Política

sabatina na ccj

Dois dos três senadores do Estado vão votar pela aprovação de Zanin ao STF

Nelsinho Trad e Soraya Thronicke já teriam se decidido a favor do advogado, enquanto Tereza Cristina estaria avaliando

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Na quarta-feira, o advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF), será sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, depois, enfrentará uma votação no plenário para ser aprovado ou não para assumir o cargo de ministro do Supremo.

Para garantir a vaga no STF, Cristiano Zanin precisa dos votos de 41 dos 81 senadores no plenário da Casa de Leis, que realizará uma votação secreta. A base do governo do PT no Senado calcula que o advogado já conta com 60 votos favoráveis, ou seja, quantidade mais do que suficiente para sua aprovação.

O Correio do Estado levantou que, entre esses 60 votos, dois seriam de senadores de Mato Grosso do Sul – Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (União Brasil) –, mas a terceira senadora do Estado, Tereza Cristina (PP), ainda não teria decidido se o seu voto será favorável ou contrário a Cristiano Zanin assumir uma cadeira no Supremo.

Oficialmente, o senador Nelsinho Trad disse à reportagem que o indicado ao STF está visitando as bancadas partidárias e os senadores para se apresentar e, conforme previamente agendado, participará de uma sabatina, em que será possível conhecer melhor o que pensa e verificar o notório conhecimento jurídico.

“Exercerei a prerrogativa constitucional de questioná-lo e ouvir os questionamentos dos outros senadores. Somente a partir daí será possível formatar o meu juízo”, declarou o senador, referindo-se ao fato de aprovar ou não Cristiano Zanin para ocupar a vaga do ex-ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou.

Já a senadora Soraya Thronicke disse ao Correio do Estado, logo após ter recebido alta do Hospital DF Star, onde esteve internada para realizar exames e acompanhamento de seu tratamento contra alergias, que não abrirá seu voto por enquanto.

Por sua vez, a senadora Tereza Cristina declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que, também por enquanto, não comenta sobre seu voto com relação à indicação de Cristiano Zanin ao Supremo Tribunal Federal. “Só após a sabatina poderei ter uma posição formada”, reforçou.
 

REUNIÕES

Na terça-feira, Cristiano Zanin visitou os parlamentares do PSD, maior bancada do Senado, que teriam referendado apoio à sua indicação. Ele também se encontrou em reservado com os senadores Dr. Hiran (PP-RR), Nelsinho Trad e Eduardo Braga (MDB-AM). 

Questionado sobre o resultado das agendas, ele preferiu manter discrição, mas disse que os encontros ocorreram de forma positiva. 

“Foi tudo bem. Foram colocados todos os temas, uma conversa muito boa. Vou aguardar uma posição, daí comento com vocês”, afirmou o advogado, que tem mantido na agenda uma série de encontros com congressistas para tentar alcançar apoio de, pelo menos, 41 senadores.

BASE ALIADA

Na quarta-feira, Cristiano Zanin se reuniu com a bancada do MDB, a terceira maior do Senado, com 10 parlamentares, dos quais 6 ocupam vagas como titulares ou suplentes na CCJ. 

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), que liderou o encontro, afirmou que todos os senadores da sigla se comprometeram a votar a favor do advogado.

A informação dos bastidores é que ele se reuniu com a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que chegou a afirmar em suas redes sociais, no sábado, que votaria contra o advogado e que só se reuniria com ele a pedido do partido. 

Desse encontro participaram outros membros da frente parlamentar evangélica, como Zequinha Marinho (Podemos-PA), Sérgio Petecão (PSD-AC) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO).

O indicado pretende encontrar a maioria dos senadores até a data da sabatina, inclusive os de oposição. 
O PL não deve orientar voto para a bancada, ou seja, cada senador poderá votar como quiser. Ontem, Zanin teve reuniões com os senadores Carlos Viana (Podemos-MG) e Esperidião Amin (PP-SC).

CRIME ORGANIZADO

Fronteira com MS, Paraguai fecha acordo com EUA para combater facções criminosas

A região é rota de tráfico de drogas para o Brasil, Argentina e Uruguai. O plano estratégico prevê o estabelecimento ou ampliação de tropas norte-americanas de importância estratégica

16/12/2025 16h15

Marco Rubio,  secretário de Estado

Marco Rubio, secretário de Estado Reprodução: rede social

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Paraguai e Estados Unidos selaram nesta segunda-feira (15), um acordo de cooperação militar que prevê a atuação de militares americanos no país sul-americano. Atualmente, na região, a Casa Branca tem acordos similares com Panamá, Equador, Bahamas e Trinidad e Tobago.

O Acordo Estatutário de Forças (Sofa, na sigla em inglês) regulamenta a atuação de militares e civis do Departamento de Defesa americano em países estrangeiros. O pacto foi assinado pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e o chanceler paraguaio, Ruben Ramirez Lezcano.

O objetivo, segundo o governo americano, é facilitar a resposta conjunta a interesses de segurança regional em comum para os dois países, em uma referência velada a cartéis de droga que atuam na região.

“Ao estabelecer uma estrutura para as atividades do pessoal militar e civil dos EUA no Paraguai, este acordo abre novas portas para nossos esforços coletivos para promover a segurança e a estabilidade em nosso hemisfério”, disse Rubio em sua conta no X.

“Se observarmos o problema fundamental no hemisfério, o mais grave que enfrentamos é o dessas organizações terroristas transnacionais, que em muitos casos não são terroristas por ideologia, mas têm uma base financeira e econômica”, acrescentou.

Nova Doutrina Monroe

O acordo, apesar de não autorizar operações armadas ou criação de bases, abre caminho para a cooperação e treinamento militar entre os dois países, e vem a público dias depois de os EUA divulgarem sua nova Estratégia de Segurança Nacional, que prevê uma ampliação da presença militar na América Latina.

Na ocasião, o documento evocou a Doutrina Monroe, que ficou conhecida no século 19 sob o lema “América para os americanos”, e defendeu uma hegemonia dos EUA sobre a região frente às potências europeias.

O plano estratégico divulgado na semana passada prevê o estabelecimento ou ampliação de acesso de locais de importância estratégicas para o governo americano.

No centro do continente e cercado por importantes fontes de água doce e rotas de narcotráfico, o Paraguai se encaixa nesse perfil.

Hoje, os EUA têm ainda bases militares no Equador, na Colômbia e no Peru, operadas pelo Comando Sul.

Há anos, a presença de grupos armados ligados ao Hezbollah na tríplice fronteira entre o Paraguai, Brasil e Argentina preocupa o governo americano.

A região também é ponto de rota para o escoamento de drogas para o Brasil, Argentina e Uruguai.

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LEVANTAMENTO

Contas públicas em MS: cidades do interior exibem superávit milionário

Análise de dados dos balanços de 2024 e orçamentos de 2025 revela os municípios agrícolas estão com a gestão em dia

16/12/2025 15h34

O prefeito de Costa Rica, Cleverson Alves dos Santos (PP), atribui o resultado à disciplina fiscal

O prefeito de Costa Rica, Cleverson Alves dos Santos (PP), atribui o resultado à disciplina fiscal Divulgação

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O cenário das finanças públicas dos municípios do interior de Mato Grosso do Sul nos anos de 2024 e 2025 desenha um mapa positivo. Liderados pelo exemplo de eficiência de Costa Rica, essas cidades exibem caixas robustas e capacidade de investimento.
 
A reportagem analisou dados abertos, relatórios de gestão fiscal e leis orçamentárias dessas cidades e a conclusão é que o tamanho da arrecadação deixou de ser garantia de solvência: o segredo do sucesso está no controle rígido das despesas obrigatórias.
 
Na região norte do Estado, Costa Rica consolidou-se em 2025 como o principal case de sucesso administrativo de Mato Grosso do Sul. Com uma população de pouco menos de 30 mil habitantes, o município apresenta indicadores de solvência superiores aos da Capital.
 
Dados do movimento financeiro da tesouraria municipal, publicados em 9 de dezembro de 2025, confirmam que a cidade atingiu uma disponibilidade financeira total de R$ 44.061.054,25. O montante, que inclui todas as fontes e fundos municipais, blinda a cidade contra oscilações econômicas e garante a execução de obras sem depender exclusivamente de repasses estaduais ou federais.
 
O prefeito Cleverson Alves dos Santos (PP) atribui o resultado à disciplina fiscal. "Todas as nossas despesas obrigatórias serão quitadas", assegurou o gestor, confirmando não apenas o pagamento em dia, mas a concessão de um abono de natal e final de ano: R$ 1 mil para servidores gerais e valores entre R$ 1 mil e R$ 2 mil para servidores da Educação.
 
O diferencial competitivo de Costa Rica está na estrutura de seus gastos. O município iniciou o ano comprometendo apenas 31,87% com a folha. Essa "gordura" fiscal permitiu que o município aprovasse um orçamento recorde de R$ 262 milhões em 2025, garantindo investimentos de 27% da receita em Saúde, quase o dobro do mínimo constitucional exigido.
 
Além de garantir o pagamento dos servidores ativos até o dia 22 de dezembro, a prefeitura programou as férias de 90% do funcionalismo para janeiro, otimizando a máquina pública durante o recesso escolar e administrativo.
 
Embora Costa Rica lidere os indicadores proporcionais, outros municípios também conseguiram descolar-se da crise. Três Lagoas, impulsionada pela indústria da celulose, teve um orçamento bilionário de R$ 1,4 bilhão para 2025 e mantém índices elevados de investimento em infraestrutura.
 
O município aplicou no segundo quadrimestre de 2025 o dobro do mínimo exigido pela Constituição em Saúde, enquanto a lei obriga 15%, o município investiu 30,79% de suas receitas de impostos na área, somando mais de R$ 296 milhões empenhados. Na educação, o investimento também superou o piso, atingindo 26,93%.
 
Fenômeno similar ocorre em Maracaju. Impulsionada pela soja, a prefeitura destinou 25,67% de recursos próprios para a Saúde até agosto de 2025, um aporte de R$ 32,3 milhões que garante serviços exclusivos no interior sem depender integralmente de repasses estaduais. 
 
A solidez fiscal permitiu à Câmara de Maracaju aprovar uma suplementação de 35% no orçamento de 2025, dando "carta branca" para o Executivo remanejar recursos e acelerar obras.
 
Na fronteira, a realidade impõe cautela. Ponta Porã enfrenta uma frustração de receitas severa: a arrecadação até agosto de 2025 foi de R$ 417 milhões, menos da metade da previsão anual de R$ 900 milhões. 
 
A quebra de arrecadação do ITBI e a estagnação econômica forçaram o município a projetar um orçamento mais enxuto para 2026, cortando R$ 100 milhões da previsão inicial. Ainda assim, a gestão optou por blindar os repasses constitucionais da Educação (projetado em 27%) e da Saúde.
 
Em Corumbá, a aplicação em saúde do orçamento atingiu 18,13%, pouco acima do piso de 15%. A rede de saúde de Corumbá enfrenta custos logísticos adicionais devido ao isolamento geográfico e à necessidade de transporte de pacientes (UTI aérea/fluvial). 
 
Na educação, a aplicação registrada até agosto foi de 24,89%. Embora tecnicamente abaixo dos 25% naquele momento do ano, é padrão na administração pública que os empenhos se acelerem no último quadrimestre para atingir a meta legal. O orçamento projetado no PPA 2026-2029 prevê R$ 1,5 bilhão somados para Saúde e Educação.
 

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