Política

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Eduardo Bolsonaro ataca Tereza Cristina após ser escanteado como presidente para 2026

Deputado respondeu ex-ministra por meio de suas redes sociais após ela priorizar Tarcisio de Freitas e Ratinho Júnior

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu nesta quarta-feira (15) às declarações da senadora Tereza Cristina (PP), ex-ministra da Agricultura no governo Jair Bolsonaro e atual líder do PP no Senado, que citou Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Júnior (PR) e Michelle Bolsonaro como nomes viáveis da direita para disputar a Presidência da República em 2026.

Em publicação nas redes sociais, Eduardo ironizou a fala da ex-ministra e insinuou que ela age conforme interesses de grandes grupos econômicos.

A reação do deputado ocorreu após Tereza Cristina afirmar, em entrevista ao jornal O Globo, que “não adianta a oposição lançar um candidato sem viabilidade eleitoral contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”. A senadora defendeu que a direita tenha “maturidade” para se unir em torno de um nome competitivo e citou os governadores Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior, além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, como alternativas mais viáveis.

Sem mencionar Eduardo diretamente, Tereza Cristina também evitou criticar o parlamentar por ter articulado, nos Estados Unidos, sanções econômicas ao Brasil e punições a autoridades brasileiras, movimento que gerou desconforto entre políticos de centro-direita.

Segundo ela, “o Congresso fez o papel que tinha que fazer: abrir o canal de conversação e fazer a diplomacia parlamentar”, referindo-se às tentativas de diálogo entre parlamentares brasileiros e o governo norte-americano para pôr fim ao chamado tarifaço imposto sobre produtos brasileiros.

A declaração da senadora, contudo, foi suficiente para irritar o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em sua conta no X (antigo Twitter), Eduardo afirmou que é “interessante” Tereza dizer que Ratinho Júnior é viável eleitoralmente enquanto ele não seria, “mesmo que as pesquisas mostrem o inverso”. O deputado acusou a ex-ministra de utilizar critérios pessoais para definir quem deve representar a direita em 2026.

“Assim, fica parecendo que seu conceito de viabilidade é aquele que se enquadra no seu interesse pessoal. Longe de mim acusar você de agir apenas visando seus interesses pessoais, afinal, sabemos bem que você é bem capaz de representar interesses pessoais alheios, desde que sejam os interesses dos grandes capitais do país, mas é o que fica parecendo”, escreveu Eduardo.

Em tom de provocação, o parlamentar ainda sugeriu que Tereza Cristina e outros políticos da base bolsonarista ascenderam na política graças à sua família. “Não deixa de ser inusitado que todo tipo de sujeito que deu grandes saltos na política, graças à minha família, agora se ache no direito de escolher o próximo candidato a presidente da direita”, completou.

A tensão expõe o racha crescente dentro do campo bolsonarista. Enquanto Tereza Cristina, vista como figura mais moderada, prega unidade e defende nomes considerados mais palatáveis ao centro, Eduardo Bolsonaro tem adotado discurso mais ideológico e anunciou que pretende concorrer à Presidência caso o pai, Jair Bolsonaro, permaneça inelegível até 2026.

Durante a entrevista, Tereza Cristina minimizou o debate sobre quem será o vice da chapa - cargo para o qual seu nome também é ventilado — e destacou que ainda é cedo para decisões. Tereza, no entanto, reforçou a necessidade de “maturidade” entre os partidos de direita, afirmando que a divisão interna só favorece o governo Lula.

“O melhor dos mundos é que a direita sente e discuta o nome viável, porque não adianta colocar alguém que não tenha viabilidade”, disse a senadora.

Tereza ainda elogiou as recentes conversas diplomáticas entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o fim do tarifaço. Segundo ela, “é um avanço nas relações” e representa um “passo importante para distensionar e abrir caminhos comerciais entre os dois países”.

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ACEITOU

Moraes autoriza Bolsonaro a ser submetido a ultrassom na prisão

Exame será feito com equipamento portátil nas regiões inguinais

14/12/2025 11h30

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão Foto: Reprodução

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para realização de um exame de ultrassonografia dentro da prisão. A decisão foi proferida na noite deste sábado (13).

Bolsonaro está preso em uma sala da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.

“Diante do exposto, autorizo a realização do exame no local onde o condenado encontra-se custodiado, nos termos requeridos pela defesa. Dê-se ciência da presente decisão à Polícia Federal. Intimem-se os advogados regularmente constituídos”, decidiu o ministro.

O pedido de autorização foi feito na última quinta-feira (11) após Moraes determinar que Bolsonaro passe por uma perícia médica oficial, que deve ser feita pela própria PF, no prazo de 15 dias.

O exame será feito pelo médico Bruno Luís Barbosa Cherulli. O profissional fará o procedimento com um equipamento portátil de ultrassom, nas regiões inguinais direita e esquerda.

A defesa disse que a medida é necessária para atualizar os exames do ex-presidente. Ao determinar a perícia, Moraes disse que os exames apresentados por Bolsonaro para pedir autorização para fazer cirurgia e cumprir prisão domiciliar são antigos.

Na terça-feira (9), os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente apresentou piora no estado de saúde e pediram que ele seja levado imediatamente ao Hospital DF Star, em Brasília, para passar ser submetido a cirurgia.

Espera

Motta aguarda assessoria jurídica da Câmara para definir posse de suplente de Zambelli

Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli

13/12/2025 21h00

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta

Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta Foto: Câmara dos Deputados

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), espera uma resposta da assessoria jurídica da Casa para definir o destino do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) até segunda-feira, 15.

A equipe de Motta afirmou à reportagem que a decisão deve tratar não necessariamente da cassação de Zambelli, mas da posse de Adilson Barroso (PL-SP). O prazo de 48 horas dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Câmara menciona especificamente a posse do suplente, não a cassação da titular.

A Primeira Turma do STF confirmou, ontem, 12, a decisão do ministro Alexandre de Moraes que decretou a perda imediata do mandato de Zambelli. O colegiado também chancelou a determinação para que a Mesa da Câmara dê posse ao suplente da deputada em até 48 horas, como prevê o regimento interno da Casa.

A decisão anulou a deliberação da própria Câmara de rejeitar a cassação de Zambelli, o que foi visto como afronta ao STF. Foram 227 votos pela cassação, 170 votos contrários e dez abstenções. Eram necessários 257 votos para que ela perdesse o mandato.

Moraes disse em seu voto que a deliberação da Câmara desrespeitou os princípios da legalidade, da moralidade e da impessoalidade, além de ter "flagrante desvio de finalidade".

O ministro afirmou que a perda do mandato é automática quando há condenação a pena em regime fechado superior ao tempo restante do mandato, já que o cumprimento da pena impede o trabalho externo.

Nesses casos, cabe à Casa legislativa apenas declarar o ato, e não deliberar sobre sua validade.

O STF condenou Zambelli em maio pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena é de 10 anos de prisão em regime inicial fechado, e tem como resultado a perda do mandato na Câmara.

A deputada, no entanto, fugiu do País antes do prazo para os recursos. Ela hoje está presa preventivamente na Itália, e aguarda a decisão das autoridades italianas sobre a sua extradição.

A votação em plenário na madrugada da quinta-feira, 11, contrariou a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, que, na tarde desta quarta-feira, 10, tinha aprovado a cassação.

Zambelli participou por videoconferência da deliberação da CCJ e pediu que os parlamentares votassem contra a sua cassação, alegando ser inocente e sofrer perseguição política. "É na busca da verdadeira independência dos Poderes que eu peço que os senhores votem contra a minha cassação", disse.

No plenário, a defesa ficou com Fábio Pagnozzi, advogado da parlamentar, que fez um apelo para demover os deputados. "Falo para os deputados esquecerem a ideologia e agir como seres humanos. Poderiam ser o seus pais ou seus filhos numa situação dessas", afirmou. O filho da parlamentar, João Zambelli, acompanhou a votação. Ele completou 18 anos nesta quinta-feira.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), discursou pedindo pela cassação. "Estamos aqui para votar pela cassação que já deveria acontecer há muito tempo", disse.

O PL trabalhou para contornar a cassação, para esperar que Zambelli perca o mandato por faltas. Pela regra atual, ela mantém a elegibilidade nessa condição.

Caso tivesse o mandato cassado, ficaria o tempo de cumprimento da pena mais oito anos fora das urnas. Ela só poderia participar de uma eleição novamente depois de 2043. Estratégia similar foi feita com Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deverá ter a perda do mandato decretada pela Mesa Diretora.

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