Política

ELEIÇÕES 2024

Disputa entre Adriane e Rose teve a 2ª menor diferença de votos da história

O primeiro pleito entre duas mulheres em Campo Grande só perdeu para o confronto entre André e Zeca do PT, em 1996

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A eleição municipal deste ano em Campo Grande ficou marcada por ser a primeira disputa pela prefeitura da Capital entre duas candidatas mulheres e também por ter sido a segunda com a menor diferença de votos da história no município.

O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), com base nos dados disponibilizados pelo setor de estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), e repassado ao Correio do Estado para publicação.

Na consulta feita pelo IPR, o pleito entre a prefeita Adriane Lopes (PP) e a ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) só perdeu no quesito diferença de votos entre a candidata vitoriosa e a derrotada no segundo turno em Campo Grande para o confronto entre o ex-governador André Puccinelli (MDB) e o ex-governador Zeca do PT, em 1996.

Enquanto no segundo turno da eleição para prefeito de Campo Grande em 1996, o então candidato André Puccinelli fez 131.124 votos, ou seja, 50,08% dos votos válidos, o candidato Zeca do PT fez 130.713 votos, isto é, 49,92% dos votos válidos, o que significou uma diferença de 0,16% ou 411 votos.

Já no caso do segundo turno da eleição para prefeita da Capital deste ano, a atual prefeita Adriane Lopes fez 222.699 votos, ou seja, 51,45% dos votos válidos, enquanto a ex-deputada federal Rose Modesto obteve 210.112 votos, isto é, 48,55% dos votos válidos, o que representou uma diferença de 2,91% ou 12.587 votos.

Segundo o diretor do IPR, Aruaque Fressato Barbosa, pelo levantamento realizado com os dados disponibilizados pela Justiça Eleitoral de Mato Grosso do Sul, as eleições para a Prefeitura de Campo Grande em 1996 e 2024 foram as duas com as menores diferenças de votos até o momento.

“A diferença entre o candidato vitorioso na eleição de 1996, que, no caso, foi André Puccinelli, e o candidato derrotado, Zeca do PT, foi de apenas 0,16% ou 411 votos. Foi muito, muito pouco mesmo. No caso de Adriane e Rose, o porcentual de diferença foi de 2,91% ou 12.587 votos para a prefeita, que acabou sendo reeleita. Na comparação de 1996 com 2024, tivemos duas margens pequenas”, pontuou.

ABSTENÇÃO

Aruaque Barbosa completou que, em 1996, Campo Grande tinha praticamente a metade do número de eleitores de hoje, eram 345.625 eleitores, contra 646.198 neste ano. “Aumentou muito a quantidade de eleitores, só que o que aumentou proporcionalmente também, o que me chamou muito a atenção, foi o número de abstenção nesses dois períodos”, apontou.

Na avaliação do diretor do IPR, com o passar do tempo, cada vez mais pessoas estão deixando de votar, e isso pode influenciar até em resultados de pesquisas de intenções de votos e, o mais importante, no resultado das eleições.

“Porque a gente não sabe se essas pessoas que deixaram de votar prefeririam mais a Adriane ou a Rose”, argumentou.

Ele acrescentou ainda que, como a diferença entre as duas candidatas foi pequena, de apenas 2,91%, caso a abstenção tivesse sido menor, talvez a eleição pudesse ter tido um resultado diferente. “Ou a Adriane ganharia por uma margem maior de votos dos que os obtidos pela Rose, ou a ex-deputada federal teria se aproximado mais da prefeita ou, ainda, até mesmo vencido as eleições deste ano”, analisou.

Aruaque Barbosa citou que, na eleição de 1996, mais de 278,3 mil eleitores compareceram às urnas, ou seja, 80% das 345.625 pessoas aptas a votar, enquanto, neste ano, 461.386 eleitores compareceram, isto é, 71% das 646.198 pessoas aptas a votar, uma diferença de 9 pontos porcentuais. “Em 1996, a abstenção atingiu o porcentual de 19,47% e, no pleito deste ano, o porcentual foi de 28,60%”, detalhou.

Para o diretor do IPR, o que se pode dizer dos números é que a alta abstenção poderia ter influenciado até no resultado das eleições. “E até isso tem de ser estudado, afinal, por que esse número de abstenção está aumentando? Por que as pessoas não estão indo votar? Elas estão desanimadas com os candidatos, com a forma da democracia ou com o voto direto? O que está acontecendo?”, questionou.

Na avaliação de Aruaque Barbosa, a Justiça Eleitoral precisa fazer um estudo mais aprofundado sobre essa questão para encontrar o motivo para um porcentual tão alto. “Até para o TRE-MS poder entender melhor e trabalhar a comunicação nesse sentido”, finalizou.

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PROJETO POLÊMICO

No PSDB de MS, anistia que pode alcançar Bolsonaro "perde" por 2 a 1

Governador Eduardo Riedel se manifestou favorável à anistia neste sábado (5), mas em seu partido, maioria dos deputados que podem votar o projeto é contra

06/04/2025 15h30

Deputados Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira, respectivamente

Deputados Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira, respectivamente Foto: Divulgação

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O Projeto de Lei que perdoa os condenados pelos atos de depredação e vandalismo nos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que é polêmico e divide opiniões dentro dos partidos. Dentro do PSDB em Mato Grosso do Sul, cujo governador Eduardo Riedel anunciou neste sábado adesão ao projeto que anistia os condenados pelo 8 de janeiro, e também a pessoas envolvidas na organização ou apoio às manifestações desde outubro de 2022, também há disputa. 

Dos três deputados tucanos de Mato Grosso do Sul, o placar é de 2 a 1 contra o projeto que anistia os envolvidos na tentativa de golpe de Estado, cuja redação abre brecha para livrar Jair Bolsonaro das acusações que recebeu recentemente. 

Levantamento do jornal O Estado de São Paulo, chamado “Placar da Anistia”, indica que Beto Pereira, que concorreu à prefeitura de Campo Grande no ano passado, e que teve apoio de Jair Bolsonaro (PL) é o único deputado federal tucano de Mato Grosso do Sul que apoia o projeto do deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). 

Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende manifestaram-se contra o projeto no Placar da Anistia. Ambos têm formação em partidos de esquerda. Dagoberto foi por longo período do PDT, já Geraldo Resende, integrou o PPS, que hoje transformou-se no Cidadania. 

Na bancada federal, também há equilíbrio: Dagoberto, Geraldo Resende, Valder Loubet (PT) e Camila Jara (PT) são contra. Já Beto Pereira, Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Luiz Ovando (PP) são favoráveis. O placar é 4 a 4. 

A adesão de Riedel

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), na véspera da manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela anistia aos envolvidos na depredação e invasão da sede dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023, decidiu apoiar o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.

Para se manifestar favorável ao projeto, Eduardo Riedel publicou nas redes sociais uma foto ao lado de líderes de outros partidos, como a senadora Tereza Cristina (PP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

O Correio do Estado apurou que, ao longo da semana, Jair Bolsonaro atuou fortemente para ampliar a adesão de governadores, sobretudo em meio aos preparativos da manifestação da Avenida Paulista deste domingo, na qual Tarcísio de Freitas é anfitrião. Telefonemas de Tarcísio de Freitas e Tereza Cristina foram fundamentais para fazer Riedel, que tem integrantes do PT em seu governo, e em seu partido deputados federais que não concordam com o projeto da anistia, a se manifestar. 

Eduardo Riedel fala em questão “humanitária” e em rever a “dosimetria das penas”. Mas o projeto vai muito além e perdoa todos os envolvidos. “Não dá para errar de novo e no mesmo lugar: tentar reparar excessos cometidos naquele momento com excessos no atual momento.”

Com esse posicionamento, Riedel reconsidera a condenação feita por ele próprio aos atos de vandalismo e depredação do patrimônio, que classificou como “inaceitáveis” à época. 

O projeto 

Um relatório do Supremo Tribunal Federal (STF) de janeiro deste ano apontou que 371 pessoas haviam sido condenadas por crimes relacionados ao 8 de janeiro de 2023. Outras 527 teriam admitido a prática de crimes relacionados e feito acordos com o Ministério Público Federal (MPF) para não serem processadas.

O texto do projeto de Sóstenes Cavalcanti prevê a anistia para pessoas direta ou indiretamente envolvidas no 8 de janeiro e até mesmo por atos anteriores.

Isso, em tese, beneficiaria Bolsonaro, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o suposto líder de uma organização que teria tentado dar um golpe de Estado que teria culminado com o 8 de janeiro.

Bolsonaro é réu crimes como de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Manifestação

Vice-prefeita de MS é "voz" do estado em manifestações de direita em São Paulo

Recentemente, Bolsonaro declarou apoio à pré-candidatura de Gianni ao Senado Federal na eleições de 2026.

06/04/2025 14h35

Vice-prefeita de MS é

Vice-prefeita de MS é "voz" do estado em manifestações de direita em São Paulo Divulgação

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A vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL), assume papel de destaque no cenário político atual ao representar o Mato Grosso do Sul em ato contra a anistia dos presos do dia 08 de janeiro e em defesa da direita brasileira.

A parlamentar foi convidada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em entrevista à Rádio Capital 95FM a ser a voz sul-mato-grossense no evento de hoje (6), que deve reunir milhares de apoiadores. 

"Recebo essa missão com responsabilidade e orgulho. Nosso estado estará representado nesse momento decisivo para a união da direita brasileira", comentou Gianni. 

Recentemente, Bolsonaro declarou apoio à pré-candidatura de Gianni ao Senado Federal na eleições de 2026 e a participação da vice-prefeita fortalece seu nome para a corrida eleitora.

Ela representa uma aposta da banca bolsonarista em novos nomes e rostos para renovar sua bancada. O apoio antecipado de Bolsonaro indica a estratégia do grupo em fortalecer sua base regional desde agora. 

"Mato Grosso do Sul, eu tenho já uma pré-candidata ao Senado. Que uma vez chegando aqui, não vai fazer o que eu quero, vai fazer o que tem que ser feito... A Gianni está no radar da gente como a possível candidata nossa ao Senado", declarou Bolsonaro.

Manifestações

Organizadas por movimentos conservadores e nomes influentes da direita brasileira, os atos de 16/3 e 6/4 têm como bandeiras principais o pedido de anistia para os envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, além de defender pautas conservadoras como a liberdade individual, valores cristãos e crítica à atual gestão federal. 

A primeira manisfestação reuniu políticos e público de direita na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

No ato, Bolsonaro defendeu a anistia, disse que não vai sair do Brasil, comparou seu governo com o de Lula, fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes e pediu que seus apoiadores deem "50% da Câmara e 50% do Senado" nas próximas eleições para bolsonaristas. Cerca de 18 mil pessoas estiveram no evento, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

O movimento de hoje deve reunir adeptos na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento é, também, um termômetro para os líderes de direita, para saberem se apostam em mais movimentos para levar as pessoas às ruas, mesmo após Bolsonaro e mais sete aliados terem se tornado réus pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado.

Além da vice-prefeita Gianni Nogueira e do marido, Rodolfo Nogueira, outros políticos de Campo Grande e demais municípios de Mato Grosso do Sul confirmaram presença nos atos. Nomes como Coronel David (PL), Neno Razuk, Lucas de Lima, João Henrique Catan, os vereadores Rafael Tavares, André Salineiro e Ana Portela estariam confirmados. 

Gianni iniciou seu discurso fazendo apelo em favor dos presos políticos do 8 de janeiro e finalizou com um clamor a Deus, por meio da canção: Deus, Sara essa nação. 

“O povo brasileiro entendeu que existe um destino para o Brasil e o destino do Brasil é ser uma nação livre”, afirmou.

 

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