Política

"Convívio harmônico"

Eleição de Papy une esquerda e direita na Câmara dos Vereadores

Com Progressistas "escanteados", mesa diretora contará com membros do PL e PT

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Em sessão solene na noite desta quarta-feira (1°), o vereador Epaminondas Neto “Papy” (PSDB) foi oficializado como novo presidente da Câmara Municipal de Campo Grande para o biênio 2025-2026, condução que, à primeira vista, une esquerda e direita no Legislativo Municipal. 

Pautada em diálogo e "bom convívio", a chapa única contará com André Salineiro (PL) como 1° vice-presidente; Dr. Lívio Leite (União Brasil) como 2° vice-presidente e Neto Santos (Republicanos) como 3° vice-presidente, enquanto o secretariado ficará a cargo do então presidente da Câmara dos Vereadores,  Carlão Borges (PSB), que segue pelos próximos dois anos como 1° secretário; Luiza Ribeiro (PT) como 2ª secretária, além de Ronilço Guerreiro (Podemos) como terceiro secretário.

Tranquila, a votação da chapa única se deu de forma nominal, em que, todos os 29 vereadores foram favoráveis à condução de Papy e demais indicados.

Anteriormente cotado para disputar a presidência, Beto Avelar (PP) aproveitou a fala para parabenizar Papy e justificar a decisão acerca da bancada Progressista em apoiar o novo presidente da Câmara e desistir da candidatura.

"Para que a casa ‘iniciasse’ de forma harmônica, desistimos (partido) de nossa candidatura. Queria conclamar que esse mandato fosse o maior de todos os tempos, isso de forma harmônica entre legislativo, executivo e judiciário", falou Avelar. 

Nomeada como 2ª secretária, Luíza Ribeiro (PT) usou a palavra para falar da articulação entre tucanos e petistas durante a formação da nova mesa diretora. 

"(Papy) nos convidou para compor a chapa logo no começo do segundo turno. Estamos dando um sinal que essa construção não é ideológica. Participar da mesa é muito importante,  (...) há  muito tempo não tínhamos mulheres na mesa diretora, e isso será muito importante para garantir a força necessária para promover as mudanças que a nossa cidade precisa", destacou a vereadora. 

Durante seu discurso, Rafael Tavares (PL) destacou que a elevação de Papy ao posto de novo presidente do Legislativo aconteceu por conta do pastor ter "conquistado" a bancada do Partido Liberal.

"Conquistou a bancada do PL, claro, vamos defender nossas bandeiras e a vida do povo campo-grandense, que é isso que importa no final.", disse o vereador. 

Novo presidente, Papy destacou que “é pejorativo dizer que o parlamento é um ‘puxadinho’ da Prefeitura, e sim um poder autônomo e protagonista nos debates.

“Não podemos confundir a nova formação da Prefeitura com posicionamento de governabilidade. A mesa foi composta com um equilíbrio da bancada, claro que o PT na mesa diretora é bom, será harmônico e independente de cargo na mesa diretora ou não, acredito que ela (Luiza Ribeiro) será oposição”, destacou Papy, que espera que a diversidade construa ‘pontes entre os eleitos. ’

Cabe destacar que a decisão acerca do nome do tucano foi tomada na noite desta segunda-feira (30), em um jantar na casa do vereador Professor Riverton (PP), e contou com a presença da bancada do Progressistas e do Avante, além da prefeita Adriane Lopes (PP).

Ao Correio do Estado, Professor Riverton, então cotado como novo líder do PP na Câmara, disse que a tomada de decisão pelo nome de Papy se deu também pela rapidez e pela agilidade de articulação interna do agora presidente do Legislativo Municipal, concatenada de forma antecipada aos demais postulantes.

“O Papy foi o mais habilidoso, e o que definimos (na reunião) foi para  evitar conflitos, mas, independente do nome escolhido, nós buscamos a harmonia dentro da Câmara, unir forças”, disse Riverton.

Sem a presidência, o Progressistas, que tinha a expectativa de angariar outras cadeiras dentro da Câmara Municipal, acabou sem nenhuma cadeira na mesa diretora. Maicon Nogueira (PP) novato, então cotado para o posto de 2º secretário, acabou sem o posto.

“O Papy já tinha um grupo de pessoas dentro da chapa muito bem definido, nós (Progressistas) pedimos ‘uma situação’, sabemos que é algo delicado, vamos aguardar, já que às vezes não é possível simplesmente tirar alguém (da chapa)”, declarou Riverton na última terça-feira (31).

Segundo o vereador, a eleição de Papy foi natural,  uma vez que o vereador tem um perfil muito conciliador, fator que pode auxiliar nos trabalhos futuros do Legislativo.

“O Papy tem em si um perfil muito conciliador, nunca veio para o embate e sempre buscou o consenso”, complementou o vereador progressista, que aproveitou a ocasião para destacar a aliança entre PP e Avante na gestão futura. “É bom destacar que PP e Avante caminharão juntos”, falou.

Dos 29 vereadores eleitos, 15 já possuíam cadeira na Casa de Leis e conquistaram a reeleição:

Carlão (PSB)
Silvio Pitu (PSDB)
Veterinário Francisco (União Brasil)
Professor Riverton (PP)
Junior Coringa (MDB)
Dr. Victor Rocha (PSDB)
Professor Juari (PSDB)
Luiza Ribeiro (PT)
Papy (PSDB)
Delei Pinheiro (PP)
Beto Avelar (PP) - reeleição
Dr. Jamal (MDB) - reeleição
Clodoilson Pires (Podemos) 
Ronilço Guerreiro (Pode) 
Otávio Trad (PSD)


Confira os demais eleitos:

Marquinhos Trad (PDT)
Rafael Tavares (PL)
Fábio Rocha (União Brasil)
Flávio Cabo Almi (PSDB)
André Salineiro (PL)
Ana Portela (PL)
Neto Santos (Republicanos)
Maicon Nogueira (PP)
Wilson Lands (Avante)
Herculano Borges (Republicanos) 
Landmark (PT)
Jean Ferreira (PT)
Dr. Lívio (União Brasil)
Leinha (Avante)

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PROJETO POLÊMICO

No PSDB de MS, anistia que pode alcançar Bolsonaro "perde" por 2 a 1

Governador Eduardo Riedel se manifestou favorável à anistia neste sábado (5), mas em seu partido, maioria dos deputados que podem votar o projeto é contra

06/04/2025 15h30

Deputados Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira, respectivamente

Deputados Geraldo Resende, Dagoberto Nogueira e Beto Pereira, respectivamente Foto: Divulgação

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O Projeto de Lei que perdoa os condenados pelos atos de depredação e vandalismo nos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que é polêmico e divide opiniões dentro dos partidos. Dentro do PSDB em Mato Grosso do Sul, cujo governador Eduardo Riedel anunciou neste sábado adesão ao projeto que anistia os condenados pelo 8 de janeiro, e também a pessoas envolvidas na organização ou apoio às manifestações desde outubro de 2022, também há disputa. 

Dos três deputados tucanos de Mato Grosso do Sul, o placar é de 2 a 1 contra o projeto que anistia os envolvidos na tentativa de golpe de Estado, cuja redação abre brecha para livrar Jair Bolsonaro das acusações que recebeu recentemente. 

Levantamento do jornal O Estado de São Paulo, chamado “Placar da Anistia”, indica que Beto Pereira, que concorreu à prefeitura de Campo Grande no ano passado, e que teve apoio de Jair Bolsonaro (PL) é o único deputado federal tucano de Mato Grosso do Sul que apoia o projeto do deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ). 

Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende manifestaram-se contra o projeto no Placar da Anistia. Ambos têm formação em partidos de esquerda. Dagoberto foi por longo período do PDT, já Geraldo Resende, integrou o PPS, que hoje transformou-se no Cidadania. 

Na bancada federal, também há equilíbrio: Dagoberto, Geraldo Resende, Valder Loubet (PT) e Camila Jara (PT) são contra. Já Beto Pereira, Marcos Pollon (PL), Rodolfo Nogueira (PL) e Luiz Ovando (PP) são favoráveis. O placar é 4 a 4. 

A adesão de Riedel

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), na véspera da manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela anistia aos envolvidos na depredação e invasão da sede dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023, decidiu apoiar o projeto de lei que tramita no Congresso Nacional.

Para se manifestar favorável ao projeto, Eduardo Riedel publicou nas redes sociais uma foto ao lado de líderes de outros partidos, como a senadora Tereza Cristina (PP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos.

O Correio do Estado apurou que, ao longo da semana, Jair Bolsonaro atuou fortemente para ampliar a adesão de governadores, sobretudo em meio aos preparativos da manifestação da Avenida Paulista deste domingo, na qual Tarcísio de Freitas é anfitrião. Telefonemas de Tarcísio de Freitas e Tereza Cristina foram fundamentais para fazer Riedel, que tem integrantes do PT em seu governo, e em seu partido deputados federais que não concordam com o projeto da anistia, a se manifestar. 

Eduardo Riedel fala em questão “humanitária” e em rever a “dosimetria das penas”. Mas o projeto vai muito além e perdoa todos os envolvidos. “Não dá para errar de novo e no mesmo lugar: tentar reparar excessos cometidos naquele momento com excessos no atual momento.”

Com esse posicionamento, Riedel reconsidera a condenação feita por ele próprio aos atos de vandalismo e depredação do patrimônio, que classificou como “inaceitáveis” à época. 

O projeto 

Um relatório do Supremo Tribunal Federal (STF) de janeiro deste ano apontou que 371 pessoas haviam sido condenadas por crimes relacionados ao 8 de janeiro de 2023. Outras 527 teriam admitido a prática de crimes relacionados e feito acordos com o Ministério Público Federal (MPF) para não serem processadas.

O texto do projeto de Sóstenes Cavalcanti prevê a anistia para pessoas direta ou indiretamente envolvidas no 8 de janeiro e até mesmo por atos anteriores.

Isso, em tese, beneficiaria Bolsonaro, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o suposto líder de uma organização que teria tentado dar um golpe de Estado que teria culminado com o 8 de janeiro.

Bolsonaro é réu crimes como de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Manifestação

Vice-prefeita de MS é "voz" do estado em manifestações de direita em São Paulo

Recentemente, Bolsonaro declarou apoio à pré-candidatura de Gianni ao Senado Federal na eleições de 2026.

06/04/2025 14h35

Vice-prefeita de MS é

Vice-prefeita de MS é "voz" do estado em manifestações de direita em São Paulo Divulgação

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A vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL), assume papel de destaque no cenário político atual ao representar o Mato Grosso do Sul em ato contra a anistia dos presos do dia 08 de janeiro e em defesa da direita brasileira.

A parlamentar foi convidada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em entrevista à Rádio Capital 95FM a ser a voz sul-mato-grossense no evento de hoje (6), que deve reunir milhares de apoiadores. 

"Recebo essa missão com responsabilidade e orgulho. Nosso estado estará representado nesse momento decisivo para a união da direita brasileira", comentou Gianni. 

Recentemente, Bolsonaro declarou apoio à pré-candidatura de Gianni ao Senado Federal na eleições de 2026 e a participação da vice-prefeita fortalece seu nome para a corrida eleitora.

Ela representa uma aposta da banca bolsonarista em novos nomes e rostos para renovar sua bancada. O apoio antecipado de Bolsonaro indica a estratégia do grupo em fortalecer sua base regional desde agora. 

"Mato Grosso do Sul, eu tenho já uma pré-candidata ao Senado. Que uma vez chegando aqui, não vai fazer o que eu quero, vai fazer o que tem que ser feito... A Gianni está no radar da gente como a possível candidata nossa ao Senado", declarou Bolsonaro.

Manifestações

Organizadas por movimentos conservadores e nomes influentes da direita brasileira, os atos de 16/3 e 6/4 têm como bandeiras principais o pedido de anistia para os envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro de 2023, além de defender pautas conservadoras como a liberdade individual, valores cristãos e crítica à atual gestão federal. 

A primeira manisfestação reuniu políticos e público de direita na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

No ato, Bolsonaro defendeu a anistia, disse que não vai sair do Brasil, comparou seu governo com o de Lula, fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes e pediu que seus apoiadores deem "50% da Câmara e 50% do Senado" nas próximas eleições para bolsonaristas. Cerca de 18 mil pessoas estiveram no evento, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

O movimento de hoje deve reunir adeptos na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento é, também, um termômetro para os líderes de direita, para saberem se apostam em mais movimentos para levar as pessoas às ruas, mesmo após Bolsonaro e mais sete aliados terem se tornado réus pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado.

Além da vice-prefeita Gianni Nogueira e do marido, Rodolfo Nogueira, outros políticos de Campo Grande e demais municípios de Mato Grosso do Sul confirmaram presença nos atos. Nomes como Coronel David (PL), Neno Razuk, Lucas de Lima, João Henrique Catan, os vereadores Rafael Tavares, André Salineiro e Ana Portela estariam confirmados. 

Gianni iniciou seu discurso fazendo apelo em favor dos presos políticos do 8 de janeiro e finalizou com um clamor a Deus, por meio da canção: Deus, Sara essa nação. 

“O povo brasileiro entendeu que existe um destino para o Brasil e o destino do Brasil é ser uma nação livre”, afirmou.

 

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