ocorrido no mês de agosto de 2025, quando Camila teria se envolvido em “agressão” contra o deputado Nikolas Ferreira (PL), sendo apontado como uma conduta reincidente. 

O partido pediu, então, que o Conselho de Ética instaure um processo disciplinar e aplique a penalidade de perda do mandato ou, de forma alternativa, a suspensão do exercício do mandato da parlamentar pelo período de seis meses, após a instrução do caso e a oitiva das partes e testemunhas. 

Resposta de Jara

Em nota enviada ao Metrópolis, Camila Jara afirmou que o fato na audiência foi um “tumulto generalizado, com cenas até de violência física”. 

“Recebo com indignação a representação do partido Novo no Conselho de Ética. Agi em defesa das jornalistas, deputadas e deputados que vi serem agredidos por policiais legislativos. Sempre pautei minha atuação pelo respeito institucional, pela defesa da democracia e pela valorização dos servidores do Parlamento”, declarou.

A parlamentar disse ainda que “qualquer narrativa que me imputasse condutas violentas ignoraria o contexto dos fatos e, antes disso, os próprios fatos. E seria estória, e não história”.
 

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