Política

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Eleições 2024: redes se destacam nas eleições, mas não substituem papel de rádio e TV

A propaganda eleitoral gratuita nos tradicionais veículos de comunicação começou na sexta-feira, 30, e vai até o dia 3 de outubro

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A influência das redes sociais nas eleições municipais deste ano transformou o cenário das campanhas eleitorais, embora ainda não seja suficiente para substituir o papel central do rádio e da televisão. Especialistas ouvidos pelo Broadcast Político consideram o horário eleitoral gratuito um formato capaz de validar a narrativa partidária construída na internet, mas não só.

A propaganda eleitoral gratuita nos tradicionais veículos de comunicação começou na sexta-feira, 30, e vai até o dia 3 de outubro, em uma primeira etapa antes do primeiro turno de votação, marcado para 6 de outubro. Os partidos e candidatos terão 35 dias para apresentar suas propostas em duas inserções obrigatórias na programação das emissoras. Esse período no pleito passado era de 45 dias.

Especialistas apontam que a redução pode estar relacionada tanto à chegada de novos formatos de campanha quanto à diminuição de recursos, pois as redes sociais se mostram um meio mais econômico, prático e de grande alcance. Ainda assim, dizem não acreditar que uma substituirá a outra a médio prazo.

"A TV nos entrega uma imagem de confiança em relação àquilo que está nas redes. As mídias sociais são conhecidas tanto por entregar tudo como também de tudo, e às vezes esse espaço acaba ficando confuso, enquanto a TV é [o conteúdo] exatamente como é posto, sem muitas interferências", analisa o professor de Administração Pública da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC) Daniel Pinheiro.

A substituição de um formato pelo outro não se concretiza porque eles tendem a se complementar em termos de público e conteúdo, segundo Pinheiro. Isso se deve ao fato de ainda existir um público tradicional que não têm amplo acesso às redes sociais ou que prefere uma comunicação mais convencional.

"A TV dá possibilidade de democratizar o acesso. Precisamos evitar olhar só a partir da nossa bolha, porque ela ainda desempenha um papel central nas famílias brasileiras. Não se pode abrir mão, mas pode modificar o formato, como fizemos esse ano, por exemplo", complementa o cientista político Magno Karl.

Karl vê ainda que a redução do período eleitoral desfavorece os candidatos "menos conhecidos", que têm pouco engajamento nas redes sociais e, como resultado, menos tempo para se apresentarem, especialmente devido às restrições fora do tempo de campanha.

João Finamor, professor de Marketing da ESPM, analisa o cenário como oportunidade "crossmedia" da campanha. Observa que alguns candidatos tradicionais ainda adotam estratégias de marketing mais antigas e têm dificuldade em lidar com os chamados nativos digitais, que, com seu posicionamento específico, estão ganhando espaço nessa corrida eleitoral.

Um exemplo é o candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), que nasceu da internet e utiliza um formato como um posicionamento de marca, inclusive com estratégias de marketing e vendas, segundo o especialista.

"Hoje a gente vive um marketing 360. A grande estratégia é vincular conteúdo em todas as plataformas, com tudo sendo transacional. Usar a TV é uma estratégia de conscientização de marca e as redes é o topo de funil, processo de aquisição, então a televisão é só um momento da minha estratégia toda", diz.

Finamor analisa que os candidatos são produtos e precisam ver os eleitores como clientes para criar a narrativa a partir da jornada deles durante a campanha eleitoral. Há três momentos, explica: topo de funil (ser conhecido), consciência (desperta intenção e se conecta aos valores e proposta) e a conversão (votos).

Para o professor Daniel Pinheiro, muitos políticos já compreenderam que a campanha eleitoral não se limita ao período oficial, mas é construída ao longo dos anos. O candidato à reeleição de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), é um exemplo. Somou ao longo de sua gestão mais de 600 mil seguidores nas redes sociais. Chegou a ser chamado de "prefeito tiktoker" por seus inúmeros aparecimentos na internet. Surfou na onda dos memes e desenvolveu vídeos específicos para este público.

Já Marçal, por exemplo, se construiu em cima da narrativa empresarial e foi chamado de coach na internet ao publicar vídeos motivacionais. Tabata Amaral (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL) focaram seus perfis em uma linguagem mais institucional e não "souberam usar o poder da internet", segundo o especialista em marketing Finamor.

Neste ano, a propaganda eleitoral na internet conta com algumas novidades, como regras para o uso de inteligência artificial e vedação absoluta do deepfake, sob pena de cassação do candidato. As resoluções aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também criam mais obrigações para as plataformas digitais, que deverão agir proativamente contra a disseminação de discursos de ódio e conteúdos que configurem crime contra o Estado de Direito e desinformação que atinja o processo eleitoral.

Para as próximas eleições, porém, Finamor afirma que é necessário implementar uma regulamentação das redes sociais, especialmente no que diz respeito às fake news. Segundo ele, a identificação da origem do conteúdo falso seria o ponto central da discussão.

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CAMPANHA ELEITORAL 2024

Adriane Lopes confirma vinda de Michelle Bolsonaro na quinta-feira

Michele participará do evento "Mulheres que Transformam", movimento conservador de líderes femininas, apoiando a reeleição da atual prefeita

15/10/2024 11h00

Adriane Lopes e Michele Bolsonaro, em fevereiro de 2024

Adriane Lopes e Michele Bolsonaro, em fevereiro de 2024 DIVULGAÇÃO

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Ex-primeira dama do Brasil, Michele Bolsonaro (PL), confirmou que vem a Campo Grande, na próxima quinta-feira (17), para apoiar a campanha eleitoral de Adriane Lopes (PP) à reeleição.

Michele participará do evento "Mulheres que Transformam", movimento conservador de líderes femininas, que será realizado nesta quinta-feira (17), das 11h às 13h, no Aliançados Arena, localizado na avenida Mato Grosso, número 4.840, bairro Jardim Veraneio, em Campo Grande.

Também participarão do evento a ex-ministra das Mulheres e senadora do Distrito Federal (DF), Damares Alves (PL); primeira-dama de Mato Grosso do Sul, Mônica Riedel e a senadora por Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP). A anfitriã do evento é a atual prefeita e candidata a reeleição, Adriane Lopes (PP), que estará ao lado de sua vice, Camilla Nascimento.

Adriane Lopes estará lado a lado de Michele Bolsonaro durante o evento. Vale ressaltar que Bolsonaro e a esposa declararam apoio à candidata neste segundo turno. No primeiro turno, o apoio conservador foi para Beto Pereira (PSDB).

O objetivo do evento é unir mulheres conservadoras do Brasil, que buscam ampliar suas vozes e fortalecer o papel feminino na política.

Conforme antecipado pelo Correio do Estado, Tereza Cristina já estava planejando trazer Michele para apoiar Adriane Lopes na reeleição da Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG). 

A última vez que Michele Bolsonaro esteve em Campo Grande foi em 24 de fevereiro de 2024, no evento PL Mulher, realizado no Bosque Expo. 

2º TURNO

Adriane Lopes (PP) e Rose Modesto (União) disputarão o segundo turno das eleições municipais em Campo Grande, no dia 27 de outubro.

A prefeita Adriane Lopes obteve 140.913 votos (31,67%) dos votos, enquanto Rose Modesto alcançou 131.525 votos (29,56%).

Beto Pereira atingiu 115.516 votos (25,96%), a petista Camila Jara fez 41.966 votos (9,43%), o representante do Novo, Beto Figueiró, somou 10.885 votos (2,45%), o candidato do PSOL, Luso Queiroz, chegou a 3.108 votos (0,7%) e o do DC, Ubirajara Martins, ficou com 1.067 votos (0,24%).

CAMPO GRANDE

Ex-prefeito já "opera" nos bastidores para fazer novo presidente da Câmara

Vereador mais votado, Marquinhos Trad (PDT) estaria articulando para que o vereador Delei Pinheiro (PP) seja o escolhido

15/10/2024 08h00

O ex-prefeito e agora vereador eleito Marquinhos Trad e o vereador reeleito Delei Pinheiro

O ex-prefeito e agora vereador eleito Marquinhos Trad e o vereador reeleito Delei Pinheiro Foto: montagem

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Com os 29 vereadores que foram eleitos e reeleitos no dia 6 de outubro para a próxima legislatura da Câmara Municipal de Campo Grande, teve início na semana passada a corrida para presidir a Casa de Leis, que até a posse dos novos parlamentares ficará sob o comando do vereador reeleito Carlos Augusto Borges (PSB), o Carlão.

O Correio do Estado recebeu informações de que alguns dos 14 parlamentares reeleitos e outros dos 15 eleitos já foram procurados pelo ex-prefeito de Campo Grande e agora vereador eleito mais votado do último pleito, Marquinhos Trad (PDT), para que ajudem a eleger o “amigo” e vereador reeleito Delei Pinheiro (PP) como presidente da Câmara Municipal na próxima legislatura.

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, alguns dos parlamentares foram procurados por telefone, enquanto outros receberam a visita de Marquinhos Trad, que não pretende disputar a presidência do Legislativo municipal, mas faria questão de colocar Delei Pinheiro no cargo, o que, segundo alguns vereadores, seria a mesma coisa, pois foi o ex-prefeito quem teria lançado o parlamentar na vida política.

O ex-prefeito e o vereador têm mais de 39 anos de convivência política e caminharam juntos até a renúncia do cargo de Marquinhos Trad, em abril de 2022, para concorrer à eleição para governador no mesmo ano, quando foi derrotado depois que denúncias de cunho sexual vieram à tona e das quais o ex-gestor acabou sendo inocentado pela Justiça ainda neste ano.

No entanto, a articulação de Marquinhos Trad esbarra na rejeição que ele tem entre os demais colegas de parlamento, tanto os antigos quanto os novatos, ainda em razão das denúncias feitas em 2022, pois, conforme apurou o Correio do Estado, a concorrência pela cadeira de chefe do Legislativo é grande.

Apesar de o regimento interno ainda permitir, o atual presidente, Carlão, disse que não pretende concorrer, pois ficou por quatro anos no cargo. 

“Eu não sou candidato, não, porque já tenho uns compromissos com um pessoal que vai concorrer ao cargo também. Vou apoiar um candidato desse pessoal, depois da eleição do segundo turno eu vou ver isso aí”, declarou.

O vereador reeleito explicou que, apesar de o regimento não impedir, ainda há muitas controvérsias no Supremo Tribunal Federal (STF), o que poderia judicializar a questão. 

“O Supremo julga de um jeito em um estado e de maneira completamente diferente em outro. Então, para evitar problemas, estou fora”, garantiu.

Carlão defendeu ainda uma oxigenação no cargo, pois a Casa de Leis tem muitos parlamentares competentes. 

“Além disso, ser presidente é uma responsabilidade muito grande, você não pode faltar à sessão, tem de estar à disposição 24 horas por dia, são muitos compromissos, e eu já estou cansado. Neste mandato agora, eu vou fazer uns exames e cuidar mais de mim, mas sem deixar de continuar trabalhando em prol da cidade”, avisou.

Com isso, estariam na disputa, pelo menos por enquanto, os vereadores reeleitos Delei Pinheiro, Professor Riverton (PP), Silvio Pitu (PSDB) e Papy (PSDB). 

Por isso, Marquinhos Trad corre para convencer os demais parlamentares a votar em Delei Pinheiro e tem usado como argumento que, caso a candidata a prefeita de Campo Grande ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil) seja eleita neste segundo turno, será melhor ter um presidente próximo.

Afinal, o PDT está coligado com o União Brasil nas eleições municipais deste ano e, com uma possível vitória dela, o poder de convencimento de Marquinhos Trad cresceria exponencialmente, mesmo com toda a rejeição e a concorrência de Professor Riverton, Silvio Pitu e Papy.

A reportagem entrou em contato com Marquinhos Trad, que garantiu que não conversa com Delei Pinheiro desde quando deixou o PSD para se filiar ao PP. “Portanto, não tem nada dessa história. O único vereador que me chamou para conversar foi o Papy. Fui até a casa dele, e ele não se lançou candidato à presidência, disse apenas que está querendo fortalecer a Casa de Leis”, declarou.

Delei Pinheiro também foi procurado, porém, até o fechamento desta edição, não houve retorno.

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